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ENTREVISTA: Thomás Vlacic – Aprovado no concurso TRF 4 no cargo de Analista em 2º lugar na colocação geral e 1º lugar na região Central/RS

Fique tranquilo, ignore as pessoas que insinuam maldosamente que você “só está estudando”. O estudo é um trabalho também, com a única diferença que a recompensa demora um pouco mais

Confira nossa entrevista com Thomás Vlacic, aprovado no concurso d Tribunal Regional Federal da 4º Região no cargo de Analista em 2º lugar na colocação geral e 1º lugar na região Central/RS:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?

Thomás Vlacic : Sou natural de Santa Cruz do Sul/RS, tenho 28 anos e me formei recentemente em Direito (colei grau em janeiro deste ano).

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Thomás: Foi o concurso de Oficial de Justiça do TJ/RS de 2010. Na época tinha apenas 19 anos e sequer sabia o que fazia um oficial de justiça. Quando pesquisei sobre, achei o cargo muito interessante, com ótimos vencimentos e, como o concurso tinha muitas vagas, resolvi começar a estudar. Na ocasião, acabei me apaixonando pelo Direito e decidi trocar de curso (cursava Educação Física).

Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?

Thomás: Na minha primeira “saga” de concursos, em 2010, tive o conforto de só estudar, pois meus pais me deram grande apoio em minha decisão.

Para minha felicidade a situação durou pouco, pois no 3º concurso que fiz, da Caixa Econômica Federal, fui aprovado e chamado rapidamente. Desde então, sempre conciliei trabalho e estudo.

Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?

Thomás: Em 2010, fui aprovado em 4 concursos: Técnico Judiciário do TRF4 (202º lugar), Oficial de Justiça do TJ/RS, Oficial Escrevente do TJ/RS e Técnico Bancário da Caixa Econômica Federal. Nestes 3 últimos não recordo bem a colocação, mas fiquei muito bem, tanto que fui chamado nos 3. Passei 8 meses na Caixa, 2 meses como escrevente e depois Oficial de Justiça, o qual exerci por 1 ano e 8 meses.

Ironicamente, no concurso para técnico judiciário do TRF4, que não fiquei tão bem colocado, dei sorte por chamarem bastante gente e acabei sendo nomeado em 2013, para a Subseção de Cachoeira do Sul/RS, cargo que ocupo até hoje.

Recentemente, fui aprovado no XXVI Exame da Ordem; no concurso para Oficial de Justiça do TJ/SC; e, agora, para Analista do TRF4. Nesse último, por enquanto (ainda falta a fase de recursos do Estudo de Caso) ocupo a 2º colocação geral e 1º na região (microrregião central do RS).

Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?

Thomás: Sensação de dever cumprido e muita apreensão pela fase que virá, de aguardar a esperada nomeação. Mas, acima de tudo, gratidão pela família maravilhosa que tenho, que me deu todo o apoio nesses últimos meses.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?

Thomás: Abdiquei de pouquíssima coisa. Sou um pouco crítico das posturas radicais, talvez funcione para algumas pessoas mas, para mim, nunca funcionou nas vezes em que tentei adotar. Isso me deixava estressado e diminuía a qualidade do estudo.

Em geral, abdiquei apenas de alguns pequenos lazeres nos meses antecedentes, o que já foi muito cansativo e desgastante. Ah, também “gastei” minhas férias para estudar, não fosse isso confesso que seria muito mais difícil conciliar tudo.

Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?

Thomás: Tenho namorada e moro com ela, ainda não temos filhos. Ela foi o elemento mais importante na minha jornada, pois também cursa Direito e compreende bem a dificuldade de um concurso.

Segurou a barra para mim nos afazeres domésticos, que normalmente dividimos, e nunca reclamou das minhas longas horas estudando. Por isso eu guardava todas minhas horas de lazer para passar com ela, o que me deixava fortalecido para o dia seguinte.

Meus pais também sempre foram importantes, porque me deram uma educação exemplar e ainda continuam me apoiando em tudo que preciso, pois moramos bem perto e somos muito próximos.

Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?

Thomás: Sou extremamente feliz no meu cargo atual de Técnico Judiciário, mas é claro que ficarei ainda mais se for nomeado para Analista.

Tenho a pretensão de tentar os concursos da magistratura e de procuradorias, pois tenho bastante conhecimento acumulado do meu trabalho e de concursos públicos. Mas não considero um “sonho”, apenas algo a ser tentado, pois tenho bastante orgulho do meu cargo atual e a Justiça Federal é um excelente ambiente de trabalho.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?

Thomás: Direcionado ao concurso foram cerca de 4 meses, desde quando esquentaram os boatos de que o edital estava para sair. Porém, certamente não conseguiria se não fosse o fato de que eu já estava dentro de uma rotina de estudos de longo prazo, que comecei há cerca de 1 ano e meio.

Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?

Thomás: Sim, comecei há cerca de 1 ano e meio para o Exame de Ordem da OAB e não parei desde então. Porém, tenho bastante dificuldade em me motivar sem edital na praça. Então minha rotina de estudo era leve, poucas horas, mas constante, assim conseguia manter a disciplina.

Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?

Thomás: O material que mais utilizei foram os PDF’s pois, para mim, é o melhor material para concursos de Tribunais (principalmente questões comentadas).

Livros de doutrina pesada utilizei apenas para consultas eventuais e utilizei alguns livros resumidos também. Pessoalmente, não gosto muito de videoaulas, pois gosto de estudar menos tempo mas com bastante intensidade, então prefiro a leitura. Mas por vezes assisti, principalmente de temas avançados e mais complexos.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?

Thomás: Conheci o Estratégia sozinho, pesquisando na internet os comentários das pessoas sobre os cursos. O escolhi principalmente pela excelente qualidade de PDF’s, que é meu material favorito.

Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?

Thomás: Eu já vinha de uma rotina de estudos há pouco mais de 1 ano. Nessa fase, estudava cerca de 3 horas por dia, no máximo, e uma matéria apenas por dia, com bastante calma. Então eu consegui criar uma boa “base” dos conteúdos principais.

Perto do edital sair, comecei uma rotina mais pesada. Passei a estudar cerca de 5h por dia, duas ou três matérias. Perto da prova, consegui tirar férias e pude intensificar os estudos, cerca de 8 ou 9h por dia (às vezes até 10h, mas nunca mais que isso).

Basicamente, eu li todos os PDF’s do conteúdo, reli apenas os de maior incidência, e me dediquei a fazer todas as questões que tinham nos PDF’s do Estratégia.

Primeiro fazia as questões, depois olhava elas comentadas. Sempre achei esse um método excelente de fixação e também de conhecimento da banca. Além de conhecimento, é preciso “saber fazer concurso”. Ah, e nas últimas semanas foquei demais em Direito Administrativo e Previdenciário, pois o Estudo de Caso tinha um peso altíssimo.

Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?

Thomás: É muito difícil estudar leis esparsas, com muitos detalhes, como a Lei do Regime Diferenciado de Contratações Públicas e a Lei de Crimes Ambientais, pois sempre vem aquela sensação de “será que vale a pena, será que vai cair?”.

Nesses casos, adotei uma estratégia arriscada: estudei bem pouco, apenas li uma vez e fiz as questões do PDF, achei que eventual erro não compensaria o tempo despendido para aprender cada detalhe. Deu certo, não caiu nada delas e, se caísse, provavelmente os concorrentes também teriam dificuldade.

Sei que para concursos de nível mais elevado essa é uma excelente estratégia, pois o edital é muito extenso. Não vale a pena tentar saber tudo.

Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?

Thomás: Minha última semana foi horrível, estudei bem menos que nas anteriores. Minha melhor semana foi a penúltima então, na última, estava muito desgastado. Por fim, diminui as horas, relaxei um pouco e apenas revi alguns detalhes que apostava que iriam cair.

A véspera foi ainda pior. Meus planos eram: estudar o dia inteiro na véspera e a manhã inteira do concurso. Resultado: não estudei NADA em nenhum deles.

