Aprovada no concurso INSS

“A vitória chegará para aqueles que não desistiram, muitos ficarão pelo caminho, podemos mudar de direção, recuar, mas jamais desistir. Há tempo para semear e tempo para colher.”

Confira nossa entrevista com Lauriany Maria Ferreira Araújo – Aprovada em 7º lugar no concurso INSS para Técnico de Seguro Social (Maceió – AL):

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?

Lauriany Maria Ferreira Araújo: Olá! Sou Lauriany Maria Ferreira Araújo, tenho 30 anos, moro na zona rural de uma pequena cidade do interior do sertão alagoano desde quando nasci, Major Izidoro. Venho de uma família de professores e busquei seguir a mesma profissão. Sou formada em Licenciatura em Ciências Biológicas pelo Instituto Federal de Alagoas – estudei na primeira turma Ead que abriram para o pólo de Arapiraca. Fiz especialização Ead em Educação Ambiental, que é a área com a qual me identifico.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Lauriany: Onde moro a melhor oportunidade de estabilidade é passar em um concurso público – uma grande quantidade de pessoas depende de cargo público municipal, a maioria como contrato temporário, poucos conseguem ser efetivos. Assim, o desejo de muitos é alcançar a estabilidade e livrar-se da incerteza de não ser contratado no próximo ano. Minha família tem muitos concursados: meu pai, duas tias, e algumas primas também começaram nessa caminhada. Todos professores. Sempre fui incentivada e tive o desejo de estudar para passar em um concurso público e alcançar a estabilidade financeira.

Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?

Lauriany: Quando comecei a estudar para o concurso do INSS, em janeiro de 2022, já trabalhava. Minha jornada era o dia todo, voltava para casa na hora do almoço, a jornada só acabava cinco horas da tarde, as vezes era preciso estender ao período da noite. Minha rotina de estudos, desde janeiro, foi a partir das 7 horas da noite, estendia até 10 ou 11 horas, dependendo do cansaço. Das 5 da tarde até às 7 horas da noite era o tempo que eu dedicava para descansar, descarregar do trabalho que exauria minha mente e dar um pouco de atenção para minhas sobrinhas pequenas (que moram comigo, com minha irmã, mãe delas, e com meus pais). Por vezes aproveitava o horário do almoço para estudar. Meu horário de mais rendimento era de noite, então, procurava não tentar me desgastar e reservava a mente para estudar a noite toda, dando pequenas pausas. Dedicava o fim de semana para maratonar os conteúdos, que até então eram todos novos para mim. Esperava pelos fins de semana para estudar tudo que não pude durante a semana. Todo meu tempo livre, inclusive feriados, era para estudar. Uma rotina desgastante, mas sempre fui muito disciplinada com meus estudos, às vezes era necessário fazer uma pausa por algumas horas, respirar ar puro para que a mente tivesse descanso. Pelo pouco tempo que tinha, busquei não ficar lendo comentários, nem acompanhar chats ou resultados de simulados onde muitos estudantes já demonstravam já vir se preparando há mais tempo, seguia meu próprio ritmo, vencendo minhas próprias metas. Foi uma jornada solitária.

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?

Lauriany: Já fiz alguns concursos, esporadicamente. Mas foquei mesmo em concurso assim que me formei, concursos para professor de ciências no meu estado, essa jornada começou no final de 2018, com o concurso público da minha cidade – no qual fui aprovada em 1º lugar para o cargo de Assistente Administrativo Escolar – Secretária Escolar. Enquanto esperava um longo ano aguardando os tramites do concurso, continuei estudando para outros concursos. Veio a pandemia, e tudo parou. Fui finalmente nomeada e tomei posse no início de 2021. Foi um ano difícil, mas em dezembro me organizei mentalmente e emocionalmente para continuar minha jornada de concurseira, mirando concursos maiores. E, assim, comecei o ano de 2022 totalmente focada no concurso do INSS, para o qual fui aprovada, mas pretendo continuar estudando. Sempre gostei de estudar, e agora que percebi que posso mais do que imaginava, continuarei nessa jornada depois que vencer o curso de formação – que é o meu foco no momento.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?

Lauriany: Quando estou estudando para um concurso, coloco dedicação total. Na preparação para o concurso do INSS não existia vida social. Deixei de fazer o que mais gostava: passear com minhas sobrinhas e visitar meus avós na fazenda. O tempo livre que tinha para isso era aos finais de semana, e era esse o tempo precioso que não podia abrir mão para estudar, pois trabalhava o dia todo durante a semana. Era um sacrifício que eu sabia que precisava ser feito, mas muito doloroso. Sentia-me culpada. Sempre gostei de cozinhar, a cozinha é uma paixão, também deixei de fazer isso.

Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?

