Aprovado em 25° lugar (cotas) no concurso TJ-SP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário
Concursos Públicos“[…] O importante é estar preparado quando a oportunidade surgir e, para isso, é necessário continuar se dedicando, sem trégua. Aquilo que é feito todo dia não se perde, o aprendizado não se perde, apenas se acumula. Consistência é o mais importante.”
Confira nossa entrevista com Rodrigo Gomes Paixão, aprovado em 25° lugar (cotas) no concurso TJ-SP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Rodrigo Gomes Paixão: Sou Rodrigo, tenho 26 anos. Nasci em São Paulo capital e sou formado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rodrigo: Toda a minha experiência com estágios e trabalho em direito, ao longo da graduação, foi na iniciativa privada. Notei que ali as perspectivas de trabalho não me satisfaziam nem estavam de acordo com o que eu acreditava como propósito para a minha vida. Então, no último ano da minha graduação, trabalhei na Procuradoria da República com o objetivo de conhecer melhor a rotina de trabalho em órgão público e ver se eu me identificaria com o que estava fazendo, visando a possibilidade de prestar concursos, que já estava em minha mente. Gostei muito do trabalho e rotina, então decidi começar a estudar. Como o edital do concurso do TJSP estava aberto, dediquei-me para ele especificamente.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Rodrigo: Sim, trabalhava, estudava e fazia faculdade. Minha rotina foi um pouco pesada nesse período de estudos. Eu acordava cedo, por volta de cinco horas da manhã para estudar. Depois realizava minhas atividades na Procuradoria. Voltava a estudar no horário de almoço. Como eu trabalhava apenas um dia presencialmente, conseguia estudar um pouco mais ao longo da semana. Lia os PDFs e realizava exercícios no percurso de ida para a faculdade e volta para casa. Ao chegar em casa, terminava de estudar e dormia entre meia noite e uma hora da manhã. Durante o final de semana eu estudava o máximo que aguentasse. Por estar no último ano de faculdade, conversei com meu orientador e deixei para terminar meu TCC depois da prova.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Rodrigo: Foi o primeiro e único concurso que prestei até agora. Pretendo continuar estudando, há algumas provas que vou prestar esse ano. Meu objetivo a longo prazo é aplicar para a Magistratura Federal, ou mesmo para a Procuradoria da República, onde trabalhei.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Rodrigo: Eu estudei por dois meses e meio, mais ou menos, para o concurso do TJSP. Nesse período não saí, apenas ia para a faculdade e para o trabalho. Acabei por deixar de frequentar a academia e de jogar basquete também, atividades que sempre fizeram parte da minha rotina. Apenas no dia do meu aniversário eu fui jogar um pouco, mas comemorei efetivamente apenas um mês depois da prova.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Rodrigo: Minha família se resume à minha mãe. Ela me apoiou muito e foi extremamente fundamental para que eu conseguisse ser aprovado. Deixava comida pronta e realizava sozinha as atividades domésticas, além do apoio emocional constante. Ela sonhou comigo essa aprovação e viu a minha dedicação. Como o período de estudo foi curto, apenas não aceitei alguns convites de amigos, expliquei que estava estudando e eles entenderam.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Rodrigo: Quando comecei a estudar, o edital já estava aberto. Acredito que tenha sido entre dois a três meses. Iniciei entre meio e final de março e segui até o fim maio.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Rodrigo: Do Estratégia, apenas usei os PDFs. Eles são bem completos e com questões boas. Fiz todas as questões da banca vunesp que estavam neles, da maioria das matérias, além de ter feito todos os simulados disponíveis. Fora isso, fiz as duas últimas provas e comprei um pacote de 10 simulados por fora para ter uma noção maior de como seria a prova.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rodrigo: Um amigo, também aprovado no concurso do TJSP, só que em 2021, havia falado tanto sobre o concurso como sobre o Estratégia em 2020, mas eu apenas lembrei quando decidi aplicar para a prova de 2023.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Rodrigo: Sim. O material era muito bom. Após um mês de estudos, fiz a prova de 2021 e tive uma pontuação superior ao corte da classificação geral, o que me fez perceber que estava no caminho certo. As questões ajudam na fixação e os simulados são muito semelhantes à prova em si. Como eu não tive qualquer contato com concursos antes, perceber isso me deu uma segurança maior.
O grande diferencial do Estratégia é sem sombra de dúvida os PDFs. Depois deste concurso, tenho fé plena de que consigo ser aprovado em qualquer outro, apenas estudando por eles. Acredito que o banco de questões é, também, muito vasto e bom para estudo focado em determinados conteúdos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Rodrigo: Eu, antes de ingressar no direito, estudei engenharia na USP por um semestre. Sempre tive facilidade em matemática, então decidi não estudar a matéria.
A partir disso, meu plano de estudos foi dividido por etapas, mas não foi muito organizado. De início, determinei que estudaria processo civil, processo penal, administrativo e português todos os dias (núcleo base do meu estudo). As demais matérias eu estudaria em ciclos. Então, por exemplo, em um dia eu estudava o núcleo base, raciocínio lógico e penal. Noutro estudava informática e normas da corregedoria, e por aí vai.
Após um tempo eu adaptei minha rotina conforme meu resultado nos simulados. Por exemplo, a partir do meio de abril, eu não estudei mais raciocínio lógico, apenas fazia as questões dos simulados. Mesmo as do PDF eu não fazia mais. Administrativo, eu passei a estudar por um resumo que fiz com base nos grifos que fiz no PDF, pois era pouco conteúdo. Penal eu passei a apenas ler a lei seca e grifar o que eu não havia decorado. Segui estudando processo civil e português todos os dias até o final.
