Artigo

Prova comentada da FCC! (Cargo arquiteto do MP PE)

Oi pessoal!

Meu nome é Moema Machado e sou professora de arquitetura para concursos do Estratégia Concursos.

Segue parte da prova comentada da FCC! (Cargo arquiteto do MP PE)

Prova de grau de dificuldade alto, acredito em uma nota de corte baixa.

Vamos lá, pois já são mais de 3:00 da manhã! Só recebi a prova ontem. Quando puderem, me enviem a prova no mesmo dia por favor.

Dessa parte comentada, eu entraria com recurso nas questões 29 e 30. Quando a banca der o gabarito definitivo e a resposta aos recursos, por favor, passem para meu e-mail: [email protected].

21. 

A água da chuva se concentra em áreas denominadas complúvios e procura sempre o sentido da maior declividade, ou seja, perpendicular à curva de nível. Na implantação das vias de um loteamento urbano, considerando a água que desce pelo complúvio, é importante que

(A)  as declividades das vias fiquem abaixo de 2% para reduzir a velocidade nas tubulações.

(B)  haja uma via, nessa área ou próximo a ela, para facilitar o escoamento.

(C)  seja evitada a construção de vias próximo à área para impedir o escoamento.

(D)  seja evitado o escoamento superficial, elegendo áreas com declividade baixa.

(E)   sejam criados obstáculos ao escoamento, localizando as vias nas áreas com menor declive.

Comentários

Vamos direto para o livro “Loteamentos Urbanos” de Juan Luis Mascaró, um dos que embasaram a nossa aula de Infraestrutura Urbana: (Mascaró, 2005)

Gabarito: alternativa B

22. 

O Industry Foundation Classes (IFC), que pode ser considerado parte do esforço internacional de padronização ISSO-STEP, é um formato de arquivo aberto e público, orientado a objetos 3D. É utilizado para

(A)  extrair quantidades de materiais e serviços dos modelos BIM.

(B)  modelar parametricamente projetos desenvolvidos com a tecnologia BIM.

(C)  coordenar e integrar projetos num único modelo BIM.

(D)  viabilizar a interoperabilidade e o trabalho colaborativo na plataforma BIM.

(E)   permitir a modelagem de objetos tridimensionais e inserir informações utilizadas na indústria da construção civil.

Comentários

O Industry Foundation Classes (IFC), que pode ser considerado parte do esforço internacional de padronização ISSO-STEP, é um formato de arquivo aberto e público, orientado a objetos 3D. É utilizado para viabilizar a interoperabilidade e o trabalho colaborativo na plataforma BIM.

3.1.4.5 – O QUE É INDUSTRY FOUNDATION CLASSES (IFC)?

Retomando o exemplo já utilizado anteriormente, das possibilidades de comunicação entre duas pessoas de nacionalidades diferentes que conseguem se comunicar utilizando uma terceira língua, não nativa para ambos, como o inglês, essa é uma ótima metáfora que ajuda a entender mais rapidamente a definição de Industry Foundation Classes (IFC).

O Industry Foundation Classes (IFC) é um formato neutro de arquivo de dados importante para descrever, trocar e compartilhar informações tipicamente utilizadas na indústria da construção civil e também no setor de gerenciamento de ativos (e de manutenção). As especificações IFC são protegidas por copyright, foram desenvolvidas e estão em contínua evolução e manutenção pela BuildingSMART26 International (organização também conhecida como IAI – International Alliance for Interoperability).

O IFC pode ser considerado parte do esforço internacional de padronização ISO-STEP e foi desenvolvido utilizando a linguagem de modelagem de dados chamada EXPRESS, que é legível por máquinas e possui múltiplas implementações, incluindo um formato compacto de arquivo de texto, bancos de dados de objetos, SQL e XML.

IFC é um formato de arquivo orientado a objetos 3D, aberto, público, neutro e padronizado, que possui uma aspiração bastante ampla e ambiciosa (embora ainda não a tenha alcançado) de cobrir cada aspecto do projeto, contratação, fabricação, construção, montagem, operação e manutenção na indústria da construção civil. O formato de arquivo IFC é certificado pela ISO (16739:2013) e é utilizado para viabilizar a interoperabilidade e o trabalho colaborativo na plataforma BIM.