Lauriany: Os únicos que sabiam que eu estava estudando para um concurso era minha família mais próxima. Davam muito apoio, compreendiam que eu precisava estudar. Minha mãe cuidava da casa, da cozinha, das crianças, sozinha. Testemunhava seu cansaço com essa rotina, minhas sobrinhas pequenas (de 1 ano e de 4 anos de idade) sentiam minha falta e sempre iam ao meu quarto brincar – foram incontáveis noites estudando com elas brincando perto de mim. Mesmo que entendessem, não compreendiam completamente porque estudava tanto, sem descanso, que deveria ser assim. Constantemente eu explicava que era necessário, tratava-se de um concurso difícil e que precisava dessa rotina pesada. Eles não tinham dimensão da quantidade de conteúdos que eu precisava estudar. Na reta final, minha ausência foi total. Meses turbulentos, meu avô passou por cirurgias com recuperação complicada, minha mãe precisava se ausentar para ajudar a cuidar dele. Minha tia passou muitos dias lá para que minha mãe ficasse em casa, pois eu não podia cuidar da casa e das crianças. Nos últimos 15 dias tirei férias do trabalho, fui para a casa dos meus avós – fase de revisão, da hora que acordava até a hora de dormir, de madrugada. Mas eles precisaram ir para Arapiraca na última semana, terminar a recuperação – minha avó queria que eu ficasse lá e cuidasse deles, mas não podia e minha mãe precisava ficar em casa para que eu estudasse. Todos foram muito compreensivos nessa reta final. Pensar numa vida melhor para minha família foi o que me deu forças nesse longo ano.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?

Lauriany: Para o concurso do INSS, estudei desde janeiro, com foco total. Sempre fui muito disciplinada nos estudos, mesmo assim foi difícil abrir mão dos momentos em família. Foi um ano inteiro sem assistir nenhum filme, nenhuma série, sem acompanhar redes sociais e notícias, sem assistir documentários dos quais gostava, sem ler – costumo ler e assistir sobre diversos temas, política, história, religião etc. Deixei tudo de lado. Nos momentos em que fraquejava, tinha tanta coisa para estudar e estava longe do fim, quando não compreendia a matéria, parecia que não ia dar conta com o prazo tão curto. Deus estava comigo, era minha fortaleza no silêncio – nesses momentos, parava, escutava minhas músicas cristãs favoritas, orava e pedia forças para continuar. O incentivo dos tantos professores que acompanhei foi fundamental, eles compreendiam a árdua jornada e haviam vencido.

Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?

Lauriany: Utilizei vídeoaulas, PDFs, slides com resumos preparados pelos professores, e as leis (todas impressas). Aprendo melhor fazendo meus próprios resumos, rabiscando no material impresso, e quando não podia ler por causa do barulho do ambiente – festas e música alta da vizinhança, das crianças em casa, ou quando precisava cozinhar, até mesmo no banho, as vídeoaulas eram fundamentais. Antes de ler a lei seca, sempre assistia as vídeoaulas, pois davam-me compreensão melhor sobre o assunto, direcionava sobre as partes mais importantes, complementava sobre as jurisprudências e davam dicas de como memorizar. Gostava muito das maratonas de conteúdo que o Estratégia proporcionava, sem dúvida foram muito importantes no meu aprendizado. Como meu tempo era curto, nunca acompanhava ao vivo, deixava para assistir depois em velocidade máxima. Os slides com resumos que os professores preparavam para as aulas foram utilizados para compor meus cadernos de resumo. Outro ponto essencial na minha preparação foram as vídeoaulas com maratona de questões – a maior parte das questões que resolvi foram essas comentadas, pausava o vídeo para dar minha resposta e depois acompanhava os comentários dos professores. Fiz poucas questões avulsas, via muitos alunos nas lives comentando sobre as milhares de questões que haviam feito, e eu fazia diferente. Tinha muito conteúdo para explorar e não podia ficar apenas resolvendo questões. Minha resolução era direcionada ao conteúdo que havia estudado. As aulas dos professores supriam perfeitamente essa necessidade, pois já eram acompanhadas de questões, e existiam as aulas só de questões. Preferia elas. Fazia revisões de acordo o avanço nos meus estudos. Tinha meu próprio planejamento, adaptado às peculiaridades do dia-a-dia – em momentos podia me concentrar em PDS, fazia resumos por horas; em outros colocava meus fones de ouvido e realizava minhas tarefas ouvindo as vídeoaulas; tinha momento para revisar meus cadernos; quando sentia necessidade resolvia questões avulsas; fazia um simulado por semana, eles foram essenciais para me preparar para a banca, resolvia o simulado e depois acompanhava o gabarito comentado, questão por questão, para saber onde errei, onde acertei, onde podia melhorar, o que deveria aprofundar, pegadinhas que poderiam vir. Sem esses materiais de qualidade eu não teria conseguido. Os professores deram o melhor de si, bastava que eu desse o melhor de mim.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?

Lauriany: Quando decidi estudar para o INSS, sabia que precisava de materiais de qualidade e professores. Onde moro não tenho acesso a cursos presenciais. Buscando no Youtube encontrei aulas de professores do Estratégia, vi a expertise de seus profissionais, e desde então eles foram minha companhia.

Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?

Lauriany: As maratonas de aulas dos professores foram o diferencial. Traziam resumos esquematizados que eu utilizada para as revisões. As questões comentadas também foram importantes. O restando eu me debruçava sobre as leis. A didática dos professores ajudava a compreender os conteúdos difíceis e organizar resumos e estratégias de memorização.

