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Arquitetura – prova comentada TRT 15º Região

Oi pessoal!

Tudo bem?

Seguem mais comentários da prova do TRT 15º Região!

33. Considere o desenho abaixo, representando uma proposta esquemática preliminar de um edifício em planta valendo-se da coordenação modular.

Estão presentes no estudo demarcado pelas linhas mais grossas:

(A) quatro planos modulares justapostos.

(B) dois espaços não-modulares isolados.

(C) sete planos modulares sobrepostos.

(D) cinco encontros de planos modulares.

(E) três planos modulares de referência.

Comentários

A norma contempla a possibilidade dos sistemas modulares de referência serem “justapostos, sobrepostos ou combinados entre si com diferentes distâncias multimodulares entre seus planos ou em diferentes ângulos.” (NBR 15873, 2010, p. 5).

Os espaços de transição (interrupção ou transposição das malhas) com medidas não modulares eventualmente gerados são denominados espaços amodulares.

(CIRQUEIRA, 2015)

Gabarito: alternativa E

35. Considere, abaixo, a planta de um apartamento, em Campinas:

O projeto tem como vantagem certa flexibilidade, pois apenas com a simples modificação do mobiliário proposto acima é possível

(A) a alteração das áreas de lavagem e cocção de alimentos na cozinha.

(B) o acréscimo de área de iluminação natural às salas de estar e jantar.

(C) a clara delimitação de um hall de acesso e maior privacidade à área social.

(D) a criação de um segundo dormitório, transformando em suíte o primeiro.

(E) a integração total entre ambientes à volta do núcleo rígido do banheiro.

Comentários

Questão interpretativa e recomendo resolver por eliminação.

Lembrando que se fala em modificação de mobiliário.

(A) Não tem como, mudando-se o mobiliário, alterar a área de cocção e lavagem na cozinha, sendo que, tanto a cuba, quanto o fogão estão embutidos na bancada de granito.

(B) O acréscimo de área de iluminação natural com simples modificação do mobiliário? Nesse caso, não é possível, a não ser que houvesse um móvel na frente de alguma janela.

(C) É possível… colocando-se um móvel na frente da porta, poderíamos criar um anteparo e dar mais privacidade à sala.

(D) Mesmo que pudéssemos criar um segundo quarto, não daria para o primeiro ser suíte.

(E) Não temos como integrar todos os ambientes à volta do banheiro, pois, temos outra parte rígida na cozinha.

Gabarito: alternativa C

36. Na hipotética reforma de um dos espaços do Tribunal Regional de Campinas, será necessária a criação de uma parede de 4 m de largura e 3 m de altura e de um forro de 9 m de comprimento e 6 m de largura, havendo como opção o uso de drywall ou gesso comum para ambos os elementos. Considerando a exigência de forro duplo, se utilizado o gesso, e os valores de R$ 40 para o m2 de drywall e R$ 25 para o gesso, e perda de 5% de material em obra, o custo total da opção do

(A) drywall será R$ 240 mais barato do que o custo total da opção do gesso.

(B) drywall será igual ao custo total da opção do gesso.

(C) drywall será R$ 940 mais caro do que o custo total da opção do gesso.

(D) gesso será R$ 990 mais barato do que o custo total da opção do drywall.

(E) gesso será R$ 378 mais caro do que o custo total da opção do drywall.

Comentários

Parede: 4 x 3 = 12 m2

Forro: 9 x 6 = 54 m2

Vamos calcular o valor para cada opção: (lembrando que, se o material for de gesso, o forro terá que ser duplo e, lembrando que temos que acrescentar mais 5% de material devido às perdas)

  • Gesso comum: 12 m2 + 2 x (54 m2) = 120 m2 x 1,05 x R$ 25= R$ 3.150,00.
  • Drywall: 12 m2 + 54 m2 = 66 m2 x 1,05 x R$ 40 = R$ 2.772,00

R$ 3.150,00 – R$ 2.772,00 = R$ 378,00

Gabarito: alternativa E

37. Considere o desenho abaixo, representando uma planta da Escola Estadual Parque São Bento, na Zona Oeste de Campinas.

O partido adotado, de separar o conjunto em dois edifícios, permitiu a

(A) conexão direta em nível entre a quadra de esportes e o logradouro.

