Aprovado no Concurso TCM-GO
O objetivo deste texto é trazer a todos uma entrevista realizada com o colega Idelfonso Bento da Silva Júnior, aprovado em 2º lugar no último concurso do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás, para o cargo de técnico administrativo.
O nosso entrevistado passou para um cargo de nível médio, com ótima remuneração, aos 22 anos de idade, sem ainda ter completado o ensino superior. É essa experiência que queremos trazer para você.
Aproveitamos para parabenizar novamente o Idelfonso e todos os outros aprovados, bem como agradecer pela entrevista concedida, que servirá de estímulo aos colegas que continuam na luta!
Prof. Sérgio Mendes: Idelfonso, conte um pouco de sua formação e trajetória.
Idelfonso: Sérgio, primeiramente, gostaria de agradecer a oportunidade concedida de poder compartilhar um pouco da minha curta experiência em concursos com os colegas concurseiros. O caminho é árduo, mas os fins justificam e nos fazem enfrentar os meios (reprovações, dúvidas, angústias, etc).
Em 2008, mudei para Goiânia aos 17 anos para cursar Direito, e hoje, além da aprovação no concurso público, tenho também a grata felicidade de estar concluindo o curso superior. Foram 5 anos de vários obstáculos e dificuldades, mas não posso esconder o quanto fui auxiliado pela família e pelos amigos.
Desde o terceiro período do curso, entrei para o “mundo dos estágios”. Agora, vivendo a expectativa da nomeação, ainda estou estagiando na Procuradoria da República em Goiás (MPF-GO).
Confesso que o maior empecilho foi vencer a indisposição e conseguir, após o término de uma rotina cansativa de aproximadamente 10 horas (casa – faculdade – estágio – casa), estudar para concursos. Sem contar que, durante o período de estudo para o TCM, eu também estava estudando para a prova da OAB (na qual obtive êxito também). Mas, graças ao esforço e a Deus, foi possível estabelecer e cumprir um plano estratégico (Estratégia sempre, hehe) de estudo.
Prof. Sérgio Mendes: O edital previa inicialmente apenas 2 vagas para a ampla concorrência e o cargo de técnico é um dos mais cobiçados dos Tribunais de Contas. De onde veio a confiança de que uma das vagas seria sua? E, ainda, de onde veio a motivação para se preparar?
Idelfonso: Após observar alguns perfis de candidatos aprovados em concursos públicos e escutar conselhos de professores e colegas, cheguei à conclusão de que a minha maior preocupação não deveria estar voltada à grande concorrência do cargo, mas sim ao meu desempenho em provas.
Com esse pensamento, na medida do possível, procurei, prova a prova, melhorar o meu percentual de acerto. Antes dessa derradeira aprovação, eu vinha tendo uma melhora significativa em concursos. O primeiro objetivo estabelecido foi o seguinte: ser aprovado (conseguir a pontuação mínima exigida pelo edital); o segundo: ser aprovado em cadastro de reserva; por último: a tão sonhada aprovação dentro das vagas.
A motivação para a preparação veio do desejo de concluir o curso superior com um “pé-de-meia” já garantido. Pretendia (e pretendo) me dedicar aos concursos públicos, e, para isso, sabia que o ideal seria conseguir um trabalho no qual eu tivesse mais tempo e tranquilidade para os estudos. A jornada de trabalho de 6 horas diárias do Tribunal também foi um atrativo. E ainda sobre motivação, eu gostaria de agradecer também à professora Nádia Carolina. A Nádia estava cursando Direito na mesma faculdade que eu quando ela foi aprovada no concurso de Auditor da Receita Federal. Tinha lido a entrevista dela e fiquei emocionado quando a encontrei na biblioteca da faculdade, ocasião em que ela se despedia de Goiânia.
Aquilo injetou ânimo em mim, pois tive a convicção de que com esforço e dedicação eu também poderia lançar “voos altos”.
Prof. Sérgio Mendes: Como foi o seu ritmo de estudos após a publicação do edital do concurso para o TCM/GO?
