Aprovado em 1° lugar no concurso ANM para o cargo de Analista Administrativo - Especialidade: Administração, Economia, Contabilidade e Direito/AM
Concursos Públicos
“[…] o conselho que eu dou para as pessoas que estão nessa labuta é que vocês compreendam que concurso é projeto de médio/longo prazo. Que vocês entendam que a regra em um concurso público é a reprovação e que vocês devem ir até uma prova com objetivo de mudar essa estatística […]”
Confira nossa entrevista com Allan de Souza Silva, aprovado em 1° lugar no concurso ANM para o cargo de Analista Administrativo – Especialidade: Administração, Economia, Contabilidade e Direito/AM:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Allan de Souza Silva: Eu me chamo Allan Souza, sou graduado em Administração pela Universidade Federal do Amazonas e estou finalizando a graduação em Direito. Tenho vinte e nove anos e sou natural de Manaus/AM.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Allan: Bom, no meu último ano de faculdade de Administração – por meados de 2017 – eu tinha que tomar uma decisão sobre o rumo profissional que queria para a minha vida. Aqui em Manaus, especialmente no meio acadêmico da UFAM, os alunos de Administração normalmente são direcionados para o setor industrial por conta da forte presença da Zona Franca de Manaus. Eu nunca me vi atuando no setor industrial e sempre senti um grande interesse pelo setor público. A estabilidade financeira, boa remuneração, auxílios e benefícios inerentes ao cargo público foram fatores que influenciaram a minha decisão de estudar para concursos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Allan: Quando eu iniciei os estudos, não trabalhava. Eu me dedicava integralmente aos concursos, mas não da maneira e afinco devido. O tempo passou e então comecei a trabalhar na Secretaria de Infraestrutura do Amazonas e, ao mesmo tempo, estudava para concursos (e para a faculdade de Direito à qual curso atualmente). Confesso que o período de estudos mais produtivo que tive foi enquanto trabalhava, porque a rotina corrida me forçava a otimizar meu tempo e a encarar com seriedade as eventuais provas que viesse a fazer. Assim, eu tentava estudar após o trabalho todos os dias e aos finais de semana também procurava manter um bom ritmo de estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Allan: Eu já fui aprovado em alguns concursos. Dentro das vagas imediatas eu tive a aprovação no TSE Unificado para o TRE/AM e, até o momento (porque ainda falta prova de títulos), eu estou em 1º lugar para o cargo de Analista Judiciário – Área Administrativa.
Fora das vagas ou em cadastro de reserva, tive a aprovação no TRF 1 para o cargo de Analista Judiciário – Área Administrativa que fiquei em 3º lugar; no MP-AM para o cargo de Agente Técnico – Administrador que fiquei em 11º lugar; na PC-AM para o cargo de Escrivão de Polícia que fiquei em 44º lugar na Lista 2; para o cargo de Analista Legislativo da ALE-RR que fiquei em 18º lugar, etc.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Allan: Essas perguntas são muito importantes e acho que toda pessoa que estuda para concurso tem que avaliar essa questão social com muito cuidado.
Ninguém consegue ter um bom rendimento nos estudos se não estiver mentalmente bem. Acredito que tudo na nossa vida tem que ter um equilíbrio, inclusive os estudos. Por muito tempo eu vivia para estudar e sentia culpa quando estava fazendo algo que não fosse estudar. Isso me fez mal por um bom tempo e, consequentemente, diminuí muito o meu rendimento nos estudos. A virada de chave foi quando eu busquei equilibrar a minha vida social com a preparação para concursos. Eu não tenho o hábito de sair em dias úteis, então basicamente estudo de segunda a sexta com afinco, e aos finais de semana pelo menos estudo em um dos dois dias. Mas hoje se tiver um aniversário de um familiar ou de um amigo, se tiver que ir para uma reunião em família, eu vou e não me arrependo, porque eu sei que esses momentos de lazer também são importantes para a minha preparação.
Obviamente o cenário muda no pós-edital, porque aí a prioridade é a prova do concurso, então a minha energia tem que ser dedicada a ela.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Allan: Eu me considero uma pessoa abençoada – e reconheço os privilégios que eu tenho, porque tenho pais que sempre fizeram tudo que estava ao alcance deles para que eu tivesse as melhores condições de estudo possíveis. Sempre me apoiaram e investiram em mim, seja financeiramente ou com a compra de materiais, então sou muito grato por todas as oportunidades concedidas a minha pessoa.
A minha noiva, os meus sogros e a minha cunhada também são pessoas essenciais para que eu obtivesse essas aprovações. Sempre me incentivaram a estudar, procuravam entender as minhas ausências – que são inerentes aos estudos, levavam-me para fazer prova, buscavam-me das provas, levavam-me comida, enfim, uma rede de apoio maravilhosa, a qual eu sei que muitos gostariam de ter.
