Aprovado em 44° lugar no concurso do Senado Federal
Concursos Públicos
“E a minha mensagem é que ser nomeado em um concurso público é algo possível, não é necessária uma inteligência sobre-humana, só é preciso determinação, disciplina e uma boa estratégia de estudos. Qualquer um pode conseguir se se dedicar com afinco.”
Confira nossa entrevista com Victor Matheus Fonseca Correia, aprovado em 44° lugar no concurso do Senado Federal para Analista Legislativo – Administração (CR):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Victor Matheus Fonseca Correia: Meu nome é Victor Matheus Fonseca Correia, tenho 32 anos. Nasci em Belém PA, mudei para Brasília com 11 anos e sou formado em Comunicação Social – Jornalismo pelo Iesb.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Victor: Eu sempre quis um emprego que me remunerasse proporcionalmente à quantidade de trabalho que eu iria ter. E vi que, na iniciativa privada, isso era algo muito difícil de ser alcançado. Então, o concurso era a alternativa mais condizente com esse propósito. Isso sem falar da estabilidade que o serviço público oferece. Você saber que será avaliado pelo seu trabalho e pelas suas entregas, sem estar sujeito aos “humores” de uma eventual chefia, é algo que traz um conforto sem precedentes.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Victor: Até a minha primeira nomeação para o concurso da Secretaria de Educação em 2018, eu só estudava, mas depois passei os próximos anos equilibrando trabalho e estudo. Em dezembro/2021, assumi o cargo de técnico judiciário no TRT-10ª Região. Sempre usei todo o meu tempo livre para continuar estudando. Não é fácil, pois o trabalho me demanda intelectualmente, mas eu repousava por meia hora antes de começar a estudar. Ficava esse tempo sem olhar o celular e sem fazer nada, descansando minha mente para a sessão de estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Victor: O primeiro concurso que eu fui nomeado foi o da Secretaria de Educação para o cargo de Técnico de Gestão Educacional, na posição 94. Fui aprovado em 26º lugar no TRF da 1ª Região; em 69º, no TST; 25º, no Conselho Federal de Química; e em 30º, no IPHAN. Todos para o cargo de Analista Administrativo. Também fui aprovado para técnico judiciário do TST na posição 215, cargo que ocupo atualmente.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Victor: Minha vida social era praticamente inexistente. Muito raramente eu saía com a minha família e com os meus amigos, mas não recomendo isso. Acho que dá para qualquer pessoa estudar para concurso tendo uma vida mais equilibrada com o lazer, valorizando aquilo que realmente importa que é o afeto daqueles que nos amam. Os resultados podem vir até mais rápido. Você não deve deixar o estudo em segundo plano, mas também não pode só viver em função disso.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Victor: Com certeza. Alguns membros da minha família são servidores. E eu sempre tive o apoio principalmente da minha mãe, que nunca me deixou desistir. Até mesmo na época que saiu o concurso do Senado, eu já tinha desistido da área administrativa, porque são concursos que chamam poucas pessoas, tinha migrado o estudo para a área de controle, ia fazer o concurso de auditor da CGDF que estava prestes a sair, mas foi a minha mãe que me convenceu a continuar e dar mais uma chance para administração, e foi o melhor conselho que alguém já me deu na vida até hoje.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Victor: Eu nunca estudei direcionado exatamente para um concurso, estudava para a área administrativa e isso começou em 2016 e desde lá construí uma base bem sólida que acabou culminando com a aprovação no Senado em 2022. Para manter a disciplina, eu olhava a minha conta bancária todo mês e lembrava que o salário que eu queria não ia cair do céu.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Victor: Eu usei todo o tipo de material possível. As aulas presenciais são muito boas para você encontrar pessoas que têm o mesmo pensamento que o seu de passar em concurso, mas em termos de aprendizado é ruim, porque é uma forma de estudo passiva, você só está ali ouvindo o professor. A ferramenta mais efetiva para mim foram as questões de prova. Foi resolvendo questões que o meu patamar mudou, porque é uma forma de estudo mais ativa. A vantagem dos PDF’S e dos livros é que eles servem como ferramenta de busca para as dúvidas que aparecem nas questões. Já a desvantagem dos livros e dos PDF’s é que se a gente estudar do jeito tradicional, lendo a parte teórica para depois ir resolver as questões, acaba-se perdendo muito tempo e isso é pouco efetivo. Já as videoaulas de resolução de questões me ajudaram muito na parte dos conteúdos de exatas, nos quais sempre tive mais dúvidas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Victor: Conheci o Estratégia em 2018 estudando para o MPU. É o curso que sempre é citado como referência no mundo dos concursos, com os melhores professores e com os PDF’S mais completos. Inevitavelmente o aluno que começa a estudar para concurso vai ouvir falar do Estratégia em algum momento. A fama de vocês é muito grande.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Victor: Sim, cheguei a usar. Como falei anteriormente, fiz dois anos de um curso presencial e o que mais incomodava era a falta de organização da grade horária. Davam poucas matérias antes do edital, e quando saia o edital, despejavam conteúdo para cumprir o contrato. Ninguém consegue estudar de forma efetiva desse jeito.