“Preocupe-se única e exclusivamente com a constituição de uma base sólida das disciplinas mais cobradas. Isso é o que de fato faz a diferença.”
Confira nossa entrevista com Maycon Vinícius Nascimento, aprovado em 13° lugar no concurso TRT-MG Agente da Polícia Judicial (CR):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Maycon Vinícius Nascimento Manuli Lisboa: Tenho 26 anos e sou de Conselheiro Lafaiete – MG, cidade a 90km de Belo Horizonte. Sou graduado em Direito pela PUC Minas, curso concluído no segundo semestre de 2020 e graças ao programa governamental FIES. Também sou pós-graduado em direito público e curso outra pós, de direito penal e processual penal.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Maycon: Eu me desiludi com a advocacia nos estágios que fiz em escritórios durante a graduação, pois via pessoas extremamente competentes e capacitadas trabalhando muito, ganhando pouco e, pior, sem qualquer perspectiva de crescimento efetivo em seus cargos. Era perceptível que a ascensão na carreira era extremamente lenta e dependia de fatores que eu não queria depender. Em outras palavras, para obter reconhecimento e crescer em um escritório de advocacia, a competência técnica não é o fator determinante. É necessário, ainda, ter contatos, indicações, captar clientes, “engolir muito sapo”, “puxar saco” de superiores e até mesmo ter sorte. Eu não gostava dessas variáveis, sempre gostei de depender apenas de mim e de algo concreto.
Também havia a opção de advogar por conta própria, uma alternativa na qual eu dependeria só de mim, mas a verdade é que eu não queria pagar o preço dessa escolha, que demandava paciência, tempo, remuneração escassa e variável durante um bom tempo até a consolidação do nome e também jornadas de trabalho que não possuem hora certa para começar e terminar. Eu não gosto de muita imprevisibilidade. Acaba-se trabalhando ainda mais que em grandes escritórios, a diferença é que nestes você trabalha muito para encher o bolso dos sócios de dinheiro, enquanto, na advocacia autônoma, apesar de arcar com os riscos da atividade, você pelo menos é o único dono dos frutos de sua dedicação. Outro ponto é que, na advocacia autônoma, sempre é ainda mais difícil para quem, como eu, não possui nenhum parente que já milita no ramo.
Portanto, eu, que sempre fui muito curioso, vivia pesquisando sobre a remuneração de diversos cargos públicos e privados. A escolha pelo setor público era cada vez mais evidente, já que, no Brasil, na maioria das vezes é onde se encontram as melhores remunerações. Soma-se ainda a estabilidade e a qualidade de vida que eu nunca encontrei na iniciativa privada.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Maycon: Sim, sempre trabalhei. Meu primeiro emprego foi de jovem aprendiz pelo SENAC em uma distribuidora de bebidas quando eu ainda tinha 15 anos. Durante a faculdade, não foi diferente. Comecei a estudar de forma sistematizada para concursos no meio de 2020, durante o 9º período do curso e o início da pandemia de Covid-19. Isso porque, com a pandemia, saí do estágio em que eu estava e a faculdade instituiu o regime remoto. Assim, voltei para a minha cidade no interior e comecei a estudar para o concurso do TJM-MG, que havia sido revogado, mas seria retomado. Como estava sem dinheiro, arrumei um emprego na minha cidade de professor de trânsito em uma autoescola, o qual passei a conciliar com o último período da faculdade, elaboração de TCC e estudos para concurso. Quando concluí a graduação, passou a sobrar mais tempo para estudar e a pandemia começava a amenizar. Começaram, então, a ser publicados alguns concursos, como o da PRF, que aconteceu no primeiro semestre de 2021, e o exame da OAB, que até então também estava suspenso em virtude da pandemia. Passei a conciliar o trabalho na autoescola com os estudos para a PRF e OAB. Não passei na PRF, mas sim na OAB. Após essas duas provas, em setembro de 2021, passei num processo seletivo para estágio de pós-graduação do TJMG, no fórum da minha comarca, função que eu ocupo até os dias atuais e a qual eu continuo conciliando com estudos para concursos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Maycon: Dentro das vagas já fui aprovado em 3. IBGE (censo), Soldado da Polícia Militar de MG e Policial Penal de MG. Não lembro a colocação do IBGE e da PM porque já faz uns 2 anos e ambos foram concursos regionalizados. Na PPMG, o concurso ainda está em andamento, pelo que só saberei a colocação final quando acabarem todas as etapas, sendo a última o CFTP (curso de formação técnico-profissional). No concurso do TRT, fiquei em 13º lugar para o cargo de Técnico Judiciário – Agente da Polícia Judicial, mas, como de praxe nos últimos concursos do Poder Judiciário da União, o edital previu somente cadastro reserva. Logo, aguardo ansiosamente pela incerta, mas provável, nomeação.
