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Figuras de Sintaxe: o que são?

Aqui você vai descobrir tudo o que precisa saber sobre as Figuras de Sintaxe para gabaritar as provas de concursos públicos!

Figuras de Sintaxe: o que são?
Figuras de Sintaxe: o que são?

Olá, estrategistas! Como vão os estudos?

Sabemos que a Língua Portuguesa é uma disciplina-chave em todos os concursos. Quem a domina, certamente sai com grande vantagem na frente dos outros candidatos. Um dos assuntos que sempre aparece nas provas, principalmente nas questões relacionadas à interpretação de texto, são as figuras de sintaxe.

Afinal, vocês sabem o que são? Sabem a diferença entre cada uma delas? Se a resposta for não, chegou a hora de mergulhar fundo nas figuras de sintaxe e afiar o conhecimento para detonar as bancas.

Contextualizando – Figuras de Sintaxe

As figuras de sintaxe (ou de construção) são um tipo de classificação das figuras de linguagem. Você lembra o que são elas e como estão subdivididas?

Vamos fazer uma pequena revisão rápida para relembrar antes de iniciarmos a falar das figuras de sintaxe propriamente ditas.

Figuras de Linguagem

A língua portuguesa é uma língua recheada de palavras e expressões com inúmeros significados. Desta forma, ao escrever um texto, o redator pode utilizar vários recursos linguísticos e estilísticos tornando o texto mais poético, ritmado, interessante, enfático etc.

Desta forma, as figuras de linguagem aparecem como um desses recursos expressivos da Língua Portuguesa e podem ser entendidas como estratégias estilísticas utilizadas para conseguir um determinado efeito desejado através da interpretação de texto e da atenção do leitor.

Através das figuras de linguagem, o autor pode dizer a mesma coisa de formas diferentes e criativas, usando a língua na sua total função semântica, explorando o idioma em relação aos seus significados, buscando enfatizar determinadas palavras ou frases através de vários recursos.

Assim, figuras de linguagens são bastante utilizadas nos textos literários e nas músicas, mas também são muito usadas na nossa linguagem diária através de metáforas, eufemismos, hipérboles, pleonasmo, dentre outros.

Quando dizemos, por exemplo, que estamos “morrendo” de calor ou que “o gato subiu no telhado” para indicar uma notícia ruim estamos utilizando, respectivamente, duas figuras de linguagem de pensamento: a hipérbole e o eufemismo.

Contudo, as figuras de linguagem são classificadas em quatro grandes eixos: som, palavra, pensamento e construção (ou sintaxe), sendo que é acerca desta última que vamos nos dedicar aos estudos hoje.

Figuras de sintaxe:

As figuras de sintaxe, também chamadas de figuras de construção, interferem na estrutura gramatical da frase com o intuito de conceder uma maior expressividade ao texto. Elas aparecem na forma de repetição, omissão e inversão do texto.

Vamos falar sobre as principais e mais cobradas figuras de sintaxe?

Pleonasmo

É a repetição de termos semelhantes para dar ênfase, ou seja, reforçar a mensagem que se quer passar. O pleonasmo é muito utilizado em músicas, poemas e outros gêneros literários, mas também está presente na nossa linguagem diária.

Vamos ver alguns exemplos?

“Me sorri um sorriso pontual” (Chico Buarque)

Veja que, no exemplo acima, não é preciso dizer que a pessoa “sorri um sorriso”, afinal, isso seria óbvio, não é? Mas o compositor Chico Buarque quis dar ênfase à frase e especificar como era o sorriso da pessoa e por isso escolheu utilizar o pleonasmo.

Pleonasmo x Pleonasmo Vicioso – Figuras de Sintaxe

Atente que o uso do pleonasmo como figura de linguagem é um uso correto. É um recurso estilístico que consiste em usar intencionalmente palavras e expressões repetitivas para tornar uma ideia mais expressiva.

Contudo, esta repetição, quando utilizada por falta de conhecimento gramatical e sem intenção, torna o texto redundante e representa o pleonasmo vicioso. Ou seja, neste caso ele se torna um vício de linguagem.

Exemplos de pleonasmos viciosos: “Houve consenso geral” / “Geraldo desceu lá pra baixo”.

Elipse

Esta figura de sintaxe ocorre na omissão de termos em um enunciado que não foram citados anteriormente. Contudo, cabe ressaltar que, apesar de subentendidos, estes termos são fáceis de identificar.

