Aprovada em 5° lugar no concurso TC-DF para o cargo de Analista Administrativo Controle Externo
Concursos Públicos
“Aconselho persistir. Uma hora sua carga de estudo atinge um nível tal que mesmo o conteúdo que você não estudou ou não se aprofundou, você acerta […]”
Confira nossa entrevista com Déborah Araújo do Nascimento, aprovada em 5° lugar no concurso TC-DF para o cargo de Analista Administrativo Controle Externo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Déborah Araújo do Nascimento: Meu nome é Déborah, sou formada em Engenharia Química pela Universidade de Brasília e tenho Pós-graduação em Orçamento e Planejamento Público. Tenho 30 anos, sou casada e mãe de uma criança de 2 anos. Sou natural de Brasília-DF.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Déborah: Quando me formei em 2016, vi que o mercado de trabalho para engenheiros tanto na minha cidade, quanto no restante do país não era muito promissor. A ideia de ter estabilidade e um bom salário me atraiu de imediato, pois meus pais eram servidores públicos e me incentivaram nesse caminho. Fui tomando gosto pelos estudos. Assim, logo no ano seguinte (2017), surgiram oportunidades que eu pude aproveitar com o pouco tempo de estudo para concurso. No início planejei ser aprovada em um concurso de nível médio ou algo relacionado a minha área, considerando que seria mais fácil ser aprovada.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Déborah: Até o primeiro concurso em que fui aprovada e nomeada, eu “apenas” estudava. No entanto, após ser nomeada no Tribunal, passei a conciliar estudo e trabalho. Considero que “apenas” estudar é muito mais difícil que estudar e trabalhar.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Déborah: Em 2017 eu prestei concurso para o CBM-DF, cujas matérias eram totalmente condizentes com a minha formação e o que eu havia estudado até então. Apesar do bom desempenho na prova objetiva e discursiva, tive uma grande decepção ao ser reprovada no Teste de Aptidão Física – TAF. Apesar da frustração enorme, não desisti e me aventurei nos “concursos maiores”. Tive o privilégio de ainda em 2017 obter êxito em 2 provas – Tribunal Superior do Trabalho – TST e Tribunal Regional Federal da 5ª Região – TRF5. Este último fui aprovada em 4º lugar na Seção da Paraíba. Porém a escassez orçamentária afetou as nomeações e apesar da boa colocação só fui nomeada no final de 2019. No ano de 2019 também fui aprovada no concurso do BRB para o cargo de escriturário. Em 2023 prestei o concurso da SEFAZ-MG para Auditor Fiscal e estou na lista de aprovados na posição 891. E, por fim, nos últimos meses desse ano, tive mais duas grandes conquistas: ser aprovada em 5º lugar para o cargo de Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas do Distrito Federal e em 40º lugar para o cargo de Analista Legislativo – Técnica e Patrimônio da Câmara dos Deputados. Essas posições me permitirão aposentar as canetas de concurseiras, por ora.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Déborah: Tive dois momentos bem distintos na minha preparação. Até 2019, eu era solteira, mas não vivia saindo e nem virando noites em balada. Minha vida social se resumia a sair para lanchar ou jantar, cinema de vez em quando e reuniões familiares. Em 2020, me casei e engravidei em plena pandemia. Por um lado foi difícil devido ao medo do vírus, porém por outro me permitiu ter mais tempo e foco naquilo que eu mais queria e importava. Então, resumidamente, minha vida social era tranquila, bem equilibrada, o que me permitia conciliar com os estudos e a condição financeira que eu vivia.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Déborah: Sem dúvidas. A minha família foi meu apoio incondicional. Meus pais me davam todo tempo e ferramentas necessárias para que eu estudasse enquanto estive morando com eles. Meu irmão conversava sobre concursos comigo e me ensinou a montar um bom cronograma de estudos. Depois que me casei, tive que me dividir entre as tarefas de casa, o bebê e os estudos. Porém não posso reclamar, o apoio, incentivo e motivação que recebi do meu marido me deram forças para aguentar os dias mais difíceis de cansaço.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Déborah: Estudei por cerca de 8 meses focada nesses dois últimos concursos (Câmara dos Deputados e TCDF). Porém, acredito que a longa bagagem de estudo e disciplina (desde 2016) fizeram diferença. Me mantive disciplinada porque queria algo melhor para mim e a minha família, estava há muito tempo persistindo nessa trajetória e, portanto, sabia que o sucesso viria em algum momento.