Sobre continuar estudando, certamente pretendo. Estou aguardando o resultado de alguns outros certames, como TJMG, MPMG e algumas PGMs locais, mas pretendo continuar estudando para o TSE unificado (técnico e analista), que provavelmente será publicado neste ano. Posteriormente, não descarto a possibilidade de direcionar os estudos para a carreira de Delegado, mas como dito, é somente uma possibilidade, já que um cargo no Judiciário conta com diversas vantagens que inexistem no Poder Executivo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Maycon: Minha vida social era e ainda é absolutamente normal. Claro que, em certos períodos, não me dou o luxo de fazer tudo o que eu gostaria, principalmente nessa atual onda de editais abertos, mas sempre tiro um tempo para ficar com minha namorada e ver meus amigos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Maycon: Incondicionalmente, todos eles e de todas as formas imagináveis, principalmente a família.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Maycon: Pode parecer estranho, mas direcionado ao concurso do TRT foi somente durante o último mês. Contudo, isso se deu porque a minha base nas principais matérias já estava bastante sólida e eu vinha estudando para outros concursos. Então, minha estratégia foi incluir as disciplinas específicas do cargo de policial judicial somente na reta final.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Maycon: Sem dúvidas, a constituição da minha base nas disciplinas mais recorrentes, como as matérias de direito, foi por meio dos PDFs do Estratégia. Eles são perfeitos e extremamente focados ao perfil de cada concurso, com o aprofundamento adequado, inclusive os PDFs simplificados. Eu baixava-os no tablet, lia-os e fazia as questões, até chegar ao ponto de só precisar revisar meus grifos e anotações nos próprios PDFs. Em todas as disciplinas de direito, estudei e continuo estudando assim. Constitucional e administrativo, por exemplo, que
são as principais disciplinas, já esgotei o conteúdo e fico só revisando. As outras como penal, processo penal, civil e processo civil, que também caem em muitos concursos que eu faço, ainda não esgotei, estou em processo de construção do material.
Diferentemente das disciplinas jurídicas, minha base em português foi toda construída por meio das videoaulas, pois é uma matéria mais complexa, não me adaptei estudando por PDFs. O mesmo ocorreu com informática e raciocínio lógico, matérias que possuo muita dificuldade e, portanto, só estudo pelas aulas.
Por fim e não menos importante, sempre faço muitas questões por meio do sistema de questões do Estratégia, de forma complementar às questões que já constam nos PDFs. Ajuda muito estudar por ali, pois há diversas questões comentadas por professores. Essas foram as vantagens.
Por outro lado, em relação às desvantagens, posso elencar a inexistência de um aplicativo que possua toda a plataforma do Estratégia, para acessar nos dispositivos móveis. Há somente um app do sistema de questões. Nesses dispositivos, ter que acessar a plataforma por meio de um navegador é ruim e desconfortável. Além disso, como não há aplicativo, não há como baixar as aulas para ver de modo offline, o que seria ótimo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Maycon: Por meio de PDFs avulsos que já circularam na internet durante a minha graduação e por meio de aulas no YouTube.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Maycon: Sim, já estudei por outros cursinhos. O que mais me incomodava sem dúvidas era a falta de direcionamento para os concursos que eu queria fazer. Sempre tive que me preocupar em delimitar o que realmente iria cair. Parece que eles somente reaproveitavam de qualquer maneira as aulas e materiais de outros concursos, sem se atentarem às peculiaridades de cada concurso. Além disso, os PDFs dos outros cursinhos que eu fiz nem se comparam com os do Estratégia, os quais contam com diversos destaques, esquemas, mapas mentais, uso das cores de forma associativa, entre outros detalhes que fazem a diferença. Como o estudo ativo por meio dos PDFs é fundamental, não me dei muito bem nos outros cursinhos.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material?