Estratégia: Como montou seu plano de estudos?

Lauriany: Montava meu plano mensalmente, tinha metas para cumprir. Durante a semana, com meu tempo curto, só conseguia ver no máximo duas matérias, aquelas que eu tinha mais dificuldade dedicava a noite toda na sua compreensão. Preferia dedicar entre duas e três horas numa matéria só, fazendo as devidas pausas, variando entre vídeoaula, PDF, montando resumos, rabiscando e colorindo as leis. Aos fins de semana, maratonava várias matérias. Durante a semana só conseguia estudar cerca de 3 horas líquidas por dia, já nos feriados e sábado e domingo fazia aproximadamente 10 horas líquidas, distribuídas nos três horários.

Estratégia: Como fazia suas revisões?

Lauriany: Fazia anotações das vídeoaulas no meu caderno de resumos ou nas leis impressas. Na medida em que avançava em determinado conteúdo, elaborava resumos nos meus cadernos, dedicando ao menos um dia por semana para revisar tudo que já tinha montado nos cadernos e as leituras das leis que já havia colorido. Fazia um simulado por semana.

Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?

Lauriany: A resolução de questões e de simulados foi indispensável, eram através delas que colocava em prática o que estudava; percebia como as bancas cobravam determinado conteúdo; aprimorava meu conhecimento; preparava-me para as pegadinhas; ajudava a fixar os conteúdos pela repetição – principalmente quando os professores citavam os artigos todas as vezes que fundamentavam as questões.

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Lauriany: Língua Portuguesa é a matéria mais difícil para mim, em segundo lugar, Direito Administrativo. Esta era muito extensa, nunca havia estudado, para compreendê-la as aulas e esquemas montados pelos professores foram essenciais. Língua Portuguesa é meu Calcanhar de Aquiles, sabia que ela seria muito difícil e poderia me derrubar; nunca havia estudado profundamente. Foi uma conquista o pouco que consegui superar de Português, pretendo continuar estudando a matéria, que é muito extensa e de difícil compreensão para mim, até superá-la.

Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?

Lauriany: Nos 15 dias que antecederam a prova, estudava dia e noite, fazendo pequenas pausas para descansar a mente e mudar de matéria. Foi fase de revisão, usei meus cadernos, resolvi questões e fiz leitura da legislação. Na véspera da prova acompanhei a Revisão de Véspera apenas. Já havia feito tudo o que podia. Descansei de noite e me preparei para viajar, pois moro muito longe da cidade de realização da prova. Cheguei à prova com convicção de que havia feito o meu melhor, com tranquilidade, sem nervosismo, em várias questões ouvia a voz dos professores que tanto comentaram sobre elas.

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Lauriany: Acredito que poderia ter explorado mais a lei seca, foi uma legislação muito extensa, algumas questões que perdi na prova foram por trechos de leis para os quais fiquei na dúvida. Para próximos concursos será necessário adotar estratégias de leitura e memorização dos dispositivos legais, mesmo aqueles considerados não tão importantes. Ademais, estou satisfeita com o caminho que trilhei e com as estratégias que adotei, pois eram adaptadas às minhas peculiaridades – não segui nada pronto, segui o que mais me adaptava, ao meu ritmo, quais métodos melhor se encaixavam em cada momento.

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?

Lauriany: Houve momentos em que pensei que não iria conseguir, principalmente quando realizava simulados e não atingia pontuação satisfatória, e ainda havia muito conteúdo pela frente. Momentos de exaustão, mas ainda tinha muito conteúdo para estudar. O desânimo me abatia. Eu mesma precisava recobrar meu ânimo mental e emocionalmente. Foi uma luta comigo mesma. Mas nunca pensei em desistir. Nesses momentos era a força de vontade de conquistar um futuro melhor para mim e para minha família, a coragem que Deus me dava através da oração e das músicas eu renovavam meu espírito – Ele está comigo, bastava que eu fizesse a minha parte, se não fosse agora, seria um próximo concurso, e um próximo até eu conseguir o que desejava. As palavras de diversos professores tiveram papel importante, considero-os meus mentores.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Lauriany: Para aqueles que têm fé, acredite em seus sonhos, não é uma jornada fácil, a família é nosso abrigo e inspiração, Deus é nossa força, mas para alcançar o que desejamos é preciso insistir, persistir, descansar quando necessário, acreditar que todos somos capazes e nunca desistir. Por mais que tenhamos apoio, a jornada é solitária – abrir mão dos momentos em família é doloroso e exige uma constante renovação de “por qual motivo estou fazendo isso?” para renovar o foco e a coragem mental, emocional e espiritual de prosseguir nessa caminhada. Apesar dos poucos recursos, estudando apenas pelo celular, trabalhando o dia todo, vivendo longe de toda e qualquer oportunidade presencial, foram os cursinhos online, as tecnologias que trouxeram a oportunidade de ter acesso aos melhores materiais e professores, basta que façamos nossa parte. A vitória chegará para aqueles que não desistiram, muitos ficarão pelo caminho, podemos mudar de direção, recuar, mas jamais desistir. Há tempo para semear e tempo para colher.