Aprovada em 3° lugar para Especialista em Regulação - Ciências de Dados no concurso ANATEL
Concursos Públicos
“Acho que o mais importante é nunca desistir. Grandes conquistas exigem grandes esforços, e isso é algo que precisamos ter em mente desde o início […]”
Confira a entrevista com Amanda Aline Figueiredo Carvalho Vicenzi, aprovada em 3° lugar no concurso ANATEL para o cargo de Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações – Especialidade: Ciências de Dados:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Amanda Aline Figueiredo Carvalho Vicenzi: Tenho 28 anos e sou natural de Brasília. Me formei em Engenharia de Computação na UnB em 2019 e, desde então, venho trabalhando nessa área de dados. Atualmente, estou fazendo mestrado em Informática, também na UnB, com foco em Ética em Inteligência Artificial.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Amanda: Olha, na minha casa, o “DNA de concursos” sempre foi forte! Minha família tem muitos servidores públicos, então essa ideia de estudar para conquistar um bom cargo sempre foi uma realidade pra mim. Antes mesmo de terminar o Ensino Médio, eu já estava começando a entrar nesse mundo dos estudos, porque sabia que queria seguir esse caminho.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Amanda: Sim, todas as minhas aprovações em concursos foram enquanto eu trabalhava e estudava. No início, lá em 2015, foi bem desafiador conciliar tudo, porque eu ainda estava na graduação e minha rotina era muito puxada. Eu fazia matérias da faculdade de manhã e à noite, trabalhava à tarde, durante 30 horas semanais, e ainda morava longe da UnB, o que me fazia gastar umas duas horas no trânsito todo dia. Isso me deixava com pouco tempo – entre 4h e 6h da manhã – para estudar. Foi difícil, mas fui me adaptando, pois era o que dava. Hoje, com uma rotina um pouco menos corrida, consegui manter o hábito de estudar de madrugada/início da manhã, geralmente umas duas horas por dia.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação?
Amanda: Minha trajetória em concursos começou em 2014, quando fui aprovada no concurso do Metrô-DF, mas, como não me preparei para o TAF, acabei eliminada. Ainda em 2014, fui aprovada como Auxiliar de Farmácia na Secretaria de Saúde do DF, onde fui nomeada em 2018 e trabalhei por quase três anos. Durante a pandemia, precisei dar uma pausa nos estudos para lidar com a rotina intensa de trabalho.
Quando as coisas começaram a normalizar, retomei os estudos pensando em carreiras policiais, mas acabei me inscrevendo no concurso do BRB de forma despretensiosa. Fui aprovada no cadastro reserva e convocada em 2021 para o cargo de Escriturário. Depois, passei no concurso do BRB para Analista de TI, sendo nomeada em 2023, mas decidi não assumir, pois já havia sido promovida internamente e a mudança não era interessante financeiramente.
Quando me tornei mãe, optei por dar uma pausa nos estudos para me dedicar mais à família. Assim que meu filho cresceu um pouco, voltei aos estudos, dessa vez focando em carreiras na área de TI. Em 2024, fui aprovada no concurso do CNJ para Analista Judiciário na especialidade de Análise de Sistemas, em 81º lugar. Agora, em 2025, tive a grande alegria de ser classificada em 3º lugar na Anatel, para Especialista em Regulação na área de Ciência de Dados, que é minha área do coração.
Quanto a continuar estudando para concursos, no momento estou muito satisfeita com o cargo que tomarei posse em breve. No futuro, talvez eu considere estudar para a área fiscal ou de controle, mas isso ainda não é uma prioridade. Agora, meu foco está totalmente voltado para o meu mestrado, e, em seguida, pretendo me dedicar ao doutorado, dando continuidade à minha trajetória acadêmica.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Amanda: Sou uma pessoa mais diurna e gosto de acordar cedo, então nunca fui muito de sair para festas ou eventos à noite. Essa parte já era bem tranquila mesmo antes de começar a estudar para concursos. Durante a preparação, eu aproveitava momentos como almoços em família ou uma tarde com amigos, mas logo voltava para casa para descansar e recarregar as energias para manter minha rotina.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira?
