Aprovada em 14° lugar no Concurso Público Nacional Unificado (CNU) - BLOCO 3 para o cargo de Engenheiro Agrônomo (INCRA/Cotas)
Concursos Públicos
“[…] Ao sentar para estudar, não pense em mais nada, só se concentre na matéria, não tenha pressa em acabar o conteúdo, estude para aprender, não para passar na prova. Abra mão de pequenos prazeres, para um prazer maior e duradouro. Junte-se a quem tem o mesmo objetivo que você […]”
Confira a nossa entrevista com Carla Regina de Moura Guilherme, aprovada em 14° lugar no Concurso Público Nacional Unificado (CNU) – BLOCO 3 para o cargo de Engenheiro Agrônomo (INCRA/Cotas):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Carla Regina de Moura Guilherme: O meu nome é Carla Regina, tenho 43 anos, sou Engenheira Agrônoma, formada pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, sou de Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, mas moro em Capela Nova, Minas Gerais.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Carla: Eu era servidora do Município do Rio de Janeiro, atuava na área de educação como Agente de Apoio à Educação Especial (AAEE), auxiliava crianças especiais na inclusão em sala de aula. Entrava na escola às 7h30 e largava às 14h30 – sem horário de almoço -, trabalhava integralmente em sala de aula. A remuneração era caótica, a renda líquida era de R$ 958 mensais. Eu chego a dizer que era um trabalho insalubre. Eu cheguei a um ponto, onde a minha saúde estava comprometida, a minha renda não dava pra nada e eu tinha que fazer alguma coisa pra mudar isso. Então, decidi estudar.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Carla: Sim, eu trabalhava e estudava. Eu acordava às 5h da manhã, fazia a minha primeira hora de estudos, tomava banho e café rápidos e saía pra trabalhar. Chegava do trabalho por volta das 15h tomava outro banho, outro café pra aguentar a jornada até às 23h ou dependendo do dia, até meia-noite. Eu estudava de hora em hora com intervalos de 10 a 15 min. No final de semana, eu estudava 8h líquidas e aos domingos, eu fazia simulados ou assistia alguma revisão coletiva do Estratégia no Youtube. Mas, o fundamental pra me manter motivada, foi que formamos um grupo de estudos pelo Whatsapp. Éramos três focados no CNU: Marcos Senise, Felipe Reis e eu. Respiramos esse concurso. Nos encontramos em um grupo formado pelos professores do Estratégia, percebemos que tínhamos o mesmo perfil e decidimos nos unir separadamente e estudar. Nesse grupo, ninguém deixava ninguém desistir, um puxava o outro para estudar, nosso líder – Felipe Reis -, nos motivava, colocava questões no grupo, brigava com a gente, fazia músicas, nos incentivava e, hoje, viramos uma família, nunca nos vimos pessoalmente, mas acho que chegou a hora, rs.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Já fui aprovada em muitos concursos pequenos de Prefeitura, já perdi convocação, já reprovei, já fiquei no quase, mas os que tomei posse e trabalhei foram: Agente de Apoio à Educação Especial (AAEE) onde atuei de março de 2017 até outubro de 2024 no Rio de Janeiro e EMATER MG – como Extensionista – Engenheira Agrônoma -, o qual tomei posse em outubro de 2024 e estou atualmente. Mas, vale a pena contar que passei muito sufoco antes da aprovação, fui reprovada em muitos de certames, ao ponto de achar que nunca daria certo. E ainda não parei, fiz uma pausa para comemorar as minhas conquistas e após o Carnaval, retorno os estudos para a Receita Federal.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Carla: Eu não tinha vida social. Lembro que no ano da preparação para o CNU, a minha filha estava com casamento marcado e eu não pude participar dos preparativos. Foi muito triste, ela é a minha única filha, foi doloroso pensar nisso, mas hoje eu sei que era a oportunidade que eu tinha, não podia desperdiçar. Lembro-me que, ao decidir estudar, eu reuni toda a minha família e falei: “Família, não contem comigo para nada. A partir de hoje, não participarei de nenhum evento familiar“, mas a minha família é muito boa e parceira, eles aceitaram numa boa e me apoiaram. Devo dizer que até o meu namorado sofreu com isso, lembro-me que comecei a estudar em janeiro e a prova foi em agosto. Ficamos todo esse tempo sem nos encontrar, salvo engano, nos encontramos na Páscoa e no Dia dos Namorados, mas tudo muito corrido, eu sempre estudando. Ele é uma pessoa excelente, já é concursado dos Correios e foi um dos primeiros a me incentivar. Foi o meu braço forte nesse caminho.