“Se você desistir, não é o mais inteligente que irá tomar o seu lugar e, sim, o mais perseverante! Então, siga sempre! Constância é a chave […]”

Confira a nossa entrevista com Eduardo Guimarães Abate, aprovado em 1° lugar no concurso ANATEL para o cargo de Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações – Especialidade: Geral.

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?

Eduardo Guimarães Abate: Sou formado em Administração Pública, tenho 38 anos, nasci em Araguari/MG, mas moro em Brasília/DF desde pequeno.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Eduardo: Sou servidor público desde 2005, então, divido a minha resposta em duas etapas:

A primeira decisão aconteceu em 2005, quando, aos 17 anos, fui incentivado por meu pai a estudar para concursos públicos antes mesmo de prestar vestibular. Foi uma escolha difícil, pois todos os meus amigos seguiram diretamente para a faculdade, enquanto eu optei por um caminho até então desconhecido para mim.

Já em 2022, mesmo estando no serviço público, decidi voltar a estudar com o objetivo de alcançar uma remuneração melhor. Na época, eu percebia uma grande dependência financeira dos cargos comissionados que acumulava, o que me motivou a buscar uma posição mais estável e com melhores perspectivas salariais.

Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava? 

Eduardo: Em 2005, eu era apenas um estudante, sem boletos e sem grandes responsabilidades, então, as coisas foram mais fáceis. Consegui a aprovação para o cargo de Técnico Administrativo da ANTT com apenas seis meses de estudo. Foi um fato curioso, pois eu tinha apenas 17 anos na época e precisei torcer para que minha nomeação ocorresse apenas após completar 18 — e foi exatamente o que aconteceu.

Já na segunda vez em que decidi me aventurar no mundo dos concursos, precisei conciliar os estudos com o trabalho e as obrigações familiares. Atuava como Técnico Administrativo na ANTT, exercendo a função de Chefe de Gabinete da Procuradoria junto àquele órgão — um departamento que exigia bastante dedicação, pois contava com cerca de 80 colaboradores. Além disso, eu era marido e pai de um bebê recém-nascido.

Nesse primeiro momento, estudava de forma pouco organizada, tentando encaixar os estudos nos pequenos intervalos do dia. Acredito que conseguia somar cerca de duas horas diárias, distribuídas em períodos “picados”.

Em um segundo momento, percebi que não estava sendo o estudante que gostaria de ser, tampouco o chefe de gabinete que gostaria de ser. Foi quando entendi que precisaria abrir mão de uma das duas atribuições. Tomei, então, a difícil decisão de pedir exoneração do cargo comissionado — uma escolha desafiadora, já que eu gostava muito da função e dependia financeiramente dela.

Após a exoneração, fui para um setor onde atuava em teletrabalho integral, com maior previsibilidade de rotina, pois trabalhava por metas e demandas diárias. Isso me proporcionou a flexibilidade necessária para ajustar a minha rotina de trabalho à de estudos. E acho que essa é a segunda dica valiosa: transforme o seu contexto em um cenário que te favoreça. Se você pode mudar algumas variáveis, mude-as a seu favor!

Apesar dos ajustes orçamentários que precisei fazer, consegui reunir os elementos essenciais para minha aprovação: flexibilidade no trabalho, tempo para estudar e apoio da família.

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?

Eduardo: Fui aprovado nos seguintes concursos:

• ANTT 2005 – Técnico Administrativo (vagas imediatas);
• ANTT 2024 – Especialista em Regulação (Cadastro de Reserva);
• TRF1 2024 – Analista Judiciário – Área Administrativa (Cadastro de Reserva);
• TSE Unificado 2024 – Analista Judiciário – Área Administrativa (Cadastro de Reserva) e
• ANATEL 2024 – Especialista em Regulação (vagas imediatas)

Neste momento, pretendo tomar posse e me adaptar à nova realidade. Após isso, decidirei se continuarei ou não estudando para novos concursos.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?

Eduardo: Durante a preparação, eu evitava ao máximo ter vida social, pois me conheço e sei que um pequeno desvio de rota pode facilmente levar a outros. É como na academia: se falto um dia, a chance de faltar dois ou três aumenta. Por outro lado, se consigo manter a frequência, o hábito se fortalece.

Ainda assim, eu me permitia participar de alguns eventos que não comprometiam meu planejamento, como sair eventualmente para um restaurante ou comparecer a compromissos considerados “obrigatórios” — como o aniversário da minha mãe, por exemplo (rs).

A minha dica aqui é: descubra qual é o nível mínimo de vida social que você precisa para não “pirar”. Quanto antes você entender que estudar para concursos exige sacrifícios, mais cedo a aprovação chegará.

Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma? 

Eduardo: Sim, tive o apoio de toda a minha família. A minha esposa teve um papel fundamental nesse processo, assumindo mais responsabilidades com nossa filha e, muitas vezes, participando sozinha de eventos sociais para que eu pudesse manter o foco nos estudos.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?

Eduardo: Foram cinco meses de estudo direcionado especificamente para o concurso da ANATEL. No entanto, eu já vinha estudando para concursos de forma organizada desde outubro de 2023, quando pedi exoneração do meu cargo comissionado. Por isso, considero que foram cerca de 12 meses de preparação estruturada.

Além disso, não posso desconsiderar o período anterior, em que estudava de forma mais desorganizada — essa fase também foi valiosa, pois me trouxe aprendizados importantes a partir dos erros cometidos e da experiência adquirida com a realização de algumas provas. Esse tempo foi essencial para que eu identificasse qual rotina e método de estudo funcionavam melhor para mim.

