Aprovado em 1° lugar no concurso IBAMA para o cargo de Analista Ambiental - Tema 1: Proteção, Licenciamento, Monitoramento e Qualidade Ambiental - AL
Concursos Públicos
“O conselho que daria aos concurseiros iniciantes é que, inicialmente, adquira um bom material de estudos, faça um planejamento de estudos e não pule etapas […]”
Confira a nossa entrevista com Hugo de Santana Maia, aprovado em 1° lugar no concurso IBAMA para o cargo de Analista Ambiental – Tema 1: Proteção, Licenciamento, Monitoramento e Qualidade Ambiental – AL:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Hugo de Santana Maia: Me chamo Hugo de Santana Maia, sou Engenheiro Agrônomo, tenho 37 anos e nasci e fui registrado em Palmares/PE apesar de viver toda a minha vida em Maceió/AL e me considerar alagoano.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Hugo: Os baixos salários e as poucas oportunidades da iniciativa privada me levaram a iniciar os estudos para concurso público no ano de 2011 e, de lá até hoje, foram diversas conquistas e frustrações.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Hugo: Sou casado e tenho um filho de 3 anos e, como não tivemos rede de apoio, eu precisava conciliar as minhas funções de pai, marido e servidor público. Atualmente, eu sou servidor da Prefeitura de Maceió no cargo de Agente de Trânsito a cerca de 13 anos e trabalho por escala de 24 por 72 horas o que me dá uma certa liberdade, porém, após o nascimento do meu filho em 2022 as coisas ficaram bem mais difíceis. Durante as minhas “folgas”, a minha esposa, geralmente, estava de plantão durante todo o dia das 7h às 19h e eu ficava sozinho com o meu filho e tinha que dá um jeito de estudar. Eu precisava acordar às 4h e estudar pelo menos até as 7h que geralmente era a hora que meu filho acordava, após isso só quando ele cochilava que eu poderia estudar mais um pouco. Tive que ter muita perseverança e disciplina, que graças a Deus são características que tenho.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado(a)? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Hugo: A minha carreira como concurseiro é longa e com algumas aprovações e frustrações também. O primeiro concurso que passei foi como recenseador para realizar o censo do IBGE quando tinha 18 anos de idade, 3 anos depois passei novamente para o IBGE, mas dessa vez como supervisor do senso de 2010 quando tinha 21 anos. Ambos os cargos foram temporários o que me levou a continuar meus estudos.
Em 2012, quando tinha 23 anos passei no meu primeiro concurso de caráter efetivo que é o que estou até hoje, o de agente de trânsito da SMTT de Maceió e no mesmo ano fui chamado para a Casal, empresa pública de Alagoas, porém optei por ficar na SMTT.
Após um hiato de 6 anos, eu passei em dois concursos de uma só vez para o Corpo de Bombeiros do estado de Alagoas para os cargos de soldado e oficial, optando pelo de oficial, devido a grande diferença entre os dois em todos os aspectos. Essa fase foi a mais difícil da minha vida, pois foi quando comecei a sentir algumas dores na coluna e descobri que tinha uma hérnia de disco. Mesmo com os problemas, eu passei no TAF e assumi o cargo de Oficial e fui mandado para João Pessoa para realizar o curso de formação de oficial que duraria 3 anos. As dores e a incapacidade de cumprir as etapas do curso que exigiam um excelente condicionamento físico e mental me obrigaram a desistir e duvidar se eu ainda teria condições de fazer algum concurso que exigisse teste físico.
Após esse período, que precisei ser bem forte mentalmente, fiquei quase 2 anos sem estudar e acabei decidindo voltar a estudar para a área ambiental. Iniciei comprando um curso no Estratégia Cursos para Perito Criminal em Agronomia que abarcava assuntos que poderiam ser usados em diversos cursos da área ambiental. Durante 1 ano, eu me dediquei a assistir as aulas e ler os PDFs e montar um caderno de resumos para auxiliar nas revisões.
Em 2022, já tendo concluído os resumos o edital da Polícia Científica de Alagoas foi aberto e com 2 vagas para Perito Criminal em Agronomia. Estudei usando os meus resumos, lei seca, algumas coisas retiradas direto da internet e usando um outro cursinho, para resolver questões (cerca de 150 por dia). Acabei ficando em terceiro lugar e o dobro das vagas, ou seja 4 vagas, foram convocados para o curso de formação que durou 3 meses e onde a nota do curso seria somada à da prova para compor a nota final. Esse curso foi um verdadeiro teste mental já que existia a possibilidade de uma pessoa fora das vagas entrar nas vagas tirando outro candidato com desempenho inferior nas provas durante o curso. Aí veio a segunda frustração, pois ao final do certame continuei em terceiro lugar, fora das vagas e com a mera expectativa de ser chamado o que se mostrava bem difícil de acontecer.