(CBIC, 2016)

http://sindusconbc.com.br/wp-content/uploads/2016/10/VOLUME-_3.pdf

Gabarito: alternativa D

23.

Inicialmente entendido como nível de detalhamento e mais recentemente compreendido como nível de desenvolvimento do modelo, o LOD na tecnologia BIM é um conceito utilizado na definição do escopo de contratação de serviços de modelagem BIM realizados por terceiros. No LOD 300, os elementos de um modelo podem ser representados graficamente

(A)  como um sistema específico, objeto ou montagem com tamanhos, formas, quantidades e orientações também específicos.

(B)  e verificados em campo, em termos de tamanho, formas, localização, quantidades e orientações.

(C)  por um símbolo, ou outra representação genérica, e informações relacionadas aos elementos do modelo derivadas de outros elementos.

(D)  como um sistema genérico e objeto ou montagem com tamanhos, formas, quantidades e orientações aproximadas.

(E)   como um conjunto diferenciado de objetos e desenhos composto exclusivamente por informações gráficas.

Comentários

A primeira referência para a conceituação do que é LOD – Nível de Desenvolvimento pode ter surgido das próprias diferenças das representações gráficas. A figura abaixo mostra cinco diferentes representações de uma mesma esfera, construídas com diferentes quantidades de vértices.

O conceito de LOD especificamente utilizado na tecnologia BIM, foi inicialmente entendido como nível de detalhamento (Level Of Detail). Atualmente, o termo tem sido mais citado como nível de desenvolvimento (Level Of Development), o que significa uma ampliação do conceito inicial.

(…)

1.8.3 – DEFINIÇÃO DE 6 DIFERENTES NÍVEIS DE LOD – NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO

Normalmente o LOD é indicado em níveis que variam a partir do nível 100:

A seguir estão definidos 6 diferentes níveis de desenvolvimento LOD:

LOD 100

Elementos de um modelo podem ser representados graficamente por um símbolo ou outra representação genérica.

Informações relacionadas aos elementos do modelo (ex. custo/m2 , Ton Resfriamento, etc) podem ser derivadas de outros elementos.

LOD 200

Elementos de um modelo podem ser representados graficamente como um sistema genérico.

Objeto ou montagem com tamanhos, formas, quantidades e orientações aproximadas.

Informações não gráficas também podem ser anexadas aos elementos.

LOD 300

Elementos de um modelo podem ser representados graficamente como um sistema específico.

Objeto ou montagem com tamanhos, formas, quantidades e orientações também específicos.

Informações não gráficas também podem ser anexadas aos elementos.

LOD 350

Elementos de um modelo podem ser representados graficamente como um sistema específico.

Objeto ou montagem com tamanhos, formas, quantidades, orientações e interfaces com outros sistemas também específicos.

Informações não gráficas também podem ser anexadas aos elementos.

LOD 450

Elementos de um modelo podem ser representados graficamente como um sistema específico.

Objeto ou montagem com tamanhos, formas, quantidades, orientações com informações detalhadas sobre fabricação, montagem e instalação.

Informações não gráficas também podem ser anexadas aos elementos.

LOD 500

A representação gráfica dos elementos de um modelo são verificadas em campo, em termos de tamanho, formas, localização, quantiaddes e orientações.

Informações não gráficas também podem ser anexadas aos elementos.

1.8.4 – EXEMPLOS REAIS DE CLASSIFICAÇÃO DE DIFERENTES NÍVEIS LOD

Ilustração representando cinco níveis diferentes do LOD de uma fundação direta (rasa).

(CBIC, 2016)Gabarito: alternativa A

24. 

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, a restauração de um telhado requer a elaboração de rigoroso levantamento cadastral do mesmo com documentação gráfica, fotográfica e, se possível, iconográfica. É necessário também elaborar

(A)  a recuperação das sambladuras corroídas pelos insetos xilófagos, seu reforço e o preenchimento dos pequenos buracos com massa plástica.