Portanto, ao todo, foram aproximadamente dois anos de preparação para concursos públicos, considerando todas as fases do processo.

Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? 

Eduardo: Em minha preparação, utilizei prioritariamente os PDFs completos do Estratégia. Recorri também às videoaulas quando encontrava dificuldade em alguma matéria que exigia maior aprofundamento, como Contabilidade, por exemplo.

Gosto muito do Passo Estratégico e do Bizu Estratégico. Utilizava essas ferramentas de forma mais pontual e estratégica — principalmente para revisar conteúdos que eu já dominava ou, quando a prova se aproximava e o tempo era curto, para tentar conseguir alguns pontos em questões cujo tópico não consegui estudar profundamente. Foram recursos extremamente valiosos na minha preparação.

Também fiz uso intensivo de ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, que me ajudaram a compreender temas e resolver dúvidas sobre questões que eu não conseguia entender, além de elaborar questões sobre normativos mais recentes, que ainda não tinham um banco de questões consolidado.

Por fim, a resolução de questões foi determinante. Os próprios PDFs do Estratégia já oferecem uma boa seleção de questões atualizadas e de excelente qualidade. Ainda assim, eu aproveitava a praticidade dos sites de questões para resolver exercícios direto pelo celular — em filas, salas de espera, ou deitado na cama antes de dormir. As questões, sem dúvida, foram essenciais para a fixação do conteúdo.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? 

Eduardo: Acredito que foi pela internet mesmo, não me recordo bem.

Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia? 

Eduardo: O diferencial do Estratégia, na minha opinião, é a qualidade e profundidade dos PDFs. 

Estratégia: Como montou seu plano de estudos? 

Eduardo: Adoto o método de ciclo de estudos. Para isso, selecionava inicialmente as cinco matérias mais relevantes do edital e iniciava o ciclo com elas. À medida que finalizava uma disciplina, adicionava outra, sempre com base no meu julgamento de prioridade.

Para não esquecer os conteúdos estudados no início, contava com o apoio de uma plataforma que, além de registrar meus ciclos, enviava notificações sobre a necessidade de revisar determinada matéria, conforme os intervalos que eu havia configurado previamente.

Estratégia: Como fazia suas revisões? 

Eduardo: Eu fazia as minhas anotações diretamente nos PDFs. Para isso, transferia os PDFs do Estratégia para o Microsoft OneNote e utilizava uma mesa digitalizadora para escrever por cima do conteúdo e destacar trechos importantes. Logo abaixo da aba onde inseria o PDF, criava outra aba chamada “Resumo”, onde reunia os principais pontos — copiando e colando anotações, esquemas, imagens, entre outros elementos importantes. Esse era o formato que eu utilizava para construir meus resumos.

Além disso, participava dos simulados oferecidos pelo Estratégia, que também foram fundamentais no processo de revisão e identificação de pontos frágeis.

Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?

Eduardo: Resolver questões é essencial para consolidar o aprendizado no cérebro. Não basta apenas aprender a teoria, é preciso criar mecanismos para fixar esse conhecimento na memória, e a resolução de questões é o método mais eficiente para isso.

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Eduardo: Contabilidade (apesar de não ter sido objeto do edital da ANATEL para o meu cargo) foi a matéria com a curva de aprendizado mais difícil no início. Realmente, dá aquela sensação de que a matéria é “impossível”. Para superar, recorri frequentemente a videoaulas e também ao ChatGPT.

É uma disciplina que exige paciência, pois só com o tempo as coisas que você aprendeu no começo começam a fazer sentido. Minha dica para quem estuda Contabilidade é: Não se preocupe em entender tudo logo no início; se você continuar estudando, fatalmente vai entender mais à frente.

Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?

Eduardo: Nas duas semanas que antecederam a prova, tirei férias para estudar. Procurei manter uma média de seis horas de estudo por dia (antes das férias eram em média quatro horas de estudo por dia). No dia pré-prova, sempre assisto aos Resumos de Véspera do Estratégia, que são disponibilizados no YouTube. Esses resumos sempre me ajudam a ganhar pontos extras.

Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Eduardo: Eu acreditava que a prova discursiva traria temas relacionados às atividades específicas da ANATEL. Por isso, entrei no site da ANATEL e pesquisei os assuntos da Agenda Regulatória do órgão, sempre focando nos temas mais atuais e relevantes. Fiz uma lista dos temas mais interessantes e anotava os pontos-chave de cada um, para que, caso algum deles aparecesse na prova, eu já tivesse os principais argumentos na cabeça para desenvolver minha resposta. Essa estratégia me ajudou bastante em uma das questões discursivas. A outra questão foi sobre um tema mais teórico de Administração, então quem estava bem preparado nessa disciplina conseguiu se sair melhor.

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Eduardo: O meu principal erro no início foi estudar sem medir meu progresso de forma estruturada — estudava apenas por estudar. Já o meu maior acerto foi ter coragem para tomar decisões difíceis que criassem um ambiente ideal para a minha aprovação.

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?

Eduardo: Em nenhum momento pensei em desistir. Desde o começo, tinha clareza de que esse seria um projeto de longo prazo e que só o interromperia quando alcançasse o sucesso.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Eduardo: Se você desistir, não é o mais inteligente que irá tomar o seu lugar e, sim, o mais perseverante! Então, siga sempre! Constância é a chave! Uns têm uma trajetória maior e outros menor, no entanto, todos que passaram escolheram não desistir da trajetória.