Aprovado no Concurso CGE-MA
“Minha maior dificuldade, durante minha caminhada, foi ser reprovado. E, mesmo assim, continuei estudando, acreditando que minha hora chegaria. E acredite, ela chegará! Não importa o nível do concurso que está fazendo. Se seguir os procedimentos, corretamente, seu nome aparecerá. Mesmo que haja demora na lista de aprovados”.
O que motiva você a seguir em frente? Quem estuda para concursos, sabe que o caminho, até uma aprovação, não é fácil: não basta apenas estudar, é preciso ter força de vontade, disciplina e, acima de tudo, perseverança. São inúmeros aqueles que desistem já na primeira reprovação.
No caso do contabilista Sebastião Silva, perseverança sempre foi uma particularidade presente em sua caminhada. E essa por sinal, não foi fácil. Sua motivação para seguir em frente, ia além do que planejava para si; mas, pela necessidade de ajudar a sua família. Acompanhe nossa entrevista com esse vencedor que, com muita sabedoria, soube guinar sua vida e alcançar seu objetivo: tornar-se um servidor público.
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você. Dessa maneira, nosso leitor conhecerá você melhor. Você é formado em que área? Trabalhava e estudava? Ou se dedicava, inteiramente, aos estudos? Em quantos e quais concursos já foi aprovado(a)? Qual o último?
Sebastião Silva (Sales): Em primeiro lugar, quero agradecer ao Estratégia Concurso pelo convite; especialmente, à Nádia Carolina. Muito obrigado! Vamos lá…!
Meu nome é Sebastião da Silva, conhecido entre os amigos como “Sales”. Nasci no Maranhão, na zona rural do município de Caxias. Tenho 28 anos de idade e sou graduado em Ciências Contábeis desde 2010.
Sempre, durante os estudos para concursos, eu trabalhava/estagiava e estudava. Tinha uma vida um tanto difícil. Precisava trabalhar para ajudar a sustentar meus irmãos; uma vez que as condições financeiras, aqui em casa, não andavam muito bem. Desejava muito poder só estudar. Mas, eu não tinha essa opção. Em virtude disso, eu precisava passar em algum certame urgentemente. Não importava em qual área. Era questão mesmo de sobrevivência.
No rol de concursos abaixo, há de tudo. Isso só as aprovações; pois, as reprovações são tantas que nem lembro quantas foram (rsrs). Dessa forma, que eu me lembre, fui aprovado nos concursos/seletivos a seguir:
a) Auxiliar Administrativo da Prefeitura Municipal de Caxias-MA no ano de 2006;
b) Agente de Saúde Prefeitura Municipal de Caxias-MA 2007;
c) Agente Censitário Supervisor – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2007);
d) Escriturário do Banco do Brasil – Escriturário (2007);
e) Técnico do Seguro Social – Instituto Nacional do Seguro Social (2008);
f) Analista com formação em Ciências Contábeis – Tribuna de Justiça do Estado do Maranhão (2010);
g) Auditor-Controlador do Estado do Maranhão – Controladoria-Geral do Estado do Maranhão (2014).
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social, para passar no concurso, o mais rápido possível?
Sales: No princípio dos meus estudos para concursos, pelos idos de 2006, como quase todo principiante, iniciei achando que era fácil. Estudava quando estava com vontade (e como quase nunca estava com vontade…). Na época, ainda cursando o Ensino Médio, tinha preocupações meio desconexas, de fato, com concursos. Pensava no vestibular, no curso superior. Claro, de maneira paralela, pensava: “tenho que passar em um concurso”. Essa necessidade de ser aprovado em algum certame/seletivo era, como já dito acima, uma motivação por motivo mesmo de sobrevivência: Comer, beber e vestir.
Nesse sentido, no início, possuía uma necessidade inadiável de passar em algum certame. Entretanto, minha postura era, “desconexa” com o propósito visado. Por isso, começaram a aparecer as primeiras reprovações.
Fazia o concurso; mas, meu nome não aparecia na lista de aprovados/classificados. Tentava justiçar como muitos ainda hoje fazem (triste!): “concurso é maracutaia”.
