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MINHA TRAJETÓRIA: DAS PRIMEIRAS APROVAÇÕES AO COACHING DO ESTRATÉGIA

Olá concurseiros! Espero que estejam todos bem, motivados e, é claro, estudando!!

Estou aqui para contar um pouco da minha história e trajetória como concurseira de Tribunais, funcionária pública e, finalmente, coach do Estratégia Concursos. Em meio a tudo isso, tivemos alguns tropeços, mas posso dizer que valeu – e muito – a pena :)

Tenho certeza que você deve vivenciar as mesmas aflições, incertezas e períodos de altos e baixos pelos quais passei ao longo de todo o processo de preparação. E isso, nem de longe, deve ser considerado um obstáculo no seu caminho: ao contrário, são todos esses eventos que constroem um concorrente de peso e futuro aprovado.

Por isso não quero que você desanime. Ao contrário, espero que você leia este depoimento e o tome como uma referência em seus dias mais difíceis.

Vamos lá!


Meu nome é Claudia, sou arquiteta de formação, e atualmente estou em fase de conclusão do curso de Direito, minha segunda graduação.

Depois de algum tempo trabalhando como arquiteta recém-formada, percebi que essa não era exatamente minha praia, e foi aí que entrei para o mundo dos concursos.
Comecei a me preparar para o certame do TJ-SP e, após meses de estudo, fui aprovada para o cargo de escrevente, em 2013. Logo em seguida, fui nomeada para o cargo de Técnico Judiciário – Área Administrativa, do TRF-3, já em 2014.
Cerca de um ano depois de entrar em exercício no novo cargo, no final de 2015, me senti tentada a arriscar novamente. Comecei então os estudos para a área fiscal. Consegui mudar temporariamente meu horário de trabalho, para entrar e sair mais cedo, e assim aproveitar as horas restantes para estudar na biblioteca do fórum, que fechava às 19hrs. Apesar de ter, nessa nova rotina, de acordar às 5 da manhã, eu sabia que, se esperasse chegar em casa, depois de 1h no transporte público, meu rendimento, tarde da noite, não seria o mesmo. Então, aproveitava para estudar essas 3 horas preciosas antes de ir para casa. Tomava um café para manter a concentração, e lá ficava, sem piscar. Isso durou algumas semanas, talvez um mês (risos!).

Em um belo dia, com a notícia de um edital que acabara de ser lançado para um cargo recém-criado  na prefeitura de São Paulo, o de Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental – APPGG – decidi interromper os estudos para a área fiscal, que não tinha, até aquele momento, edital previsto para o curto e médio prazos. Tratava-se de um cargo com remuneração bem superior à de técnico, mas a prova seria aplicada em pouco mais de um mês. 

Apesar de estarem sendo bem produtivas, até aquele momento, minhas horas na biblioteca, decidi que precisava de mais tempo estudando diariamente, pois um mês era muito pouco tempo para me preparar. Como não tinha completado um ano de Tribunal, ainda não podia tirar férias e, por esse motivo, acabei pedindo exoneração do meu cargo de técnico. Juntei minhas economias, decidi apertar o cinto, permanecer estudando intensamente e esquecer o que poderia dar errado. Resumindo: saí do Tribunal, e enfiei a cara nos livros mesmo.

Resultado: no início de 2016 passei na primeira fase do concurso da prefeitura e, para a segunda fase, tive mais 40 dias para me preparar. Entretanto, na prova discursiva, obtive uma nota bem inferior à que esperava. Confesso que fiquei bastante frustrada com a correção da banca, cujos critérios eram extremamente subjetivos, não havendo sequer uma justificativa para a atribuição da nota, mesmo após os recursos. 

Os meses seguintes foram de reflexão, pois eu tinha largado tudo, repentinamente, para me dedicar a uma única prova. Não me restava outra alternativa a não ser buscar novos concursos para prestar. 

Algum tempo depois, já no segundo semestre, logo que saiu o edital para o TRE-SP, comecei a estudar para Analista Judiciário – Área Administrativa (AJAA), pois não era Bacharel em Direito e o cargo de AJAJ estava fora de cogitação.
Com 5 meses de estudo consegui ficar em 72º lugar, imaginando que em breve seria chamada, dado o histórico de grande número de nomeações que o órgão costumava realizar. Mas veio a crise financeira e, com ela, uma portaria do TSE em 2017, que proibiu nomeações pelos dois anos seguintes, em todos os TREs do Brasil.