Amanda: Toda a minha família sempre foi fundamental para as minhas conquistas, especialmente porque tenho uma rede de apoio incrível que me ajuda com os cuidados do meu filho. Sem eles, seria praticamente impossível encontrar tempo para estudar no dia a dia. Meu marido, embora trabalhe o dia inteiro, sempre me apoiou de outras formas, o que também fez toda a diferença. Sou muito grata e posso dizer que tenho muita sorte de poder contar com todos eles.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Amanda: Quando saiu o concurso da Anatel, por ser um concurso de alto nível, foquei nas matérias que eu tinha mais dificuldade, já que inicialmente teria poucos meses até a prova. Como tivemos o adiamento, por conta das chuvas no RS, no total, foram 8 meses de preparação. Durante esse período, para não perder o foco, criei uma planilha de metas que me ajudou a manter a disciplina, mesmo com os adiamentos e as incertezas em relação à data da prova. Essa organização foi essencial para me manter comprometida.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Amanda: Minha preparação seguia uma sequência: começava pelos PDFs, que considero materiais muito completos, já que trazem tudo que preciso para a prova, como questões, lei seca, jurisprudência e doutrina. Somente se eu encontrasse dificuldade em algum tema, recorria às videoaulas para reforçar o entendimento, por conta do meu tempo diário curto. Depois disso, sempre finalizava o estudo do conteúdo com questões comentadas sobre o assunto. Esse método funcionou muito bem para mim, pois os PDFs já atendiam a maior parte das minhas necessidades, e as videoaulas eram um complemento quando eu precisava de uma explicação mais detalhada.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Amanda: Conheci o Estratégia Concursos na época em que era estagiária em uma empresa. Uma colega de trabalho, que estava se preparando para o concurso do TCU, sempre falava muito bem do material. Ela dizia que era o mais completo do mercado e o melhor para concursos de alto nível, justamente por ser bem detalhado. Assim que tive oportunidade, decidi dar uma chance e não me arrependi.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material?
Amanda: Antes de assinar o Estratégia, eu estudei com materiais mais simples, como apostilas de banca de revistas ou por aulas gratuitas no YouTube, principalmente por questões financeiras. Naquele período, até consegui colecionar algumas aprovações em cadastro reserva, mas nunca ficava entre os primeiros colocados, como agora, o que comprova que estudar com um material mais completo e direcionado faz toda a diferença.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Amanda: Muita diferença! Os materiais do Estratégia são extremamente completos e exploram todos os detalhes possíveis, o que é essencial em concursos com poucas vagas, onde cada ponto faz diferença. O que mais me ajudou foram os PDFs e os cursos exclusivos, que oferecem uma preparação direcionada e detalhada. Além disso, por já ter explorado muitos temas nos estudos, não tive surpresas na hora da prova, o que ajudou a reduzir bastante aquela ansiedade que costuma aparecer.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Amanda: Meu plano de estudos para Anatel era bem diferente do convencional, porque eu precisava conciliar muitas coisas ao mesmo tempo: ser esposa, mãe de um bebê, fazer mestrado e trabalhar fora. Na prática, eu acabava falhando mais do que seguia meu cronograma. Mesmo assim, sempre busquei dedicar pelo menos 2 horas por dia de foco total ao estudo, sem interrupções, mesmo quando estava cansada. Minha estratégia era priorizar os conteúdos em que tinha mais dificuldade, finalizar cada aula antes de passar para a próxima e estudar no máximo 2 matérias por semana. Esse método me ajudou a manter a consistência dentro da rotina puxada. Eu sabia que, se colocasse uma meta de estudar 5 horas por dia, acabaria me frustrando e largando os estudos. Então, preferi estabelecer algo condizente com a minha realidade, como as 2 horas diárias de foco total, que eu conseguia manter mesmo com todos os desafios do dia a dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Amanda: Minhas revisões eram focadas em resolver várias questões sobre o assunto estudado. Isso, para mim, era uma forma eficiente de consolidar o aprendizado e ainda otimizava bastante o tempo, já que eu conseguia revisar o conteúdo e treinar para a prova ao mesmo tempo.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Amanda: Eu diria que 50% do sucesso para a aprovação vem da resolução de questões. A prática leva à perfeição, e é só resolvendo que você realmente sabe se aprendeu ou não. Não faço ideia de quantas questões fiz ao longo da minha trajetória, mas minha meta diária era resolver 50 questões. Claro, nem todos os dias isso era possível, porque às vezes eu precisava priorizar o estudo teórico, mas sempre dei muita importância a essa prática, que foi essencial para fixar o conteúdo e ganhar confiança.