Com o passar do tempo, no entanto, comecei a deixar de culpar a “maracutaia” (se alguém não conhece esse termo, significa, nesse contexto, “enrolada”, “peixada”, etc) e tentar descobrir o que estava acontecendo. Queria, loucamente, descobrir por que meu nome não aparecia, se eu “estudava tanto”.
Foi, a partir daí, que “criei vergonha” e comecei a observar a enorme enrolação que eu fazia durante meus estudos. Percebi que eu perdia tempo a todo o momento. Era preciso mudar. Era necessário deixar de lado as coisas inúteis. Eu tive de aceitar que o concurso era a “única saída” (e no meu caso era, acredite!).
Descobri, portanto, que era preciso ter um pouco de radicalismo. Contudo, anteriormente à percepção do acima descrito, mesmo não tendo muito empenho nos estudos, consegui, ainda, uma aprovação em 2006. Recordo dessa primeira aprovação, que eram 90 vagas para auxiliar administrativo da Prefeitura Municipal aqui de Caxias-MA. Fiquei em 47º. Ganhei confiança. Apesar disso, não estava satisfeito, pois sabia que algo precisava ser melhorado. Eu sabia que precisava ser mais disciplinado. A partir de 2007, portanto, comecei a ser radical. Dessa forma, comecei a passar nos concursos. Como eu não era graduado ainda, óbvio, só buscava concursos de nível médio.
O concurso, para o qual eu mais estudei, foi o de Técnico do Seguro Social (INSS/2008). Estudei, durante a preparação, em alguns dias, cerca de 14 horas líquidas! Abdiquei de tudo. Eu estava muito motivado. Precisava muito, mas muito mesmo, passar naquele cargo de Técnico do INSS. Era meu sonho.
Lembro-me que deixei de jogar futebol (uma das coisas de que mais gosto nessa vida!). Nesse período, sempre que ia a algum lugar, como, por exemplo, ao médico, ao banco, eu levava meus mapas mentais na bolsa. Onde houvesse oportunidade, eu os tirava da mochila e, ali mesmo, começava a revisão. Passei a ser um cão farejador de oportunidades de estudo.
Como eu ia para a Faculdade a pé e a caminhada era cerca de 30 minutos, utilizava esse tempo para “palestrar” (rsrs…é sério!). Ia fazendo “uma palestra” sobre benefícios previdenciários. Nossa! Até imagino a expressão de quem me viu fazendo tal coisa. 18 horas e um maluco caminhando nas calçadas falando sozinho…!
Na faculdade, quando um professor faltava, sempre que tínhamos um horário vago, eu ia esconder-me, na biblioteca, e estudar para o concurso.
Inventei até música com artigos do Regulamento da Previdência Social (não me peçam para cantar, por favor!). Tudo na tentativa de cercar toda a matéria. Então, consegui alcançar meu objetivo.
Eu estava mesmo muito motivado! Claro, não deu outra: passei em 2º lugar (eram três vagas para a Agência a qual concorri) e o melhor, passei para a minha cidade!
Assim, considero-me concurseiro profissional, de fato, a partir da preparação para o INSS; ou seja, a partir de 2008. As aprovações, anteriores a essa data, foram em concursos relativamente simples. Para esses certames estudei, de maneira bem antiquada e ineficiente, quando o concurso possuía, por exemplo, 15 disciplinas.
No concurso do INSS, descobri que existiam sites voltados para certames. Vejam só como eu era desorientado (rsrs). Descobri cursos em PDF. e editoras especializadas. Nossa! Foi uma transformação incrível, tudo graças a um depoimento de um concurseiro, como este aqui (e essa é a importância de ler os depoimentos! rsrs)!
Estudando para o INSS, descobri que eu tinha um longo caminho a trilhar, até ter o conhecimento suficiente para passar em um concurso top.
Eu sempre vi o concurso de nível médio como uma espécie de degrau ou ponte para um concurso top. Isso pelo fato de precisar de dinheiro para investir em materiais (o investimento, diga-se de passagem, é alto!).
Outro fato, que marcou muito a minha trajetória, foi ter conhecido o livro do Alex Viégas o qual ensinava várias técnicas. Mas, principalmente, a de fazer as fichas, os mapas mentais.
Para se ter uma ideia de como eu levei a sério a técnica ensinada no livro, fiz, durante a preparação para o INSS, cerca de 1.800 fichas só de Direito Previdenciário! (Quando o aluno está motivado, faz coisas que depois ele mesmo se impressiona). O resultado foi um aprendizado incrível nessa disciplina.
