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Vai Cair no ENEM. Tema obrigatório: Escravidão e os temas ligados à África e ao Negro no Brasil

Olá Pessoal. Este é o primeiro artigo da série de temas de Geografia e História Vai cair no ENEM. Vamos começar pela Escravidão, África e Negro. Serão publicados artigos que dialogam entre si dos principais assuntos que são presença certa na prova. Em História há alguns que podemos considerar obrigatórios:
Top 3 Temas que caíram nas últimas 10 edições e alguns anos mais de uma questão e são minhas apostas, baseado em padrões:

1- Escravidão e temáticas ligadas à África e ao negro no Brasil.
2- Era Vargas.
3- O conceito de Democracia e Cidadania ao longo da História: Grécia e a a partir do Iluminismo, mas principalmente a década de 80 do Brasil, a década da redemocratização.

Vamos começar com 3 artigos sobre escravidão e o negro no Brasil:

1° Apresentando para você os principais conceitos discutidos pelo exame, as particularidades da escravidão introduzida pelo portugueses e o porque desta opção.
2° O cotidiano da escravidão e as principais formas de resistência dos africanos escravizados.
3° Vamos falar de diferentes formas de preconceito atualmente com foco no racismo, pois é o tema do ano dada a crise explosiva de xenofobia na Europa e o terrível atentado que ocorreu em Charlotesville, na Virgínia, EUA. Estes temas serão tratados no último artigo desta série e oferecerei uma demostração detalhada de como foi cobrado o tema no ENEM com suas questões correspondentes. Vamos lá, temos um bom e proveitoso trabalho pela frente:

A propósito, as imagens são aquarelas de Debret – século XIX.

A ESCRAVIDÃO NA HISTÓRIA.
Analisando o histórico da formação da sociedade brasileira e a influência africana nela, podemos relembrar que foram mais de três séculos de escravidão africana em nosso país e as suas marcas são sentidas até hoje. A cultura africana influenciou profundamente a formação da nossa sociedade. Podemos sentir isso no nosso vocabulário, jeito de falar, nossa cultura afetiva e ritmos, porém também herdamos as cicatrizes de uma sociedade escravista e ainda há racismo e uma cidadania incompleta a muitos afrodescendentes.
A escravidão é uma instituição muito antiga na humanidade e já ocorria nos primórdios da civilização humana no Egito e Mesopotâmia. As sociedades clássicas (Grega e Romana) eram escravistas e tinham neste modo de produção a organização fundamental de sua economia e organização social. Os gregos e romanos desprezavam o trabalho manual e quem os realizava. Os escravos eram tidos como seres inferiores e na condição de animais. As formas mais comuns de se tornar escravo na antiguidade eram através de Guerra (prisioneiros) ou dívidas. O que caracteriza a escravidão é o fato da pessoa ter sido reduzida a condição de objeto, portanto propriedade privada, que pode ser comprada e vendida e utilizado na rotina rigorosa de trabalho. Na escravidão grega e romana, os cativos (que vive em cativeiro) podiam ser usados no trabalho agrícola ou nas minas, em que tinham uma vida miserável e superexplorada por um trabalho rigoroso, no entanto podiam ser escravos caseiros e de figuras políticas importantes, e seu trabalho podia ser: cuidar da casa ou dos negócios de seu dono, enquanto ele se dedicava a filosofia e a política. Portanto, o que caracteriza a condição de escravo é a de ser uma propriedade. Na antiguidade não se baseava em critérios raciais.

