Aprovado em 150° lugar para o cargo de Analista Tributário na Receita Federal
Concursos Públicos
“Focar no processo, e não nos resultados. Trabalhar os defeitos, continuar estudando, não importa o que aconteça. Quem planta, uma hora colhe. Clichês são clichês porque funcionam, hahaha.”
Confira nossa entrevista com Pedro Rodrigues Morais Macedo, aprovado em 150° lugar no concurso da Receita Federal do Brasil para o cargo de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Pedro Rodrigues Morais Macedo: Tenho 25 anos, sou de Uberlândia – MG, formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Pedro: O que me levou a adentrar nessa caminhada de estudos para concursos, além dos salários maiores em relação à iniciativa privada, foi a estabilidade. Poder trabalhar sem preocupação com coisas alheias à sua vontade, que venham a causar uma demissão ou algo do tipo. Poder focar em realizar seu trabalho da melhor maneira, sem pensar nessas circunstâncias que não controlamos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Pedro: Sim, sou Oficial Administrativo da Prefeitura da minha cidade, cuja jornada de trabalho é de 6 horas, o que permitia os estudos. De manhã, ás 7 horas já iniciava os estudos, até umas 10 horas, trabalhava até umas 16 horas, ia para a academia, e lá pelas 18 horas eu dava uma lida nas minhas anotações ou resumos, de forma bastante sucinta. Quando sobrava tempo no serviço, eu abria o site de questões e realizava alguns cadernos, para render mais também.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Pedro: Além do que eu atualmente trabalho, que é Oficial Administrativo da Prefeitura de Uberlândia (aprovado em 214º lugar), fui aprovado no cargo de Escrevente Técnico-Judiciário do TJ-SP, na comarca de Ribeirão Preto, em 92º. Além desses, fui aprovado também para o cargo de Técnico Judiciário do TRT-4, porém bem fora do número das vagas.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Pedro: Durante a semana era bastante difícil sair com qualquer pessoa, porque a rotina demandava muito tempo, tendo dia que terminava tudo o que tinha que fazer apenas 20 horas da noite. De vez em quando, sobrava tempo e ia comer um lanche com os amigos, ver a namorada. Já, aos finais de semana, somente pensava em sair após terminar os estudos planejados para tais dias, que rendiam até o meio da tarde, ou após o almoço, dependendo do planejamento.
Lembrando que, ao sair, não podia exagerar no álcool para não comprometer o dia seguinte de estudos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Pedro: Sim, isso é fundamental. No momento de estudos, eu me isolava no quarto e todos da minha família sabiam que, se chegassem lá eu estaria focado e não daria a atenção que eles queriam. Havia muito respeito e compreensão, inclusive nos afazeres do dia-a-dia, que só ia resolver e ajudar com as coisas de casa após executar o planejamento de estudos.