Já em relação ao estudo para o Auditor da CGE-MA, a minha postura não mudou muito (o que é bom deve ser mantido e aperfeiçoado). Minha rotina era trabalhar e estudar, durante todo o período, da publicação do edital até o dia da prova.
A minha rotina, em resumo, era a seguinte: acordava às 6 horas da manhã em ponto. Ligava o computador e colocava leis em MP3 para ficar ouvindo, enquanto tomava banho e arrumava para ir ao trabalho.
No trajeto casa-trabalho, ouvia com o fone de ouvido mais leis em MP3.
Ficava, no INSS, trabalhando e atendendo os segurados até as 13 horas.
Saía, às 13 horas, e aproveitava o trajeto trabalho-casa, para ouvir mais leis em MP3. Chegava em casa às 13h45 e, religiosamente, às 14h45, já estava, à mesa de estudo, focado na CGE-MA.
Estudava 2 horas de cada disciplina, utilizando-me do ciclo de estudos, fazendo intervalos de 5 a 10 minutos. Nesses intervalos, bebia um cafezinho ou fazia algumas flexões e tomava um banho para refrescar!
Ficava estudando até a meia noite. Ia dormir meia noite e meia aproximadamente. Isso vigorou de domingo a domingo!
Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação? Ou decidiu manter o foco, apenas naquele concurso que era o seu sonho? Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é, realmente, seu objetivo maior?
Sales: Depois que fui aprovado no INSS, em 2008, decidi que terminaria minha graduação. E, logo em seguida, iniciaria uma preparação para Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB). Como terminei a graduação em 2010, durante aproximadamente 2 anos, fiquei “parado” (2009 E 2010).
Assim, em 2010, ao invés de iniciar a preparação para AFRFB, fui tentado a estudar para Analista com formação em Ciências Contábeis do TJMA.
No geral, a tentação não foi ruim; pois, fui aprovado. Mas, nunca me nomearam; porque era na tal sistemática “cadastro reserva” (a fila que, às vezes, não anda).
Pronto! A partir de 2011, mais ou menos, eu me planejei e comecei a estudar para AFRFB. Como quase todo mundo, quando volta a ser estudante tem que se acostumar, acabei estudando muito pouco. E subestimei algumas matérias; por isso, fui eliminado na primeira fase do concurso. Reprovado em Legislação Aduaneira. Fiquei, obviamente, chateado. Decidi que não estudaria mais, especificamente, para AFRFB; mas, estudaria para a ÁREA FISCAL.
Assim, conferi o gabarito definitivo da ESAF. E vi que, infelizmente, eu não tinha qualquer chance. Por esse motivo, baixei vários editais de fiscos estaduais, para ver quais matérias sempre se repetiam. Montei o planejamento. E, ainda em 2012, iniciei a jornada rumo não mais a um concurso específico; mas, a uma área de concurso: o setor fiscal.
Fiquei estudando por, aproximadamente, um ano e meio. Consegui terminar várias matérias. E, então, apareceu a CGE-MA como uma excelente oportunidade. Pois, na minha cidade, as atribuições do cargo eram boas e a remuneração ótima. Não hesitei. Inscrevi-me e foquei nessa área.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante esse tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos, mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?
Sales: Quando eu trabalhava 8 horas por dia, tinha, como meta de estudos, 4 horas líquidas de segunda a sexta. No sábado, estudava 8 horas e, no domingo, 4 horas. Assim, semanalmente, conseguia algo em torno de 30 horas.
Como houve negociações no INSS, algumas Agências da Autarquia tiveram turno estendido com carga horária de 6 horas. Ficou melhor. Mudei as metas. A partir daquele momento, estudava 6 horas de segunda a sexta. No sábado, 10 horas e, no domingo, 4 horas.
Por que só 4 horas no domingo? Ora, ora, eu jogava bola à tarde, meu filho! Concurseiro também é gente! Rsrs
Para manter a disciplina, eu sempre buscava cercar-me de pensamentos bons. Buscava motivar-me. Pensava em como minha vida mudou, ao ser aprovado no INSS, e como ela ia mudar muito mais, caso eu passasse para um cargo de auditor.
