Aprovado no Concurso Receita Federal
Caros (as) alunos (as) e amigos (as) do Estratégia Concursos,
Hoje é mais um dia especial, no qual tenho a honra de entrevistar o Rafael Garrido, 3º colocado no concurso de AFRFB/2012. Fico especialmente feliz em conversar com o Rafael porque, além de aluno do Estratégia Concursos, ele também foi meu aluno e do Prof. Heber Carvalho em cursos presenciais lá em Salvador! J
O Rafael arrebentou! Ele foi o primeiro colocado nas provas objetivas, perdendo, no entanto, duas posições na prova discursiva.
Ricardo Vale: Grande Rafael, parabéns pela conquista meu amigo! Sem dúvida, você teve que se dedicar muito! Esse concurso de AFRFB/2012 exigiu muito de todos vocês! Você já esperava que esse concurso seria tão difícil assim?
Rafael Garrido: Valeu Ricardo, estou muito feliz de poder contar um pouco de minha trajetória e tentar ajudar um pouco os colegas que estão na mesma situação pela qual eu passei nos últimos anos. Em relação ao nível da prova, eu não esperava por tanta dificuldade. Eu já tinha feito todas as questões anteriores da ESAF diversas vezes e apostava em algo no mesmo nível. A ESAF surpreendeu todo mundo e, com isso, muitos saíram da prova com a sensação de derrota. Até sair a divulgação do gabarito, eu fiquei muito inseguro, achava que não ia passar, não sabia se tinha conseguido fazer o mínimo em algumas disciplinas.
Quando saiu o gabarito,eu, nervoso demais, não acreditava que estava indo tão bem. Pedi pra um amigo conferir se eu tinha feito todas as contas certas. Pra minha surpresa, fiquei em primeiro lugar na fase objetiva! Algo totalmente inesperado para mim.
Ricardo Vale: Rafael, conte-nos um pouco sobre sua trajetória!
Rafael Garrido: Eu me formei em 2010 em Engenharia Civil na Universidade Federal da Bahia e, no final de janeiro de 2011, iniciei meus estudos para a Receita Federal. Comecei fazendo cursos presenciais, em Salvador, de todas as disciplinas do edital de 2009. Esses cursos foram essenciais no meu aprendizado. Durante um ano e meio, eu assistia às aulas pela manhã e nos fins de semanas e complementava meu estudo relendo os módulos elaborados pelos professores e materiais em PDF. Nesse período, eu tentava manter uma média de 4h diárias de estudo, mais o tempo que estava em sala de aula.
Depois de um ano de estudo, eu comecei a fazer alguns concursos na área fiscal para ganhar “experiência” de prova, algo que acho muito importante. Mesmo sem ter estudado boa parte da matéria, eu fiz o concurso do ISS-SP. Foi uma ótima experiência porque percebi o quanto era importante o planejamento durante a prova. Tive que “chutar” 10 questões de matemática porque o tempo não foi suficiente pra fazer tudo. Depois, fiz a prova de auditor dos municípios de São José dos Campos (SJC) – SP e Feira de Santana – BA. Fui aprovado nesses dois concursos e, com isso, resolvi encarar a mudança para SJC, mesmo sabendo da dificuldade que teria em conciliar trabalho com estudo.
Além disso, fiz também o concurso de Analista de Comércio Exterior do MDIC. Foi uma ótima oportunidade de poder enfrentar a ESAF pela primeira vez. Com esse teste, pude perceber que estava no caminho certo e que a tão temida ESAF não seria imbatível. Passei pra segunda fase fora do número de vagas e perdi algumas posições depois da nota da discursiva, mas tive certeza de que a aprovação, como todos falam, era questão de tempo.
A minha posse para o cargo de Auditor Tributário Municipal de SJC coincidiu com a saída do edital do concurso da Receita Federal. Com isso, tive que me adaptar à nova rotina de estudo + trabalho rapidamente.
Diminuí bastante minhas horas de sono e lazer, saí da academia, deixei meu violão em Salvador, tudo isso para tentar estudar pelo menos 5 horas diárias. Mas todo esse sacrifício é recompensado com a sensação de dever cumprido na aprovação, com a alegria da família e amigos após o resultado.