Maycon: Sim, cheguei a fazer vários, mas não cheguei a ser aprovado em nenhum.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Maycon: Sim. Como dito, os PDFs do Estratégia simplesmente impulsionaram meus estudos de uma forma indescritível. Eles mudaram totalmente minha forma de estudar. Foi possível construir uma base sólida em matérias fundamentais. O melhor é que isso me ajudou a fazer algo que eu não sabia, revisar. Estudar pelos PDFs fazendo grifos facilita muito a revisão e impede a perda de tempo estudando do zero matérias já estudadas.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Maycon: Nunca fui muito de fazer cronogramas e calcular tempo de estudo. Basicamente, preocupei- me em constituir uma base. Com ela construída, passei a realizar revisões com base no aproveitamento em questões. Quando faço uma questão e percebo que me esqueci de algo que não deveria ter me esquecido, sei que é a hora de revisar aquele conteúdo.
Em relação às horas, ficava mais bitolado com isso no início. Atualmente, estudo nos períodos em que não estou trabalhando e enquanto consigo absorver o conteúdo. Quando percebo que já estou fazendo muito esforço para compreender algo, entendo que é a hora de parar. Aprendi que estudar menos e com constância é mais produtivo que estudar muito sem qualidade ou de forma descontinuada. Ter rotina é fundamental, mas me permito sair dela de vez em quando em dias que não estou muito bem para estudar.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Maycon: Por questões e relendo meus grifos e anotações nos PDFs.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Maycon: Resolver questões é IMPRESCINDÍVEL. Nem me recordo quantas eu já fiz, mas certamente milhares.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Maycon: Sempre tenho mais dificuldade com as disciplinas de exatas, como raciocínio lógico- matemático e informática. Meu rendimento melhorou quando comecei a estudá-las por videoaulas seguindo rigorosamente a cronologia disposta no curso. Não adianta querer pular etapas. Os exercícios feitos em aula pelo professor são muito importantes também, isso clareava muito a matéria na minha cabeça.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Maycon: Fazendo questões de todas as matérias e revendo pontos importantes das disciplinas específicas. Além disso, realizei as questões elaboradas pelo professor sobre essas específicas nos PDFs. Algumas disciplinas específicas não possuem muitas questões, pelo que é fundamental quando o próprio professor elabora e disponibiliza no material.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Maycon: Apesar de já ter tirado excelentes notas nas discursivas do TRT (49/50) e de outros concursos, definitivamente não sou nenhum exemplo a ser seguido. Nunca estudei para provas discursivas e sequer faço redações durante a preparação. Sempre tive muita facilidade com escrita e estou sempre escrevendo no trabalho. O que posso dizer que com certeza contribui é dar a devida atenção à disciplina teórica de gramática e ler muito. Sempre fiz e continuo fazendo essas duas coisas.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Maycon: Meus principais erros foram: i) insistir em prosseguir estudando as disciplinas linearmente sem revisar, como se eu nunca fosse esquecer o conteúdo estudado (isso fazia com que eu sempre recomeçasse do zero); ii) ficar trocando de material; iii) ficar estudando mais as matérias nas quais eu possuía facilidade, em detrimento daquelas que eu tinha dificuldade; e ficar interrompendo a cronologia do estudo de base para focar em disciplinas específicas em retas finais de concursos que surgiam durante o percurso.
Os acertos foram descobrir e reconhecer os erros acima. Depois que eu percebi os erros, foquei em não os repetir e tudo melhorou desde então.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Maycon: Já pensei diversas vezes em desistir, principalmente quando eu obtinha um resultado aquém do que esperava em algum certame específico que eu me considerava preparado e queria MUITO aquele cargo. Como certamente demoraria para ter um novo concurso daquele órgão e para aquele cargo, isso me frustrava muito. Em vários deles eu “bati na trave” por uma ou duas questões que eu realmente sabia o conteúdo. Nada é mais frustrante e irritante do que isso.
Porém, sempre vivia o luto daquela prova e retomava os estudos. Nessas situações, o que me motivava mais era saber que eu estava passando perto da nota de corte, o que denotava uma evolução. Se eu desistisse ali, botaria tudo a perder e eu definitivamente não iria me perdoar por isso, afinal estava tão perto…
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Maycon: Comece pelo português e dedique-se muito a ele. Isso facilitará a compreensão de todas as demais disciplinas, independentemente da área almejada. Após construir uma base na língua portuguesa e passar para as demais disciplinas: não tente pular etapas, não fique trocando de material e não tente “abraçar o mundo” por um concurso interessante que acabou de ser publicado. Fazer tudo isso, em vez de antecipar a jornada, acaba prolongando-a muito.
Preocupe-se única e exclusivamente com a constituição de uma base sólida das disciplinas mais cobradas. Isso é o que de fato faz a diferença.