Aprovado em 1° lugar no concurso MRE para o cargo de Oficial de Chancelaria
Concursos Públicos
“Caso eu voltasse no começo da minha preparação e pudesse me dar um conselho, diria que o mais importante é tentar despertar a curiosidade sobre os conteúdos estudados. Afinal, o edital vai continuar lá, você gostando ou não […]”
Confira nossa entrevista com Eduardo Gerber Neto, aprovado em 1° lugar no concurso MRE para o cargo de Oficial de Chancelaria:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Eduardo Gerber Neto: Sou formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), tenho 25 anos, e sou de Curitiba.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Eduardo: Como sou recém-formado, a oportunidade de ganhar, no curto prazo, melhor do que na iniciativa privada foi um dos grandes atrativos para me dedicar ao estudo para concursos.
Além disso, com relação ao cargo de Oficial de Chancelaria, a decisão veio muito antes de saber sobre a existência do concurso, pois desde quando entrei na graduação, eu sabia que queria trabalhar no MRE. Dessa forma, conciliava os estudos da graduação com o do CACD. Entretanto, conforme me aproximava do fim da graduação, começou a surgir o rumor sobre a possibilidade de um novo concurso de Oficial de Chancelaria, que não ocorria desde meados de 2015. Sendo assim, busquei mais informações sobre o concurso anterior, sobre a possibilidade de um novo ainda em 2023, falei com OfChans e decidi me dedicar de vez ao estudo para o cargo, desviando um pouco o meu preparo para o concurso de diplomacia. Dessa forma, poderia trabalhar na área das relações internacionais, da qual possuo verdadeira paixão, enquanto conseguiria ter uma remuneração para o estudo voltado ao CACD, que continua sendo meu objetivo final.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Eduardo: Estudei por um tempo enquanto ainda estagiava e estava na graduação. Depois disso, foi dedicação exclusiva.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Eduardo: Meu foco sempre foi o CACD. Dessa forma, meu estudo para outros concursos foi praticamente inexistente. Minha dedicação acabou sendo totalmente desviada ao concurso de Ofchan quando descobri da sua ocorrência futura e, agora que fui aprovado, voltarei a me dedicar para o CACD.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Eduardo: Quase nula. No final da preparação, saía somente com minha namorada (inclusive, gostaria de mandar um beijo para ela, a Bebel), e com meus pais. Antes disso, raramente.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Eduardo: Sempre contei com o apoio dos meus pais nesse tema. Nós entramos em um acordo no qual eu teria 1 ano após a minha graduação só para estudar. Depois desse período, caso não fosse aprovado em nenhum concurso, começaria a conciliar trabalho e estudo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Eduardo: Estudei de maneira direcionada ao concurso por cerca de 9 meses, contados do dia em que me formei até o dia da realização da prova. Creio que a vontade de ingressar em uma das carreiras do Serviço Exterior Brasileiro foi o que mais me motivou. Não me vejo trabalhando em outra área, e isso me impulsionou a estudar.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Eduardo: Somente aulas em PDF. Sempre tive muito problema em manter a minha atenção durante as aulas presenciais e as videoaulas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Eduardo: Na internet, e por recomendação de amigos que já utilizaram a plataforma.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Eduardo: Já utilizei alguns materiais de outros cursinhos, mas não gostava da superficialidade com que os conteúdos eram abordados.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Eduardo: Não. Somente realizei a prova do CACD deste ano, mas já não estava estudando de maneira direcionada para ele.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Eduardo: Senti uma diferença na profundidade de conhecimento sobre os conteúdos, sendo capaz de resolver questões de diversos níveis (de fáceis a difíceis). Creio que o diferencial do Estratégia talvez também seja sua maior falha: peca pelo excesso. Entretanto, em um mar de cursinhos superficiais, ser profundo não necessariamente é uma falha, como foi nesse caso.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Eduardo: Não tinha nenhum plano de estudos muito detalhado. Como possuía o privilégio de poder estudar o dia todo, minha rotina era: estudo das 8 às 11:30; pausa para fazer e comer o almoço; estudo das 13:40 às 20:00; pausa para uma atividade física e jantar; revisão das 22 às 23. Não me preocupava com horas líquidas, mas segui à risca essa rotina durante toda a minha preparação.
Ademais, quanto ao estudo propriamente dito das matérias, me preocupei em abordar todos os pontos do edital, mas não fiz ciclos com várias matérias durante o dia, pois preferia começar e terminar um ponto antes de partir para o outro. Dessa forma, eu separei o edital por matéria e por ponto, em um documento de texto, e baixei todas as aulas em PDF que abordavam o que cairia na prova. Com isso, durante o meu estudo, eu pegava uma das matérias, na ordem que aparecia no documento, digamos que português, e começava a ler o ponto 1 dela, levasse o tempo que levasse. Minha preocupação era entender o conteúdo. Às vezes eu demorava algumas horas pra compreender o assunto e dar o ponto por encerrado, às vezes eu já sabia e pulava o PDF, e algumas vezes cheguei a demorar alguns dias para destrinchar todo o tema (como foi o caso de licitações, por exemplo).
