Aprovada em 2° lugar (Cotas) no CNU (Bloco 7 - PREVIC) para o cargo de Analista Administrativo
Concursos Públicos
“Vale a pena! Escolha uma área com a qual você se identifique, faça o diagnóstico das suas facilidades e dificuldades. No dia que estiver difícil, descanse, assista um filme, jante com a família, saia com os amigos. No dia seguinte, continue […]”
Confira nossa entrevista com Gabrielle Barreto de Souza, aprovada em 2° lugar (Cotas) no CNU (Bloco 7 – PREVIC) para o cargo de Analista Administrativo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Gabrielle Barreto de Souza: Oi pessoal! Tenho 30 anos, nascida e criada em Brasília. Fiz um tecnólogo em Processos Gerenciais, e depois um MBA em Gestão Pública. Há 10 anos trabalho com doces sob encomenda na Môdoce, junto com a minha irmã, Isabella.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Gabrielle: Bom, Brasília respira concurso público, então essa sempre é uma opção hahahahaha. Quando eu saí do ensino médio, comecei o curso de Química na Unb, mas depois de 2 anos e meio não me via mais tendo a química como ofício pra vida toda. Então comecei a fazer provas de concurso. Admito que naquela época, pensava que o conhecimento de português e matemática do colégio e mais um cursinho de 3 meses pós edital seriam o suficiente. Mal sabia a trajetória que ainda estaria por vir hahahaha.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Gabrielle: No início, eu mais estudava do que trabalhava. Ainda não tínhamos um volume expressivo de encomendas. Depois de alguns anos, começamos a fazer eventos maiores, Páscoa… a confeitaria começou a demandar um tempo maior, então eu geralmente estudava um pouco depois do almoço, e mais algumas horas de noite. Aqui em casa somos 5 pessoas, então a partir das 21 horas o pessoal ia desacelerando… Estudava até meia noite, 1 hora… No dia seguinte acordava às 8hs. Acho que em uns 3 pós editais eu fechei a agenda de pedidos e ficava só estudando. Geralmente de 8 às 18, com a pausa pro almoço, mas foram períodos curtos. “Só estudar” era extremamente cansativo e desgastante.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Gabrielle: Fiquei no cadastro reserva da Seagri DF, do TRF1. Tive mais quase aprovações. Em 2018 fiquei na terceira fase do concurso da CLDF (prova prática de informática). Cheguei a ter a redação corrigida pelo Senado Federal, na Câmara dos Deputados, não consegui fazer o mínimo nas básicas, apesar de ter ido bem nas específicas e na discursiva. Por que eu falo das quase aprovações? O caminho de quem decide estudar para concurso nem sempre é rápido, e costumamos olhar para as quase aprovações como derrotadas. “Putz, deu errado de novo?” Mas hoje, olhando para minha trajetória, vejo todas essas provas como pequenos passos. Obviamente que queremos os passos largos. Mas aquele papo clichê de olhar o lado bom das coisas e tirar algum aprendizado, é real. Se eu pretendo continuar estudando? Olha, não decidi ainda. A PREVIC é um órgão excelente. Quando a CLDF fizer concurso novamente, talvez eu tente. Mas por enquanto, tô aproveitando meu tempo off das apostilas.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Gabrielle: Tive várias fases. Estudei por uns 8 anos. Então no início eu focava mais, quase não saia com amigos. Tentava ir em alguns aniversários. Natal, Páscoa, Ano Novo, sempre com a família, eram dias que eu não estudava. Aí veio a pandemia. Passei por problemas pessoais, ansiedade, insônia, remédios. O estudo ficou em terceiro plano. Em 2022, retomei os estudos. Um pouco diferente. Saía de vez em quando com as minhas amigas, assisti todas as temporadas de Parenthood com a minha mãe e minha irmã. Desde 2022 meu estudo está mais leve. Claro que o pós edital pede um foco maior. Mas se for possível, acho que o equilíbrio é uma boa pedida. Muitas vezes somos adeptos do isolamento social por sentir alguma culpa em viver momentos leves na fase do estudo. Mas hoje eu vejo que eles dão energia pra gente continuar a jornada.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Gabrielle: 100%! Meus pais são servidores públicos, então sempre apoiaram o concurso. No início, pagaram meus materiais, cursinhos, salinha de estudo. Sou muito sortuda nesse sentido. Entendiam que no pós edital eu ajudaria menos em casa porque estava estudando. Nem todo mundo tem isso, mas esse apoio faz diferença. Minha madrinha mandava mensagem dizendo que estava rezando para que desse certo. Eu nunca escondi que estudava pra concurso, então toda a minha família sabia. Claro que tem aquela pressãozinha né, “não passou ainda”, mas no geral, a galera era tranquila. Meus amigos também estavam ali do lado, mesmo eu furando quase tudo kkkkk. Fiz vários amigos concurseiros, então estar rodeada de quem tá na mesma batalha faz diferença. Você troca dicas, se incentivam. Vamos estudar juntas na biblioteca. Inclusive, pós Câmara dos Deputados, reprovada por não conseguir o mínimo nas básicas, depois de tantos anos de estudo, o desânimo bateu. Pensei em desistir. Mari, uma amiga (hoje concursada), não deixou. Sei que tem gente que escolhe o anonimato dos estudos, mas o apoio dos meus pais, das minhas irmãs e dos amigos próximos foi muito importante pra mim.