Quanto aos meus amigos, embora muitos não compreenderem a ausência e o excesso de dedicação aos estudos, admiravam o meu empenho e me incentivavam a continuar lutando pelo o que eu queria.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Allan: Especificamente para a ANM, eu me dediquei durante pouco mais de um mês. Foi um calendário bem apertado, porque no início de dezembro eu fiz a prova do TSE Unificado e no final desse mesmo mês eu viajei de férias. Como a prova era em fevereiro, tive que me debruçar nos estudos para estar competitivo no concurso.
Aqui é importante destacar que existe uma diferença muito grande em estudar somente um mês e passar em um concurso, e outra de se dedicar a um concurso específico somente um mês e passar nele. Eu estudo há anos, então eu considero que tenho um conhecimento bem consolidado das matérias base que costumam cair em concursos administrativos. O diferencial dessa prova era a legislação específica da ANM e a matéria de regulação econômica que eu efetivamente nunca tinha estudado e, por isso, procurei dar uma ênfase maior nelas.
Quanto à disciplina, acho que o segredo para a manter é entender que você tem que estudar, mesmo quando não quer estudar. É fazer o que tem que ser feito, mesmo cansado ou estressado da rotina do trabalho.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Allan: Para o concurso da ANM utilizei muito os cursos em PDF, especialmente das matérias que nunca tinha estudado. Esses materiais foram essenciais para que eu conseguisse ter uma boa preparação até a prova, principalmente devido ao curto tempo de estudos. O material com a marcação dos aprovados também faz muita diferença em períodos que você precisa realizar uma revisão do conteúdo de maneira objetiva.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Allan: Eu conheci o Estratégia por meio do YouTube e pela recomendação de alguns colegas que usavam a plataforma. Acho que o natural para toda pessoa que começa a estudar para concursos é pesquisar videoaulas no YouTube e é inevitável não assistir as aulas do Estratégia, porque os professores são muito bons.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Allan: Senti total diferença na preparação, não somente no concurso da ANM, mas também na do TSE Unificado, TRF 1 e MP-AM. Os materiais são muito completos, então você tem a possibilidade de se aprofundar em determinados conteúdos que bancas como a FGV, por exemplo, tem o hábito de exigir nas provas. Os simulados também fazem muita diferença em uma preparação, porque ele é o sensor de como estão os seus estudos, fazendo com que você intensifique os estudos em determinada matéria ou conteúdo em prol daquelas que você tem tido um bom aproveitamento de acertos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Allan: Eu confesso que estou longe de ser um aprovado super organizado. Costumo ver colegas que fazem cronogramas enormes em planilhas, contabilizam o tempo de estudos, tudo com ênfase no controle. Definitivamente esse estilo de estudo não funciona comigo. Já tentei algumas vezes, mas não consigo, então eu prefiro gastar meu tempo e energia diretamente com os estudos.
Como no concurso da ANM as principais matérias eu já tinha base boa, minha ênfase foi tentar finalizar as matérias que nunca havia estudado. Então, eu estudava de duas a três matérias por dia, sendo uma principal que tinha começado a estudar somente para aquela prova e as outras, que eu já dominava, fazia revisão do material e realizava muitas questões. Como não controlava o tempo, não sei dizer a quantidade exata de horas líquidas, mas eu suponho que devia ser algo em torno de quatro a cinco horas líquidas de estudos por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Allan: As minhas revisões eram baseadas nos conteúdos que eu entendia que o CEBRASPE costumava exigir em prova. A meu ver, essa maturidade você adquire depois que você tem um bom conhecimento da matéria e já realizou algumas milhares de questões. Por exemplo, na matéria de direito administrativo é certo que o CEBRASPE vai exigir licitações e contratos, improbidade administrativa, atos administrativos, responsabilidade civil do estado, etc. Em quase toda prova costuma ser cobrado isso. Então, eu aliava a minha revisão em quatro pilares: os resumos que tenho das matérias, a leitura de lei seca, leitura de jurisprudência relativas ao direito constitucional e administrativo (principalmente os informativos do STJ e do STF) e realização de muitas questões.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Allan: A importância de realizar exercícios é gigantesca para quem estuda para concursos, porque cada banca possui um estilo próprio de prova. Se você não domina os perfis de questões de cada banca, provavelmente você vai ter uma preparação ruim. É essencial que o concurseiro entenda como as bancas mais famosas fazem prova, à exemplo da FGV, FCC e CEBRASPE.
Durante essa trajetória, de 2017 até 2025 com certeza já devo ter feito algo próximo de cem mil questões. Parece ser um número absurdo para quem não estuda, mas para quem estuda há anos é um número bem plausível.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Allan: Para o concurso da ANM, com certeza a matéria que tive mais dificuldade foi a regulação econômica. Como é uma ramificação muito específica da economia e não é exigido normalmente em provas de concurso, nunca havia estudado antes. Então começar uma matéria do “zero” é sempre desafiador, ainda mais quando você tem pouco tempo para a preparação. Mas estudar para concurso é ser resiliente, né?! A gente tem que persistir, mesmo sentindo dificuldade. E para superar isso, nada melhor que um professor e um material de excelência para te fazer compreender. O professor Celso Natale me salvou muito nessa matéria!