Dessa forma, eu só passava para a próxima matéria após terminar o ponto da que estava fazendo, como nesse exemplo, o ponto 1 de português (ou seja, eu lia o PDF, produzia um resumo desse ponto naquele documento de texto que criei, e produzia alguns flashcards). Após, eu partia para o ponto 1 de outra matéria, seguindo a ordem do documento que criei espelhado no edital, digamos que “Administração Pública”, e assim ia fazendo para estudar todas as matérias. Com relação a inglês, especificamente, eu preferi não estudar nenhum conteúdo, por já possuir uma boa base, e quando chegava a sua vez de ser estudada, eu dedicava uns 30 minutos pra resolver questões da banca. Como dito, caso já soubesse algum ponto abordado na matéria, pulava, mas isso era raro de acontecer. E assim seguiu minha rotina de estudo.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Eduardo: Eu utilizei muito os flashcards que eu mesmo produzia para fazer revisões diárias. Além disso, mais perto do concurso, quando já tinha estudado todos os pontos do edital, fazia questões (uns 15 minutos por ponto) seguido da leitura dos resumos que criei no documento de texto durante a minha preparação.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Eduardo: Para mim, só fica atrás da leitura dos PDFs (modo como estudei). Com elas, o candidato obtém o “Modus Operandi” da banca e o entendimento dela em temas que normalmente há divergência, afinal, é o candidato que precisa se adaptar à banca, e não o inverso. Além disso, com essas questões o candidato também observa as falhas no seu estudo.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Eduardo: A Contabilidade foi, de longe, a matéria mais difícil para mim. Além dela, a informática também se demonstrou difícil, mas mais pela “decoreba” do que pela profundidade do conteúdo em si. Nesta, os flashcards foram de grande ajuda, enquanto que naquela, somente muito estudo, aliado à resolução de exercícios com comentários dos professores, conseguiu me ajudar a aprender.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Eduardo: Na semana pré-prova, eu não resolvia mais questões. Ficava vendo aulões de revisão e lia o documento de texto que criei. Tentei lê-lo por completo nessa reta final. Posteriormente, no dia anterior à prova, eu não revisei nem assisti a absolutamente nada relacionado à prova (na verdade, acabei pesquisando sobre alguns dados que poderiam me auxiliar nas redações, mas foi só isso). Aproveitei a minha ida até São Paulo e fiquei andando o dia todo pela cidade, buscando coisas pra visitar e fazer, o que me ajudou a lidar com a ansiedade pré-prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Eduardo: Contratei cursos específicos para me auxiliar na redação, pois sempre tive muita dificuldade em realizar uma autoavaliação da minha escrita. Fora isso, tentava me atualizar diariamente com leituras e podcasts sobre temas atuais, coletando neles os dados que seriam relevantes para uma boa produção escrita. Com isso, produzi uma espécie de “apostila” com os temas genéricos que constavam no edital, os subtemas que poderiam cair na prova, e os dados que achava relevantes. Normalmente, durante as sextas-feiras eu me dedicava a esse garimpo de materiais e à produção de pelo menos uma redação em inglês e uma em português.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Eduardo: Entre os meus maiores acertos com certeza está a utilização dos flashcards para revisar diariamente os conteúdos, além da aquisição de materiais de estudo específicos para o concurso. Longe de mim diminuir a riqueza dos manuais e dos livros sobre os assuntos do edital, mas acho que concurso é muito mais sobre estar preparado do que ser um sábio no tema. Eu mesmo não sou nenhum contador, mas me virei na prova. Dentre os meus erros, inclusive, está a dedicação ao estudo de conteúdos que posteriormente não caíram, tanto pela mudança de edital, quanto pela profundidade abordada no certame. Entretanto, acho que isso acaba fazendo parte do processo seletivo.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Eduardo: Em desistir, não. Já pensei na possibilidade de não passar nesse certame, mas focava na possibilidade de trabalhar no exterior, com o tema que desperta em mim verdadeiramente paixão, e voltava a estudar com mais foco.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Eduardo: Caso eu voltasse no começo da minha preparação e pudesse me dar um conselho, diria que o mais importante é tentar despertar a curiosidade sobre os conteúdos estudados. Afinal, o edital vai continuar lá, você gostando ou não. Contudo, caso você consiga ter algum interesse pelo tema, a fixação pode se tornar mais fácil e o tempo de estudo menos tortuoso. Além disso, diria para não negligenciar a atividade física durante a preparação, pois ela influencia na nossa preparação em muito mais do que conseguimos perceber.