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Gabrielle: Eu falei ali que cogitei desistir pós Câmara, né? Isso foi em janeiro de 2024. Eu ia fazer a prova do IPEA, e pensei: vai ser a última. Na conversa com a Mari, ela me deu 2 dias de autopiedade hahahahaha 24 horas depois, sai o edital do CNU. Ela me manda mensagem. Fui dar uma olhada, o bloco 7 se assemelhava mais às matérias que eu já estudava e já tinha bagagem. Foquei nas matérias que caem no CNU e também em outros concursos da área administrativa. Foquei na resolução das questões para revisar o que já tinha visto. Não deu tempo de ver todo o edital, mas o que não tinha estudado, fui com a leitura dos resumos no final da apostila e com os vídeos da reta final do Estratégia. Eu tinha umas 3 ou 4 horas diárias, consegui manter a disciplina porque queria que aquele fosse meu último ano estudando.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Gabrielle: Eu sou muito fã dos PDFs do Estratégia. Nunca gostei muito de videoaula, porque eu demorava demais pra finalizar. O pdf é completo. Parte teórica, resumo, questões comentadas. Se fosse uma matéria que eu nunca tinha visto, lia todo. Se fosse uma matéria que eu já tivesse facilidade, ia pro resumo e a resolução das questões. E fora que tem muitos professores. Com algum você se identifica com a metodologia. Ah, falei que eu não via videoaula, mas tinha exceções. A professora perfeita Adriana Figueiredo de Português tem um curso focado para FGV que é sensacional, e a Alê de Ciência Política. Cheguei a fazer aulas presenciais, mas o ritmo é diferente. Acho que no online você consegue ter mais autonomia, prefiro.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Gabrielle: Nossa, nem lembro. Mas foi um boom um curso com PDFs completos. Antigamente só existia a opção de comprar por curso, né? Mas já era muito bom. Hoje, com a possibilidade de assinaturas, facilitou demais a vida do concurseiro. Além das novas ferramentas, Passo Estratégico, Trilhas de aprendizado…
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Gabrielle: Já falei que sou fã do PDF? Hoje não existe um tão completo (completo até demais, chega dá um desespero hahahaha). Mas se você fizer um planejamento, um diagnóstico do que você tem mais facilidade/ dificuldade, consegue tirar um maior proveito do material. E a Trilha Estratégica, te dá um norte ali da ordem das matérias, principalmente se você tiver começando e não souber muito bem como iniciar a ordem dos estudos. E os simulados. Eu ia aos domingos com a Vi pra LBV (um local que tem um espaço de estudos ótimo aqui em bsb), fazíamos o simulado de manhã e depois do almoço, corrigíamos juntas, lendo os comentários, pesquisando os nossos resumos e as respostas. Esse estudo ativo fez diferença na minha preparação também.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Gabrielle: Eu nunca contei hora líquida. Vou trazer aqui o que eu estava fazendo nos últimos 3 anos, que eu achei que deu certo. Eu anotava num papel todas as matérias que eu tinha que estudar. Do lado colocava a minha dificuldade naquela matéria (fácil, médio, difícil), e quantos PDFs tinha de cada matéria. Eu fazia um ciclo com umas 10 matérias, e tentava estudar 2 ou 3 por dia (coloca uma média, uma fácil e uma mais difícil), e às vezes no ciclo, repetia as que teriam mais apostilas. Tentava ver todas as matérias na semana, e deixava um dia do final de semana pra correr atrás de alguma que tivesse atrasada. Fazia um planejamento que duraria uns 4 meses, e depois repetia. Uma matéria que no início era difícil, depois já passava a estudá-la mais por questões.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Gabrielle: Eu sempre gostei de fazer meus próprios resumos, a mão mesmo. Era a forma como eu absorvia melhor o conteúdo. Mas eles têm uma desvantagem enorme: demora demais. Se a pessoa tiver tempo, eu acho que fale muito a pena. Com o passar do tempo, com a demanda do trabalho aumentando, aderi aos resumos prontos do Estratégia. Imprimia todos os resumos da disciplina, encadernava com 3 folhas em branco ao final de cada capítulo. Aí acompanhava a aula com o resumo do lado, e adicionava minhas próprias anotações. Economizava tempo e eu conseguia produzir parte do resumo. Ao fazer questões, também anotava no final frases das questões que eu errava. Na reta final, uns 2 meses antes da prova, relia esses resumos, junto com o caderno de erros das questões. Anotava as jurisprudências mais importantes ali também. As legislações eu estudava diferente: gostava de gravar áudios no whatsapp e ficava ouvindo de novo. Era uma forma de revisá-las.