Continuei os meus estudos para área ambiental e fiz o primeiro CNU para o bloco 3 do meio ambiente e fiz algumas adaptações na forma de estudar. Passei a usar o whatsapp como ferramenta de revisão, criei um grupo por matéria e tirava fotos do caderno, print de comentários de questões de um outro cursinho e montava alguns resumos deixando tudo salvo nas conversas do whatsapp. Dessa forma, eu conseguia revisar em qualquer lugar que estivesse como médico, em casa enquanto meu filho se distraía com outras coisas e até no trabalho quando tinha um tempo. Como resultado, fiquei no cadastro de reservas de 3 cargos no CNU: Auditor fiscal federal agropecuário (MAPA – 116 vagas / posição 420), Engenheiro Agrônomo (INCRA – 159 vagas / posição 245) e Engenheiro Agrônomo (Funai – 31 vagas / posição 170).
Em 2025, decidi que seria o último ano em que continuaria os estudos para concursos públicos e fiz mais 3 provas. A primeira foi a do ICMBIO, onde me inscrevi para o cargo de Analista Ambiental para a região nordeste com 18 vagas e fiquei no cadastro de reserva na posição 43. A segunda foi a do IBAMA com apenas uma vaga para o estado em que vivo que é Alagoas para o Cargo de Analista Ambiental – Tema 1. Esse concurso foi o que foquei nesse ano e apesar de ter feito 3 provas o concurso do IBAMA foi o escolhido devido ao fato da vaga ser em Maceió, cidade em que vivo com minha família. O concurso do IBAMA foi especial por vários motivos, o primeiro é que sempre tive o sonho de trabalhar lá, o segundo, é que foi uma das provas mais difíceis que já fiz em toda minha trajetória tanto a objetiva como principalmente a discursiva que trouxe um tema extremamente técnico e específico. E o terceiro é que fiquei em primeiro lugar entre 402 inscritos com uma diferença de mais de 10 pontos para o segundo colocado. A última prova foi a do MPU para o cargo de Analista/Perito em Agronomia, contendo apenas 1 vaga para a sede em Brasília e a prova tendo que ser realizada lá. Decidi fazer e gastei cerca de R$ 2.700,00 entre passagem, hospedagem, alimentação e transporte. O Concurso teve 490 inscritos e fiquei na terceira posição com uma boa expectativa de ser convocado durante a validade do concurso.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Hugo: Sempre tive facilidade em conciliar a minha vida social com os estudos, estudava todos os dias, mas a quantidade de tempo dedicado variava de acordo com meus outros compromissos de forma que nunca tive problemas com a minha esposa nem com familiares e amigos. Conseguia estar nas festas, brincar com o meu filho, dar atenção a minha esposa e mais raramente sair com os amigos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Hugo: A minha família entendia em partes, fui criticado algumas vezes por estudar demais. Já minha esposa, me deu total apoio principalmente nos momentos em que os dois estavam em casa ficando com nosso filho enquanto eu estudava. Com relação aos amigos, devido ao fato de já ter 37 anos, a maioria dos meus amigos não estudavam mais pra concursos e não era um assunto muito bem visto durante as conversas, então, eu tentava não comentar a respeito e acabava sendo uma forma de me desligar um pouco.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Hugo: O último concurso que estudei de forma direcionada, foi o do IBAMA e a maioria das matérias já vinha estudando e revisando a alguns anos de forma que após sair o edital em 2025 foram cerca de 3 meses até a prova, período em que intensifiquei os estudos voltado para o edital. Com relação a disciplina, a minha esposa brinca dizendo que pareço um robô rs, devido ao fato de sempre planejar tudo nos mínimos detalhes e, geralmente, fazer as mesmas coisas o que acabou me ajudando a manter a disciplina durante tanto tempo.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Hugo: Usei inicialmente o material do Estratégia cursos para o cargo de Perito Criminal e Agronomia, construindo um resumo escrito a mão através das videoaulas e PDF. O app de um cursinho concorrente para a resolução de questões e pesquisas feitas na internet. A principal vantagem do material do Estratégia, é que, dificilmente, vai ser cobrado algo que não esteja no material, porém, você necessita de tempo para estudar da forma correta e conseguir realizar boas revisões. Com relação às videoaulas, elas são um boa ferramenta para a primeira aprendizagem, porém, pouco eficazes durante as revisões, devido a grande quantidade de tempo que se deve dedicar. Para revisão, os PDFs são bem mais eficientes.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Hugo: O Estratégia sempre foi um dos cursos mais famosos do ramo de concursos públicos de forma que não me lembro exatamente como conheci.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Hugo: O material do Estratégia é bem completo e muito bem explicado e como foi o primeiro material que adquiri para o estudo propriamente dito, não senti dificuldades que me levassem a adquirir outro material. Porém, a resolução de questões sempre fiz através de um outro aplicativo que já estou acostumado.