Ricardo Vale: Há uma pergunta que sempre tenho vontade de fazer aos aprovados. No início dos meus estudos para concurso, lá em 2007, eu comecei “todo errado” (rs). Lembro até hoje! Comprei uma apostila de umas 400 páginas que se propunha a ensinar todo o conteúdo do edital da Receita Federal! J Aí quando fui fazer um simulado, não sabia nada! rsrs… No seu caso, como foi que você começou a estudar para concursos? Já começou certo?
Rafael Garrido: Acredito que todo mundo sempre comete alguns erros até encontrar a técnica que melhor se encaixa no seu estilo. Em minha opinião, não existe fórmula do sucesso, cada um tem que encontrar o melhor de acordo com suas características. Mas, de uma forma geral, acho que eu já comecei certo, sim. Desde minhas primeiras aulas, sempre levei muito a sério o estudo. Em casa, revisava a matéria do dia e fazia as questões possíveis sobre aquele assunto.
Acho que um dos erros que cometi foi ler alguns livros enormes de 1000 e tantas páginas para concurso, sem saber selecionar os assuntos mais relevantes. Na verdade, só li dois desses livros integralmente. Se eu pudesse voltar atrás, teria comprado um curso em PDF, pois acho muito mais objetivo e focado para o concurso específico.
Eu não sou contra os livros, mas prefiro os materiais mais sucintos. Quando eu li um livro de 1500 páginas, no final tive a sensação de que não lembrava mais de nada. Gosto quando o material mistura conteúdo com questões, assim conseguimos perceber quais são os tópicos mais cobrados pelas bancas e aprendemos só o que é mais importante. Num concurso com tantas matérias é essencial só estudar o que é de fato importante.
Ricardo Vale: Você sempre teve como foco o concurso de Auditor-Fiscal RFB? Ou você chegou a estudar para outros concursos?
Rafael Garrido: Sempre. Fiz outros concursos, mas meu foco era a Receita.
Ricardo Vale: Como era sua rotina de estudos? Você fez alguma modificação depois do edital?
Rafael Garrido: No meu estudo em casa, eu tentava seguir os ciclos de estudo para não esquecer nenhuma matéria e nem ficar muito tempo estudando uma única disciplina. Eu fazia o possível para estudar todos os dias. Domingo, por exemplo, muitas vezes eu acordava umas 10h, estudava 2 horinhas e saía pra curtir.
Pós-edital, eu foquei principalmente na resolução de questões antigas. Só estudei teoria dos tópicos novos em relação ao edital de 2009.
Ricardo Vale: Você prefere estudar por cursos presenciais ou cursos on-line? Quanto aos cursos on-line, você estudava por vídeo-aulas ou cursos em .pdf?
Rafael Garrido: Eu prefiro estudar por cursos presenciais e complementar com cursos on-line. Em relação aos cursos on-line, eu usei tanto vídeo-aulas como em pdf. O importante mesmo é procurar um bom professor com um bom material.
Ricardo Vale: Ao estudar por cursos em .pdf, você imprimia ou lia tudo na tela do computador?
Rafael Garrido: As matérias mais importantes eu imprimia. O bom de imprimir é que dá pra grifar as partes mais importantes e fica mais fácil de revisar. Outras matérias que tinham um curso menor eu fazia um resumo no word (no copia e cola mesmo) e imprimia o resumo. Muitas vezes dividia com os amigos e cada um fazia o resumo de uma das aulas.
Ricardo Vale: Quais foram os principais erros e dificuldades em sua preparação?
Rafael Garrido: Meu principal erro foi ter lido alguns livros que não valeram a pena. E a principal dificuldade foi me manter focado por tanto tempo. Às vezes o ritmo caía e eu tinha que buscar alguma forma de voltar aos estudos.
Além disso, no começo eu tinha muito medo porque todos me diziam que disciplina e organização eram características fundamentais para um bom desempenho. Duas qualidades que eu não tinha. Com o tempo fui percebendo que o importante é adaptar o estudo ao seu estilo e se esforçar pra amenizar os seus defeitos.
Na faculdade, eu nunca fui um aluno brilhante, tinha muita dificuldade em me concentrar pra estudar. Mas quando a vontade de conquistar o objetivo é muito grande, é preciso superar as barreiras. Aprendi a gostar de estudar praticamente todas as matérias.