Quanto aos amigos, a mesma coisa: quando organizavam os encontros já sabiam da possibilidade de eu não ir ou chegar depois, porque minha prioridade era bastante clara no momento. E todos eram bastante compreensivos e me ajudaram bastante, na hora de escutar e me entender.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Pedro: Desde que eu comecei a estudar para concursos, eu sempre mantive o foco para Receita Federal. No entanto, no primeiro ano, eu tive que conciliar diversas atividades com os estudos: estágio, TCC e trabalho. Assim, não consegui destinar o tempo que queria para os estudos, mas consegui avançar bastante nas matérias. A partir do segundo ano, no que eu consegui finalizar minha graduação, pude conciliar o trabalho com os estudos, que já se encontravam avançados, e solidificar o conhecimento das matérias específicas da Receita, me arriscando em concursos de outra área, sendo que ao realizar o concurso de ATRFB eu tinha 3 anos completos de estudo.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Pedro: Estudava somente por PDFs. Imprimia aula por aula, e grifava e realizava revisões periódicas e, muito raramente, resumos. Depois de um tempo, lendo os grifos e anotações, partia para as questões do material e sites de questões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Pedro: Tive a indicação de um irmão de um amigo meu, que já estava há bastante tempo nessa vida de concurseiro, ai vi as aulas 0 disponíveis e me interessei pela didática.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Pedro: Com certeza, a didática das aulas dos PDFs é sem igual, descomplicando as matérias que parecem bastante complicadas, mas não são.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Pedro: Eu organizei as matérias do último edital em ciclos de 6,7 matérias. Assim, organizava-as pelas minhas horas disponíveis durante a semana, e nesses horários lia PDFs e anotações e resumos sobre a aula e ia para as questões. Depois de um tempo, comecei a ir para as questões direto, pois o estudo começou a ficar bem dinâmico. Assim que acabava o ciclo, fazia outro e assim foi.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Pedro: Eu revisava pelas anotações e grifos da aula, mas, a maior parte do tempo era destinado às questões. O estudo ativo realmente tem uma eficácia muito maior em se tratando de fixação de conteúdo.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Pedro: É extremamente importante. Após muito tempo revisando os PDFs e anotações, o estudo começa a se valer unicamente por questões, de modo a responder quase no reflexo. Não tenho um número exato, mas com certeza alcançou os 5 dígitos.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Pedro: Direito Constitucional. Por ser da área de exatas, o começo dos estudos das disciplinas de Direito foi bastante difícil, de forma a demorar horas em um PDF, porque é algo totalmente diferente da minha formação. Além disso, nunca escutei nenhuma aula, aí só tinha eu e o PDF na minha frente. Mas com o tempo, vai se adaptando, e pegando as nuances, os termos, o jeito das questões, e os decorebas. Bunda na cadeira resolve qualquer dificuldade, não tem como.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Pedro: Na semana da prova, deixei para ler as anotações que eu não havia me dado o trabalho de decorar até então, que seriam os prazos, decorebas, detalhes de leis, termos, aqueles que uma semana depois da prova você esqueceria. Já no dia pré-prova, eu até cheguei a levar minhas anotações, mas estava tão cansado, que resolvi ficar tranquilo. Cochilei, vi filme, comi fora, qualquer coisa que me distraísse. Naquele momento prezei mais por uma cabeça descansada e confiar na preparação.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame?
Pedro: No pós edital, depois de ver as matérias que cairiam na discursiva, foquei em dominar o conteúdo delas antes. Após isso, ia fazendo as questões, simulando o tempo gasto, fazendo esquemas e rascunhos para depois passar a limpo, e corrigir depois. Completei todo o material de Discursivas do Estratégia, depois fui para as provas antigas e depois inventava questões para eu mesmo responder (Vale tudo no pós-edital haha).
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Pedro: Como acertos, sempre priorizei os estudos. Tinha outros afazeres e responsabilidades, como toda pessoa tem, mas só destinava atenção para eles após fazer o que tem que ser feito. Focar no processo em si ajuda a não ficar bitolado demais com conjunturas que não controlamos. Isso é mais importante ainda em concursos que a gente não tem previsão que aconteça num futuro próximo, como era o da RFB.
Em relação aos erros, eu acho que poderia ter focado mais nas matérias específicas do concurso que queria, não me preocupando com outros editais que surgiam, que desviavam minha atenção para matérias que eu não aproveitaria depois.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Pedro: Com certeza. Minha principal motivação era que, para mudar a realidade que estava, só dependia de mim. Já estava adaptado a meu serviço, porém não tinha muita perspectiva de grandes saltos financeiros, então minha única saída era continuar estudando e passar em algum concurso melhor. A realidade é dolorosa, mas te incentiva da melhor maneira possível.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Pedro: Focar no processo, e não nos resultados. Trabalhar os defeitos, continuar estudando, não importa o que aconteça. Quem planta, uma hora colhe. Clichês são clichês porque funcionam, hahaha.