Aprovada em 1º lugar no TCE-AC para o cargo de Auditor de Controle Externo - Engenharia Civil
Tribunais de Contas (TCU, TCE, TCM)Engenharias e TI“[…] a aprovação não é sobre inteligência, é sobre disciplina e constância. Haverá dias em que a motivação vai desaparecer e a gente vai duvidar de nós mesmos. Nesses dias, é a disciplina que faz a gente continuar.”
Confira nossa entrevista com Daphne Peres, aprovada em 1º lugar no TCE-AC para o cargo de Auditor de Controle Externo – Engenharia Civil:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua idade, formação e cidade natal?
Daphne Peres: Meu nome é Daphne, tenho 32 anos e sou engenheira civil. Além da minha formação principal, estou finalizando a graduação em Ciências Contábeis. Nasci e cresci aqui em Rio Branco, no Acre.
Estratégia: Conte o início da sua trajetória, o que te levou a iniciar os estudos para concursos?
Daphne: Minha trajetória nos estudos começou com um grande incentivo do meu tio-avô, que é professor aposentado e sempre me aconselhou a buscar a carreira pública. Durante a faculdade, cheguei a fazer algumas provas de nível médio e processos seletivos. Após me formar em Engenharia Civil, percebi que o mercado de trabalho na iniciativa privada oferecia poucas oportunidades e, além disso, com muita instabilidade e a remuneração que não era a que eu almejava. Aquele conselho antigo do meu tio fez todo o sentido, e eu entendi que o caminho para a realização profissional que eu sonhava estava nos concursos.
Estratégia: Como você conheceu o Estratégia Concursos e porque tomou a decisão de se tornar nosso aluno?
Daphne: Conheci o Estratégia Concursos durante um estágio que fiz no DNIT, ainda na faculdade. Lá, conversei com um engenheiro recém-aprovado que me contou que havia estudado pelo material da Coruja. Ele também mencionou que a maioria dos primeiros colocados nos concursos tinha sido alunos do Estratégia. Anos depois, quando decidi focar totalmente nos concursos, não tive nenhuma dúvida: fui direto para o Estratégia.
Estratégia: Como era sua rotina e plano de estudos?
Daphne: Minha rotina de estudos evoluiu muito desde que comecei, em 2021. No início, quando foquei no concurso da PRF, eu não tinha muita experiência com planejamento. Por isso, minha principal ferramenta foi a Trilha Estratégica, que me deu o norte necessário. Eu seguia a Trilha, mas ainda não controlava métricas como horas líquidas.
A virada de chave veio quando comecei a pesquisar o que os aprovados nos primeiros lugares faziam. Percebi que todos eles tinham um controle rigoroso e um método bem definido. Eu pensei: ‘se quero chegar onde eles chegaram, preciso fazer o que eles fazem’.
A partir de 2024, implementei essa mentalidade. Comecei a controlar minhas horas e a montar meu próprio planejamento. Iniciei com uma carga horária mais baixa, de 2 a 3 horas líquidas por dia, para criar o hábito. No pós-edital, a intensidade aumentou muito, e cheguei a fazer 7 horas líquidas diárias. Minha estratégia era sempre rotacionar as matérias: com 3 horas de estudo, eu via 2 ou 3 matérias diferentes; com 7 horas, chegava a ver 6 ou 7. Eu também procurava intercalar disciplinas de naturezas distintas, como uma de cálculo seguida por uma de direito, para manter o estudo dinâmico.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Daphne: Passei por duas fases: uma, bem desafiadora, conciliando trabalho e estudo, e outra com dedicação exclusiva por 10 meses.
Conciliar tudo foi, sem dúvida, a parte mais difícil. O cansaço físico e mental é constante. E, para nós mulheres, muitas vezes há a jornada extra das tarefas domésticas. Para vencer isso, a única saída foi o planejamento rigoroso. Eu acordava 4:00 da manhã para conseguir estudar uma hora antes de ir trabalhar, e buscava mais 2 ou 3 horas de estudo depois de chegar do trabalho. Para que essas horas existissem, todo o resto tinha que ser milimetricamente organizado: eu planejava as refeições da semana, os dias de lavar roupa, de ir ao supermercado tudo. Otimizei cada minuto, como fazer exercícios em casa para evitar deslocamentos. Não é fácil, mas com foco e organização, é possível criar o tempo necessário
Estratégia: Quais ferramentas do Estratégia você mais utilizou em sua preparação e quais eram os diferenciais de cada?