No meu caso, eu cansei muito com a rotina pesada, então nos últimos dias isso se somou com a ansiedade e eu não conseguia nem olhar mais para os livros. Então, fui assistir Rei Leão com minha namorada e foi muito bom. Esses últimos dias não fizeram falta alguma em comparação com os meses de dedicação.

Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Thomás: Foquei bastante nesse ponto, pois o Estudo de Caso tinha um peso muito alto. Estudei demais essas matérias e ainda mais os conteúdos que eu apostava que poderiam cair.

No Direito Administrativo, as coisas clássicas, Lei 8.112, licitações, contratos administrativos… caiu licitações. No Previdenciário, apostei nas alterações recentes…dito e feito, caiu pensão por morte, que teve muitas mudanças. No concurso de 2014 caiu desaposentação, que era um tema de costume.

Meu conselho é justamente esse, foco nos temas preferidos das bancas e naqueles que estão em alta no momento.

Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?

Thomás: Acredito que o meu maior erro foi a culpa nos momentos em que não estava estudando, culpa que às vezes fazia tudo parecer mais ruim do que de fato era e quase me fez desistir.

Depois do bom resultado, vi que não era necessário estar estudando todo o tempo. Estudo bom é estudo com foco, quando o corpo não aguenta mais o melhor é parar e recarregar, sem culpa.

Talvez se o resultado tivesse sido ruim, hoje eu estaria me culpando por não ter estudado ainda mais. Mas seria uma tolice, pois dei o máximo que meu corpo suportava.

Meu maior acerto foi justamente o descanso. Atribuo isso à minha namorada, que me conhece perfeitamente e sempre sabia quando eu já estava desgastado demais, então me obrigava a relaxar um pouco. Incrível como no outro dia eu estava recarregado e com foco total novamente.

Outro acerto foi não ter parado com a atividade física para estudar. É perfeitamente possível conciliar tudo e o exercício físico é fantástico para a qualidade dos estudos.

Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?

Thomás: O mais difícil é a incerteza. É muito difícil se motivar para concursos de cadastro reserva, principalmente na região que escolhi, onde poucos costumam ser nomeados. Sempre tem aquele pensamento martelando: “imagina todo esse esforço e não nomearem ninguém”.

Pensei muitas vezes em desistir, principalmente porque já tenho um ótimo cargo, no qual sou feliz e, às vezes, batia a dúvida se todo esforço valeria a pena.

Estratégia: Qual foi sua principal motivação?

Thomás: Minha principal motivação foi já conhecer a Justiça Federal e saber que serei muito feliz no cargo de Analista, que tem atribuições semelhantes ao que já ocupo, mas com vencimentos melhores.

Também o fato do concurso ser regionalizado. Sou muito apegado ao Estado e principalmente à região onde moro, então não pretendo fazer concursos para longe.

Não gosto de mudanças. Com a possibilidade de ficar aqui por perto e aumentar a renda, isso me deu forças para dar o meu melhor nessa tentativa.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Thomás: Meu conselho é de alguém que já passou pela duas situações.
Para quem tem a facilidade de não precisar trabalhar, estude MUITO, faça do estudo seu trabalho. Focar em 8h por dia não é muito, já que você teria que passar essas horas no trabalho de todo modo. Mas fique tranquilo, ignore as pessoas que insinuam maldosamente que você “só está estudando”. O estudo é um trabalho também, com a única diferença que a recompensa demora um pouco mais.

Já para quem trabalha e tem família, é muito mais difícil, então: LONGO PRAZO. Crie uma rotina de estudos que não faça você odiar os estudos, uma meta vencível por dia. Se conseguir apenas 2h ou 1h, sem problemas, mas que sejam horas ótimas, prazerosas e com foco. Assim você vai criar uma base forte para dar seu máximo quando o edital abrir. Caso seja possível, tente tirar férias. Sei que é ruim “gastar” as férias estudando, mas o resultado valerá a pena, eu não conseguiria sem isso.

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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]

Abraços,

Thaís Mendes

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