Idelfonso: Sou capaz de afirmar com veemência que a minha aprovação no TCM-GO começou com o estudo para o concurso do TSE (risos). Foi nesse momento que notei a importância de se estabelecer uma relação de estudo e aproveitamento de matérias entre um certame e outro.
Não estabeleci um número exato de horas diárias de estudo, até porque, minha rotina não permitia que eu fixasse um horário certo. Busquei aproveitar ao máximo meu tempo livre (as noites ao longo da semana e o sagrado final de semana de concurseiro, hehe). Se fosse fazer uma média, acho que daria umas 4 ou 5 horas líquidas por dia, tendo de intercalar também, por vezes, o estudo para o Exame da OAB.
Compartilho a seguinte máxima: depois que sai o edital, vale tudo!
Estudei bastante, mas tive o cuidado de não sobrecarregar o corpo e a mente. Procurei me manter descansado para ganhar em aproveitamento, já que o meu tempo diário era limitado.
Prof. Sérgio Mendes: Você praticava alguma atividade física?
Idelfonso: Eu malhava até bem pouco antes da publicação do edital, mas abandonei a academia temporariamente (nem que eu quisesse eu conseguiria continuar malhando, kkkk).
Eu estudo e estagio muito longe de casa, então, o tempo gasto no deslocamento teria de ser compensado com o sacrifício de alguma atividade do meu dia-a-dia.
Prof. Sérgio Mendes: Quais foram os principais erros e dificuldades durante sua preparação?
Idelfonso: Meu maior erro sempre foi a falta de organização, kkkkk. Eu não sou muito bom pra enumerar erros, mas não ser organizado atrapalha muito. Mesmo estudando, podemos realizar uma série de outras coisas, mas isso requer um estado de organização ao qual ainda não cheguei (hehe).
A grande dificuldade (maior até do que a falta de tempo), sem dúvidas, foi vencer o comodismo e a preguiça. Não existe pessoa no mundo com mais sono que eu, kkkkkk. Abdicar de boa parte do tempo de descanso (e de sono, também) foi uma tarefa árdua, mas se mostrou extremamente necessária.
Prof. Sérgio Mendes: Que materiais você usou para sua preparação?
Idelfonso: Usei, basicamente, legislação e material apostilado. O peso das questões de AFO era o maior da prova, por isso, era essencial sair bem. O diferencial, Sérgio, foi o seu material elaborado em uma linguagem clara e objetiva. A maioria de nós, estudantes de Direito, não têm afinidade com essa matéria, e, por essa razão, encontrar um material enxuto e bem elaborado foi indispensável para a aprovação.
Prof. Sérgio Mendes: Obrigado pela consideração. Rsrs. Como era a sua vida social durante a preparação para o concurso? Vocês saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Idelfonso: Após a publicação do edital eu tomei uma postura radical. Deixei até mesmo de visitar meus pais que moram no interior de Goiás. Expliquei que precisaria desse tempo precioso até a data da prova e, graças ao amor dos meus pais, fui compreendido por eles.
Como eu já disse, é essencial para qualquer ser humano ter uma vida social. Entretanto, como tudo pode ser relativizado (hehe), acho uma decisão acertada dedicar mais tempo aos estudos após a publicação do edital.
Prof. Sérgio Mendes: Todos os concurseiros passam por muitas dificuldades na caminhada até a aprovação. Que palavras você gostaria de transmitir a quem continua sonhando com a conquista de um cargo público?
Idelfonso: Já virou clichê, mas, nunca desistam !! A vida, tal qual a seleção natural, consagra como vencedor/sobrevivente aquele que melhor se adapta às mudanças e busca, com força e coragem, os seus objetivos.
Quem não estiver firme em seus propósitos, através de um processo similar à seleção natural, não conseguirá obter o sucesso profissional. Por isso, não deixe de se empenhar e de ter a certeza de que um dia chegará a sua vez de alcançar o lugar ao Sol.
Obrigado pela oportunidade Sérgio, grande abraço !!
Espero que tenham gostado da entrevista.
Forte
abraço!
Sérgio Mendes