Deixei de estudar só quando estava a fim. Mesmo quando desanimado (não tem jeito, todo concurseiro passa por desânimo), eu me sentava à mesa de estudos e estudava. Fazia isso, porque sou birrento. Não podia satisfazer as vontades da preguiça, do ócio! Eu sabia que tudo o que eu estava fazendo, geraria frutos. Buscava visualizar-me como auditor. Buscava vislumbrar as coisas boas que a aprovação propiciaria a mim.
Levando em consideração o momento que comecei estudar para a AFRFB, já estudo para concursos da área fiscal há 3 anos.
Claro, durante esses anos, muitos eventos ocorreram. E, diversas vezes, eles atrapalharam, um pouco, a trajetória. Mas, felizmente, não foram capazes de fazer com que eu parasse de me preparar.
Uma coisa boa que eu descobri, foi baixar vídeos motivacionais no youtube.com. Sempre que estava sentindo vontade de desistir, assistia a um vídeo motivacional! Voltava com tudo para os estudos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Sales: Como resido em uma cidade, relativamente pequena, não temos cursos preparatórios presenciais para concursos do nível para o qual vinha preparando-me (auditor, controlador, fiscal etc). Assim, nunca assisti a uma aula presencial, voltada para concursos, na minha vida.
Recentemente (2013), abriu-se, aqui na cidade, um curso telepresencial. Encontrei um obstáculo: não se formou turma. Não tínhamos, na cidade, interessados nessa área de concursos. De novo, posso dizer: nunca assisti a uma aula telepresencial na minha vida!
A minha base forte mesmo foram livros, cursos em PDF e videoaulas. Fiz uma combinação dos três que deu certo.
Como a minha preparação não visava a um certame específico. Mas, era focada em uma área de concurso. Eu tinha a paciência de estudar cursos regulares.
As videoaulas foram quase todas de um parceiro do Estratégia Concursos: o Eu Vou Passar (EVP, meu querido EVP!). Baixava as aulas de determinada disciplina. Comprava o livro da referida matéria ou um curso regular em PDF no Estratégia. Ia fazendo como se as videoaulas fossem um curso presencial. Assistia à abordagem de um assunto. Pegava o livro e lia o tema. Resumia-o. Fazia mapas mentais. Para aprimorá-los, buscava um curso com questões em PDF. Fazia os três em paralelo (videoaulas + material teórico escrito + questões por assunto). É algo muito bom. Nós aprendemos muito. Muito mesmo! Pelo menos, eu aprendo de forma exponencial.
Sinceramente, para quem estuda, sem a pressão do edital, não há desvantagem ao utilizar-se das videoaulas, do livro e do PDF, combinados por assunto.
Entretanto, para quem está com a pressão do edital, nesse caso, a recomendação será o curso em PDF por ser direto e focado. O livro é muito extenso, quase sempre. As videoaulas também são muito completas, de forma a abordarem toda a matéria. E o aluno, em regra, precisa apenas de parte dela para determinado edital.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria?
Sales: Realmente, cobrir um edital inteiro de um concurso da área fiscal, é algo, extremamente, complexo. É muito conteúdo. Muita coisa!
Durante meus estudos, adotei diversas formas, sempre procurando a melhor maneira dentre elas.
A primeira forma eficaz, em minha opinião, foi estudar as matérias em paralelo. Fiz aquele famoso ciclo já conhecido da galera e, lá, pus as principais disciplinas (cerca de 08 matérias). Estudava 2 horas de cada uma.
Fazia resumos de tudo. Os meus resumos são bem organizados, coloridos, com numeração ordenada. Ao final do estudo de uma disciplina, quase sempre, tenho um resumo de 80 a 100 páginas. Encaderno o resumo. Pronto! Reviso toda a matéria por ele. É muito bom! Se o concurseiro fizer o resumo com calma, paciência e, principalmente, honestidade, terá em mãos um poderoso instrumento que facilitará a vida dele.
Com o resumo, nós conseguimos revisar uma matéria gigante como Contabilidade Geral e Avançada em 100 páginas. Sim, em 100 páginas à mão!
Como auxílio, na memorização, utilizava os cursos com exercícios no formato PDF. Depois de terminadas as lições completamente, elas viravam um excelente resumo. Eu fazia apenas as questões, no final, sem ler os comentários. Só lia as anotações que errava ou que deixava em branco por dúvida em alguma alternativa.