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Victor: Sim e fui aprovado na Secretaria de Educação, porém, obtive êxito mais por iniciativa minha de pesquisar as matérias na internet e de resolver questões do que pelo curso em si.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Victor: Senti. O diferencial do Estratégia é a abrangência dos materiais. Os PDF’s de vocês são muito abrangentes e respondem a maior parte das dúvidas que eu encontrava na resolução das questões. Outro grande diferencial é o professor Herbert Almeida. Ele é o melhor professor de direito administrativo desse país e os aulões de véspera dele me ajudaram a revisar todo o conteúdo de direito administrativo. O material que o Estratégia distribui gratuitamente, como a nova lei de licitações esquematizada, também é excelente e contribuiu muito para a minha aprovação no Senado, pois licitações era um tópico muito explorado tanto na parte de conhecimentos gerais quanto na de conhecimentos específicos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Victor: Eu estudei por ciclo de estudos e o montei colocando as matérias mais difíceis para estudar de manhã cedo, depois que acordava (e estava mais descansado); e deixava as matérias que mais dominava e que tinha facilidade para a parte da noite, depois que voltava do trabalho. Estudava no máximo 3 horas e meia por dia. 2 horas de manhã e 1 hora e meia à noite. E, a cada hora, eu estudava uma matéria diferente. Nesse ritmo eu conseguia estudar um pouco de todas as matérias do Senado a cada três dias. A cada uma hora de estudo, descansava 15 minutos.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Victor: As minhas revisões eram essencialmente resolvendo questões. Fazia resumos muito pequenos com os pontos-chave das questões para ver nos dias em que tivesse com mais preguiça de resolver exercícios. Também usei os aulões de véspera do professor Herbert para revisar o conteúdo de direito administrativo, que era a matéria mais extensa do concurso do Senado.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Victor: A resolução de questões é a parte mais importante de todo o estudo para concurso, pois foi através dela que conheci a forma como a banca e o examinador gostam de cobrar os assuntos do edital. Sem contar que boa parte das questões de provas de concursos são repetidas. E eu fiz tantas questões desde 2016, que, honestamente, não lembro o número.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Victor: O português da FGV, inglês e raciocínio lógico foram as piores matérias. Para português e inglês eu foquei muito em questões, lia o comando, depois o comentário do professor e assim ia assimilando o conteúdo. E, para raciocínio lógico, usei videoaulas em que o professor ensinava o passo a passo da resolução das questões.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Victor: Muito leve. Eu entreguei para Deus, pois sabia que já tinha feito tudo o que podia. E fiquei só revisando as questões que marquei como favoritas ao longo dos meses passados. Normalmente eram as questões com alto índice de cobrança nas provas. Além de assistir os aulões de revisão do professor Herbert.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Victor: Sim. Eu pegava os espelhos das discursivas que já tinham sido cobradas em concursos feitos pela banca do meu concurso, lia esse espelho grifando as palavras-chave e depois lia o comando da discursiva e fazia a redação e, de tempos em tempos, eu refazia aqueles temas que eram mais frequentes nas provas anteriores. A banca, assim como nas questões objetivas, também costuma repetir os temas das questões discursivas.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Victor: Meu principal erro foi achar que, para passar em um concurso, eu precisava estudar muitas horas. No início da minha preparação, não respeitei o limite do meu corpo. Passava dias me forçando a estudar 6, 7, 8 horas. O cérebro de cada um tem um limite de informações que consegue assimilar por dia e o meu era no máximo 2 a 3 horas por dia. Se passasse disso, sentia que a minha cabeça desligava e começava a divagar. Ficava lendo o comando das questões só por ler, já não conseguia de fato entender e compreender o conteúdo. E o meu principal acerto foi dar um papel importante as questões desde o início. Elas são o diferencial.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Victor: Nunca pensei em desistir, porque eu sabia que não tinha outra alternativa. Não queria trabalhar na iniciativa privada e também não tinha “expertise”, nem capital para abrir uma empresa. Então, passar em um concurso era a minha única opção para garantir o meu sustento.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Victor: Eu aconselho a pessoa a buscar um cargo que consiga aliar um bom número de vagas a um bom salário. E depois disso focar o estudo na resolução de questões, usando os PDF’s para tirar dúvidas. Recomendo videoaulas só para aquelas matérias em que a pessoa esteja com muita dificuldade. Também aconselho desligar o celular e deixá-lo longe (se possível) durante a sessão de estudos e os intervalos. Se você olhar o celular, enquanto está descansando, o cérebro não relaxa e quando você volta para o estudo é como se não tivesse descansado. Depois que fiz isso, o meu rendimento disparou. E a minha mensagem é que ser nomeado em um concurso público é algo possível, não é necessária uma inteligência sobre-humana, só é preciso determinação, disciplina e uma boa estratégia de estudos. Qualquer um pode conseguir se se dedicar com afinco.