Aprovado em 1° lugar no concurso do Politec-AP para o cargo de Perito Fonoaudiólogo
Concursos Públicos
“[…] Eu sei que é difícil, tem trabalho, família, falta de tempo… mas só começa, estuda 2 ou 3 horas por dia, todos os dias, vai aumentando essas horas gradualmente, depois de um tempo você vai ver que o que era difícil passar a ficar menos difícil, seja constante […]”
Confira nossa entrevista com Renato Jonatas Araújo, aprovado em 1° lugar no concurso do Politec-AP para o cargo de Perito Fonoaudiólogo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Quando se formou, idade e cidade natal?
Renato Jonatas Araújo: Me chamo Renato Jonatas da Silva Araújo, tenho 30 anos, sou de uma cidadezinha do interior da Paraíba, chamada Salgado de São Félix. Como a cidade é muito pequena, não tem maternidade, então sou natural da cidade vizinha, Itabaiana. Porém meu lar sempre foi Salgado, onde cresci e estudei desde sempre em escola pública até que ingressei no curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Paraíba em 2014 e me mudei para João Pessoa, onde moro até hoje (com idas e vindas), me formando em 2018.
Sou de família humilde, não teria chegado até onde cheguei hoje sem o suor dos maus pais que sempre fizeram de tudo e mais um pouco para dar a mim e a meus irmãos o mínimo necessário para que pudéssemos estudar e ter uma vida melhor. Então, desde cedo, as coisas nunca vieram de forma fácil para mim.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Renato: Desde sempre tive o sonho de fazer parte do serviço público, sobretudo por conta da estabilidade do cargo, porém ao trabalhar na iniciativa privada em minha área, me vi sobrecarregado e como costumo dizer, vivendo para trabalhar ao invés de trabalhar para viver. Esse foi o ponto de virada para me decidir de vez a entrar no mundo dos concursos.
De início eu foquei na carreira policial, principalmente na civil, até que conheci a perícia criminal e vi nela a possibilidade de agregar os conhecimentos adquiridos ao longo da minha formação nesse mundo de elucidação de crimes. Nunca me senti tão empolgado e feliz por poder desempenhar essa função futuramente.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Renato: A princípio, eu simplesmente larguei o trabalho, voltei para casa dos meus pais e me dediquei exclusivamente aos estudos. Porém o tempo foi passando, colecionei algumas reprovações e comecei a perceber que toda situação estava colocando ainda mais pressão em mim. Resolvi voltar a trabalhar, dessa vez com uma carga horária menor, e posso dizer que ainda assim foi difícil conciliar tudo. Ter forças para depois de um dia de trabalho, chegar em casa e estudar foi um grande desafio para mim e eu sei que meu caso não é nem de longe dos piores, fico imaginando quão difícil é trabalhar em tempo integral, ter filhos para cuidar… Para conciliar eu me planejava, separava todas as horas do meu dia e fazia de tudo para manter minha rotina de exercícios físicos com os estudos após o trabalho, o que me fez muito bem a longo prazo. Resumindo, meu segredo foi esse, traçar um cronograma com o que eu tinha que fazer em determinadas horas e fazer de tudo para cumprir o cronograma estabelecido.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Renato: Fui aprovado na Polícia Militar de Pernambuco em 2018 como Praça, esse concurso por sinal me deu a falsa impressão que seria fácil a caminhada, pois estudei apenas 15 dias para ele, mas acabei reprovando no TAF e abandonei precocemente a vida de concurseiro até voltar 3 anos depois.
Posteriormente, prestei o concurso da Polícia Civil da Paraíba em 2022 e fiquei no cadastro de reserva para o cargo de Técnico em Perícia.
Não, a priori me sinto realizado tanto financeiramente, quanto profissionalmente com o cargo de Perito Criminal da POLITEC AP.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Renato: Tentei conservar minha relação com amigos e família o mais saudável possível, sempre mantendo contato e dando um jeito de encontrá-los. Na minha ótica não é tão saudável a longo prazo você se isolar de todos, a preparação para concursos tem que ser parte do seu dia a dia, mas não dele todo, claro que existem exceções, tem pessoas que tem pouquíssimo tempo, mas equilibrar sua vida social dá um folego extra para continuar.
