Olá Galera do Estratégia Concursos,

Nos últimos dias, a mídia tem noticiado intensamente a decisão dos britânicos de sair da União Europeia. Esta saída está sendo chamada de “Brexit”.

Não será imediatamente, a saída poderá levar até dois anos. Muita água ainda vai passar pela Mancha (canal que separa a ilha dos britânicos da Europa francesa). Hehehe … gostou do trocadilho?

Uma coisa, posso dizer para vocês. Enquanto este processo de saída estiver em andamento, o tema vai despencar nas provas de Atualidades.

Para você entender o que está acontecendo, trago as informações a seguir:

A União Europeia (UE) representa o estágio mais avançado do processo de formação de blocos econômicos no contexto da globalização. Constitui-se em uma união econômica e monetária, com 28 países membros.

As suas origens remontam a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), criada em 1951, pela Alemanha Ocidental (na época, a atual Alemanha estava dividida em Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental), França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Em 1957, esses países criaram a Comunidade Econômica Europeia (CEE). Nos anos que se seguiram, o território da UE foi aumentando de dimensão através da adesão de novos Estados membros, ao mesmo tempo que aumentava a sua esfera de influência através da inclusão de novas competências políticas. O Tratado de Maastricht instituiu a União Europeia com o nome atual em 1993.

O Euro, moeda única do bloco, não é adotada por todos os países. O Reino Unido NÃO faz parte da Zona do Euro, a sua moeda é a libra esterlina.

A livre circulação de pessoas ocorre no Espaço Schengen, não em todos os países-membros. Compõe essa zona 22 Estados-membros e 4 estados não membros da UE. Nele foram abolidos os controles de passaporte. Na prática, no interior do Espaço Schengen, os cidadãos da União Europeia, assim como os nacionais de terceiros países, podem viajar livremente sem ter que se submeter a controles nas fronteiras.

A crise econômica mundial de 2008, trouxe enormes desafios à integridade do bloco econômico. A Grécia, envolvida em uma grave crise econômica, ameaçou sair da União Europeia. O grande afluxo de migrantes vindo da África e da Ásia, a partir de 2014, em direção à Europa também tenciona as relações internas. Vários países resistem a receber e dar asilo à parcela desses migrantes.

Neste ambiente de crise – econômica e migratória – cresceu o discurso de partidos eurocéticos, com resistências a várias das políticas comuns do bloco. Alguns defendem a saída de seus países do bloco. São partidos de extrema esquerda e direita. Em vários países europeus, a extrema direita cresce nas eleições parlamentares e presidenciais.

O Reino Unido é um dos países onde a permanência no bloco é fortemente questionada. É um país formado por quatro países: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Os britânicos – como são chamados – não fizeram parte das origens da União Europeia. Foi somente em 1973 que o Reino Unido ingressou na Comunidade Econômica Europeia (CEE). Dois anos depois, em 1975, renegociou as condições de participação e realizou um referendo sobre a permanência na CEE. Na época, os britânicos votaram por continuar na Comunidade Econômica.

Quatro décadas após o referendo, no último dia 23 de junho, em um plebiscito, os britânicos decidiram SAIR da União Europeia, o que está sendo chamado de “Brexit”. É uma abreviação das palavras “British” (britânico, em inglês) e “exit” (saída).

Na votação, os eleitores tinham de responder a apenas uma pergunta: “Deve o Reino Unido permanecer como membro da União Europeia ou sair da União Europeia? 52% dos eleitores votaram por sair, 48% por permanecer.

A vitória apertada do sair mostrou um país dividido, o que já estava demonstrado na campanha do plebiscito. O partido Conservador, que está no poder, do primeiro-ministro David Cameron, teve defensores das duas posições – sair e permanecer na União Europeia. Já no Partido Trabalhista, a defesa do permanecer foi amplamente majoritária. A vitória do sair também fortaleceu os nacionalistas britânicos, cujo principal expoente é o UKIP – Partido da Independência do Reino Unido, do líder Nigel Farage.

O voto por sair foi majoritário no País de Gales e no interior da Inglaterra, nos redutos eleitorais do Partido Trabalhista, nas regiões mais pobres e nas zonas industriais. Em Londres, Escócia e Irlanda do Norte, o voto por permanecer foi majoritário. Os mais velhos votaram pela saída, os mais jovens por permanecer.

Os defensores da saída alegaram que o crescimento da União Europeia diminuiu a importância e a soberania britânica. O país tem que seguir regulações nas áreas de economia, política, migrações, entre outras, decididas pelo bloco econômico. Não pode tomar decisões diferentes. Contudo, há que se dizer que não existe imposição da União Europeia. Todos os acordos, tratados e convenções são decididos por todos os países membros, precisam da concordância de todos.