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Hugo: O meu plano de estudos, era baseado em ciclos, por exemplo, se o concurso tivesse 10 matérias, eu dividia em ciclos de 5 dias tendo 2 matérias por dia. Não estudava por tempo predeterminado e, sim, por assunto digamos que no dia 1 iria estudar Direito ADM e Constitucional antes de iniciar, selecionava um ou dois assuntos de cada matéria e fazia a revisão dos assuntos e resolvia questões após as revisões o número de questões e assuntos variava de acordo com minha disponibilidade no dia e a complexidade dos assuntos. Dessa forma, quando chegava no dia 5, reinicie para o dia 1 isso até uma semana antes da prova. Na semana final, eu focava em revisar as matérias de maior dificuldade e resolver mais questões, como também estudar alguns possíveis temas para a discursiva.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Hugo: Inicialmente, através dos meus cadernos e, posteriormente, através dos grupos criados pelo whatsapp.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Hugo: A resolução de questões tem um importância fundamental, pois resolvendo questões da banca você aprende como ela pensa e forma que cubra os conteúdos. A última vez que olhei as estatísticas, eu tinha resolvido cerca de 17.000 questões em 1 ano.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Hugo: Inicialmente, eu tinha dificuldades em Português e, devido a esse problema, passei a me dedicar mais a essa matéria de forma que virou uma das minhas melhores pontuações nos últimos tempos tendo acertado todas as questões no concurso de Oficial dos Bombeiros. Outra matéria que até hoje tenho dificuldades, é Informática, já que é um mundo de assuntos o que dificulta muito fechar as brechas. A discursiva vinha sendo um divisor de águas pra mim, já que nas objetivas eu conseguia ótimos desempenhos e nas discursivas tinha um desempenho regular, o que não era suficiente para passar. Decidi, então, focar nesse problema assistindo algumas videoaulas e vendo alguns vídeos no Youtube. Como resultado na minha última prova realizada que foi a do MPU para o cargo de Analista Perito em Agronomia, eu tirei nota máxima 40 pontos, o que me levou da posição 5 para a 3.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Hugo: Na semana final, eu focava em revisar as matérias de maior dificuldade e resolver mais questões (de 200 a 300 por dia) como também estudar alguns possíveis temas para a discursiva. No dia antes da prova, não estudava nada, apenas tentava relaxar um pouco.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Hugo: A discursiva do IBAMA foi de causar angústia e medo, pois foi extremamente específica e vi diversos candidatos entregarem a discursiva em branco. Durante a minha trajetória, sempre negligenciei um pouco a discursiva confiando na minha facilidade de escrever, porém, isso me custou algumas aprovações, pois os pontinhos que perdia na discursiva meus concorrentes não perdiam. Demorei para tomar atitude com relação a esse problema e quando resolvi foi o que me fez ser aprovado. Se puder da um conselho, é que estude discursiva como você estuda as outras matérias, construindo textos e pedindo para professores corrigirem. Uma estratégia que uso é fazer a redação antes da objetiva, pois caso não haja tempo, se vc não responder toda a objetiva, ainda estará no concurso, mas se não fizer a discursiva, será eliminado.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Hugo: Os meus principais acertos, acredito que foram a persistência mesmo diante de alguns insucessos e a procura constante pela evolução evitando a sensação de que não estava crescendo. Já os erros, acredito que um deles foi a negligência com a discursiva e não focar em uma determinada área no início dos estudos, pois quando decidi estudar para uma determinada área, eu consegui observar a minha evolução prova a prova.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Hugo: Sim, depois da minha desistência do curso de oficial dos bombeiros passei cerca de 2 anos sem estudar e perdi a confiança tanto no meu físico quanto na capacidade de enfrentar concursos. Mas a minha natureza de estar sempre evoluindo falou mais alto e após um tempo, coloquei a cabeça no lugar resolvi os meus problemas de coluna e, hoje, faço musculação e corrida, sem dor. Depois de resolver os meus problemas físicos, a minha confiança voltou e eu decidi voltar a estudar. Mas, dessa vez, focando na área ambiental sempre motivado a dar uma condição melhor para a minha família. Uma das coisas que mais me motivou e, continua me motivando, foi o nascimento do meu filho, pois quando uma criança nasce, também nasce um pai e o amadurecimento e motivação são intensificados e você passa a enxergar as coisas de forma diferente.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Hugo: O conselho que daria aos concurseiros iniciantes, é que, inicialmente, adquira um bom material de estudos, faça um planejamento de estudos e não pule etapas, estude objetivando aprender sem se colocar tanta pressão, porque o principal é construir uma boa base e ir refinando seus estudos e ganhando experiência. Não existe fórmula mágica para passar em concursos. A vontade de melhorar de vida, a disciplina e a persistência vão ser as suas maiores armas. A cada prova, você melhora um pouco , então: Não tenha pressa, tente não ligar para o que as outras pessoas pensam de você. Construa resumos inteligentes e resolva muitas questões, porque a vitória virá.