(B)  o plano de limpeza das peças estruturais, a identificação da posição das fissuras e a imunização por imersão para prevenir insetos xilófagos.

(C)  o cálculo estrutural do sistema em suas condições originais, comparando-o com as condições atuais, uma proposta de intervenção e um plano de controle ou monitoramento de insetos xilófagos.

(D)  o cálculo do tempo de exposição do sistema às intempéries, a verificação do nível de oxidação e a verificação das sambladuras.

(E)   o plano de limpeza das sambladuras, o reforço das extremidades das vigas e o preenchimento de pequenos buracos com massa plástica.

Comentários

Vamos ao Manual de Conservação de Telhados: (IPHAN, 1999)

RESTAURAÇÃO DO TELHADO:

6.1 – Elaboração de rigoroso levantamento cadastral do telhado com documentação gráfica, fotográfica e, se possível, iconográfica, incluindo:

6.1.1 análise individual de cada peça da estrutura com a identificação das patologias e suas causas. Estes dados subsidiarão as medidas a serem tomadas quando da proposta de intervenção.

6.1.2 identificação de obras de reforço estrutural ao longo do tempo: tensores metálicos (comuns em igrejas com estrutura de caibro armado), chapuzes de madeira ou metálicos, tesouras adicionais, reforços, calços, pontaletes etc.

6.2 Elaboração do cálculo estrutural do sistema em suas condições originais, comparando-o com as condições atuais.

6.3 Elaboração da proposta de intervenção, tecnicamente justificada, incluindo cálculo estrutural e formas de proteção de elementos artísticos como forros e beirais.

6.4 Elaboração de plano de controle ou monitoramento de insetos xilófagos.

Gabarito: alternativa C

25.

O tombamento, criado pelo Decreto-Lei n° 25/1937 e recepcionado pelo art. 216, §1° da Constituição Federal, é um ato administrativo do Poder Executivo que tem como finalidade reconhecer um bem cultural e garantir sua conservação. Na esfera Federal, a instauração de um processo de tombamento pode ser requerida

(A)  somente por órgãos de preservação do patrimônio cultural municipal por meio de ofício à Superintendência do Iphan localizada no Estado onde o bem cultural se encontra.

(B)  somente pelos representantes de organizações que fazem parte do Terceiro Setor por meio de ofício à Superintendência do Iphan localizada no Distrito Federal.

(C)  somente por pessoas jurídicas ou municípios por meio de justificativa que demonstre o porquê de o bem cultural ser tombado em nível federal.

(D)  somente por órgãos de preservação do patrimônio cultural local por meio de relatório detalhado à Superintendência do Iphan localizada no Estado onde o bem cultural se encontra.

(E)   por qualquer cidadão por meio de ofício à Superintendência do Iphan localizada no Estado onde o bem cultural se encontra.

Comentários

·      O que é tombamento?

É um conjunto de ações, realizadas pelo poder público e alicerçado por legislação específica, que visa preservar os bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e afetivo, impedindo a sua destruição e/ou descaracterização.

·      Quem pode solicitar o tombamento?

A solicitação do pedido de tombamento pode advir do proprietário, da sociedade, do conselho de defesa do patrimônio, de entidades, de toda e qualquer pessoa de direito público ou dos órgãos municipais/estaduais/federais. O pedido deve ser devidamente descrito mediante justificativas.

A Constituição Federal, em seu artigo 129, parágrafo 3°, aponta como uma das atribuições do Ministério Público “promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”.

Decreto-Lei n° 25/1937:

Art. 5º O tombamento dos bens pertencentes à União, aos Estados e aos Municípios se fará de ofício, por ordem do diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a quem pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada, afim de produzir os necessários efeitos.

Art. 6º O tombamento de coisa pertencente à pessôa natural ou à pessôa jurídica de direito privado se fará voluntária ou compulsóriamente.

Art. 7º Proceder-se-à ao tombamento voluntário sempre que o proprietário o pedir e a coisa se revestir dos requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou sempre que o mesmo proprietário anuir, por escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a inscrição da coisa em qualquer dos Livros do Tombo.