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Allan: Na semana que antecede a prova eu costumo dar aquele “sprint” final. Eu realmente sinto a necessidade de revisar o máximo de coisas possíveis para ficar com os conteúdos bem fixados na cabeça. No dia pré-prova, eu costumo assistir as revisões de véspera do Estratégia aliado aos meus materiais para fazer uma revisão completa.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Allan: As provas discursivas são polêmicas para os concurseiros de um modo geral, porque elas são o elemento que pode te tirar ou te colocar nas vagas imediatas. Como eu trabalho em um setor que exige que eu faça rotineiramente pareceres financeiros e defesas para o Tribunal de Contas, é natural que eu leia e escreva muito.
Hoje eu já sinto que tenho mais facilidade para fazer provas discursivas, meu raciocínio é mais rápido, mas creio que isso ocorre justamente pelo fato de eu ler e escrever muito no ambiente de trabalho. Então a dedução que eu tenho é: você só vai conseguir escrever bem, se você escrever diariamente. Ou seja, muito treino! Além disso, é necessário que você tenha uma boa noção de regras de pontuação e acentuação aliada a uma “cartela” de conectivos (conjunções).
No dia da prova, ao ler o tema da discursiva, eu costumo fazer um brainstorming sobre os principais tópicos que eu acho que tenho que desenvolver no meu texto, como se fosse um roteiro. Eu não faço rascunho, porque sinto que eu perco um tempo que eu poderia dedicar na prova objetiva. Tem dado certo para mim, mas não recomendo para quem realmente não tem o hábito de escrever.
Esse estilo no desenvolvimento de discursiva me fez gabaritar a prova discursiva do TSE Unificado para o cargo de AJAA no Amazonas (50,00/50,00) e obtive a maior pontuação do Amazonas na discursiva da ANM para Analista (19,20/20).
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Allan: Na trajetória de estudos existem muitos erros e acertos. Eu julgo que o principal erro foi fazer prova para várias áreas distintas ao mesmo tempo. Eu acredito fielmente que se você focar em uma única área e se preparar com as matérias que aquela área costuma mais cobrar, existe grande chance de aprovação.
Já em relação a acertos, que eu entendo como a mais importante, é a compreensão do estilo de estudo que funciona para mim. Como havia dito, eu sei que hoje, o que pode me fazer ser aprovado em uma prova é estudar o conteúdo com um bom material, fazer um resumo desse material, revisar, fazer a leitura de lei seca, realizar muitas questões e estudar os informativos do STF e STJ.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Allan: Eu nem lembro quantas vezes eu pensei em desistir. O estudo para concursos costuma ser romantizado por algumas pessoas nas redes sociais, mas é um processo muito difícil. Para você ser um candidato competitivo é necessário que você abnegue de coisas que você ama fazer em prol dos estudos. Não é fácil ficar longe dos amigos e da família, e se você não sabe dosar essa relação de estudos e vida social, você acaba adoecendo. Mas acho que para esses momentos de tristeza e frustração, o que dá forças para seguir é justamente pensar nas coisas que que te fizeram começar a estudar e ter fé de que um dia vai atingi-las.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Allan: Bom, a primeira coisa que eu tenho para dizer é que eu sempre acreditei que um dia seria aprovado nas vagas, mas nunca sonhei que seria em primeiro lugar. Essa posição em específico faz com que a gente encare as pessoas que atinjam essas colocações como seres inominados, lendas (rs).
No entanto, eu não sou um ser inominado e também não sou uma lenda. O meu conhecimento não caiu do céu. Essas aprovações foram a base de muito estudo, muita dedicação e também muitas lágrimas pelas frustrações das reprovações.
Inicialmente eu falei sobre as minhas aprovações, mas eu não conseguia nem colocar em uma folha quantas reprovações eu acumulo ao longo da minha jornada.
Então, o conselho que eu dou para as pessoas que estão nessa labuta é que vocês compreendam que concurso é projeto de médio/longo prazo. Que vocês entendam que a regra em um concurso público é a reprovação e que vocês devem ir até uma prova com objetivo de mudar essa estatística. Esse ponto de vista traz leveza e faz com que você vá até uma prova sem pensar que aquele é o concurso da sua vida, mas que você está ali para fazer o seu melhor e, se caso não dê certo, haverá outros concursos. Mantenham a disciplina nos estudos, fazendo o que tem que ser feito, e tenham resiliência nos momentos de frustração. A hora de vocês vai chegar. Força!