(B) concentração da circulação vertical do conjunto no bloco de salas de aula.

(C) criação de rampas conectando os diferentes níveis dos pisos.

(D) existência de um pátio recreativo descoberto.

(E) adoção de uma mesma solução estrutural para ambos os blocos.

Comentários

No meu ponto de vista, seria a alternativa “A”, porém a resposta foi “C”. Creio que faltou dados para se responder a questão.

Este programa foi organizado em dois blocos principais, em função do uso: um bloco para os ambientes de ensino e outro para os ambientes administrativos e de convivência (quadra esportiva e galpão coberto). Essa divisão possibilita o uso independente das áreas de lazer durante os finais de semana, preservando o espaço das salas de aula.

O edifício possui apenas dois pavimentos, gabarito máximo permitido na região. O desnível de meio pavimento entre os dois blocos foi definido em função dos cortes pré-existentes no terreno. Para conectar os dois blocos, criou-se um conjunto de rampas transversais que atravessam e configuram o pátio central da escola. O uso de rampas garante o acesso universal a todos os ambientes da escola e suprime a necessidade de elevadores, diminuindo os custos de construção e de manutenção.

https://www.archdaily.com.br/br/01-9727/fde-campinas-escola-estadual-parque-sao-bento-bvy-arquitetos

Gabarito: alternativa C

38. Considere, abaixo, o cronograma, seu caminho crítico e respectivas folgas:

Nesse caso, o caminho crítico passa pelas atividades

(A) 5 e 9 e não há folgas nas atividades 4 e 10.

(B) 2 e 10 e as maiores folgas encontram-se nas atividades 1 e 8.

(C) 6 e 9 e não há folgas nas atividades 3 e 7.

(D) 4 e 7 e as maiores folgas encontram-se nas atividades 6 e 9.

(E) 3 e 8 e as maiores folgas encontram-se nas atividades 2 e 5.

Comentários

O caminho crítico é o caminho mais logo a ser percorrido no cronograma, sendo que podemos ter mais de um caminho crítico.

Nesse caso, passa pelas seguintes atividades: 1 – 2 – 4 – 5 – 7 – 8 – 10, restando as alternativas “B” e “D”. Sabemos que esse é o caminho crítico somando-se os dias gastos até a chegada ao evento final, sendo: 3 + 10 + 6 + 7 + 6 + 5 = 37 dias.

As atividades que não fazem parte do caminho crítico possuem uma folga:

  • Folga livre (FL): Quando uma atividade pode atrasar sem atrasar sua sucessora direta.
  • Folga total (FT): Quando uma atividade pode atrasar em atrasar o projeto.

A folga total é calculada da seguinte forma e está explicitada no diagrama da questão:

FT = TMT – TMC (término mais tarde e término mais cedo)

E, observando-se o cronograma, temos as maiores folgas nas atividades 6 e 9.

Gabarito: alternativa D

39. O Grupo de Análise de Projetos Específicos (GAPE), criado por meio do Decreto n°589/2012, pela Prefeitura Municipal de Campinas,

(A) tem por objetivo analisar e deliberar sobre a viabilidade e as condições de redução de impactos recorrentes dos projetos de empreendimentos que exijam estudos específicos.

(B) concede aprovação do empreendimento por meio da emissão da Certidão de Viabilidade e do Parecer Técnico com Condicionantes.

(C) conta com um Setor Administrativo, responsável pela análise do material em duas fases distintas: Análise de Viabilidade e Estudo Específico.

(D) deve exercer suas atividades observando a ordem cronológica dos protocolos recebidos pelo Setor Administrativo, sem priorizar nenhum tipo especial de proposta.

(E) encontra-se sob a supervisão da Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, apesar de haver em sua composição representantes de outras secretarias.

Comentários

Bem específica…

O Grupo de Análise de Projetos Específicos – GAPE, instituído através do Decreto Municipal nº 17.589 de 15 de maio de 2012, alterado pelo Decreto Municipal nº 18.921 de 12 de novembro de 2015, tem como atribuições a aprovação de grandes empreendimentos localizados no Município de Campinas.

(A) Correta.