Gabarito: alternativa E

26.

Desenhos técnicos, levantamentos cadastrais de órgãos públicos, peças técnicas dos trabalhos de georreferenciamento de imóveis rurais e urbanos utilizam amplamente o Sistema de Coordenadas plano-retangulares UTM, baseado no modelo elipsoidal da Terra, onde existem 60 zonas. Para encontrar o número do fuso ou zona ao qual pertence um ponto, deve-se usar a relação matemática em função da sua longitude sendo: 1. Número do fuso = 30° + (longitude / 6) pontos se a leste de Greenwich, ou 2. Número do fuso = 30° – (longitude / 6) pontos se a oeste de Greenwich.

Considerando o mapa acima, os fusos de UTM das cidades Recife, Rio Branco e Criciúma são, respectivamente,

(A)  25, 67 e 20.

(B)  35, 67 e 49.

(C)  22, 25 e 19.

(D)  25, 19 e 22.

(E)   20, 18 e 24.

Comentários

Teríamos que observar o “W” de Oeste na coordenada de longitude das 3 cidades. Depois, era só aplicar a fórmula.

A representação canônica de latitude e longitude usa graus (°), minutos (′) e segundos (″). Sistemas de GPS usam amplamente coordenadas em graus e minutos decimais, ou em graus decimais.

Coordenadas de Recife em graus decimais

Latitude: -8.0538900°

Longitude: -34.8811100°

Coordenadas de Recife em graus e minutos decimais

Latitude: 8°3.2334′ S

Longitude: 34°52.8666′ O

Valores de longitude positivos correspondem às localizações geográficas a leste do meridiano de Greenwich (abrev. E), e valores de longitude negativos correspondem às localizações geográficas a oeste do meridiano de Greenwich (abrev. O).

Dito isso, temos que aplicar a seguinte fórmula:

Número do fuso = 30° – (longitude / 6) pontos

Obtendo o resultado dessas equações, devemos utilizar apenas o número inteiro da divisão da longitude/6. Por exemplo, para uma cidade cuja longitude é 51° 24’W, o seu fuso correspondente é o de número 22, pois 30 – 51/6 é igual a 22. (Carvalho & Araújo, 2008)

Recife:

Número do fuso = 30° – (34°/6) = 30° – 5° = 25°

Rio Branco:

Número do fuso = 30° – (67°/6) = 30° – 11° = 19°

Criciúma:

Número do fuso = 30° – (49°/6) = 30° – 8° = 22°

O Brasil localiza-se a oeste do meridiano inicial ou de Greenwich, situando-se, portanto, inteiramente no hemisfério ocidental. É cortado, ao norte, pela linha do equador e apresenta 7% de suas terras no hemisfério norte, ou setentrional, e 93%, no hemisfério sul, ou meridional.

https://webciencia.com/artigo/05_posicaogeo

Gabarito: alternativa D

27.

No sistema construtivo de paredes de concreto,

(A)  todas as paredes da caixa de escadas e dos elevadores de um edifício habitacional são moldadas em diversas etapas de concretagem, permitindo que se intercalem a instalação de caixilhos, portas e tubulações com a execução dos elementos estruturais.

(B)  todas as paredes de cada ciclo construtivo de uma habitação são moldadas em uma única etapa de concretagem, permitindo que, após a desforma, as paredes já contenham em seu interior todos os elementos embutidos: caixilhos, tubulações, etc.

(C)  apenas as paredes da caixa de escadas e dos elevadores de um edifício vertical são moldadas em uma única etapa de concretagem, permitindo que, após a desforma, as paredes já contenham em seu interior todos os elementos embutidos: caixilhos, tubulações, etc.

(D)  apenas as paredes de contenção de terra são moldadas em uma única etapa de concretagem, permitindo que, após a desforma, as mesmas já contenham em seu interior todos os elementos embutidos: caixilhos, tubulações, etc.

(E)   todas as paredes de cada ciclo construtivo de uma habitação são moldadas em uma única etapa de concretagem, permitindo que, após a desforma, todos os elementos como caixilhos, tubulações, etc. sejam instalados nos vazios previstos em projeto.

