Aprovada em 32° lugar no concurso da TJ-RN para o cargo de Leste Potiguar - TJ - Judiciária
Concursos Públicos
“Meu conselho é: Comece! Faça disso um hábito diário! Se você só tem 30 minutinhos para estudar, estude. Não escute o que pessoas negativas dizem, só você sabe da sua capacidade e das suas dificuldades […]”
Confira nossa entrevista com Raquel Soares Nobre, aprovada em 32° lugar no concurso da TJ-RN para o cargo de Leste Potiguar – TJ – Judiciária:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Raquel Soares Nobre: Me chamo Raquel Nobre, sou formada em Direito, tenho 28 anos, sou natural de Catolé do Rocha/PB, mas moro em Natal/RN há mais de 10 anos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Raquel: Eu tomei a decisão quando comecei meus estágios, ainda no 4º período da faculdade. Desde então, me identifiquei com o serviço público, ainda faltava alguma coisa para me impulsionar aos estudos para o concurso. Durante a faculdade não estudei para nenhum concurso. Quando me formei, acabei indo fazer estágio de pós-graduação. Só comecei a estudar em 2023, quando saiu o Edital do concurso do TJRN.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Raquel: Eu fazia estágio de pós-graduação que era de 6h por dia. Para o concurso do TJRN eu só estudei 3 meses, nos quais 1 mês fiquei conciliando 6h de estágio e estudos. Nesse tempo de edital, o meu estágio se encerrou e eu passei os outros 2 meses até a prova me dedicando exclusivamente aos estudos de 10 à 12h por dia.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Raquel: Eu já tinha prestado outros concursos sem estudar, obviamente só me inscrevia porque familiares e amigos insistiam. Então, digo que “valendo” foi apenas esse do TJRN, porque os outros fiz sem planejamento e sem estudar. Era apenas mais uma inscrita e não concorrente. Obviamente, não obtive êxito, somente no concurso do TJRN que foi o primeiro concurso em que me preparei. Com certeza seguirei estudando, pois minha pretensão é, futuramente, passar para o cargo de Magistratura.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Raquel: Eu passei os 3 meses do Edital sem sair com meus amigos e até mesmo com meu namorado. Não cedia a nenhum pedido. Deixei de ir para aniversários de amigos, inclusive. Só saia mesmo para resolver alguma coisa e, no tempo que permanecia fora, ficava com o celular respondendo questões ou lendo resumos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Raquel: Com certeza! Eu tive o apoio de todos. Nessas horas o apoio das pessoas é essencial e nos dá ânimo para não desistir. Eu sumi de tudo, até mesmo das redes sociais. Deixei de ir para encontros com amigos, mas todos entendiam meu lado e me apoiaram. Meu namorado foi meu maior incentivador, mesmo recusando os convites para sair, ele entendia.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Raquel: Não estava estudando para nenhum outro concurso antes, porque estava em tratamento para ansiedade e depressão, desde o ano passado. Não tinha ânimo para estudar, porque passava a maior parte do tempo deitada e desanimada. Só quem passa por isso é capaz de entender. Lembro que quando saíram os rumores de que o TJRN faria um concurso, eu tinha acabado de iniciar meu tratamento e não tinha condições emocionais e físicas para iniciar meus estudos. Isso me deixava ainda pior, porque eu queria muito passar nesse concurso por ser dentro do meu estado e em um órgão que eu me identifico, mas não tinha forças para estudar. Quando o Edital foi publicado, já tinha um tempo de tratamento e me sentia melhor. Comecei a estudar na semana que o Edital foi publicado. Estudei por 3 meses, apenas. Quando o Edital foi publicado, eu ainda estava em um estágio de pós-graduação, mas meu contrato estava para acabar, então ainda fiquei 1 mês conciliando os estudos com o estágio. Os outros dois meses do Edital me dediquei exclusivamente aos estudos. Fiquei 1 mês estudando umas 3h a 4h/dia e estagiando 6h. Nos dois meses restantes cheguei a fazer 10/12h líquidas, inclusive nos finais de semana e feriados. Era tudo cronometrado.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Raquel: Eu gosto muito de assistir videoaulas e fazer resumos, contudo, notei que assim demandava muito mais tempo para finalizar os conteúdos do Edital. Como tinha pouco tempo para fechar o Edital, optei por focar na Lei Seca, nos PDFs e resolver muitas questões. Isso otimizou meu tempo e consegui fechar algumas matérias mais importantes do edital antes da prova. Na preparação para a prova subjetiva eu assisti videoaulas sobre redação com a professora Adriana Figueiredo e encaminhava para uma profissional da minha cidade corrigir. Tive pouco tempo para me preparar, então só consegui 3 correções. Na semana da prova foquei bastante nas Leis específicas do TJRN para aproveitar minha memória de curto prazo, e nas revisões de véspera do Estratégia.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Raquel: Eu já conhecia o Estratégia por indicação de amigos e antes eu havia assinado um curso para o concurso da ALRN, mas acabei não usando devido aos problemas de saúde que tive à época. Também já achava os professores muito bons, por causa das aulas gratuitas do YouTube.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Raquel: Posso citar os PDFs do Estratégia, que se diferenciam muito dos demais, porque são completos. Focando apenas nos PDFs e resolvendo questões, dá para ser aprovado em qualquer concurso. Além disso, as revisões são extremamente completas. Acertei várias questões devido às revisões de véspera. Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Raquel: Eu estudava por ciclos de várias matérias por dia. Tentava sempre atribuir mais horas para aquelas que tinha mais dificuldade. Por exemplo, eu tenho mais dificuldade em penal, processo penal e português, logo, se eu estudava 10 horas dedicava mais horas desse tempo nessas disciplinas. O restante do tempo diluía entre aquelas que tinha menos dificuldade. No primeiro mês de Edital estudava 3 a 4h por dia. Nos dois últimos meses estudei de 10 a 12h líquidas por dia, todos os dias, nos finais de semana e feriados.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Raquel: Eu fazia as minhas revisões resolvendo questões e quando errava lia todas as explicações do gabarito. Se ainda assim sentisse dificuldade, voltava aos PDFs para rever aquele conteúdo específico. Nos finais de semana tirava 1 dia para fazer simulados das provas de concursos anteriores da banca para com isso conseguir simular como seria no dia da prova.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Raquel: Durante os 3 meses de estudos cheguei a fazer cerca de 6 mil questões ou mais. Fazia em média 200 questões todos os dias e refazia aquelas que errei.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Raquel: Sempre tive dificuldade em penal e processo penal. Quando comecei a estudar, descobri outra dificuldade que era o português da FGV. A banca é conhecida pela peculiaridade nessa disciplina. Eu estudava, achava que sabia tudo, mas quando respondia as questões os resultados eram sempre baixos. Foi aí que resolvi assistir todas as aulas da professora Adriana que eram voltadas para a FGV. Depois disso, meus resultados começaram a aumentar. Eu digo que não há fórmula mágica para superar as dificuldades. Estudar com bons professores, ler os PDFs e, caso ainda persista a dificuldade de entender o conteúdo, assistir as videoaulas daquele conteúdo e responder muitas questões da banca. Durante a minha preparação eu respondia muitas questões da própria banca para entender como eram cobrados os assuntos do Edital.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Raquel: Não mudei minha rotina, mas foquei muito na revisão dos conteúdos mais importantes e aumentei o número de questões, porque isso me ajudava a revisar de forma mais objetiva. Além disso, assisti as revisões de véspera do Estratégia e baixei os materiais para acompanhar.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Raquel: Sim, teve redação sobre assunto de conhecimentos gerais. Eu não tenho dificuldade para escrever, então isso era uma vantagem a mais, contudo, não tinha noção do que poderia ser cobrado na redação e isso me deixou receosa. Redação exige prática e técnica. Então comecei a ver aulas de redação para entender como elaborar uma. Nessas horas é importante ter alguém experiente para olhar o seu texto e indicar os seus erros. Como eu tive pouco tempo, assistia aulas da professora Adriana sobre redação, mas como não tinha correção acabei investindo também em uma profissional aqui da minha cidade. Ela corrigiu 3 redações minhas. Indico praticar, pegar temas de atualidade e praticar mesmo que não tenha alguém para corrigir. Se tiver, melhor ainda. Se não tem condições de investir, pratique do mesmo jeito. A prática leva a perfeição. Muitas pessoas estudam somente para a prova objetiva e esquecem da subjetiva, mas esta é uma etapa do concurso e tem uma importante influência no resultado. A subjetiva pode mudar tudo na classificação final.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Raquel: Com certeza o meu maior erro foi não ter estudado antes e só ter estudado com o Edital aberto. Outro erro que cometi foi deixar as revisões para “depois”, porque eu achava que estava “perdendo tempo de avançar em novos conteúdos”, entretanto, entendi a tempo que revisando eu conseguia fixar os conteúdos. Não adiantava nada avançar em novos conteúdos sem ter aprendido os anteriores. Meu maior acerto foi que, apesar dos meus erros, não desanimei e não desisti.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Raquel: Pensei muitas vezes, principalmente quando eu lembrava que só tinha 3 meses para estudar e ouvia as pessoas falando que já estudavam para esse concurso e para outros há anos. Quando fazia simulado e meus resultados eram ruins, ficava o dia todo pensando que essas pessoas tinham razão e que eu jamais passaria estudando 3 meses. O que me ajudou muito nesse período foi me afastar das redes sociais e de pessoas negativas. Mesmo quando estava nesses dias de desânimo não deixei de estudar. Outra coisa que fazia nesses dias, era ver as histórias de outras pessoas que passaram em concursos por meio de superação. Isso me dava uma confiança de que eu também seria capaz.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Raquel: Meu conselho é: Comece! Faça disso um hábito diário! Se você só tem 30 minutinhos para estudar, estude. Não escute o que pessoas negativas dizem, só você sabe da sua capacidade e das suas dificuldades. Ver seu nome na lista vai ser uma sensação de dever cumprido e tudo que você vai pensar é em agradecer por não ter desistido. Concurso público é para todos, mas somente aqueles que não desistem é que serão aprovados. Não se trata de quem tem mais conhecimento, mas de quem tem mais disciplina e persistência. É como dizem por aí: concurso público é uma fila, se você não sair dela, vai chegar a sua vez.