Fiquei triste, mais uma vez, mas com o que havia estudado, resolvi fazer a prova do TRF-2, no Rio de Janeiro, um mês depois, em março de 2017, e obtive o 70º lugar. Em seguida, foi a vez do TRE-BA, onde fiquei na 64a posição, ambas bem próximas à classificação de São Paulo (a essa altura, eu já começava a prestar concursos em outros Estados).

Nenhuma dessas classificações, entretanto, permitiria que eu fosse nomeada de imediato, e percebi que precisava recomeçar os estudos, pois não dava para sobreviver somente com a bagagem adquirida para o TRE-SP. Eu precisava estudar de forma diferente, para ficar entre os primeiros colocados e ter maiores chances de ser nomeada em um cargo que contava com menos vagas do que os demais, como é o do AJAA.
No fim do ano de 2017, após retomar os estudos, só que em um ritmo bem mais intenso, em tempo integral, fui aprovada no TRF-5, obtendo uma boa classificação em AJAA (17º lugar) e em TJAA (9º lugar).
Não satisfeita, continuei meus estudos e entrei para uma turma reunida por uma coach daqui de São Paulo, para manter o gás e quem sabe me motivar com simulados, competições e rankings. Foi um período de troca de experiências com outros concurseiros, muito aprendizado e evolução. Sempre estudei sozinha, mas durante essa vivência com o grupo de coaching pude corrigir algumas falhas e otimizar meus estudos. Era o que estava faltando para saltar dos 88% de acertos para os 94%, obtidos em minha última aprovação.
Em abril de 2018 prestei o concurso para o TRT-6, em Pernambuco, e obtive o 21º lugar para AJAA, que era o meu objetivo, e o 64º lugar para TJAA. Eu sempre fazia as duas provas, mesmo que as matérias fossem um pouco diferentes e o desempenho não fosse o mesmo em ambas.

Mas é importante lembrar que eu nunca desviava o estudo do cargo principal, nem uma disciplina sequer.
Continuei focando em AJAA, que era meu objetivo, e em julho de 2018, finalmente, prestei o concurso para o TRT-2, em São Paulo, já determinada a realizar a última prova para tribunais, fosse qual fosse o resultado, positivo ou não .
Nem acreditei quando uma grande amiga, no telefone, me deu a notícia de que eu tinha obtido ali minha melhor classificação: 6º lugar.
O concurso para o TRT-2, dentre todos os que prestei, era o único que contava com vagas além do cadastro reserva. Ele foi homologado há pouco tempo e espero que as nomeações ocorram em breve :).

MAS VOCÊ PAROU DE TRABALHAR PARA ESTUDAR. ISSO É REALMENTE NECESSÁRIO?

Conforme dito anteriormente, quando pedi exoneração do cargo público, havia pouco mais de um mês até a prova. Foi uma decisão difícil, mas que precisava ser tomada de imediato. No entanto, se pudesse prever o que aconteceria depois, jamais teria saído. Mesmo porque, as 3 HBCs após o expediente estavam rendendo muito bem.
Considero que ninguém precisa sair do emprego correndo, desesperado, para poder estudar. Basta saber se organizar, manter a calma, e nenhuma medida drástica precisa ser tomada. Isso claro, levando em consideração as particularidades da vida de cada um.
Na verdade, a exoneração acabou se transformando em um fator a mais de insegurança e preocupação no meu dia-a-dia. Eu não tinha mais uma fonte de renda, e passar não era mais uma opção. Portanto, acredite: o equilíbrio é sempre a melhor escolha! 
Estou relatando essa história para vocês entenderem que não faz sentido lamentar-se ou desanimar devido a uma ou outra  derrapada durante o percurso.