A ESCRAVIDÃO MERCANTIL NA IDADE MODERNA.
O trabalho escravo africano foi introduzido no Brasil pelos colonizadores portugueses. Era uma forma de escravidão com alguns elementos diferentes da escravidão antiga. Ela se caracterizou por ser uma modalidade de escravidão mercantilista e baseada em critérios raciais. Os europeus possuíam uma visão eurocêntrica do mundo e consideravam-se portadores da civilização. Entre os fatores que faziam os europeus sentirem-se superiores, era a tradição da religião católica e inclusive um dos fatores que estimulou os portugueses colonizarem o Brasil era a expansão dessa fé. Essa visão justificou moralmente a escravidão do africano: Converteriam os negros “salvando suas almas”, em troca trabalhariam aqui na terra. Os portugueses poderiam ter escravizado os indígenas encontrados por aqui, mas além da resistência tribal, os índios eram defendidos pela Igreja Católica que os convertiam nas Missões Jesuíticas. Mas o que explica realmente a opção pela escravidão dos africanos? A resposta para essa pergunta, encontraremos na dinâmica econômica da época: Os escravos africanos eram valiosos e seu trafico movimentava um comércio riquíssimo no Atlântico Sul (entre Brasil e África). Inclusive as maiores fortunas no Brasil colonial eram de traficantes de escravos, mais ricos e poderosos que os senhores de engenho.

Comércio triangular.

 

A ESCRAVIDÃO AFRICANA
As tribos africanas também conheciam a escravidão. Ela era bastante diferente da introduzida pelos europeus. Tratando-se de uma forma de escravidão que submetia as tribos derrotadas em guerra. Os derrotados eram humilhados e submetidos à escravidão por temporadas. Após algum tempo, os homens eram libertados e mantinham certo grau de dignidade das pessoas com a manutenção de seus nomes, famílias e até casas. Não se tornariam mercadorias até a introdução desta dinâmica pelos europeus. O português passou a mudar profundamente a dinâmica interna das tribos africanas, ao negociar os prisioneiros de guerra que passaram a ser vendidos através do escambo: Eram trocados por cachaça e tabaco.

AS FEITORIAS, MERCADOS DE ESCRAVOS E O TRÁFICO NEGREIRO
Assim que os africanos eram capturados e vendido aos portugueses eles eram levados ao litoral até as feitorias.

Feitorias: eram grandes fortes militares que eram estabelecidos no litoral. Além de defesa militar eram também usados para armazenas mercadorias. Era uma prática comum dos portugueses a construção de feitorias em todo o seu Império Colonial. No Brasil armazenavam Pau-Brasil no período colonial. Na África, em Angola e na Guiné armazenavam africanos escravizados até a chegada dos navios negreiros. Cuidado para não confundir o termo feitor com feitorias. Os feitores eram capatazes responsáveis pelo trabalho escravo nas lavouras, pelos castigos e disciplina dos negros.

Eram embarcados nos navios negreiros superlotados e acorrentados com os braços entre as pernas, recebendo uma alimentação pobre em meio à péssimas condições sanitárias. No trajeto, a mortalidade era muito alta e eram jogados os mortos e doentes ao mar. Isso rendeu a eles o apelido de “navios tumbeiros”. Chegados aqui eram desembarcados e expostos nos mercados de escravos.

 

 

 

COMO ERA A VIDA DOS ESCRAVOS

 

 

 