O Reino Unido também enviaria mais dinheiro para a União Europeia do que recebe de volta em investimentos. Saindo, sobraria mais dinheiro para ser investido no país.

A questão da migração de cidadãos europeus ao Reino Unido foi um dos temas polêmicos. Três milhões de migrantes de países do bloco do leste europeu, residem e trabalham no país. O argumento utilizado pelos defensores da saída é de que esses migrantes tiram o emprego dos britânicos e tem acesso ao sistema de seguridade social, prejudicando a qualidade dos serviços para os nacionais.

Os defensores da permanência argumentaram que sair do bloco vai trazer prejuízos econômicos, como a exigência de novas tarifas, regulações e acordos comerciais. Exemplo: O Reino Unido terá que fazer acordos comerciais com cada país ou blocos econômicos separadamente, inclusive com a União Europeia.

A vitória do sair, levou a renúncia de David Cameron. Um novo primeiro-ministro conservador será escolhido. A Escócia quer permanecer na União Europeia e já se movimenta pela realização de um novo plebiscito por sua independência. Em 2014, um plebiscito acabou decidindo pela permanência dos escoceses no Reino Unido, e um dos argumentos principais da campanha contra a independência era o acesso à União Europeia via Reino Unido.

A saída do Reino Unido não será automática. Vai demorar até dois anos, após a notificação à União Europeia de que pretende sair do bloco. David Cameron já disse que caberá ao novo primeiro-ministro encaminhar a notificação.

A saída do Reino Unido alimenta temores sobre a estabilidade e o futuro da União Europeia. Politicamente, os partidos nacionalistas crescem em vários países. Uma de suas bandeiras é a saída ou maior soberania nacional sobre a regulação europeia. A saída dos britânicos serviria como mais um estímulo para a defesa dessas ideias nos seus países.

Galera, está aí a informação. Agora é com vocês, acompanhem pela imprensa os desdobramentos do “Brexit”. Além dos fatos pontuais, procurem compreender o contexto e vinculação histórica dos fatos.

Sigam-me no Facebook: https://www.facebook.com/leandrosignoriatualidades/

Abraços,

Prof. Leandro Signori

Leandro Signori

Licenciado em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Bacharel em Geografia pela Uniceub (Brasília). Como servidor público, foi funcionário da Prefeitura de São Leopoldo (RS), Prefeitura de Porto Alegre (RS), Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e Ministério da Integração Nacional. É professor de Geografia para o ensino médio na rede particular de ensino. Leciona as disciplinas de Atualidades, Conhecimentos Gerais, Geografia, Realidade Brasileira e História, em cursos on line e presenciais preparatórios para concursos públicos.

Ver comentários

  • Nesse episódio a mídia mundial se comportou como torcida a favor da permanência do Reino Unido. A decisão pela saída deve ser respeitada, mas a imprensa está se comportando como perdedora e insiste em retomar o assunto. Estão querendo ensinar democracia a um povo que tem sua constituição datada de 1215!

  • Professor, boa tarde!

    Verdade! Vai despencar em provas de atualidades! E mais, final de semana tava analisando a prova de redação discursiva de Policial Legislativo da Câmara dos Deputados 2014, e o tema da prova foi "a crise ucraniana". Um bem em evidência à época.

    Vejam:

    "Os graves problemas que envolvem a Ucrânia, desde fins de 2013, ultrapassam as fronteiras do país
    e atingem o sensível tabuleiro de xadrez em que se assentam as relações internacionais. Assim, além das
    inúmeras dificuldades internas, próprias de um país que se divide entre aproximar-se da União Europeia e
    estreitar suas relações com a Rússia, sem contar as denúncias de corrupção de governantes que tiveram que
    deixar seus cargos, a crise ucraniana salientou o papel da Rússia de Putin, desejosa de ampliar sua influência
    externa e de demonstrar um poderio que o colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas poderia
    ter sepultado. A crítica situação vivida pela Ucrânia, que perdeu a influência sobre a Crimeia, é assinalada
    por ondas alarmantes de violência, que causaram expressivo número de mortes de civis e militares."

    * Considerando os múltiplos aspectos suscitados pela temática apresentada acima, redija um texto dissertativo acerca da crise ucraniana. Ao
    elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

    < divisão interna da Ucrânia; [valor: 11,00 pontos]
    < pressão de parte da população por independência ou anexação a outro país; [valor: 11,00 pontos]
    < crise da Ucrânia e o sistema internacional. [valor: 11,00 pontos]
    -----------
    Ou seja, Brexit é um tema quentíssimo para cair em atualidades e redação. Preciso explorar tudo que for preciso sobre esse tema rsrs.

    Obrigado!

    • Olá Wilson, bem lembrado. A prova de redação dos Bombeiros do DF terá um tema de Atualidades.

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