Daphne: Minha utilização das ferramentas do Estratégia acompanhou minha evolução como estudante. No início, quando eu precisava de um direcionamento claro, a Trilha Estratégica foi minha principal guia, me dizendo exatamente o que e como estudar. Eu também usava bastante as videoaulas para ter o primeiro contato com as matérias.
Com o tempo, e observando a estratégia dos aprovados, meu foco migrou quase que totalmente para os PDFs. Eles são, sem dúvida, o ouro do Estratégia. Tudo que você precisa saber está ali, com a profundidade exata para concursos de alto nível.
As videoaulas continuaram sendo um recurso estratégico para as matérias em que eu tinha mais dificuldade, como TI e Contabilidade. Os professores são sensacionais, com uma didática incrível que consegue transformar até os assuntos mais complexos em algo compreensível.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Daphne: Minha preparação para o TCE-AC teve duas fases bem distintas. Antes da prova objetiva, eu estava estudando para outros dois editais simultaneamente, para otimizar minhas chances, então meu foco estava dividido. A disciplina era uma questão de manter a rotina, dia após dia.
Tudo mudou após o resultado da objetiva do TCE. Quando vi meu nome em segundo lugar, foi um misto de alegria e urgência. Eu percebi que o sonho era possível, mas que a etapa mais difícil para mim ainda estava por vir: a prova discursiva, que consistia em uma peça técnica e quatro questões dissertativas. Esse nunca foi meu forte e eu tinha consciência disso.
Naquele momento, eu desliguei o mundo, foi uma imersão total. Por um mês e meio, minha vida foi respirar a prova discursiva. Foi um período de estudo muito intenso e completamente diferente de tudo que eu vinha fazendo. A disciplina não era mais sobre ‘manter a rotina’, mas sobre uma obsessão positiva em superar minha dificuldade e lutar pela minha vaga. A proximidade do objetivo foi o maior combustível que eu poderia ter.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Daphne: Minhas maiores dificuldades surgiram em 2023, quando decidi migrar para a área fiscal. Matérias como Contabilidade Geral e Avançada, Tecnologia da Informação (TI) e Administração Financeira e Orçamentária (AFO) foram grandes desafios no começo.
Para superá-los, minha estratégia foi clara: sempre que o PDF parecia muito denso ou complexo, eu recorria às videoaulas do Estratégia. A didática dos professores tornava o entendimento muito mais fácil e visual, quebrando a complexidade dos temas. As videoaulas foram minha principal ferramenta para construir uma base sólida nessas disciplinas.
Estratégia: Qual sua estratégia de reta final?
Daphne: Minha estratégia de reta final é totalmente focada em pontos específicos. Eu não tento rever todo o conteúdo, o que seria impossível e pouco produtivo. Em vez disso, meu foco é duplo: primeiro, reviso os pontos que considero ‘apostas’ certas para a prova, aqueles tópicos que sempre caem ou que tem muita probabilidade de cair. Segundo, ataco minhas próprias dificuldades, ou seja, os assuntos que ainda me geram alguma insegurança. Para essa revisão, minhas ferramentas principais são meus resumos ou o passo estratégico e a resolução de questões sobre esses temas específicos.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi a sua rotina de estudos para esta importante fase do certame?
Daphne: Como engenheira, meu maior desafio na discursiva era traduzir o raciocínio técnico e objetivo em um texto coeso e bem argumentado. Minha rotina foi focada em construir essa nova habilidade.
Primeiro, mergulhei nos temas mais prováveis, mas meu estudo não era mais para ‘saber’, e sim para ‘saber explicar’. Em paralelo, estudei muito a parte formal: qual a estrutura de uma peça técnica? Como se inicia e conclui uma resposta para a banca?
O principal, no entanto, foi a prática exaustiva. Eu sabia que precisava vencer a ‘barreira da folha em branco’. Então, eu escrevia todos os dias. Simulei as condições reais de prova, com o tempo cronometrado para a peça de 120 linhas e as quatro questões. Foi um treinamento intenso não só de conteúdo, mas de gestão de tempo e, principalmente, de desenvolvimento de uma habilidade de escrita técnica que não era natural para mim. Foi um desafio imenso, mas gratificante.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? De que forma sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada?
