Aprovado em 19° lugar no concurso da SEFAZ-MT para o cargo de Fiscal de Tributos Estaduais
Concursos Públicos
“Como conselho, digo para que sigam os passos de quem já chegou onde vocês querem chegar, tenham bastante paciência para uma jornada longa, procurem ter autoconhecimento com diagnósticos frequentes de dificuldades a superar […]”
Confira nossa entrevista com Paolo Raphael Silva De Albuquerque, aprovado em 19° lugar no concurso da SEFAZ-MT para o cargo de Fiscal de Tributos Estaduais:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Paolo Raphael Silva De Albuquerque: Sou natural de Natal-RN, tenho 40 anos e cursei Engenharia da Computação na UFRN e Tecnologia de Automação Industrial pelo CEFET-RN de 2001 a 2004, quando passei no meu primeiro concurso de PRF, aos 20 anos, tendo que largar o primeiro curso no 7º período e o segundo restando apenas a apresentação da monografia, já que era um curso mais curto de apenas 05 semestres.
Depois de 02 anos lotado no Pará como PRF, retornei para o Rio Grande do Norte e, decidido a prestar concurso público para a Receita Federal do Brasil (RFB), apresentei minha monografia para formar em Tecnologia de Automação Industrial, deixando de lado o curso de Engenharia da Computação que estava mais distante da conclusão. A aprovação como Auditor-Fiscal da RFB veio no concurso de 2009, aos 26 anos, após estudar por aproximados 2,5 anos.
Tão logo tomei posse na RFB, em Cuiabá-MT, em julho de 2010, prestei o ENEM no mesmo ano e ingressei para a Faculdade de Direito no primeiro semestre de 2011, uma vez que acreditava que a faculdade de direito me ajudaria a melhor desempenhar minhas atribuições na RFB.
Não planejava prestar novos concursos, mas diante da realidade no governo federal de maior arrocho salarial e frequentes movimentos reivindicatórios (greves), optei por buscar o cargo de Fiscal de Tributos Estaduais do Mato Grosso, assim que fiquei sabendo que havia movimentação nesse sentido, tendo em vista que a realidade nos fiscos estaduais era mais favorável quando comparado com a RFB. Depois de 1 ano e 10 meses de estudo, logrei a almejada aprovação e estou, aos 40 anos, aguardando o resultado final dentro das vagas imediatas.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Paolo: Quando estava na faculdade, só pensava em seguir a minha carreira como Engenheiro da Computação e nem tinha noção do que era um concurso público e suas vantagens.
Por influência de meus irmãos mais velhos que já estudavam para concursos, o mais velho para a SEFAZ-RN e o segundo para a PRF, me aventurei e fui aprovado na PRF aos 20 anos, último concurso de nível médio da PRF.
Como percebi que a SEFAZ-RN era muito mais vantajosa em termos salariais, fiz o concurso da PRF com a intenção de no futuro, quando formado, me voltar para a área fiscal, o que efetivamente ocorreu ao obter meu primeiro diploma de nível superior e iniciar os estudos para a RFB.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Paolo: Sim, trabalho como Auditor Fiscal da RFB e estudava em torno de 25 horas semanais, a maior parte à noite. De dia, utilizava os intervalos para complementar a carga horária semanal.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Paolo: Fui aprovado como agente da PRF em 2004, na posição 696, em um concurso com 2.200 vagas iniciais.
Em 2010, fui aprovado como Auditor Fiscal da RFB, onde atuo até hoje, na posição 210, em um concurso com 450 vagas iniciais.
Por último, estou aprovado como Fiscal de Tributos Estaduais da SEFAZ-MT, por enquanto na 19ª posição da ampla concorrência, em um concurso para 30 vagas iniciais.
Quanto a novos concursos, por ora estou parado, mas não descarto novo certame caso surja alguma oportunidade interessante na área jurídica do MT, principalmente na área de procuradorias.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Paolo: Comecei a estudar bem antes da autorização do concurso da SEFAZ-MT e já trazia uma bagagem razoável de concursos anteriores, então, não deixava de ir em eventos familiares e de amigos por causa dos estudos, mas também não tenho uma vida muito agitada, já que tenho uma filha pequena atualmente com 04 anos.
Depois da autorização do concurso, eu deixei meus horários mais regrados, aumentei minha carga horária e comecei a evitar todo e qualquer convite para encontros sociais, mantendo apenas as situações mais especiais e sempre tentando evitar beber muito e dormir cedo para não perder o dia seguinte de estudos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Paolo: Sim, meus horários de estudos eram respeitados e passei a contar com mais apoio familiar para que eu não me envolvesse com situações que desperdiçam o tempo que eu poderia estar estudando.
Pelo meu histórico de já ser Auditor da RFB e por ter acompanhado minha esposa na aprovação dela para Oficial do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso, acredito que ficou mais fácil para que os parentes e amigos tivessem confiança na viabilidade de minha preparação.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Paolo: Como meu pontapé inicial foi adquirir o pacote completo p/ SEFAZ-MT do Estratégia Concursos em 11/08/2021, passou-se 1 ano e 10 meses até a prova, ocorrida em 04/06/2023.