Tentava sempre fazer com que o meu dia-a-dia não fosse muito sacrificante. Sempre tirava um dia por semana pra me divertir e quase nunca faltava aos jogos do meu Baêa (E.C Bahia para os que não são do meu estado). Assim, eu conseguia me manter estudando de uma forma mais tranquila.
Também marcava muitos estudos em grupo com meus amigos. Esses estudos eram muito produtivos e muito mais prazerosos do que um estudo sozinho. Muitas vezes ficávamos o sábado todo fazendo questão e depois saíamos para comemorar com a consciência tranquila.
Ricardo Vale: O que mais te motivava nas horas difíceis?
Rafael Garrido: Quando eu estava meio pra baixo eu tentava projetar o futuro. Pensava em todas as coisas boas que essa aprovação traria pra mim e pra as pessoas ao meu redor. Que isso ia mudar completamente minha vida pra melhor e por isso tudo valia à pena.
Ricardo Vale: Como você se preparou para as provas discursivas?
Rafael Garrido: Comprei o curso do Estratégia de Cyonil para revisar os principais tópicos teóricos de cada disciplina (fiz cada aula 2 vezes para fixar os temas que os professores apostavam). Além disso, adquiri um curso específico sobre técnicas de redação que me ajudou muito na estrutura do texto.
Ricardo Vale: Você acha que existe o fator “sorte” nos concursos públicos?
Rafael Garrido: Acredito no fator sorte sim. A sorte isoladamente não resolve nada, mas somada a outros fatores ajuda muito. Eu tive muita sorte, por exemplo, com o momento que saiu o edital. Eu estava no auge do estudo, vinha num ritmo muito bom. Se o edital tivesse saído 6 meses antes eu teria muito mais dificuldade para a aprovação.
Ricardo Vale: O que você aconselharia a alguém que vá iniciar hoje seus estudos para a Receita Federal?
Rafael Garrido: Vou enumerar algumas coisas que foram importantes pra mim:
1) Seja objetivo e estrategista (via muitas pessoas lendo livros enormes de matérias que representam menos de 2% da nota final, isso não pode acontecer). Um bom concurseiro sabe quantos pontos cada matéria vale e usa isso a seu favor no estudo e na hora da prova.
2) Não perca tempo com assuntos pouco importantes.
3) Seja otimista. O pessimismo não ajuda em nada, só atrapalha.
4) Se junte a pessoas boas. Sem dúvida meus amigos do meio do concurso foram essenciais na minha aprovação. Sempre gostei de estudar em grupo e isso foi fundamental.
5) Estude sempre, mesmo que seja pouco tempo por dia.
6) Não deixe de se divertir. Não transforme sua vida de concurseiro num inferno, tente fazer com que ela seja o mais natural possível,pois será longa.
7) Procure os materiais mais objetivos e de boa qualidade. Se puder, não economize com material, compre os melhores.
8) Tente entender os assuntos para facilitar a memorização, quase tudo tem uma lógica. Se estiver muito, muito, muito difícil de entender DECORE e SIGA EM FRENTE (Aprendi isso com o professor Heber Carvalho…rss)
Ricardo Vale: Bem, meu amigo, agora que você já é quase um Auditor-Fiscal RFB, quais são seus planos para o futuro? Pretende ainda estudar para outro concurso? Ou vai dar uma pequena pausa nos estudos e aproveitar a vida? J
Rafael Garrido: Por enquanto não penso em voltar a estudar pra concurso. Auditor da Receita Federal sempre foi meu grande sonho. Pretendo voltar a estudar para ser um bom profissional.
Ricardo Vale: Meu amigo, pra terminarmos essa entrevista, deixe uma mensagem para nossos amigos que almejam conquistar o sonhado cargo público!
Rafael Garrido: A decisão de iniciar estudos pra concurso é muito delicada e precisa ser tomada com muita calma. Mas, se você decidiu e tem certeza de que esse é seu objetivo, não desista e faça de tudo pra ser o melhor possível nesse caminho. Estudar pra concurso não é só estudar, é, principalmente, saber estudar corretamente.