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Déborah: Eu usei essencialmente os materiais em PDF e as vildeoaulas quando tive mais dificuldade em algum assunto específico. Procurava acompanhar todas as aulas de Reta Final, Hora da Verdade e maratonas ao vivo no Youtube. Utilizava o tempo que eu tinha para sempre me manter ativa nos estudos. Fiz um número exaustivo de questões (mais de 32 mil questões), inclusive indo e vindo do trabalho. Escutei áudio-aulas pelo aplicativo do Estratégia. Li e reli os Passos Estratégicos e fiz pequenos resumos em flashcards.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Déborah: O Estratégia é conhecido por todos que pensam em estudar para concurso. Desde a minha primeira aprovação, eu sigo os materiais e acompanho as aulas ao vivo. Quando pude investir na assinatura ilimitada, me senti muito feliz pela qualidade dos materiais e a quantidade de ferramentas disponíveis para facilitar a vida do concurseiro. Estava tudo ali e eu queria aproveitar ao máximo tudo. Fiz o que consegui, com o tempo que eu tinha, mas foi suficiente para ser aprovada.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Déborah: Estudei por outros três cursinhos “grandes”. Em cada um deles eu notei alguma deficiência em algum aspecto que eu supunha relevante para a minha preparação. Em um, o pdf não era completo o bastante; em outro, as videoaulas deixavam a desejar; e em outro, o custo era muito alto pelo tempo limitado que permitia o acesso, o que para mim dificultava pela incerteza quanto ao prazo que eu poderia ficar estudando. O Estratégia unia o melhor de todos os mundos a um preço acessível.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Déborah: Sim, fui aprovada no TST, TRF5 e no BRB utilizando os 3 cursinhos anteriores simultaneamente. Porém, na época eu complementava o estudo com as aulas gratuitas do Youtube do Estratégia, por segurança.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Déborah: Senti uma enorme diferença. Pude focar em uma única plataforma com a certeza que estaria recebendo o conteúdo mais completo para o concurso. Além disso, como eu mencionei, todas as ferramentas estavam disponíveis para uso e eu aproveitei de tudo um pouco: PDFs completos, simplificados, com marcação dos aprovados, Bizu Estratégico, Passo Estratégico, videoaulas e audioaulas pelo aplicativo.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Déborah: Eu monto meu cronograma de estudos há anos. Sou bem organizada quanto a isso. Verticalizo todo o edital, anoto item por item em uma planilha, planejo minhas horas de estudo por dia, metas diárias de estudo e por semana. Sei exatamente quantas semanas tenho até a prova e divido esse tempo pelo meu quantitativo de horas para estudo. Faço ciclos de estudos de acordo com o andamento das matérias e vou incluindo novas até abarcar todo o edital. Apesar de trabalhar fora (trabalho em um Tribunal de 13h às 19h), ser casada e mãe de uma criança de 2 anos, conseguia fazer de 6 a 7 horas líquidas por dia. Tudo com muita renúncia a momentos em família e dedicação aos estudos, utilizando até os horários de ida e vinda do trabalho para responder questões no celular ou ouvir aulas enquanto lidava com os afazeres domésticos.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Déborah: Revisava essencialmente por questões e por pequenos resumos em formato flashcards que eu montava. No início da preparação eu fazia longos resumos que me faziam perder bastante tempo e, por vezes, eu nem retornava a lê-los. Depois aprendi a reter o conteúdo sem precisar anotar todo o tempo. Também considero como revisão as audioaulas e as aulas ao vivo no Youtube de Reta Final e Hora da Verdade que também me forçaram a rever as matérias enquanto estava limpando a casa ou lavando a louça. Na reta final, fazia provas anteriores e simulados inéditos como termômetro da preparação.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Déborah: A parte mais importante da preparação para concurso é resolver questões. Tenho anotado 32.183 questões feitas, de 2021 a 2023. Como eu estudo desde 2016, não faço ideia de quantas questões eu fiz, mas com certeza foram mais de 60.000. Fiz questões de quase todas as bancas renomadas de concurso, mas sobretudo da Cebraspe, FGV e FCC.