Para manter a disciplina o mais importante é ter constância nos estudos e um forte desejo pela aprovação, tendo em vista que a renúncia é muito elevada para se alcançar a aprovação em um concurso de alto nível.
Vi exemplos de pessoas que estudavam com a foto do carro que gostaria de comprar sobre a mesa, ou da casa dos sonhos, ou que escreviam na parede que seriam aprovados em primeiro lugar em seu almejado concurso para aumentar a sua motivação.
Eu particularmente visualizava o que poderia proporcionar a mais para minha família com aquela significante diferença salarial, além de almejar uma aposentadoria mais confortável no futuro com maior acúmulo de reservas para poder viver bem a velhice, já que nunca tive direito a paridade e integralidade. Visualizar e constantemente lembrar o motivo para estar estudando é essencial para se manter firme no propósito.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Paolo: Minha base para os estudos se baseou nos PDFs do curso do Estratégia que adquiri para a SEFAZ-MT, seguido de Mapas Mentais para revisões e resolução massiva de questões (20.000 aproximadamente).
Os PDFs encurtam o tempo de estudos e possuem mais conteúdo que os apresentados nas videoaulas. Eventuais assuntos muito complexos de entender apenas pela leitura dos PDFs eram complementados com a visualização das videoaulas correspondentes, mas essa situação era muito excepcional, uma vez que os PDFs são bem didáticos.
Depois de lidos os PDFs, ficava sempre revisando os conteúdos por meio de mapas mentais, que também os conheci pelo Estratégia, e resolução de questões, dividindo meu dia entre revisão dos Mapas e resolução de questões.
Uma outra ferramenta que acredito ter sido um diferencial foi a utilização de um tablet nos estudos com caneta e o aplicativo GoodNotes. Isso me poupava de imprimir milhares de páginas, organizava meu material e dava flexibilidade para complementar as aulas com minhas anotações pessoais.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Paolo: Imagino que todo mundo que estude para concursos conheça o Estratégia Concursos pelos resultados entregues e tempo que já está no mercado.
Eu já o conheço há tantos anos que não me recordo mais como vim a conhecê-lo originalmente.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Paolo: Comecei a estudar para concursos no final de 2003 para a PRF, antes da existência do Estratégia. Nessa primeira experiência, estudei em casa por apostilas impressas de um de meus irmãos que estava matriculado em um cursinho preparatório local e que não era uma referência nacional.
Nessa época os materiais não eram tão intuitivos, coloridos, esquematizados e nem vinham com questões selecionadas para resolução. A leitura era mais densa e cansativa, e a força de vontade para encarar o desafio tinha que ser diferenciada para compensar as deficiências.
Já para a Receita Federal, me preparei por meio de videoaulas teletransmitidas para a franquia do cursinho que eu frequentava. Era necessário deslocamento até o prédio da franquia, as aulas eram síncronas em horário rígido e o tempo em sala de aula era enorme para ver todo o conteúdo do edital por videoaulas.
Considero que houve muita evolução de como se estudava antigamente para como os aprovados estudam atualmente. Basta ver algumas entrevistas para perceber que os grandes aprovados estudam por PDFs coloridos, intuitivos e esquematizados e resolvem muitas questões, ambas ferramentas disponibilizadas pelo Estratégia em seus cursos preparatórios.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Paolo: Estudei focado apenas para a SEFAZ-MT e não fiz outros concursos durante a preparação.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Paolo: Diferente do concurso da RFB que estudei por videoaulas, o material do Estratégia para a SEFAZ-MT me proporcionou cobrir todos os pontos do edital com maior rapidez e com possibilidade de revisões mais efetivas.
Antigamente costumava fazer meus próprios mapas mentais e perder bastante tempo com isso e foi com o Estratégia de descobri que havia alternativas de bons mapas no mercado e que vieram a se tornar o meu principal material nas revisões ao lado da resolução de questões.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Paolo: Quando comecei a estudar para a SEFAZ-MT, achei que o concurso não tardaria a acontecer e iniciei os estudos abreviando a minha jornada a partir da bagagem que trazia de certames anteriores.
Para as matérias que eu tinha uma maior afinidade li alguns PDFs de assuntos mais chaves e os mapas mentais apenas, assim como para as matérias de menor peso (ex.: Constitucional, Administrativo, Tributário, Contabilidade, Português). Para as matérias de maior peso e que precisavam de uma maior atenção, li todos os PDFs e só mudei para os mapas depois de concluí-las (ex.: LTE, Auditoria, TI).
Em suma, acredito que desde o início estudei quase todas as matérias, já que a maioria era por resumos, com exceção de Auditoria e TI que iniciei mais para frente, depois de terminar alguns tópicos que considerava mais importantes das matérias iniciais.
Quanto a horas líquidas, iniciei com 25 horas semanais, de segunda a sexta, e fui aumentando gradativamente com o avanço da previsão do concurso, até tirar férias nos últimos 50 dias para me dedicar exclusivamente ao certame.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Paolo: Depois de concluída a leitura dos PDFs, iniciava meus dias de estudos (re)lendo mapas mentais e em seguida iniciava a resolução de questões.