Seção I

Do Instituto

Art. 1º O Grupo de Análise de Projetos Específicos – GAPE, no âmbito da Secretaria Municipal de Gestão e Controle, fica mantido e redefinido nos termos deste Decreto e tem por objetivo analisar pedidos de Loteamentos Fechados e de Instituição de Cinturão de Segurança, e analisar projetos de empreendimentos que exijam estudos específicos, a fim de determinar quais obras e intervenções serão necessárias para compatibilizar 

e minimizar eventuais impactos advindos da implantação na região onde esta deva ocorrer, sendo sempre de exclusiva e integral responsabilidade dos empreendedores o custeio dessas obras e intervenções, nos termos da legislação vigente.

Parágrafo único. A designação”Empreendimentos” define edificações, estando excluídos de análise pelo GAPE todos os projetos de parcelamento de solo urbano.

(B) Errada. O GAPE não concede a aprovação do empreendimento.

CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 21. A publicação do Parecer Final no Diário Oficial do Município é requisito indispensável para que o interessado solicite aos órgãos competentes o licenciamento e a aprovação do empreendimento. (nova redação de acordo Decreto nº 19.448, de 17/03/2017)

  • 1º O interessado deverá instruir os processos relativos ao licenciamento ambiental e à aprovação do empreendimento com documentos, estudos e demais elementos indicados no Parecer Final GAPE e nas normas pertinentes, necessários à expedição da Licença Prévia e do Alvará de Aprovação. (acrescido pelo Decreto nº 19.448, de 17/03/2017)
  • 2º Após a emissão da Licença Prévia e do Alvará de Aprovação do empreendimento, o interessado poderá requerer a Licença de Instalação e o Alvará de Execução, desde que celebre previamente, junto à Secretaria Municipal de Gestão e Controle, o Termo de Acordo e Compromisso – GAPE, no qual serão estabelecidas, dentre outras questões, as obrigações, os prazos, as condições e as garantias para cumprimento do pactuado e as penalidades no caso de inadimplemento. (acrescido pelo Decreto nº 19.448, de 17/03/2017)
  • 3º A Licença de Instalação e o Alvará de Execução somente poderão ser e mitidos pelos órgãos competentes após a formalização de Termo de Acordo e Compromisso – GAPE. (acrescido pelo Decreto nº 19.448, de 17/03/2017)

(C) Errada.

Seção V

Do Setor Administrativo

Art. 5º O GAPE contará com um Setor Administrativo, composto por servidores cedidos pela Secretaria Municipal de Gestão e Controle e terá as seguintes atribuições:

I – receber, protocolizar e encaminhar os projetos instruídos com documentação pertinente a cada uma das Câmaras Técnicas competentes, referidas nos incisos I e II do art. 2º deste Decreto, para análise, bem como para a Câmara Administrativa para deliberação;

II – zelar pela regular tramitação dos expedientes;

III – agendar a data da reunião conclusiva, dando ciência ao interessado no momento do protocolo;

IV – encaminhar as convocações e comunicações determinadas pelo Presidente do GAPE, elaborar as atas das reuniões e outros atos necessários ao bom funcionamento das atividades do Grupo;

V – dar imediata ciência da entrada do pedido de Análise de Projeto Específico, do pedido de loteamento fechado ou da instituição do cinturão de segurança ao COMDEMA, CONDEPACC e CONGEAPA, para que, na forma da legislação pertinente, manifestem-se no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contados a partir da ciência;

VI – dar publicidade aos pedidos submetidos à análise do GAPE através de publicação no Diário Oficial do Município e portal eletrônico da Prefeitura de Campinas, contendo a localização, a natureza do empreendimento, o proprietário do imóvel, o responsável pelo empreendimento, o número e a data do protocolo, bem como o Parecer Final, devendo também ser publicadas todas as condicionantes nele apresentadas;

VII – receber, mediante protocolo, os recursos interpostos contra as decisões do GAPE VIII – os prazos fixados neste Decreto serão contados em dias corridos.

CAPÍTULO II

DA ANÁLISE DO GAPE

Seção I

Disposições gerais

Art. 6º A análise pelo GAPE é composta de uma única etapa consistente no Estudo Específico, oportunidade em que também se pronunciará a respeito da possibilidade de implantação do empreendimento.

