Aprovada em 1° lugar no concurso CRP-SP para o cargo de Profissional de Suporte Administrativo - Subsede Metropolitana
Concursos Públicos
“Meu conselho é buscar um método de estudos que se adapte a você, e não o contrário. Por exemplo, se você aprende melhor lendo e escrevendo, não faz sentido insistir em videoaulas; se prefere ouvir, aproveite esse formato […]”
Confira nossa entrevista com Mariana Fernandes Cutcher Fleischner, aprovada em 1° lugar no concurso CRP-SP para o cargo de Profissional de Suporte Administrativo – Subsede Metropolitana:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Mariana Fernandes Cutcher Fleischner: Tenho 25 anos e nasci e sempre morei em São Paulo capital. Sou recém-formada em Artes Visuais pela Universidade de São Paulo.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Mariana: Decidi começar a estudar para concursos porque percebi que o mercado de trabalho na área que eu havia escolhido era bastante instável, e isso me preocupava. Fiz dois estágios durante a faculdade de Artes Visuais que me ajudaram a perceber que queria seguir um caminho diferente. Como eu já estava perto de concluir o curso, comecei a sentir a pressão de decidir os próximos passos da minha carreira. Nesse período, uma amiga da faculdade começou a estudar para concursos, e isso despertou minha curiosidade. Pesquisei mais sobre o assunto, vi que era um caminho que me proporcionaria estabilidade, bons salários e propósito, já que estaria contribuindo diretamente com a sociedade. Na época estavam fechando as inscrições para o TSE Unificado e resolvi me jogar de cabeça nos estudos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Mariana: Quando comecei a estudar para concursos, eu tinha acabado de me desligar de um estágio em que não via oportunidades de crescimento. Como estava iniciando o TCC e ainda tinha algumas disciplinas da faculdade para concluir, optei por não procurar outro trabalho e me dedicar integralmente aos estudos. A rotina era corrida, porque eu precisava me revezar entre as demandas da faculdade e a preparação para o concurso, mas isso acabou sendo positivo. Alternar entre os dois tipos de estudo me ajudava a manter a produtividade e a evitar o cansaço mental de ficar concentrada em um único assunto por muito tempo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada?
Mariana: Fui aprovada em 176º lugar no cargo de Técnica Judiciária – Área Administrativa (TJAA) para o TRE-SP, no concurso do TSE Unificado. Também fui aprovada em 168º lugar para o mesmo cargo no TRT-SP e, recentemente, em 1º lugar no concurso do CRP-SP, para o cargo de Profissional de Suporte Administrativo. Pretendo continuar estudando para conquistar aprovações em concursos cada vez melhores.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Mariana: Nunca deixei de ter vida social, porque percebi que, quando eu não dava um descanso para a mente e deixava de estar com as pessoas que amo, meu rendimento nos estudos caía. Então, procurava sempre reservar pelo menos um momento do fim de semana para encontrar meus amigos ou fazer algo com a minha família. Claro que precisei recusar muitos convites, é impossível fazer tudo enquanto se estuda seriamente para concursos, mas eu buscava equilibrar. Às vezes, para não deixar de ver alguns amigos, combinávamos de estudar juntos: cada um com seu material, mas com o incentivo e a companhia um do outro.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira?
Mariana: Minha família me apoiou e me apoia muito, sem eles não teria conseguido me dedicar tanto. Vários amigos meus estranharam minha decisão de estudar para concursos no início, já que eu cursava Artes Visuais e, de repente, estava estudando para concursos de tribunais. Mas logo perceberam que eu estava me interessando de verdade pelas matérias e que de fato eu queria aquilo. Eles vibravam com cada conquista minha, me incentivaram muito.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Mariana: Direcionado ao último concurso, o do CRP, estudei por um pouco mais de um mês. Os conteúdos não eram muito diferentes dos que eu já vinha estudando para os concursos de tribunais, então não precisei começar do zero. Quando vi o edital, achei uma oportunidade muito interessante e percebi que seria relativamente fácil adaptar minha preparação. No total, desde que comecei a estudar para concursos, foi cerca de um ano até conquistar o 1º lugar no CRP.
O que mais me ajudou a manter a disciplina foi ter uma rotina de estudos realista, adaptada à minha rotina, e lembrar constantemente do motivo que me fez começar. Eu visualizava minha vida como servidora pública e essa imagem me dava forças para continuar.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Mariana: O principal material da minha preparação foram os PDFs do Estratégia. Eu estudava o conteúdo por eles e fazia o máximo de questões que conseguia. Também participava de simulados praticamente toda semana, o que me ajudava muito a testar meu desempenho e identificar pontos fracos.
