Aprovado em 4° lugar no concurso SPtrans para Advogado Pleno
Concursos Públicos
“[…] As oscilações são normais e o cansaço também, mas a recompensa aguarda o seu tempo. Não se desesperem, todo dia de esforço valerá no futuro”
Confira nossa entrevista com Guilherme Sivieri Pompeu de Sousa Brasil, aprovado em 4° lugar no concurso SPtrans para Advogado Pleno:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Guilherme Sivieri Pompeu de Sousa Brasil: Meu nome é Guilherme, tenho 26 anos e sou natural de São Paulo. Me formei em Direito pela USP e logo depois comecei a estudar para concursos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Guilherme: Eu acabei minha graduação em meio à pandemia e admito que foi um período bastante complicado para me situar no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, alguns colegas chegaram a me falar que eu teria perfil de procurador, mesmo não sabendo ao certo quais eram as funções das carreiras jurídicas públicas à época.
Com isso, cerca de um ano após o término da faculdade comecei a advogar de forma autônoma e iniciei os estudos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Guilherme: Sim, sempre conciliei trabalho com estudo e nunca foi fácil. Por advogar autonomamente, eu abri mão de um trabalho de alto rendimento pela flexibilidade de horários e por um volume mais razoável às minhas exigências.
Com isso, passei a trabalhar de manhã, quando havia demanda, e estudar à tarde e início da noite.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Guilherme: Logo no início da minha trajetória consegui ser aprovado na Residência Jurídica da PGM-SP, cargo que desempenho até hoje. Sou muitíssimo grato a todos que conheci por lá, foi uma bela oportunidade para conhecer o serviço público e a advocacia pública de dentro, além de ter intenso contato com temas relevantes para o direito contemporâneo.
Infelizmente apenas consegui passar muito perto de procuradorias maiores, sem êxito em nenhuma ao longo de 2023.
Também fui aprovado na PG-USP, procuradoria universitária, mas fora do número de vagas, apesar de ter esperança de ser chamado um dia.
Por fim, consegui aprovação na SPTrans, em 4º lugar.
Pretendo voltar a estudar, possivelmente daqui uns 4 anos. Meu maior objetivo hoje é me adaptar ao novo cargo e suas exigências, estabilizar minha vida e buscar uma pós-graduação.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Guilherme: Tentei ao máximo manter minha vida social em um patamar saudável. É claro que o sacrifício é enorme em tempo e dedicação, mas basta se organizar para não deixar de aproveitar a família e os amigos. Este apoio é fundamental.
Eu nunca deixei de ver meus entes queridos, apenas reservava os finais de semana para tanto, sobretudo sexta à noite e aos domingos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Guilherme: Meu círculo social foi muito importante na minha trajetória de maneira geral. Meus pais sempre me apoiaram incondicionalmente, seja com incentivos, compreensão e até me levando aos portões de prova.
Minha namorada, por uma feliz coincidência, também se dedica muito aos estudos para a residência médica. Então sempre nos entendemos e nos respeitamos nesse sentido.
Por fim, possuo amigos que também estudam para concursos jurídicos e sempre nos apoiamos com materiais, incentivos e compartilhando nossos esforços.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Guilherme: Em verdade eu não estudei especificamente para o último concurso. Estava dedicado à PGE-SP e acabei fazendo para treinar, no começo do ano. Felizmente deu certo!
Obviamente eu já vinha de 2 anos de estudo e, quando precisava de um ciclo mais focado, geralmente separava uns 3 meses específicos para um edital.
A manutenção do foco é muito complicada e difícil, sobretudo com o nível de informação e alcançabilidade que temos hoje. Parece que nunca conseguimos nos desligar do nosso entorno.
Acredito que o que mais me ajudou no foco sempre foi a disciplina e a organização. Estipular metas diárias e semanais foi um método interessante e me ajudou a continuar.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Guilherme: Eu sempre me preparei, basicamente, pelos PDF’s. Lá extraia a teoria, os conceitos e a lógica da matéria. Também sempre gostei das videoaulas, sobretudo no final do dia de estudo, quando já estava mais cansado. Era uma forma de descansar a cabeça e explorar uma interpretação diferente do mesmo conteúdo.
Por fim, sempre tentei complementar com as questões de provas passadas.
Acredito que o material escrito flua com maior facilidade, apesar de às vezes ser grande demais. As aulas em vídeo são interessantes, mas precisam ser vistas com aceleração e as questões são uma maneira ótima de revisar, mas não de iniciar um conteúdo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Guilherme: O Estratégia entrou na minha vida na época dos estudos para o exame da OAB. Eu não tinha nenhum material disponível e procurei na internet o conteúdo do edital.