Outro resumo, que utilizo, é a própria letra da lei. Em algumas matérias, ela serve como um ótimo resumo.
Depois de estudado todo o livro, ele era utilizado somente, por mim, para consultas, ou para reforçar um ponto da matéria, por exemplo. Não o lia novamente. Acho inútil isso. Em virtude do objetivo desse estudo e do pouco tempo que, em regra, nós temos. É possível que um capítulo ou outro seja necessário relê-lo. Mas, estudar o livro todo é complicado. Principalmente, para quem trabalha o dia todo (boa parte dos concurseiros) e não dispõe de tanto tempo assim.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar essas dificuldades?
Sales: Esse é um ponto realmente delicado. O concurseiro, principalmente da área fiscal, será testado em alto grau de dificuldade em várias matérias. Às vezes, totalmente distintas (exemplo, matemática financeira e espanhol; porém, têm muitos pontos em comum? heheeh). Entretanto, cada um tem suas dificuldades. Por mais incrível que possa parecer, as disciplinas que tive grande dificuldade foram, justamente, Contabilidade (sou graduado nisso!) e Língua Portuguesa.
O jeito que encontrei para superar as dificuldades, foi decidir, com humildade, começar do início. Comecei um curso completo de Contabilidade. Iniciei o estudo do livro como quem nunca viu a matéria. Demorou; mas, valeu à pena. Nessa prova de Auditor da CGE-MA, simplesmente, gabaritei Contabilidade! Em Contabilidade, um fator decisivo foi participar de cursos em PDFs de questões comentadas. Isso, ajudou-me demais. (Agradeço a ajuda ao Gabriel Rabelo e ao Luciano Rosa!).
Com a língua portuguesa, é preciso muita calma. É uma matéria muito grande, em minha opinião. Estudei por livro, videoaulas e cursos em PDF (sempre em paralelo e por assunto).
Na CGE-MA, Português tinha um peso imenso. Eram 25 questões de peso 2. Eram muitos pontos em jogo. Não havia uma maneira de estudar um livro de Português todo. Eu não tinha como assistir a um curso de Português em videoaulas também. Recorri ao curso do Professor Fabiano Sales do Estratégia Concursos. Foi excelente! Nem estudei todas as aulas por falta de tempo. Mas, foram suficientes para acertar mais de 85% da prova de Português.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos nesse período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na releitura, em resumos, em exercícios, etc ?
Sales: Quando o edital sai, nós ficamos loucos. Eu, particularmente, sinto-me um tanto agoniado. É preciso de muita calma nessa hora. No caso desse concurso de Auditor-Controlador, resolvi, como o tempo era um tanto exíguo para o quantitativo de matérias novas, apostar mais nas matérias com maior peso e em dificuldades em geral.
Apostei nas matérias que, em geral, é o “calo” de muitos candidatos. Decidi que gabaritaria algumas matérias nesse concurso.
Para gabaritar matérias, não basta saber o assunto. É importante que todo concurseiro saiba disso, que o essencial é treinar. Fazer questões da banca. No caso do Auditor da CGE-MA, encontrei um site bem legal de questões comentadas (inclusive vários dos professores que comentam as questões, lá, são do Estratégia Concursos). Refiro-me ao Tecconcursos. Nessa home page, pude fazer, várias vezes, todas as questões de certas matérias do edital da banca do concurso, a FGV.
Resultado: Gabaritei as matérias-problema de muitos candidatos: raciocínio lógico, contabilidade (aqui, incluindo a de custos, a análise das demonstrações contábeis, a avançada, a pública).
Outra matéria de grande peso e que foi também gabaritada, foi a de Auditoria Governamental. Nesse particular, devo agradecer, imensamente, aos professores Claudenir Brito e ao Rodrigo Fontenelle. Eles promoveram um curso excelente e bem objetivo. Eu nunca tinha visto essa matéria e estava um pouco inseguro. Mas, não deu outra, eu gabaritei essa disciplina também….eheheeh
Estratégia: Na semana da prova, por um lado, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando, intensamente, dia e noite). Por outro, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova, com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Sales: Na semana anterior à prova, até sexta-feira, eu estudo tudo. Com toda a garra. Penso, para me motivar, que são os últimos dias (e, de fato, não estou errado, né?!). Entretanto, há uma coisa que costumo fazer, que parece sempre dar certo. No dia anterior à prova (geralmente no sábado), não estudo quase nada. Eu durmo cedo e acordo o mais tarde possível (óbvio, se a prova for à tarde!). Às vezes, leio um resumo.