Daphne: Sou casada, e minha esposa foi, sem dúvida, minha maior apoiadora, minha grande força. Ela foi a pessoa que me incentivou e acreditou em mim até mesmo quando eu duvidava da minha própria capacidade. O fato de ela também ser concurseira foi fundamental, pois ela entende na pele as abdicações e a disciplina que essa rotina exige. Nossa sintonia era total. Ela não precisava que eu explicasse o cansaço ou a necessidade de silêncio, ela simplesmente entendia.
Com os amigos, a realidade do concurseiro é um pouco solitária. O tempo se torna nosso bem mais precioso, e naturalmente começa a faltar tempo para a vida social. A gente se afasta não por querer, mas porque cada hora de estudo conta.
Já com a família, mãe e irmãos foi mais complexo. Fiquei ausente em muitos eventos e datas importantes, e nem sempre isso foi compreendido na época. É difícil para quem está de fora entender a dimensão da nossa dedicação. Hoje, com a aprovação, veio o entendimento e o orgulho, mas o caminho até aqui exigiu muita paciência para lidar com a sensação de não ser compreendido.
Estratégia: Qual a sensação de ter sido convidado para o Baile dos Primeiros do Estratégia Concursos?
Daphne: A sensação é incrível, é até difícil descrever em palavras. É um grande mix de emoções que vem em cascata. Primeiro, a alegria da aprovação em um concurso tão desafiador. Depois, o choque de ter conquistado o primeiro lugar. Em seguida, a realização da nomeação. E agora, receber o convite para o Baile dos Primeiros… é a coroação de tudo. É a celebração final, a recompensa por cada hora de estudo, por toda a dedicação e por cada abdicação que fiz ao longo do caminho.
Estratégia: Durante sua preparação, ouviu falar sobre o Baile dos Primeiros? Imaginou que um dia estaria nesta confraternização?
Daphne: Sim, eu já conhecia, vi as edições anteriores. Mas a edição do ano passado me marcou bastante. Foi em 2024 que eu decidi mergulhar de cabeça no mundo dos concursos. Eu acompanhava nas redes sociais alguns dos concurseiros que foram convidados e, ao vê-los celebrando, eu ficava pensando: ‘Um dia, serei eu ali’.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Daphne: Olhando para trás, meu maior erro foi ter uma abordagem amadora no início da minha jornada. Eu não tinha um objetivo bem definido, nem um planejamento, e minha disciplina oscilava. Isso me rendeu algumas aprovações em concursos menores, mas me impedia de competir de verdade nos certames mais concorridos.
O maior acerto foi a minha ‘profissionalização’ como estudante. Foi quando decidi modelar o que os aprovados nos primeiros lugares faziam. A partir daí, tudo mudou.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? O que você diria para a sua versão de 5 anos atrás?
Daphne: Sim, o pensamento de desistir apareceu, principalmente no começo. Quando comecei a fazer provas mais concorridas e as primeiras reprovações vieram, foi inevitável: a gente duvida da própria capacidade. Mas houve um ponto de virada: quando decidi sair do meu trabalho para o ‘tudo ou nada’. Naquele momento, desistir deixou de ser uma opção. O único caminho era para frente.
E o que eu diria para a minha versão de 5 anos atrás? ‘Comece a estudar sério agora e mantenha a disciplina. Você não tem ideia do quanto sua vida vai melhorar e de quão mais rápido você pode alcançar seus sonhos se simplesmente fizer o que precisa ser feito. A disciplina é a ponte entre o sonho e a realidade’.
Estratégia: Por fim, deixe sua mensagem para todos aqueles que estão começando e almejam chegar aonde você chegou!
Daphne: Se eu pudesse deixar uma única mensagem, seria esta: a aprovação não é sobre inteligência, é sobre disciplina e constância. Haverá dias em que a motivação vai desaparecer e a gente vai duvidar de nós mesmos. Nesses dias, é a disciplina que faz a gente continuar.
Cada dia de estudo consistente é um tijolo na construção do futuro. E eu digo isso com toda a certeza, porque o concurso mudou a minha vida. Acreditem no processo e, acima de tudo, sejam disciplinados.