Também dediquei parte de meu tempo a refazer questões que havia errado anteriormente, elaborando cadernos de erros.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Paolo: A resolução de questões serve de revisão e termômetro para que saibamos se já estamos próximos de atingir nosso objetivo. Como revisão ativa, é excelente para fixação de conteúdos na memória de longo prazo e nos prepara para pensar da mesma forma que a banca que iremos enfrentar.
Na minha preparação para a SEFAZ-MT, além das muitas questões de revisão aos finais dos PDFs, resolvi cerca de 20.000 questões no site de questões, com aproveitamento médio de aproximados 80%.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Paolo: TI, Auditoria, Estatística, Contabilidade e Economia acredito que tenham sido os maiores desafios a superar, demorando bem mais que as demais matérias para se obter um rendimento elevado na resolução de questões.
O que se tem a fazer é acreditar que o tempo e a resolução de muitas questões irão resolver os problemas e não desistir de nenhuma matéria enquanto ainda estamos em pré-edital. Em alguns casos foi necessário voltar para a teoria pra reforçar os fundamentos ou ler a teoria pela primeira vez nos casos que o estudo se baseou apenas em resumos/mapas e que não foi suficiente para se obter um bom nível de acertos.
No caso específico de TI, mesmo tendo uma afinidade acima da média por ter cursado parcialmente Engenharia da Computação, adicionei tempo de leitura diário para a matéria, li grande parte dos PDFs e resolvi todas as questões que encontrei pelo menos umas 3 vezes.
Auditoria, Contabilidade e Estatística viraram grandes aliadas com o passar do tempo, a despeito de não ter obtido o desempenho esperado em Contabilidade.
Já para Economia, ainda não superei as minhas dificuldades, pois era uma matéria com conteúdo programático muito denso, alta complexidade e baixo custo-benefício para a aprovação.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Paolo: Como estava de férias na reta final, estudava em todos os turnos do dia, comecei a estudar no sábado de manhã e de noite, assim como no domingo à noite. Meu dia de estudos começava às 10h da manhã e encerrava às 2h da madrugada do dia seguinte.
Na véspera planejei dormir mais cedo, mas fui terminar a revisão que havia programado para o dia depois de meia noite, ainda assim mais cedo que as habituais 2h da manhã.
No dia da prova levei meu tablet ao local de prova para poder revisar algo antes da prova da manhã e no horário do almoço, antes da prova da tarde, mas com a correria acabou que não consegui utilizá-lo.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Paolo: Cheguei a me matricular em um curso específico, li o material, escrevi umas poucas redações, talvez 4 ou 5, e tive um momento de bate papo virtual pouco antes da prova com uma professora especialista em discursivas, assim como com um amigo da RFB que sempre tirou notas muito elevadas nas discursivas dos concursos que já fez.
Meu conselho para o caso específico da FGV é conversar com quem entende de discursivas, se possível com exemplos de provas anteriores, exemplos de resolução e análise de espelhos, assim como idealmente tentar cobrir todos os pontos das disciplinas específicas antes de ir para a prova, já que, como aconteceu na SEFAZ-MT e reprovou 75% de quem teve a discursiva corrigida, o tema pode ser de algum tópico muito inesperado do edital.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Paolo: Sendo a minha terceira trajetória, não tenho muitos arrependimentos, talvez devesse ter começado a resolver questões mais cedo, assim como a maioria dos aprovados que observei.
Como algo que gostaria de tentar para uma eventual quarta preparação, certamente tentaria incluir o uso de flashcards na minha preparação e diminuir a quantidade de revisões dos mapas mentais.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Paolo: Não me recordo de pensar em desistir durante a preparação, mas no dia da prova quase desisti por várias vezes. O nervosismo e a dificuldade da prova estavam muito elevados, o tempo foi insuficiente e tive que chutar muitas questões pela manhã. Esperando um péssimo resultado de manhã, bem provável que não tivesse voltado se não estivesse com um grupo de amigos que foi fazer a prova e retornou de tarde.
O principal motivo para não desistir foi a lembrança do investimento de 1 ano e 10 meses de preparação para estar na minha melhor forma no dia, tendo abdicado de muita coisa nesse período. Ademais, eu não tinha nenhuma alternativa de concurso em vista, já que minha esposa é servidora estadual do MT e dificilmente haveria opção que valesse ela ter que deixar o seu emprego.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Paolo: Como conselho, digo para que sigam os passos de quem já chegou onde vocês querem chegar, tenham bastante paciência para uma jornada longa, procurem ter autoconhecimento com diagnósticos frequentes de dificuldades a superar, que é essencial para planejarem e replanejar seus percursos, sonhem grande e sempre tenham em mente esses sonhos que desejam realizar com a futura aprovação e que os levaram a iniciar os estudos. Com o mindset certo e apoio familiar, a força de vontade necessária irá naturalmente surgir para encarar essa cansativa jornada.