Chego à prova com a mente bem relaxada. O corpo bem descansado. Preparado para ficar sentado, ali, 4 horas ou mais, sem ter necessidade de ficar contorcendo-me, remexendo-me, passear um pouco fora da sala, ou cochilando (tem concurseiro, eu já o vi, que cochila fazendo uma prova; Um dia desses, um candidato disse que é porque, na noite anterior, quase não dormiu; pois, ficou estudando!).
Dessa forma, eu aconselho ficar, pelo menos, 24 horas sem estudar pesado antes da prova. Vale dizer, tirar um dia de descanso antes da prova. Dormir bem, na noite anterior ao teste. Acordar bem relaxado e sem se preocupar com os assuntos que não viu. Calma…vai cair na prova só o que você viu! Acho que temos que pensar sempre positivo!
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Sales: Durante minha preparação, cometi muitos erros. Muitos mesmo! Vou escrever, aqui, aqueles que reputo os piores:
1) No início do estudo, tentei aprender mais rápido para ganhar tempo. Essa minha pressa só me levou a, em vários momentos, ter que voltar para o início do livro/curso em PDF/videoaulas, por não estar entendendo nada;
2) Deixar de resumir matérias. Li em algum lugar que determinado concurseiro para ganhar tempo, apenas pintava/grifava de marca texto os parágrafos do livro. E lia aqueles parágrafos pintados como resumo. A ideia era agilizar o tempo, aproveitar melhor. De fato, a ideia era sedutora e embarquei nessa. Com o tempo, percebi que não servia, para mim, tal técnica. Eu não rendia com esse tipo de sistemática;
3) Fazer o curso de videoaulas, de maneira completa, para só depois, ler o livro. E, em seguida, comprar um curso de questões e começar a estudar. Isso levava muito tempo e o rendimento era péssimo. Ficava muito monótono. Passava mais de um mês, só assistindo às videoaulas. Depois, mais um tempo, só lendo o livro da disciplina. Depois, durante algumas semanas, só fazendo questões da matéria. Mudei de estratégia. Adotei a estratégia de estudar “por assunto” dentro da matéria. Por exemplo, em Contabilidade Geral eu assistia às videoaulas relativas a determinado assunto, digamos, investimentos. Terminadas as videoaulas referentes ao assunto, localizava, no livro, o mesmo tema. Lia com calma, sem pressa. Na sequência, fazia as questões do curso em PDF daquele assunto. Pronto! Fixava a matéria de maneira espetacular. Somente depois dessa sequência, é que passava adiante para o próximo assunto, obedecendo, em regra, a ordem do livro-texto. Aponto essa tática como a melhor de todas; ou seja, o “estudo em paralelo, por assunto”;
E com relação aos acertos, o principal mesmo foi a fé. Eu sempre acreditei que, um dia, iria dar certo. Óbvio que passei por momentos nos quais essa certeza queria fugir de mim. Contudo, logo, recuperava o ânimo e continuava a jornada, a peleja. Outros acertos relevantes, durante a preparação, foram:
1) Buscar sempre questionar a minha forma de estudar. Sempre questionando os métodos utilizados para absorver e reter informações;
2) Ler outros depoimentos ajudou demais a conhecer melhores materiais, melhores sites;
3) Participar de fóruns de concursos, como, por exemplo, o Fórum dos Concurseiros, o PCI concursos e outros. Sempre que eu entrava em um fórum voltava animado para os estudos. É bom ver pessoas que buscam o mesmo objetivo que buscamos. Nasce em nós o sentimento de rivalidade (sadio, óbvio!).