Uma ferramenta que fez bastante diferença para mim foram os flashcards, eu estava sempre revisando por eles. Hoje existem vários aplicativos que permitem criar flashcards personalizados, e eu aproveitava qualquer momento disponível do dia para revisar: no transporte público, nas filas ou até fazendo cardio na academia.
De vez em quando eu assistia às videoaulas, mas não sou muito o tipo de pessoa que aprende apenas ouvindo, então recorria a elas quando tinha dificuldade em algum assunto específico ou queria dar uma variada na rotina de estudos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Mariana: Quando decidi estudar para concursos, pesquisei os cursinhos com mais aprovações e vi que o Estratégia estava em primeiro lugar. Por isso, não tive dúvidas de que queria estudar por ele.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Mariana: Eu já comecei estudando pelo Estratégia, então não tenho muito com o que comparar. Mas desde o início gostei muito da forma como os PDFs são estruturados, pois além do conteúdo escrito, eles trazem muitos resumos visuais, como tabelas e mapas mentais, que ajudam bastante a fixar a matéria.
Outro ponto que me ajudou muito foi o Passo Estratégico, principalmente na fase final da preparação, quando eu queria focar nos assuntos de maior incidência. E os simulados foram fundamentais: lembro de fazer provas e pensar que já tinha visto uma questão quase idêntica em algum deles. Isso me dava muita segurança na hora da prova.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Mariana: No início da minha preparação, montei um ciclo de estudos com base em vídeos de concurseiros que encontrei no YouTube. Criei uma planilha no Excel em que definia quais matérias estudaria em cada dia e por quanto tempo, normalmente entre 3 e 6 disciplinas por dia.
As matérias de Direito, que são o núcleo mais importante das provas e que eu nunca havia estudado antes, eram as que recebiam mais tempo. Já Português, por eu ter mais facilidade, eu revisava cerca de meia hora por semana.
Procurava equilibrar as disciplinas mais leves e as mais densas ao longo da semana, para não deixar nenhum dia exaustivo demais. Minha meta era estudar entre 5 e 6 horas líquidas por dia. Claro que nem sempre isso era possível, porque a rotina nem sempre é perfeita, mas eu me esforçava para dar o meu máximo e compensar quando necessário.
Depois de vários meses de estudo, quando fui me familiarizando mais com os conteúdos, chegava a estudar apenas uma matéria por dia. Deixava meu cronograma de estudos bem flexível, para poder ajustá-lo conforme as minhas necessidades. Se eu percebia que estava com um déficit maior em alguma disciplina, aumentava o tempo dedicado a ela e reduzia o das matérias em que tinha mais facilidade.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Mariana: Eu revisava todos os dias. Como costumo estudar escrevendo os pontos-chave dos PDFs, no dia seguinte, antes de começar uma nova matéria, lia o que havia anotado no dia anterior. Também procurava fazer um simulado por semana e sempre anotava meus erros junto com a correção, para revisar depois.
Enquanto estudava, identificava os assuntos mais cobrados ou aqueles que exigiam mais memorização e criava perguntas e respostas para incluir nos meus flashcards. Fazia o mesmo ao resolver questões: tudo que eu errava ou achava importante virava flashcard. Praticamente todos os dias eu revisava os cards de uma ou mais matérias, lendo a pergunta, tentando respondê-la e depois conferindo a resposta. Essa foi, sem dúvida, a parte mais importante da minha preparação, porque é uma forma de revisão ativa que estimula muito mais o cérebro do que apenas reler resumos.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Mariana: Resolver exercícios é, na minha opinião, a parte mais importante do estudo. Afinal, é dessa forma que o conhecimento é realmente testado na hora da prova. Quanto mais familiarizado você estiver com o estilo de cobrança da banca, menos surpresas terá no dia do exame.
Nos últimos tempos, passei a iniciar o estudo de um assunto resolvendo de 5 a 10 questões sobre ele. Só depois partia para a leitura do PDF, assim já lia com os olhos mais atentos ao que é cobrado. Sinto que dessa forma também crio mais curiosidade pelo tema, pois, ao não conseguir resolver as questões, fico motivada a estudar para encontrar as respostas.
Não consigo afirmar exatamente quantas questões fiz nesse um ano de preparação, mas acredito que tenham sido por volta de 10 mil. No início, quando estava consolidando a base teórica, o volume de exercícios era menor. Já nas fases mais avançadas, próximo à prova, fazia em média de 200 a 300 questões por dia, variando conforme o assunto, a banca e o tipo de questão (múltipla escolha ou certo/errado).