Vamos ver um exemplo para identificar melhor:

Andorinha lá fora dizendo: – passei o dia à toa, à toa”. (Manuel Bandeira)

Ao ler a frase acima, vocês conseguem identificar o termo que, apesar de oculto, está claro no texto? Quem respondeu que é o verbo “estar” acertou. Vejamos:

Andorinha (está) lá fora dizendo: – passei o dia à toa, à toa”.

Vamos analisar mais alguns exemplos para entender melhor:

Sobre a mesa, apenas uma garrafa vazia” / “Sobre a mesa, (há) apenas uma garrafa vazia”

Perceba que há a omissão do verbo haver na primeira frase, sem que esta omissão cause estranheza na frase, pois ela fica subentendida no texto.

As elipses podem ser de:

  • sujeito
  • verbos
  • preposições
  • conjunções

Anacoluto

Ocorre quando há uma quebra da estrutura gramatical de uma sentença. É um recurso comum de ser utilizado quando se quer transcrever diálogos e também frequentemente usado na linguagem falada, que é mais livre e espontânea.

Vamos ver os exemplos:

Eu, porque sou mole, você fica abusando” (Rubem Braga)

Crianças, como ter paciência para elas?”

Perceba que o termo antecipa o assunto da frase, enfatizando-o, mas fica desligado da restante oração, permanecendo em suspenso. Neste caso, a palavra “eu” e “crianças”, apesar de estarem separadas por vírgulas, não representam vocativos.

Anáfora

Consiste na repetição de vocábulo ou expressão no início de cada verso ou frase.

É pau, é pedra, é o fim do caminho, é um resto de toco, é um pouco sozinho”. (Tom Jobim)

Observe que a repetição da palavra “é” é utilizada na famosa música “Águas de Março” de Tom Jobim com o intuito de dar ênfase ao texto.

Vamos ver outros exemplos:

Tá na moda, tá na mão, tá na C&A”

Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei
(Chico César)

Silepse

Esta figura de sintaxe representa a concordância relacionada a uma ideia estabelecida no texto e não ao termo expresso diretamente. Ela é uma concordância psicológica e não gramatical, pois se faz com um termo que, embora oculto, consegue ser subentendido.

A silepse pode ser de gênero, de número e de pessoa, conforme veremos nos exemplos abaixo:

Silepse de Gênero:

Vossa excelência está irritado?” – Perceba que o adjetivo faz concordância com o sexo da pessoa e não com o “Vossa Excelência”.

Silepse de Número:

“A multidão corria por todos os lados e gritavam demasiadamente”. – Note que o verbo gritar concorda com a ideia de pluralidade contida no sujeito da oração, mas não concorda gramaticalmente com ele.

Silepse de Pessoa:

“Dizem que os cariocas somos pouco dados aos dias nublados.” – Mais uma vez é possível perceber claramente que o verbo não concorda gramaticalmente com o sujeito “cariocas” que está na terceira pessoa, mas faz uma concordância com a ideia de “nós” nele contida.

Hipérbato (ou Inversão)

Esta figura de sintaxe consiste na inversão da ordem habitual das palavras de uma frase, ou seja, ocorre quando há alteração na ordem direta dos termos na frase.

“Muito a aprender você ainda tem” (Mestre Yoda)

Quem já viu os filmes da saga “Star Wars” sabe que o Mestre Yoda sempre fala suas frases com a ordem invertida. Ou seja, o Mestre Yoda é o Mestre do Hipérbato.

Na frase acima, a ordem direta seria: “Você ainda tem muito a aprender”.

Vamos ver outros exemplos:

“Está pronta a comida” (Ordem direta: “A comida está pronta”)

“Chegaram à loja os ladrões” (Ordem direta: “Os ladrões chegaram à loja”)

HIPÉRBATO X ANACOLUTO:

Embora sejam parecidos, o anacoluto altera a sequência lógica dos termos da frase. Já o hipérbato não é marcado por uma pausa, mas sim pela inversão sintática dos termos da frase.

Polissíndeto

Esta figura de sintaxe ocorre quando há o uso excessivo e repetitivo de conjunções entre palavras e orações. Esta repetição é intencional e visa dar uma ideia de acréscimo e sucessão, fornecendo uma maior expressividade ao texto.

Vamos aos exemplos:

“Ela nem estuda, nem trabalha, nem namora, nem pratica esportes. Só quer ficar na internet”.

Perceba que o conectivo “nem” se repete antes de todos os verbos, servindo como um recurso estilístico, enfatizando as coisas que o sujeito não faz.