4) Decidir não estudar as matérias para certo concurso. Mas decidir aprender as matérias para a vida. Quando comecei a estudar Contabilidade com o intuito de aprender mesmo, nossa! Foi inacreditável o quanto eu evoluí. O mesmo fiz com todas as demais. Óbvio que isso tem que ser feito com sabedoria. Pois, é fato que as matérias são imensas. Por isso, o concurseiro não pode abarcar todas as matérias, a ponto de “dar aulas”. Não. Na minha opinião, devemos escolher umas quatro disciplinas nas quais seremos “o cara”;
5) Não dar ouvidos a certos comentários sobre a possibilidade de aprovação. Muitas pessoas criticam-nos quando demoramos para passar no concurso. Peguei certa pressão nesse sentido. Mas resisti e não desisti das metas, seguindo em frente;
6) Ter em mente meus princípios e motivos pelos quais estudava, manteve-me firme e forte.
Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?
Sales: Sem dúvida alguma, o maior erro, em minha opinião, é começar de qualquer jeito. Parece que hoje em dia, qualquer concurseiro que esteja, de fato, disposto a pagar o preço da aprovação deve, antes de iniciar os estudos, buscar aprender a aprender. Tem que, primeiro, conhecer o mundo dos concursos e suas “diversões”.
Os concurseiros veteranos têm muito a ensinar. Penso que a primeira coisa que alguém, que deseja ser aprovado em um concurso, deve fazer é ler o livrão do William Douglas (WD), “Como passar em provas e concursos – tudo que você sempre quis saber e nunca teve a quem perguntar”. Acho que se deve começar por aí.
Suponho que se eu tivesse começado lendo o livro do WD, minhas reprovações tinham sido menores e minhas aprovações teriam vindo mais rapidamente. Eu cometi esse erro. Comecei do meu jeito. Graças a Deus, tive a oportunidade de conhecer o livro citado e também outros relativos a este assunto; como, por exemplo, o do Alexandre Meirelles.
Em resumo: primeiro, aprenda a estudar para concursos; depois, comece, de fato, a estudar.
Outro erro, que vislumbro (e que também já cometi), é achar que se vai passar logo, logo. Óbvio que quanto mais rápido passar, melhor; mas, isso de passar, de primeira, pode criar frustrações, desespero, etc. É preciso que o concurseiro entenda que não é fácil (mas, é possível!) e que pode demorar um pouco mais do que ele esperava inicialmente. Lembro-me de uma palestra na qual o William Douglas disse: “… ou você sabe as matérias e passará em todos ou quase todos os concursos que fizer; ou não sabe as matérias e não passará em nenhum”. Acho que é por aí mesmo. O concurseiro precisa amadurecer, pegar a “malícia” da coisa.
Uma vez por outra, nós vemos pessoas que furam a fila; ou seja, estudam pouco tempo e já passam em excelentes concursos. Mas, essas pessoas são exceções. Não podemos, ao que tudo indica, usá-las como paradigmas. Porque a maioria vai demorar um pouco mais (e isso não é porque a pessoa é burra. Mas, ocorrerá isso em virtude de a carga de informações ser muito grande e levar certo tempo para ser absorvida. Além do fato de que cada pessoa tem uma vida, um conhecimento prévio, etc).
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação?
Sales: Ser reprovado e, mesmo assim, continuar estudando e acreditando que minha hora iria chegar.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para um concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Sales: O meu conselho inicial é que, antes de iniciar os estudos, decida se, de fato, é isso mesmo que você quer. Pesquise sobre o concurso que você almeja para verificar “o tamanho do desafio”.
Decidido isso, então, é hora de iniciar a leitura de um livro que ensine a estudar com eficiência e eficácia. Pode ser até um depoimento. Todos os depoimentos que li, até hoje, trouxeram-me alguma contribuição.
Como falei acima, eu indicaria, sem sombra de dúvidas, o livro do William Douglas: “Como passar em provas e concursos – tudo que você sempre quis saber e nunca teve a quem perguntar”. Acho a leitura dele indispensável, dependendo do nível do certame. Há outros livros com essa abordagem. Em suma, é preciso antes de prestar um concurso, preparar-se e, acima de tudo, aprender como se estuda.
Planeje-se e inicie a luta!
A mensagem final é ter fé e acreditar que sua hora vai chegar! Não importa o nível do concurso que está fazendo. Se seguir os procedimentos, corretamente, seu nome aparecerá. Mesmo que haja demora na lista de aprovados.
Sucesso, pessoal!
Assessoria de Comunicação