Porém, cabe salientar, que quando saía o edital, todo esse equilíbrio não existia mais, era foco total e dedicação em cada segundo do dia.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Renato: Eu diria que sim, me apoiaram. Mas não foi fácil para eles ver alguém jogar tudo para o ar para estudar para concursos, porém, apesar disso, meus pais, irmãos, amigos e minha noiva foram essenciais na minha caminhada. Estar do lado, torcendo por você, acreditando, vale demais naqueles momentos que até você mesmo tem dúvidas sobre o caminho que está seguindo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Renato: Eu diria que venho me preparando para esse concurso há algum tempo, pelo menos 1 ano e meio, não seria justo dizer que estudei para ele apenas com um edital aberto. Toda a bagagem das reprovações anteriores e os conhecimentos adquiridos no percurso contribuíram demais. Tanto que já tinha todo material de revisão praticamente pronto dos conteúdos gerais quando saiu o edital, porém o conteúdo específico que correspondia a 66% da nota da prova eu estudei apenas com o edital aberto, algo em torno de 3 meses.
Para manter a disciplina, eu foquei nos meus objetivos, passei a respirar tudo que envolvia a perícia. Isso somado a minha realidade atual me dava forças para continuar.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Renato: Eu apanhei muito no início da preparação, errei muito mais do que acertei. Com o tempo você vai percebendo o que funciona ou não para você, acredito que seja algo muito individual. Para mim, depois de testar de tudo, o que mais deu certo foram os PDFs. Quando se estuda para concurso o tempo é muito importante e os PDFs me fizeram ir bem mais rápido para dar conta do edital, já as videoaulas eu utilizava quando pegava um assunto complicado, que só o PDF não supria.
Quando comecei apenas com videoaulas, percebi que o aprendizado era muito bom, porém eu usava muito mais tempo para concluir um conteúdo em comparação com o PDF.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Renato: Foi uma indicação de um amigo concurseiro.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Renato: Sim, o que mais me incomodava era a falta de cursos para minha área de formação e principalmente a falta de foco nas aulas em PDFs que como já falei era a minha principal ferramenta de estudos e, nesse ponto, os PDFs do Estratégia são sinônimo de qualidade.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Renato: Sim, mas não fui aprovado.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Renato: Eu diria que dois pontos são de extrema relevância para mim. O primeiro são os ótimos PDFs, completos e bem montados, esse ponto é bem conhecido pelos concurseiros. O segundo foi a disponibilidade de curso da minha área de formação. Absolutamente nenhum dos cursinhos mais conhecidos disponibilizou o curso da POLITEC AP para fonoaudiólogo, por exemplo, o Estratégia sim. Eu já estava empilhando livros para tentar dar conta do edital da melhor forma possível antes de ver o curso na plataforma do Estratégia, mas tenho certeza que sem o material já resumido e direcionado dos PDFs os resultados não teriam sido os mesmos. Me poupou um trabalho imenso e me fez colocar energia onde realmente deveria.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Renato: Meu plano de estudo variou ao longo do tempo, mas de maneira geral eu sempre separava as horas que eu tinha no dia (que era variável) para o conteúdo, revisão e resolução de questões, uma vez concluído o edital, também fazia simulados todo fim de semana. Estudava sempre 2 matérias diferentes por dia, de preferência as que tivessem conteúdos mais antagônicos com relação a outra, como RLM e Direito Penal, por exemplo.
Eu nunca contabilizei horas líquidas, mas na média eu separava em torno de 3 a 4 horas diárias para estudar quando o foco era no longo-médio prazo. Ao invés da obsessão por horas líquidas, e cargas horárias absurdas (as quais eu tentei fazer de início), eu foquei no meu ponto mais fraco que era a constância. Para ser constante levei um bom tempo, para mim era muito difícil e ainda é, mas com o tempo acaba se tornando rotina. Então, uma dica que eu tenho é, estudar todos os dias planejados, nem que seja uma horinha, mas estudar, essa constância no fim vai valer muito mais a pena que se desesperar estudando 10 horas por dia para bater um edital já aberto, algo que eu mesmo já fiz.