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade?
Mariana: Estudando para os TRTs, no início tive bastante dificuldade com Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho. Tanto que não me classifiquei nos primeiros dois concursos que prestei (TRT-15 e TRT-1). Quando fiz o TRT-15, eu tinha pouco menos de três meses de preparação específica e acertei cerca de 65% da prova. Percebi que, por conta do tempo limitado, estudei pouco pela lei seca, e isso fez muita falta.
Para o TRT-1, que seria dois meses depois, decidi focar principalmente na leitura da legislação. Li a CLT inteira, o regimento interno do tribunal e as Súmulas e OJs do TST (antes havia negligenciado a jurisprudência). Grifava as palavras e expressões mais importantes e que eu costumava esquecer ou confundir. Depois, criei um documento com lacunas nessas partes grifadas e fazia o exercício de completá-las de memória. Esse método funcionou muito bem: aumentei 11 pontos percentuais na nota do TRT-1 em menos de dois meses.
Mesmo sem me classificar, saí da prova com a sensação de estar mais próxima da aprovação. Continuei com o mesmo método para o TRT-2, que seria cerca de dois meses depois, e me senti cada vez mais confiante.
Além disso, passei a dar mais atenção à Informática, matéria que eu detestava e tinha bastante dificuldade. Dediquei mais tempo ao estudo dela e fui melhorando o desempenho nas questões. Por fim, consegui me classificar no TRT-2, acertando 80% da prova. Também fui muito bem na redação, o que me fez subir quase 200 posições, ficando em 168º lugar, e atualmente estou aguardando a nomeação.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Mariana: Na semana que antecede a prova, costumo focar nas revisões pelos meus flashcards e na resolução de muitas questões. Tento manter o ritmo de estudos, mas sem exagerar; se percebo que estou cansada, paro e descanso.
No dia anterior à prova, praticamente não estudo. No máximo, dou uma olhada em algum resumo ou ponto que acho importante, mas priorizo o descanso e faço coisas que me ajudam a relaxar e a tirar o foco dos estudos. Encaro esse dia como uma forma de recarregar as energias para chegar na prova com a mente leve e concentrada.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame?
Mariana: Para o CRP não houve prova discursiva, mas para o TRT sim. Na época, eu fazia uma redação por semana, geralmente nos simulados. Confesso que eu já tinha um bom domínio do texto dissertativo-argumentativo por conta do período em que fiz cursinho pré-vestibular para entrar na USP, o que me ajudou bastante. Mesmo assim, busquei adaptar o que já sabia para os temas cobrados nos concursos.
Também me mantinha sempre atualizada sobre as principais notícias e debates da atualidade, para ter um bom repertório de argumentos e exemplos. Acho que o principal conselho que eu daria é treinar com frequência e ler boas redações corrigidas para entender o que as bancas valorizam.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Mariana: Um erro que cometi no início foi negligenciar a leitura da lei seca e o estudo da jurisprudência. Eu focava muito na teoria dos PDFs, mas depois percebi que isso fazia diferença real nas questões da prova. Assim que identifiquei essa falha, ajustei meu método e passei a incluir a leitura da lei e das Súmulas na rotina de estudos.
Acredito que meu principal acerto tenha sido justamente essa flexibilidade. Nunca deixei meu cronograma nem meus métodos de estudo engessados. Sempre que percebia novas necessidades ou descobria um jeito mais eficiente de aprender, adaptava a rotina. Acho que essa capacidade de ajustar o rumo foi o que mais contribuiu para a minha evolução ao longo da preparação.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Mariana: Não, nunca cheguei a pensar em desistir. Desde o início eu tinha muita clareza de que não queria depender apenas do mercado de trabalho das Artes Visuais, que é bastante instável. Estudar para concursos passou a representar, para mim, a possibilidade de ter estabilidade, propósito e segurança profissional.
Hoje, inclusive, penso em continuar investindo nos estudos a longo prazo, até considero cursar outra graduação no futuro, e o curso de Direito tem me chamado bastante atenção.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso?
Mariana: Meu conselho é buscar um método de estudos que se adapte a você, e não o contrário. Por exemplo, se você aprende melhor lendo e escrevendo, não faz sentido insistir em videoaulas; se prefere ouvir, aproveite esse formato.
Monte um cronograma que seja possível manter com constância. É melhor estudar duas horas por dia durante um ano do que oito horas por dia por uma semana.
No começo é normal testar e errar até descobrir o que realmente funciona. O importante é respeitar o seu processo e não esperar resultados rápidos ou milagrosos. Se você se esforçar e der o seu máximo, os resultados virão no tempo certo.