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Gabrielle: Um momento crucial nos estudos. A resolução de questões é muito importante, até pra você entender o perfil de cobrança da banca. Eu também não media o número de questões, mas dependendo do dia, fazia até 100 questões. Quando eu tinha pouco tempo, o estudo das questões salvava. 30 minutinhos já fazia uma revisão legal por questões. No dia que estava mais distraída também, o estudo por questões era uma boa pedida.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Gabrielle: Eu sempre tive mais dificuldade em Afo e contabilidade. Teve uma fase que eu flertei com a auditoria, mas achei a contabilidade muito difícil. Afo eu fui obrigada a encarar, porque cai em todos os concursos da área administrativa. Foi a matéria que eu mais “gastei tempo” estudando, fiz muita questão. Estudei materiais de vários professores. Inclusive, outra matéria que eu vi alguns vídeos da professora Gabriela pra conseguir assimilar melhor. Não tem jeito, tem que explorar todos os detalhes para entender o máximo possível e conseguir performar ali próximo dos 70, 80%. Não dá pra deixar nenhuma matéria sem estudar, porque todo pontinho faz diferença.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Gabrielle: Eu gosto de ler meus resumos até minutos antes de entrar na prova. Estudo no sábado também, relendo meus resumos. Não consigo desligar na semana anterior… Uma mistura de resumos com áudios do zap da legislação. Quando eu sinto que estou cansada, vou assistir os aulões de véspera no YouTube. Um estudo mais passivo mesmo.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Gabrielle: Bom, uma boa discursiva é outro diferencial importante nos concursos. Eu acho que o hábito da leitura me ajudou, além do método que eu usava pra estudar. Como já estou acostumada a escrever frases do tema, na prática da prova já sinto uma facilidade (a importância de estudar escrevendo, na minha visão). Além disso, na hora da prova, não dá tempo de fazer resumos. Então eu sempre começo a prova lendo o tema da discursiva e fazendo um esboço em forma de itens do que eu vou falar. Quase um mapa mental, colocando a ideia principal e puxando setas das informações pra complementar. Em 10, 15 minutinhos você faz. Além do que, fazer a prova objetiva já com o tema em mente ajuda a fluir uma ideia que possa surgir num enunciado, ou alternativa.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Gabrielle: Nessa segunda etapa dos estudos pós pandemia, utilizar os resumos como base do estudo, só complementando, foi um acerto. Fazer simulados… Utilizar todas essas ferramentas novas que estão ao nosso alcance. Acho que um grande erro foi ignorar totalmente a saúde/atividade física/saúde mental. Eu só fui atrás quando o trem estava feio. Quando eu consegui colocar uma rotina de exercícios, me atentei aos sintomas da ansiedade, me programei pra alguns momentos livres, utilizei as ferramentas do estratégia… Aí sim eu comecei a ter quase aprovações e em seguida, aprovações. Temos que nos lembrar que não somos robôs. Uma vida inteira acontece paralelo aos estudos. Estar atento aos sinais, e confiar no processo.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Gabrielle: Várias vezes hahahaha porque eu demorei pra ver resultado. Depois de estudar muito, pegar o gabarito e ver que o resultado não foi o esperado é complicado. “Será que vale a pena?”, “Será que eu vou conseguir?”. Aí entra o apoio da família, que nunca me deixou desistir. A caminhada é solitária, ao mesmo tempo que pode não ser. Ter pessoas ao seu redor que te levantem quando você acha que não vai dar certo dá um gás pra continuar.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Gabrielle: Vale a pena! Escolha uma área com a qual você se identifique, faça o diagnóstico das suas facilidades e dificuldades. No dia que estiver difícil, descanse, assista um filme, jante com a família, saia com os amigos. No dia seguinte, continue. Durma bem, tente praticar atividades físicas 3× na semana. Ache o método de revisão que você vai conseguir manter. Seja fiel ao processo. Não ligue para o número da concorrência. No final, é você contra você. Faça provas, elas serão o seu termômetro. Daqui a pouco estaremos lendo a entrevista de vocês aqui.