Mas sobre o concurso em questão a preparação foi diferente, foquei 100% no conteúdo específico até concluí-lo (até porque já dominava razoavelmente bem o conteúdo geral) estudando os PDFs e fazendo questões e resumos, quando terminei ficou faltando um mês para a prova, nesse mês eram revisões e mais revisões, consegui rever todo o conteúdo do concurso 4 vezes aliado a resolução de questões da banca. Tive que adaptar meu planejamento e é isso, as vezes por uma situação ou outra, temos que fazê-lo. Nesse período (edital aberto) era comum estudar 10 horas por dia, como falei, nunca contabilizei horas líquidas.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Renato: Como ferramenta para revisão eu fiz resumos digitados, aos quais eu também colava gravuras para facilitar a memorização. Após isso eu sempre lia e rabiscava esse resumo em toda revisão e esse é o segredo, eu revisava muito.
Já vi várias críticas sobre o uso de resumos digitados, mas para mim funcionam demais, pois eu tenho um rendimento muito grande assim (quantidade de conteúdo estudado com qualidade), o que eu perco de feedback tátil escrevendo com o lápis, eu ganho em quantidade de revisões que faço naquele período de tempo.
Adotei um Tablet como companhia e não saía de casa sem ele. Um intervalo no trabalho, um tempo livre, sempre era momento de pegá-lo para revisar.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Renato: Faz parte do tripé: conteúdo, revisão e resolução de questões. Diria que esse tripé tem importância igual, uma coisa é você saber o conteúdo, outra é saber como a banca cobra esse mesmo conteúdo, as “pegadinhas” que costuma utilizar. Conheço pessoas inteligentíssimas que sabem muito o conteúdo mas vão mal nas provas e você só “aprende” a fazer as provas, fazendo questões e simulados.
Mas sobre os simulados eu tenho um adendo, já fiz simulados sem dar conta do edital e foi horrível, sempre começo a fazê-los com pelo menos 70% do edital concluído.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Renato: Sem dúvidas gramática e algumas partes do direito penal. Na gramática eu me esforcei muito para ser mediano e como as provas das bancas que costumo fazer concursos cobram majoritariamente interpretação de texto, no qual eu vou muito bem, achei que não valia o esforço (em horas de estudo) de me tornar muito melhor do que eu sou hoje, sempre entro com o objetivo de acertar no mínimo 60% dessas questões de gramática e até hoje essa disciplina nunca foi uma pedra no meu sapato.
Agora sobre direito penal, quando se fala nos crimes em si, eu acho o conteúdo muito chato, muita decoreba, por mais que a maioria das questões sobre o tema sejam contextualizadas, quanto a isso não tem o que fazer, nem sempre se estuda o que gosta, mas, uma disciplina nunca pode ficar entre você e seu sonho, nunca.
Superei essas dificuldades assistindo videoaulas das coisas mais complexas e dedicando boa parte do meu tempo a essas disciplinas, sabia que o estudo delas demandava mais tempo que as outras, então o progresso era mais lento, mas simplesmente tinha que encarar.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Renato: Muita revisão e muita resolução de questões durante toda semana anterior à prova. Já vi muitas pessoas dizendo que no dia pré-prova é a hora de relaxar, descontrair para chegar bem na prova. Já comigo acontece o inverso, eu fico pilhado, a única coisa que me faz ficar mais tranquilo é revisar ainda mais o conteúdo, nesse ponto as aulas pré-prova do Estratégia são incríveis, os professores sintetizam tudo resolvendo questões e ainda por cima dão dicas certeiras do que pode vir na sua prova, nunca deixo de assisti-las.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Renato: Só tem um jeito de se preparar para a prova discursiva, fazendo prova discursiva. Eu faço pelo menos 2 redações na semana religiosamente, pegando as dicas dos professores. É incrível, você consegue ver nitidamente sua evolução quando pega as primeiras redações que fez, então não deixem de incluir no cronograma essa etapa, tenho certeza que você não vai querer perder todo esforço que fez por conta de uma prova discursiva, estejam preparados para ela.