Encontrei videoaulas com as matérias mais importantes e passei a consumir diretamente no Youtube.
Anos depois, quando decidi estudar para concursos, foi um caminho bem natural e facilitado pelo primeiro contato.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Guilherme: Sem dúvidas que um estudo direcionado com técnica e metodologia é fundamental para o aprendizado e o acúmulo de conhecimento necessário para os certames. Eu nem me imagino estudando por conta própria, particularmente gosto da organização que o curso entrega e do material também.
Acredito que o material do Estratégia seja bem completo, além da constante atualização de jurisprudência e de questões comentadas.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Guilherme: Fiz um plano de estudos progressivo, com um início mais básico, abrangendo alguns dias por semana. Nos primeiros seis meses usei para tomar conhecimento do material, da plataforma e do conteúdo que seria mais relevante para a minha preparação.
Posteriormente ingressei em um nível mais competitivo de estudos, abrangendo quase todos os dias da semana, dedicando entre 6 e 8 horas diárias. Além das leituras, isso incluía exercícios e atualização de jurisprudência.
Sempre gostei de dividir os dias em maiores, com 3 matérias, e menores, com 2 matérias apenas.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Guilherme: Sempre gostei de revisar por meio de questões e provas antigas. Nunca fui muito fã de grifar ou resumir material, até porque os PDF’s possuíam esse tipo de recurso. Por exemplo, em preparação pós-edital, eu já selecionava o material resumido de uma vez.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Guilherme: Eu acredito que total. Apesar do denso conteúdo cobrado, os certames se resumem à realização de questões. Além disso, é impressionante como as bancas se repetem.
Com isso, estar afiado em questões, métodos de resposta e perfil da banca é fundamental.
Quando em preparação mais intensa, chegava a fazer cerca de 100 questões por semana, na forma de simulado.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Guilherme: Dentre as disciplinas mais relevantes para o cargo, tive dificuldade com Direito Administrativo no início dos meus estudos. Consegui superar com intensas horas de estudo e pegando o material desde o básico, a despeito de ter visto quase tudo na graduação. Isso é um dado interessante, pois de fato a preparação para concursos difere bastante no método de estudo.
Posteriormente tive os mesmos problemas com Ambiental e Previdenciário, que felizmente não eram tão cobrados.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Guilherme: A semana final para um concurso é marcada por muito nervosismo e o ideal é não se precipitar. Tentar manter a calma e o roteiro já planejado anteriormente. Eu sempre tentei manter um estudo regular e mais leve, com foco nas questões e na lei seca.
Na véspera, por sua vez, gosto de fazer tudo com muita calma e tranquilidade. Costumava ver a revisão em casa mesmo para não perder minhas refeições nem tempo com trânsito e, por fim, dormia cedo e tentava me desligar do telefone.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Guilherme: Sim, geralmente as discursivas são em forma de parecer ou peça processual. A preparação é um pouco diferente mesmo, pois envolve a densificação do conteúdo já aprendido com uma série de técnicas de redação e de estruturação, além da atenção com a letra utilizada.
A melhor forma de fazê-la é praticando ponto por ponto em um caderno ou folha específica, absorvendo as peças elaboradas pela própria carreira e pedindo correções individuais. Trata-se de um grande treino.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Guilherme: Acredito que o principal erro da minha trajetória foi não ter feito tantas provas quanto eu poderia, sobretudo quando estava começando a ficar competitivo. Também relutei em estudar lei seca.
Quanto aos acertos, acho que consegui me dedicar com seriedade e constância ao longo de 2 anos ininterruptos, sem perder a cabeça e construindo um conhecimento sólido.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Guilherme: Inúmeras vezes. O esforço sempre foi doloroso e muitas vezes pensei que não iria conseguir nada com isso. No entanto, conseguia me escorar nos meus entes queridos, contava com apoio deles, descansava a cabeça um pouco e voltava para a estrada.
Acho que me convenci de que a única saída seria para frente.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Guilherme: Eu aconselharia a esta pessoa ter calma. O conhecimento necessário para um concurso se constrói com tempo e muita dedicação. Os resultados virão vagarosamente e, quando a pessoa menos espera, se vê competitiva e hábil a disputar as vagas sonhadas. As oscilações são normais e o cansaço também, mas a recompensa aguarda o seu tempo. Não se desesperem, todo dia de esforço valerá no futuro.