(…)

Art. 9º Os membros do GAPE deverão apresentar de uma só vez e na data agendada pelo Setor Administrativo, todas as considerações e exigências referentes ao projeto sob análise.

(D) Errada.

Art. 8º O GAPE exercerá suas atividades observando a ordem cronológica dos protocolos recebidos pelo Setor Administrativo, sempre norteado pelos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência e igualdade.

Parágrafo único. A ordem cronológica poderá ser alterada desde que justificada e dada a devida publicidade, quando tratar de empreendimentos habitacionais que atendam às camadas de baixa renda, nos termos definidos pela legislação, assim como as obras de interesse público.

(E) Errada

Seção II

Da estrutura

Art. 2º O Grupo de Análise de Projetos Específicos – GAPE, órgão consultivo, normativo e deliberativo, sob a coordenação e supervisão da Secretaria Municipal de Gestão e Controle, é composto por 03 (três) Câmaras, da seguinte forma:

(…)

Gabarito: alternativa A

40. O conjunto residencial − com seu respectivo autor − que atendia às demandas técnicas e funcionais preconizadas pelo CIAM e representou a conjugação de forma e função, preconizada pelos modernistas é o

(A) da Várzea do Carmo, de autoria de Rino Levi.

(B) do Jardim Celeste, de autoria de Lúcio Costa.

(C) de São Bartolomeu, de autoria de Francisco Bolonha.

(D) de Heliópolis Gleba G, de autoria de Attílio Correia Lima.

(E) da Gávea, de autoria de Affonso Eduardo Reidy.

Comentários

Mais uma vez, temos Affonso Eduardo Reidy figurando nas questões de diversas bancas.

Fiquem de olho.

A obra mais cobrada é a do Pedregulho, mas o Conjunto Residencial da Gávea segue a mesma linha.

Abaixo, trecho do livro “Arquitetura Contemporânea no Brasil”: (Bruand, 1981)

Gabarito: alternativa E

41. Considere o detalhe abaixo, em corte, da Biblioteca Central da PUC-Campinas.

É possível observar neste trecho que

(A) pilar e lajes apoiam-se diretamente sobre a mesma viga.

(B) a grelha metálica entre as lajes permite ventilação entre os pavimentos.

(C) vigas e lajes são compostas por perfis “I”.

(D) o pilar metálico apoia-se diretamente sobre a grelha.

(E) as lajes estão engastadas nos pilares.

Comentários

Curiosidade:

Este projeto foi premiado pela Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM) – Melhores obras em aço em 2006.

https://www.archdaily.com.br/br/600007/biblioteca-central-da-puc-campinas-slash-piratininga-arquitetos-associados/534ca158c07a80056100014c-central-library-of-the-puc-campinas-piratininga-arquitetos-associados-detail

Vamos comentar as alternativas.

(A) Em regra, as vigas que se apoiam nos pilares. Temos como exceção, por exemplo, o caso da viga de transição, na qual o pilar nasce nela por uma necessidade de mudança de localização do pilar entre os pavimentos da edificação. Outro caso, é o em questão, no qual o pilar é atirantado na viga. Porém, esse trecho da laje não se apoia, diretamente, nessa viga, pois há uma interrupção na laje onde vemos a grelha, sendo a laje apoiada em uma viga secundária a qual transmite a carga para a viga principal, logo, a questão está errada.

Aproveitando para relembrar o caminhamento das cargas:

(Maringoni, 2011)

(B) Correta

(C) As vigas têm perfil “I”, porém, as lajes não, sendo, inclusive de concreto.

(D) Oi? Rs.

(E) Como vimos, nesse trecho, a laje sequer se aproxima do pilar por conta da grelha. Abaixo, um exemplo de conexão entre laje de concreto e viga metálica.

A vinculação entre a laje de concreto e a viga é feita por conectores, peças metálicas soldadas à aba superior com um espaçamento pequeno (da ordem de 20 a 50 cm), que impedem o escorregamento do concreto em relação ao aço, obrigando-os a trabalharem em conjunto.

(Maringoni, 2011)

Gabarito: alternativa B

Abraços! Moema Machado

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