Nas últimas três semanas, eu passei a fazer o máximo de questões possível. Fiz um simulado por dia (refiz alguns que já havia feito) e apenas li PDFs de processo civil, normas da corregedoria, atualidades e português. Inclusive, estudei atualidades apenas nessas últimas semanas.
Meu plano não foi muito organizado, eu procurava adaptar minha rotina diariamente conforme meus resultados em simulados e questões. Não sei quantas horas estudava por dia ao certo, nem o que são horas líquidas.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Rodrigo: Eu grifei os PDFs nas primeiras leituras. Depois que me sentia seguro, lia apenas o grifado e o copiei em um arquivo word como forma de resumo. Após um tempo, eu apenas lia os arquivos word (resumos) e fazia questões. Então comecei a grifar meus resumos para focar no que eu não lembrava ou no que eu vinha errando em simulados. Ao final, eu apenas fazia questões e lia por cima os grifos que fiz nos resumos.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Rodrigo: Eu acredito ter feito 10 simulados por fora e 7 simulados do estratégia, fora todas as questões dos PDFs da banca vunesp, a exceção das questões de raciocínio lógico (fiz apenas as questões dos cadernos de questões e simulados), matemática (que optei por não fazer) e processo civil e informática (estas duas eu não consegui completar). Questões de outras bancas eu fiz também, mas na reta final as deixei de lado.
Acredito que as questões foram o mais importante na minha preparação, pois só depois de fazê-las que eu sentia que o conteúdo realmente era fixado. Além disso, você se acostuma com a forma que o conteúdo é cobrado, o que me auxiliou a tentar prever como o que eu estava estudando podia ser cobrado e no que eu deveria dar mais atenção.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Rodrigo: Processo Civil, Processo Penal e Informática. As duas primeiras, o que fiz foi estudar todos os dias. Informática eu fui um tanto negligente, acabei por não conseguir aprender o que poderia, pois estudei pouco e me dediquei mais na reta final ao perceber que não vinha tendo bons resultados nos simulados. Normas da corregedoria foi outra matéria que eu tive certa dificuldade por nunca ter ouvido falar sobre. Eu fiz todas as questões possíveis dessa matéria, pesquisei questões inéditas na internet após ter terminado tudo.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Rodrigo: Fiz simulados todos os dias e questões, além de ler alguns dos meus resumos. Por estar um pouco ansioso, na última semana eu fiz os simulados como questões por matéria, não como um todo. Então eu ia corrigindo cada matéria após fazê-la, pois acredito que se eu fosse contabilizar acertos da prova como um todo nessa reta final, eu teria ficado muito nervoso, o que atrapalharia meus resultados. Na última semana, revisei todo o possível de normas da corregedoria e atualidades.
No dia pré prova eu estudei até meio dia, depois fui para o parque jogar basquete. À noite assisti desenho e comi pizza. No dia da prova eu ainda li algumas coisas que havia deixado anotadas no meu celular.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Rodrigo: Meu principal erro foi ter negligenciado a informática, dada a quantidade de questões e relevância da matéria. Estudei pouco. De forma geral, não acho que cometi outros erros, pois fiz o que acreditei ser necessário dado o pouco tempo que tive. Era tudo ou nada. Meu principal acerto foi ter renunciado a tudo para estudar. Redes sociais, academia, mas eu tinha o concurso como única possibilidade e foco naquele momento.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Rodrigo: Quando iniciei meus estudos, eu sabia de duas coisas: não queria voltar a trabalhar na iniciativa privada e meu contrato na Procuradoria da República acabaria ao final do ano sem chances de renovação. Ou seja, caso eu não fosse aprovado, eu encerraria minha graduação desempregado, muito provavelmente, dada a dificuldade de se conseguir trabalho no último ano e ainda mais no último semestre.
Além disso, não havia como eu prever quando conseguia uma oportunidade de voltar ao mercado de trabalho nem quando outro concurso seria aberto, o que me deixou com bastante medo. Minhas reservas financeiras estavam acabando, então eu precisava dar tudo de mim, em momento algum eu cheguei perto de cogitar desistir. Era a única possibilidade, tudo ou nada.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rodrigo: Acredito que tudo teria sido mais fácil e tranquilo se eu tivesse tido mais tempo para estudar. Óbvio que não teria como, pois minha decisão foi tardia, mas, teria sido mais fácil. Só que, por exemplo, após a notícia da minha aprovação na primeira fase, eu já tinha em mente que queria prestar outro concurso e, desta vez, tinha certo tempo para estudar. Não o fiz pois quis encerrar meu ano na graduação com mais calma e acreditei que conseguiria estudar após formado, mas eu poderia ainda assim ter estudado um pouco, regularmente, sem qualquer pressão.
O edital que eu queria veio antes do previsto e eu não me vi em condições de prestar a prova, o que me deixou bastante frustrado. Então meu conselho é: seja consistente. Tudo é mais fácil quando você se planeja e, mais, quando está constantemente se dedicando para algo, por mais que você não saiba ao certo o que este algo é ou quando virá. O importante é estar preparado quando a oportunidade surgir e, para isso, é necessário continuar se dedicando, sem trégua. Aquilo que é feito todo dia não se perde, o aprendizado não se perde, apenas se acumula. Consistência é o mais importante.