Toda a vida no Brasil foi permeada pelo trabalho escravo. As principais regiões produtoras de cana e ouro formaram as principais concentrações populacionais. Mas uma diferença ocorria. Era bem diferente a escravidão nas minas que nas regiões produtoras de açúcar. No Nordeste foi implantado o plantation da cana de açúcar com a mão de obra escrava africana. A sociedade toda era rural e a vida de todos circulava em torno da grande propriedade e a vida lenta em torno da “Casa Grande e Senzala”. Haviam os escravos da lavoura e os caseiros. Os primeiros submetidos sempre aos rigores do trabalho que iniciava às madrugadas e rasgava dia adentro, e aos rigores do chicote do Feitor ou do Capitão do Mato. Os segundos, submetidos aos caprichos do senhor, da “sinhá” e dos “sinhozinhos”. Durante o ciclo da cana de açúcar, o Brasil não conheceu a vida urbana, mesmo considerando a urbanização que foi feita em Pernambuco pelos holandeses que lá estiveram invadindo pelo século XVII. O ciclo do Ouro transformou profundamente o país. Para lá migraram milhares de pessoas, que se aglomeraram de forma bastante desordenada surgindo aqui nossa primeira experiência com a urbanização: A urbanização espontânea que se seguiu ao aglomerarem milhares de pessoas nas minas, fazendo acontecer uma dinâmica de urbanização, com desenvolvimento do comércio e de um mercado consumidor interno.
A escravidão nas minas, fora tanto uma escravidão extremamente desgastante nas lavras, como também escravos urbanos. Os escravos de lavras (minas), além do árduo trabalho de romper a rocha e escavar as minas, estavam submetidos a um clima frio e úmido a maior parte do ano e a umidade das minas. As doenças eram frequentes e a expectativa de duração da vida destes homens escravizados era de bem menos que uma década. Já a experiência da escravidão urbana, trouxe algumas modalidades de escravidão muito particulares, como por exemplo, os chamados escravos de ganho. Eram escravos pertencentes às pessoas de pequena fortuna, comerciantes e vendedores, que adquiriam seus escravos e os colocava m para trabalhar em troca de uma suave compra de sua alforria. Muitos africanos não só conseguiram comprar a própria alforria, mas também de outros membros de suas tribos originárias e em outros casos, apesar da segregação racial, enriqueceram e tornaram-se proprietários de escravos.

 

 

 

 

FORMAS DE RESISTÊNCIA DO AFRICANO
A escravidão é uma forma de submissão muito violenta. Violenta em muitos sentidos: não somente é cruel devido à enorme violência física praticada, mas também, a violência moral a que é submetido o escravizado. Entre as razões da alta mortalidade entre a captura no interior da África e a fazenda em que vivera, era a violência praticada para inibir reações de resistência e tentativas de revolta. Nas feitorias africanas ainda eram separadas as famílias, tribos e línguas. Misturavam diversos dialetos e tribos inimigas nos mesmos navios. Tudo isso, para evitar a comunicação e inibir revoltas. O mesmo procedimento era feito no Brasil nos mercados escravos e senzalas. Muitos africanos não aceitaram a condição e reagiram de diversas formas, que caracterizam a resistência a escravidão. Ela acontecia de diversas formas, desde o suicídio até a formação de quilombos.

  1. As principais formas de resistência eram:
  2. Suicídios.
  3. Abortos.
  4. Revolta contra os feitores e senhores, tomando a fazenda.
  5. Trabalho lento.
  6. Fugas.
  7. Formação de quilombos.

E devemos destacar também as formas de resistência culturais tais como:

      A. Capoeira.

      B. A manutenção das práticas culturais religiosas como o candomblé ou sua mistura (sincretismo) com o catolicismo quer dará origem à umbanda.

É isso aí pessoal. Por enquanto ficamos por aqui, e fique ligado pois vai cair no ENEM.

Grande abraço, bons estudos e foco no sucesso !!!

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Veja os comentários
  • Por tudo exposto, faz-se necessário uma equiparidade nos cargos públicos, e nos Cursos de alto escalão.
    Crively em 30/04/19 às 12:10
  • Ótimo artigo professor Sérgio está de parabéns, tenho certeza que será questão de prova do Enem. A propósito gostaria que o senhor trouxesse um artigo falando das amas de leite, pois, no Enem passado veio uma questão a respeito e eu acertei confesso na dedução, pois, sabia pouco a respeito do assunto. Um grande abraço e que Deus continue lhe abençoando sempre.
    UBIRAJARA DOS SANTOS PEREIRA em 11/09/18 às 22:52
  • Por tudo exposto, se faz justo a política de cota tanto em concursos públicos como vestibulares.
    Jair perdendo em 11/09/18 às 18:20