Na minha opinião, não adianta em nada estudar pelo melhor material do mundo e não resolver 1 questão. A chance de errar na prova por uma brincadeira que a banca fez é alta.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Déborah: A disciplina mais difícil para mim é Contabilidade. Eu estudei várias vezes o mesmo assunto até entrar na cabeça. Depois, Estatística, mas graças a Deus e ao Professor Jhoni Zoni, também consegui aprender a resolver as questões. E, por fim, Informática, a qual ainda tenho alguns pesadelos (rsrs).
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Déborah: Eu apostei tudo e tirei 20 dias de férias no período pré-prova. Me alojei na casa dos meus pais em tempo integral e estudei até cansar. Aí descansava um pouco e voltava a estudar. Abusei da hospitalidade deles em troca de sossego e dedicação aos estudos sem distrações. Fui muito intensa nessa reta final. Na véspera, eu vi o aulão de Revisão de Véspera e reli todos os flashcards, materiais impressos e anotações que eu organizei durante a preparação. Sou o tipo de pessoa que quer ler e ver tudo antes da prova com medo de passar batido por algo que caia na prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Déborah: A prova discursiva foi decisiva nos dois concursos que fiz. Na verdade em todos, mas recentemente percebi o peso dessa etapa no concurso. Para essas duas provas eu utilizei o pdf de discursivas sem correção do Estratégia e fiz várias discursivas na folha específica de redação, cronometrando o tempo para rascunho e passar a limpo. Você precisa ter o conteúdo do concurso na cabeça e saber escrever com o menor número de erros possíveis e no menor tempo. O bom é que existem muitas dicas boas de professores e bons textos para se inspirar nessa trajetória. Basta você ter uma estrutura em mente que você consegue escrever. Aconselho a treinar a redação quando estiver faltando 2 meses para a prova ou quando já tiver estudado mais de 50% do conteúdo, pois é diferencial.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Déborah: Erros: Na Câmara, acreditei que a banca seguiria a maneira de cobrança habitual em determinadas matérias e, por isso, não me aprofundei em alguns assuntos que mereciam mais atenção, o que me fez perder pontos preciosos. Em relação ao TCDF, faltou a leitura de mais lei-seca e também dar mais atenção à peça técnica na discursiva que é uma particularidade dos concursos desse órgão.
Acertos: Tirar férias no período de reta final e resolver muitas questões de ambas as bancas (CESPE E FGV).
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Déborah: SIM. Inúmeras vezes. Como eu já era concursada de um bom órgão público, muitas vezes pensei que não precisava tanto esforço, passar por todo o processo, todas as reprovações ou más-colocações, perder muitos momentos em família e, principalmente, com meu filho. Mas a minha principal motivação foi ele, meu bebê que me acompanhou em toda a jornada, desde antes de nascer, quando ainda estudava com ele na barriga até quando dei de mamar para ele ou tentava fazê-lo dormir em pé enquanto lia os pdfs. Ele me motivou a persistir e a não desistir, pois se eu tinha conseguido estudar enquanto estava grávida ou com ele recém-nascido, eu seria capaz de tudo para passar.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Déborah: Aconselho persistir. Uma hora sua carga de estudo atinge um nível tal que mesmo o conteúdo que você não estudou ou não se aprofundou, você acerta. Do nada você está respondendo a mesma questão pela milésima vez e pensa como as bancas não têm criatividade nenhuma. Uma hora você perde o medo de fazer prova, de redigir um texto, de passar o gabarito e passa a administrar seu tempo de prova de uma maneira fluída. De repente, você só quer estudar e não quer ser atrapalhado por nada e nem ninguém, tamanho seu foco no objetivo. Um dia, até o concurso dos grandes, vai parecer o concurso feito para você. E nesse momento, alguns vão dizer que a fila andou, sua hora de passar chegou, ou que foi sorte. Mas Deus e você saberão do seu esforço para alcançar aquele sonho.