Comentários

O sistema construtivo de paredes de concreto é um método de construção racionalizado que oferece produtividade, qualidade e economia de escala quando o desafio é a redução do déficit habitacional. O sistema possibilita a construção de casas térreas, assobradadas, edifícios de até cinco pavimentos padrão, edifícios de oito pavimentos padrão com esforços de compressão, de até 30 pavimentos padrão e com mais de 30 pavimentos – considerados casos especiais e específicos.

(…)

Sistemática

A metodologia é baseada em processos industrializados, onde a rapidez e a qualidade devem ser monitoradas constantemente para garantir os prazos e custos projetados.

Execução

A moldagem “in loco” dos elementos estruturais – estrutura e vedação – é a principal característica desse sistema construtivo. Todas as paredes são moldadas em uma única etapa de concretagem, permitindo que, após a retirada das fôrmas, as paredes já contenham em seu interior todos os elementos embutidos: tubulações elétricas e hidráulicas, elementos de fixação, caixilhos de portas e janelas etc.

(…)

No Brasil, quatro tipos de concreto são recomendados para o sistema:

·        concreto celular

·        concreto com elevado teor de ar incorporado – até 9%

·        concreto com agregados leves ou com baixa massa específica

·        concreto convencional ou concreto autoadensável

Gabarito: alternativa B

28.

Para atendimento ao quesito da norma de desempenho “exigência de manutenibilidade”, as instalações hidráulicas do sistema construtivo paredes de concreto devem

(A)  estar localizadas em shafts e externas às paredes que são estruturais.

(B)  estar localizadas em dutos internos às paredes estruturais de concreto.

(C)  ser embutidas nas paredes de concreto que por serem alveolares permitem a passagem das tubulações.

(D)  estar localizadas dentro das escadas de incêndio para não interferirem nas paredes estruturais.

(E)   ser embutidas nos vãos dos blocos de alvenaria estrutural que fazem parte desse sistema construtivo

Comentários

Para facilitar as operações de manutenção, devemos evitar que as tubulações sejam embutidas nas paredes e devem ser previstos shafts (dutos verticais) que são espaços livres para passagem de tubulações.

Os shafts evitam a quebra da alvenaria, facilitam as futuras operações de manutenção e operação do sistema, diminuem custos, melhoram a produtividade e a qualidade.

Abaixo, trago trecho do livro “Instalações Hidráulicas e o projeto de arquitetura”, ótimo livro, linguagem fácil, voltado para arquitetos e cobrado em concursos: (Júnior, 2017)

Gabarito: alternativa A

29.

Em hipotética vistoria de adequação às normas e legislação de acessibilidade para o ingresso da população a edifício existente, com pavimento único, pertencente ao Ministério Público, verificou-se a existência de

  1. Apenas uma cabine de sanitário para cada sexo, acessível a pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida.
  2. Três acessos ao interior da edificação, sendo que apenas um destes se apresenta livre de barreiras e obstáculos arquitetônicos à pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida.

III.   Apenas uma maneira para acessar horizontal e verticalmente todas as dependências e serviços do edifício de modo acessível à pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida.

Está de acordo com as normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida da legislação brasileira o que se afirma em

(A)  II, apenas.

(B)  I e III, apenas.

(C)  I e II apenas.

(D)  III, apenas.

(E)   I, II e III.

Comentários

I.                    Correta. De acordo com a tabela 9 da NBR 9050:2015 (página 84), como se trata de edificação de uso público existente, o mínimo exigido é um sanitário acessível com entradas independentes por pavimento, onde houver ou onde a legislação obrigar a ter sanitários.

II.                  “Correta”. A norma exige que todos os acessos sejam acessíveis e, na adaptação de edificações existentes, caso não seja possível, desde que comprovado tecnicamente, deve ser adaptado o maior número de acessos. Não gostei dessa afirmativa, pois confundiu o candidato visto que não citou a inviabilidade técnica da adaptação das outras entradas…

III.               “Correta”.

6.3 Circulação – Piso

A circulação pode ser horizontal e vertical. A circulação vertical pode ser realizada por escadas, rampas ou equipamentos eletromecânicos e é considerada acessível quando atender no mínimo a duas formas de deslocamento vertical.