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Amanda: Sempre me considerei uma “pessoa de exatas”, então tinha bastante dificuldade com Direito, principalmente Direito Constitucional. Era muita leitura e muitos detalhes, onde uma única palavra podia mudar todo o contexto. Nessas matérias, eu sempre recorria às videoaulas para complementar meu estudo. Foi nos cursos exclusivos que descobri as aulas do professor João Trindade, que acabou se tornando meu professor favorito de Direito Constitucional. Ele tornou o aprendizado muito mais leve e, hoje em dia, até consigo me divertir assistindo suas aulas.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Amanda: Minha abordagem para a pré-prova pode até ser polêmica, porque vai contra o que muita gente recomenda. Para mim, não estudar na véspera e nas horas anteriores à prova só aumenta minha ansiedade e me faz sentir que poderia ter feito mais. Então, eu estudo até o último segundo possível, não por falta de preparação prévia, mas porque isso me tranquiliza e me dá a sensação de que fiz tudo o que podia. Realmente, é um ritual pessoal. Na semana da prova, foco quase exclusivamente em resolver questões da banca sobre todos os tópicos do edital. Geralmente, tiro férias do trabalho nessa semana para viver uma imersão total nos estudos.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Amanda: Como sempre tive poucas horas diárias para estudar, minha estratégia foi estudar a teoria já pensando que aquele assunto poderia ser tema da discursiva. Dessa forma, além de resolver questões objetivas, eu aprendia a discorrer sobre o assunto. Muitas vezes, eu treinava “ensinando” os temas para o meu marido, que não é da área de Ciência de Dados, mas pacientemente me ouvia explicar coisas que ele não fazia ideia do que eram. Esse processo foi essencial para fixar o conteúdo e ter confiança de que eu sabia falar sobre. Quanto à estrutura textual, eu já tinha uma boa bagagem, então não precisei focar tanto nisso, pois era um conhecimento que já estava bem consolidado.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Amanda: Meu maior erro, sem dúvida, foi a falta de foco. Eu começava estudando para uma área, mas bastava sair um edital de outro concurso e lá ia eu mudar de direção. Isso me rendeu algumas aprovações, mas sempre no cadastro reserva. O grande acerto veio quando decidi parar com essa instabilidade e me dedicar de verdade a um objetivo. Quando tomei essa decisão e mantive o foco, consegui a tão sonhada classificação entre os primeiros lugares no concurso da Anatel.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Amanda: Ah, pensei em desistir várias vezes, principalmente por exaustão. Conciliar estudo, trabalho e maternidade não é fácil, e muitas vezes eu só queria dormir e recarregar as energias para o dia seguinte. Sempre digo que aprender doi, e não é pouco, mas é justo que muito custe o que muito vale. Quando a vontade de desistir batia, eu me lembrava de como minha vida seria mais tranquila depois da aprovação, que aquela fase turbulenta era temporária. Isso me ajudava a controlar a ansiedade, respirar fundo e retomar de onde parei.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Amanda: Acho que o mais importante é nunca desistir. Grandes conquistas exigem grandes esforços, e isso é algo que precisamos ter em mente desde o início. É natural sentir vontade de passear, assistir uma série, passar mais tempo com amigos, brincar com seu filho ou dar mais atenção ao seu parceiro. Mas, nesse universo tão competitivo de concursos, precisamos dar o nosso melhor, o que muitas vezes significa abrir mão de algumas coisas.
O caminho é desafiador, solitário e, muitas vezes, frustrante. Mesmo com todo o apoio de pessoas queridas, a verdade é que ninguém pode estudar por você. Você vai bater com a cara na porta várias vezes antes de finalmente vê-la se abrir, mas desistir não pode ser uma opção. Todos nós temos o potencial de chegar lá, basta acreditar, persistir e seguir dando um passo de cada vez, mesmo nos dias mais difíceis.
“Continue a nadar!” É uma frase de um filme da minha infância, mas que, ao longo da minha jornada, se tornou muito mais do que isso – virou um lema que me acompanhou nos momentos mais desafiadores. Sei que muitos que estão nessa caminhada também se identificam com ela, porque é uma lembrança simples, mas poderosa, de que a persistência e a determinação são capazes de nos levar a lugares que, às vezes, nem acreditamos ser possíveis. Não importa o quão difícil seja, o importante é continuar, passo a passo, braçada a braçada, porque, com consistência e coragem, a gente pode alcançar tudo o que sonha.