Bem, como vocês podem ver, nem tudo foram flores, e em meio a essas aprovações que mencionei, tive algumas reprovações também (TRT-7, TRE-RJ, TST), na maioria das vezes porque perdia o sono na noite anterior à prova e passava a madrugada em claro, quando viajava para outros estados para prestar concursos. Sim, eu sofria de insônia em dia de prova, e convivia com fortes crises de enxaqueca, desde criança. Tudo isso, obviamente, se agravou conforme o tempo foi passando e a ansiedade aumentando, enquanto eu estava cansada das intermináveis provas, mas tinha que permanecer firme no caminho que eu mesma tinha escolhido para mim.

Nessas horas, motivos para me arrepender não faltaram. O lado bom de tudo isso? Minha família, que sempre me apoiou até mesmo nas decisões mais impulsivas, e a grande fé que desenvolvi na vida e na minha capacidade de seguir friamente, sem olhar para trás.

Um outra coisa bem importante é que eu não me comparava a absolutamente ninguém, não olhava as redes sociais de ninguém, exceto professores, cursinhos, e perfis ÚTEIS relacionados a concursos.
No fundo, havia a certeza, dentro de mim, de que eu podia conseguir qualquer coisa, se não me deixasse levar pelo pessimismo momentâneo, meu e dos outros, decorrente da situação, também momentânea.
A calma, nessas horas, é fundamental. Mais do que isso: ela é determinante.
Hoje penso: ainda bem que eu soube superar qualquer sentimento de arrependimento e desânimo que eventualmente surgia – sempre nas horas mais inconvenientes, óbvio…

Sigamos em frente!


O PROGRAMA DE COACHING

Mas o mundo dos concursos é algo envolvente, não é mesmo? Logo depois que saiu o resultado do TRT-2, muitos concurseiros começaram a pedir dicas de estudos, querendo saber como eu havia atingido meu objetivo (quando você for aprovado, vai acontecer a mesma coisa, pode esperar!). As perguntas variavam, indo desde questões práticas, relacionadas à rotina e técnicas de memorização e assimilação do conteúdo, até sugestões de como suportar a pressão psicológica que aflige a todos nós, ansiosos de plantão.

A campeã de perguntas era a famigerada REVISÃO. Posso dizer que, por esse ter sido também meu calcanhar de Aquiles, acabei desenvolvendo uma certa habilidade nesse aspecto, bem como criando alguns métodos que funcionavam para mim, de acordo com a matéria e minha necessidade.
E foi isso que comecei a transmitir às pessoas que se aproximavam pedindo ajuda, por estarem estagnadas e sem condições de se concentrar ou evoluir. Percebi que outra grande recompensa por tanto esforço e aprendizado, além da aprovação, obviamente, era poder compartilhar tudo aquilo com quem pretendia trilhar o mesmo caminho. Foi então que o coaching surgiu em minha vida, e espero poder contribuir cada vez mais com aqueles que estão batalhando pela tão sonhada e possível aprovação.


LEMBRE-SE:

Se existe uma coisa que não se deve esquecer, é que não há problema algum em pedir ajuda, e você deve lançar mão de todas as ferramentas que julgar necessárias para melhorar seu desempenho. Quem está na chuva é para se molhar, então desista de se preocupar com a opinião alheia e assuma o controle da situação.
Assuma, também, os riscos, desde que calculados, pois eles são inevitáveis, em tudo na vida. Invista, mergulhe fundo naquilo que você realmente deseja, e não supervalorize seus fracassos. Eles são parte importante de seu sucesso, e não um atestado de incompetência.
Muitas vezes é o nosso orgulho ferido, ou a não aceitação de uma derrota isolada,  que nos faz desistir. Nem sempre a sensação de incapacidade é a responsável por isso. Pense nisso! Cada grande vitória é muitas vezes antecedida de uma sequência de pequenas quedas, mas isso não pode te abalar a ponto de fazer com que você se perca totalmente.

Foi a duras penas que aprendi a estudar de verdade, a priorizar meus estudos, até mesmo no dia de Natal, a valorizar cada questão correta e a revisar de forma eficiente.
Mas esses detalhes ficam para um próximo artigo, pois o assunto vai longe… :)


Desejo que você tenha muita coragem, energia e determinação não só em relação aos concursos, mas em todas as áreas da sua vida! E que você entenda que ESTUDAR é BOM e extremamente gratificante!
Não existe recompensa sem sacrifício, mas é aí que está o verdadeiro sentido de se perseguir um sonho.