Nesse concurso em questão a prova discursiva foi um pouco diferente, nada de texto dissertativo, foram basicamente questões abertas sobre o conteúdo específico. Então além do conteúdo específico valer 66% da prova objetiva, ainda era objeto da prova discursiva. Fui muito bem, por coincidência as questões foram sobre a área que trabalho no meu dia a dia, a audiologia.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Renato: Foram mais erros que acertos e acredito que os erros são essenciais para adaptação de estratégias. Por conta da aprovação com 15 dias de estudo que citei antes, na PMPE, eu achei que seria fácil passar nos concursos que queria, até eu ver que não é bem assim. Foram desanimadoras demais as reprovações, mas foram essenciais para que eu pudesse corrigir rotas.
De início eu estudava os conteúdos, mas revisava muito esporadicamente, além de responder pouquíssimas questões, não dei o devido valor ao desafio que tinha pela frente. No meu primeiro teste no qual eu reformulei meu modo de estudar já vieram resultados muito bons, fiquei no cadastro de reserva da PCPB e em seguida fiquei em primeiro na POLITEC AP, então é bom às vezes fazer uma reflexão sobre o que você está fazendo de errado e o que pode melhorar, pois a forma como você estuda pode estar te impedindo de chegar nos seus objetivos.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Renato: Sim, justamente no concurso da PCPB, fiz a prova para o cargo de perito criminal e não passei. Foi quando tinha mudado meu método de estudo, me dediquei demais, tinha média por volta de 90% de acerto nos simulados, eu estava na minha melhor forma. Meu problema foi no dia da prova, estava muito ansioso, afinal era o concurso dos meus sonhos no meu estado natal, ao abrir a prova vi que o nível estava bem mais baixo do que os simulados que costumava fazer, pensei, vai ser fácil. Pois bem, errei questões absurdas por desatenção, questões que tinha a palavrinha “exceto” ao final e eu simplesmente ignorei, entre outras erros bobos. Perdi os pontos que me fariam estar nas vagas, simplesmente por desatenção, nervosismo e fui mal nas matérias que eu mais dominava que eram medicina legal e criminalística. Foi um baque. Ser reprovado por falta de conhecimento sobre o tema eu até toleraria, mas isto… Acabei ficando no cadastro de reserva para técnico pericial neste mesmo concurso, mas nem isso foi suficiente para me animar.
Parei completamente de estudar por uns 6 meses, até que vieram notícias de outras provas para perito em estados próximos e meu ânimo foi voltando, aliado ao apoio de um grande amigo que sempre falava: “se você está batendo na trave é porque o gol está próximo”. Sem falar na minha noiva que também nunca me deixou desistir, sem ela eu não estaria onde estou hoje.
Além deles eu senti que não podia deixar a peteca cair depois de tanto esforço, aquilo não poderia ser em vão. Foi um tempo longe dos estudos que me trouxe mais forças ainda para continuar e acabei voltando mais motivado que antes.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Renato: Vou resumir em uma única palavra, COMECE! Eu sei que é difícil, tem trabalho, família, falta de tempo, mas só começa… estuda 2 ou 3 horas por dia todos os dias, vai aumentando essas horas gradualmente, depois de um tempo você vai ver que o que era difícil passar a ficar menos difícil, seja constante.
E por último e não menos importante, não foque apenas naquele concurso para aquele órgão daquele estado, existem muitas variáveis que não estão ao seu alcance no dia da prova, então não coloque todas as suas fichas num único lugar. Lembre-se, uma pessoa mal preparada não passa em um bom concurso, mas uma bem preparada passa, pode não ser hoje, nem amanhã, mas passa! Faça do seu concurso dos sonhos sempre o próximo!