A norma nos diz que a circulação vertical pode ser por escadas, rampas ou equipamentos eletromecânicos (elevadores, plataformas de elevação vertical, …), só que, para que seja considerada acessível, deve-se conjugar 2 formas de deslocamento vertical, ou seja:

·        Escada + rampa

·        Escada + elevador

·        Rampa + elevador

Em outro momento, a norma também nos traz:

6.7 Degraus e escadas fixas em rotas acessíveis

Quando houver degraus ou escadas em rotas acessíveis, estes devem estar associados a rampas ou equipamentos eletromecânicos de transporte vertical. Deve-se dar preferência à rampa.

Ficou bem confusa a afirmativa, pois diz que só há uma maneira de acessar verticalmente, de modo acessível, todas as dependências. Não ficou claro, mas, não exclui que a outra maneira de acesso vertical seja uma escada de modo que, no conjunto, a circulação vertical seja considerada acessível, ou seja, com 2 formas de deslocamento vertical. Lembrando que o edifício tem pavimento único, imagino que a maneira de o acessar horizontalmente seja onde o desnível da cota de soleira seja vencido por uma inclinação de piso inferior a 5%. Ou que o desnível atenda as condições abaixo.

6.3.4 Desníveis

6.3.4.1 Desníveis de qualquer natureza devem ser evitados em rotas acessíveis. Eventuais desníveis no piso de até 5 mm dispensam tratamento especial. Desníveis superiores a 5 mm até 20 mm devem possuir inclinação máxima de 1:2 (50 %), conforme Figura 68. Desníveis superiores a 20 mm, quando inevitáveis, devem ser considerados como degraus, conforme 6.7.

6.3.4.2 Em reformas, pode-se considerar o desnível máximo de 75 mm, tratado com inclinação máxima de 12,5 %, conforme Tabela 7, sem avançar nas áreas de circulação transversal, e protegido lateralmente com elemento construído ou vegetação.

Gabarito: alternativa E

30.

O design dos postos de trabalho deve considerar determinadas orientações que têm como objetivo facilitar a eficiência do trabalho e reduzir a fadiga.

Para tanto, as dimensões recomendáveis para atividades em pé são, respectivamente, para 1, 2 e 3 da figura acima:

(A)  mínimo de 10 cm de altura para os pés; mínimo de 10 cm de profundidade para os pés, vãos para os joelhos de no  mínimo 10 cm.

(B)  mínimo de 13 cm de altura para os pés; mínimo de 13 cm de profundidade para os pés; vãos para os joelhos de no  mínimo 10 cm.

(C)  mínimo de 5 cm de altura para os pés; mínimo de 5 cm de profundidade para os pés,  vãos  para  os joelhos  de no  mínimo 5 cm.

(D)  mínimo de 7 cm de altura para os pés; mínimo de 7 cm de profundidade para os pés,  vãos  para  os joelhos  de no  mínimo 7 cm.

(E)   mínimo de 4 cm de altura para os pés; mínimo de 4 cm de profundidade para os pés, vãos para os joelhos de no mínimo   4 cm.

Comentários

Creio que essa questão possa ser anulada, pois são diversas fontes que tratam do assunto é há uma pequena variação entre as mesmas quanto as medidas mínimas recomendadas para trabalho em pé.

Abaixo, trago um trecho do livro “Ergonomia Projeto e Produção” super cobrado em provas: (Iida, 2005)

Nota-se, pelo último parágrafo, que as medidas 1 e 2 da figura do enunciado seriam de 10 x 10 cm e a alternativa correta seria a (A).

Outras fontes:

(Neufert, 2004)

(Panero & Zelnik, 2002)

(Costa)

Gabarito: alternativa B

Abraços e boa sorte!

Moema

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Veja os comentários
  • Correção sensacional! Além das justificativas, apresenta diversas fontes para aprimorar o estudo, você é 10, professora! Obrigada!
    Raquel em 16/02/19 às 07:02