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Carla: A minha família me apoiou muito. Eu morava com a minha mãe, ela me liberou dos afazeres domésticos, eu não precisava fazer absolutamente nada em casa. Quando eu chegava, a comida já estava pronta, o lanche preparado. Tínhamos o costume de conversar a tarde tomando café e, isso, não podíamos mais. Eu subia para o quarto e só estudava. As minhas amigas estavam ciente que eu precisava me ausentar e sempre mandavam mensagem de incentivo. O meu namorado foi muito parceiro, sempre com palavras de apoio, procurando notícias sobre o concurso, fazia o possível para me deixar antenada com o mundo nos curtos momentos em que falávamos por mensagem.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Carla: O tempo foi de 8 meses. Comecei a estudar no dia 21 de julho de 2023, quando saíram rumores de edital em dezembro. Juntei as economias e fiz a Assinatura Platinum. As minhas economias davam até a data do certame, mas o concurso foi prorrogado e migrou para o CNU. A minha grana para a Assinatura havia esgotado e eu não teria como continuar. Então, agradeci ao coach Gustavo pela condução nos estudos e disse que sairia do treinamento por questões pessoais, ele sacou na hora que era grana e conseguiu uma bolsa pra mim e disse: “Agora, faz o seu melhor “. Eu não poderia desperdiçar isso! Não poderia decepcioná-lo. Tive que mudar tudo que tinha estudado até então e, em janeiro de 2024, eu comecei a estudar do zero: “Agora é CNU”. A previsão do concurso era maior, mas com a tragédia do Rio Grande do Sul, as provas foram remarcadas para agosto, o que me garantiu um tempo maior para assimilar o conteúdo. O que me fez manter a disciplina, foi o desespero de acordar todas as manhãs, trabalhar duro, não ter hora de almoço além de não ter grana pra nada. Era bem motivador, além de apavorante, tinha 41 anos e não tinha independência financeira.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Carla: Nessa preparação, eu usei somente o material do Estratégia Concursos. Estava tudo ali, eu só precisava estudar. Comecei estudando a Trilha Estratégica, mas depois eu comecei a avançar por capítulos de aulas e revisões de 24h, 7 dias e 30 dias e quando o conteúdo acabava, eu fazia revisão por questões. Eu marcava todas as questões erradas e minhas revisões eram por elas. Usei PDF como fonte principal; videoaula quando não entendia muito bem o conteúdo; Revisão de Véspera; Hora da Verdade CNU e muito material extra que o Estratégia publicava na plataforma. Era rotina, ao me arrumar para o trabalho, eu ouvia o Estratégia Cast sobre assuntos que eu não dominava. Usei também o Banco de Questões do Estratégia e sempre estudando em grupo. As dúvidas tiramos em grupo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Carla: Em 2018, fiz um cursinho preparatório presencial para Auditor Fiscal da Receita Federal no centro do Rio de Janeiro e eu achava que tinha muito conteúdo teórico e poucos exercícios, além de demorar no deslocamento da zona oeste até o centro. Queria otimizar o meu tempo, render mais. Comecei a pesquisar preparatórios on-line e percebi que eu conseguiria estudar mais conteúdo em menos tempo. Foi nesta pesquisa que eu achei dois preparatórios muito bons, assinei os dois, mas me adaptei melhor com a plataforma do Estratégia.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Carla: Sim, usei material de um outro preparatório que era bom, mas perdia muito tempo tentando achar coisas na plataforma, então, decidi usar a plataforma do Estratégia que era mais fácil de manusear, quando eu não sabia onde estava algo, eu falava com a atendente e ela enviava o link da página.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovada?