Conte comigo caso tenha qualquer dúvida, combinado?

Um grande abraço a todos!!!

Claudia Miranda Gonçalves – Coach 

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Veja os comentários
  • Oi Sonia! Obrigada! Que seu caminho seja de muito sucesso! Beijos
    Claudia Miranda Gonçalves em 29/08/19 às 09:59
  • Oi Alexandra!! Vale muito a pena lutar pelos nossos sonhos! Parabéns a você também, pela determinação e pela energia positiva que transmite! Beijos!
    Claudia Miranda Gonçalves em 29/08/19 às 09:58
  • Parabéns pelo artigo! Nos dá força e incentivo para continuar em nossa caminhada! Nos mostra como vale a pena! Parabéns pela determinação!
    Alexandra Silvares em 28/08/19 às 11:15
  • Parabéns pelo foco e determinação!! E obrigada por compartilhar sua experiência. Abraços.
    Sonia em 03/07/19 às 15:33
  • Oi Creyci! Realmente, esse é um aprendizado que devemos passar sempre adiante, para que a corrente nunca se quebre e possamos testemunhar cada vez mais casos de superações, sucessos e realizações! Beijos!
    Claudia Miranda Gonçalves em 30/05/19 às 17:07
  • Sidney, fico feliz que tenha gostado!! Um abraço!
    Claudia Miranda Gonçalves em 30/05/19 às 16:55
  • Oi Luiza! Na verdade, isso vai depender da sua resistência para fazer duas provas seguidas, do seu estado físico e emocional no dia da prova (se dormiu e se alimentou bem, se não está com gripe, por ex.), entre outros fatores. O ideal é treinar bastante para adquirir velocidade e segurança na resolução de questões, para que no dia "D" seu corpo e mente estejam condicionados a isso! A princípio, se você estiver bem, com os sentimentos de ansiedade controlados (um pouco de ansiedade é normal e inevitável, desde que não tire sua concentração), não vejo nenhum problema em fazer as duas provas no mesmo dia. Você sairá um pouco mais cansada da prova da manhã, é claro, mas se planejar direitinho para comer no intervalo e descansar, é bem provável que não haja problemas na parte da tarde :) Porém, existem pessoas que sofrem um desgaste emocional muito grande nessas situações, repercutindo negativamente até mesmo na saúde física. Nesse caso, quando a pessoa já se conhece e sabe que esse é um problema para ela, o melhor é respeitar o ritmo e não ir com muita sede ao pote! rs. No meu caso, já aconteceu de ter feito ambas as inscrições, mas ao acordar, no dia da prova, percebi que não tinha dormido bem, ou estava um pouco resfriada. Nessas situações, optava por descansar e ir para a prova de Analista, somente. Eu deixava sempre a prova da manhã como um "plus", e não me preocupava caso eu não pudesse ir. Se desse, ótimo, senão, concentrava minhas energias no meu alvo principal. Treine bastante com simulados e tente prestar outros concursos com duas provas no mesmo dia, para ver como você se sai. Se correr tudo bem, verá que isso vai te deixar bem mais confiante para encarar a dupla jornada! Boa sorte e um grande abraço ;)
    Claudia Miranda Gonçalves em 30/05/19 às 16:47
  • Que linda sua estória..extraordinária, parabéns e que bom que você decidiu compartilhar com todos nós, que somos sedentos por aprovações e sedentos por sentir a emoção e o choro entalado na garganta, quando vemos nosso nome na lista dos nomeados....Seja luz sempre!!!!
    Creyci em 30/05/19 às 08:10
  • Ótimo texto! Sobre fazer duas provas no mesmo dia, para cargos diferentes, tenho uma dúvida. Sendo o foco a prova da analista, que para a FCC é à tarde, fazer a prova de técnico de manhã pode ser uma estratégia ruim? Quero fazer as duas, mas tenho medo de perder rendimento justamente na prova que é o objetivo final. Obrigada!
    Luiza em 29/05/19 às 22:46
  • Belo relato. Parabéns!
    Sidney R Silva em 29/05/19 às 21:39