Carla: Fiz mas não fui aprovada. Não fiquei muito tempo na plataforma do concorrente, porque não me adaptei, logo migrei para o Estratégia.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Carla: Depois que comecei a estudar com o Estratégia, eu senti que eu estava estudando o que de fato seria cobrado em prova, comecei a melhorar o rendimento, não estava mais perdendo tempo, marcando edital e procurando conteúdo, estava tudo “mastigado “. Particularmente, eu gosto da plataforma, porque consigo achar o que quero com rapidez; tenho respostas rápidas no fórum de dúvidas; os professores são muito bons e o material é direto. No final da apostila, dá pra sentir a progressão do nível de dificuldade das questões e isso é bem interessante, a gente vai avançando de acordo com o nível de dificuldade.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Carla: Inicialmente, eu adaptei a planilha da Núbia que era do INSS para o CNU, depois, resolvi seguir a Trilha Estratégica e, quando ela acabou, eu revisava as matérias refazendo questões e procurava questões da aula no TEC. Eu estudei todas as matérias em um ciclo de estudos. Não havia tempo, estudei mais horas as matérias de maior peso. Habitualmente, eu estudava de 7 a 8 horas líquidas por dia. Aos domingos, eu fazia simulados e quando tinha resistência, eu refazia simulados anteriores, não passava de 5h líquidas de estudos.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Carla: Comecei grifando o material pra depois revisar, mas depois eu senti que gastava muito tempo e os professores falavam exaustivamente pra não fazer isso, decidi aceitar o conselho. Então, sempre que eu fazia questões e errava, eu grifava aquela questão. Quando eu voltava para revisar o conteúdo, lia a questão grifada voltava na apostila somente no tópico que me levou ao erro e tentava refazê-la. Simulados, eu fazia todos. No começo, eu me prendia ao ranking, mas depois entendi que simulado me dava uma noção de tempo de prova e da maneira como eu estava lendo as questões, não de resultados. Ao estudar a apostila, eu já sabia o assunto tratado na questão, com o simulado você troca de informação toda hora e, na prova, é assim que funciona.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Carla: É muito importante fazer questões e principalmente refazer as erradas pra fixar o conteúdo. Não lembro o número exato de questões, mas fiz mais de 10 mil questões seguramente.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Carla: As disciplinas que mais tive dificuldade foram AFO (Administração Financeira e Orçamentária), cartografia e todas referentes à Medicina Veterinária. Para superar, eu dobrava a carga horária dessas matérias, fazia o triplo de questões e pensava que não seria difícil só pra mim, com certeza havia outros agrônomos tendo que aprender do zero. Nas matérias de Med. Veterinária, eu recorria ao Felipe Reis, que é Médico Veterinário e líder do nosso grupo de estudos.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Carla: Lembro que eu tinha folgas para tirar no trabalho e então as usei. Fiquei essa semana toda em casa, só revisando a matéria e assistindo as revisões ao vivo do Estratégia.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Carla: Não me preparei para a prova discursiva. Na semana da prova, eu dei uma olhada muito rápida na apostila. Não aconselho que façam isso, se preparem e estudem, a discursiva soma muitos pontos e eu poderia ter sido derrubada.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Carla: O meu principal erro, foi não ler atentamente o cartão-resposta e eu quase fui eliminada por esse erro. Não marquei o gabarito 1 na prova da manhã, portanto, nunca mais faço uma prova sem ler atentamente as instruções, teria jogado todo meu esforço no lixo. O meu acerto, foi acreditar que daria certo, mesmo não sabendo se daria. Nunca sentei pra estudar pensando em coisas que poderiam dar errado. No dia da prova, na parte da manhã, ao terminar, perguntei ao fiscal se ele poderia conferir o meu cartão-resposta, se estava completo e ele disse que sim. Ao sair da prova, eu soube que estava eliminada do certame, mas mesmo assim eu voltei. Questionei sobre ele ter confirmado que estava tudo preenchido corretamente e, sem pensar em nada, ele falou pra todo mundo na sala de prova que eu dei mole, que naquela sala só passaria quem tivesse competência e outras palavras que não vale a pena escrever aqui e mesmo diante dessa humilhação, eu levantei a cabeça e acreditei, fiz o que tinha que ser feito. Acreditar sempre, até o último segundo que vai dar certo.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Pensei em desistir quando a prova foi adiada, já estava exausta, no limite, mas eu tinha um grupo de amigos focado na vitória. Felipe Reis e Marcos Senise foram fundamentais para a minha persistência, sem eles talvez eu tivesse desistido. Eles sempre tinham uma palavra de ânimo, uma bronca ou um carinho. Nunca os vi, mas os amo muito.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Carla: O conselho que posso dar pela minha visão é: acredite que vai dar certo, porque vai dar. Ao sentar para estudar, não pense em mais nada, só se concentre na matéria, não tenha pressa em acabar o conteúdo, estude para aprender, não para passar na prova. Abra mão de pequenos prazeres, para um prazer maior e duradouro. Junte-se com quem tem o mesmo objetivo que você. Invista em um material bom e você não vai se arrepender. Quando bater o cansaço mental, lembre-se o motivo de você ter começado. Quando for aprovado, seja um excelente servidor. O nosso país merece pessoas íntegras que o servem com orgulho, dedicação e ética.