E zumbia, e voava, e voava, e zumbia…” (Machado de Assis)

Este trecho de um texto de Machado de Assis também possui um excesso intencional da conjunção “e” com o intuito de ressaltar a sequência e continuidade.

ANÁFORA X POLISSÍNDETO:

Embora pareçam, não são a mesma coisa. Enquanto na anáfora existem repetições de uma ou mais palavras no início dos versos, períodos ou orações, no polissíndeto há a repetição de conjunção no início dos versos, períodos e orações.

Assíndeto

Esta figura de linguagem é representada pela omissão das conjunções que ligam orações ou elementos independentes entre si (orações coordenativas) de um enunciado.

Vamos ver alguns exemplos abaixo:

“Fui à feira para comprar mamão, laranjas, verduras, ovos”.

“Fui à feira para comprar mamão, laranjas, verduras (e) ovos”.

Reparem que na primeira frase há a omissão da conjunção “e” antes da palavra “ovos”. A ideia é dar continuidade ao texto.

Observem mais um exemplo em um trecho da canção “Comeu” de Caetano Veloso:

“Ela comeu meu coração
Mascou, moeu, triturou, deglutiu”
(Caetano Veloso)

Notem que, novamente, o autor optou por omitir a conjunção “e” que deveria aparecer antes de deglutir. Por uma questão estilística e de expressividade, o compositor apenas separou as ações por vírgulas.

ASSÍNDETO X POLISSÍNDETO:

E, sim, pessoal… Mais uma vez temos figuras de sintaxe que se parecem, o que pode trazer dúvidas. Mas, nesse caso, não há como confundir. Observem que no polissíndeto há a repetição das conjunções (“Fui à feira para comprar mamão e laranjas e verduras e ovos”), enquanto que no assíndeto a ausência da conjunção “e” traz uma ideia de continuidade, como se existissem mais sequências que o enunciado não traz (“Fui à feira para comprar mamão, laranjas, verduras, ovos”)

Zeugma

Consiste na omissão, dentro de uma oração, de palavras já expressas em outra oração, com o intuito de evitar a repetição de termos.

Vamos ver alguns exemplos:

“Abriu os olhos; primeiro um, depois o outro”. / “Abriu os olhos; primeiro um (olho), depois o outro (olho)“.

Perceba que a palavra “olho” já foi citada no enunciado e está subentendida depois de “um” e “outro”.

Vamos ver mais uma frase para sedimentar o conhecimento:

“Maria jogava basquete, eu futebol”. / “Maria jogava basquete, eu (jogava) futebol”

O verbo “jogar” está oculto na segunda frase.

Elipse x Zeugma – Figuras de Sintaxe

Pode ser que o aluno esteja se perguntando qual a diferença entre a elipse e a zeugma, visto que as duas são figuras de linguagem que se caracterizam pela omissão de um termo.

Contudo, note que, enquanto na elipse o elemento omitido fica subentendido pelo contexto, no zeugma, ele se dá de forma específica em relação a um termo que já apareceu de forma explícita em momento anterior, sendo a omissão um recurso para evitar a repetição deste mesmo termo.

Vamos ver um exemplo caro para não restar dúvidas:

Exemplo de Elipse:

“Ela cravou os olhos em mim de forma silenciosa, aquele olhar cheio de significado.”

“Ela cravou os olhos em mim de forma silenciosa, (com) aquele olhar cheio de significado.”

Note que no exemplo acima, a preposição “com” está oculta na frase sem que afete o entendimento do contexto.

Exemplo de Zeugma:

“Eu adoro livros de ficção científica. Minha mãe, os de romance”.

“Eu adoro livros de ficção científica. Minha mãe, (adora) os de romance”.

Neste exemplo, é fácil perceber que a frase está omitido o verbo “adorar” que já foi mencionado. A vírgula, neste caso, marca a omissão.

Conclusão – Figuras de Sintaxe

Por fim, chegamos ao fim desse assunto que é super gostoso de se aprender, não é mesmo? Esperamos que esse pequeno resumo sobre as Figuras de Sintaxe tenha sido útil para vocês.

Contudo, ressaltamos que para que vocês dominem a banca organizadora é de grande importância que estudem pelas aulas em PDF do Estratégia e façam muitas questões através do Sistema de Questões do Estratégia para consolidar o conteúdo.

Para ler mais artigos escritos por mim, cliquem aqui.

Um excelente estudo a todos!

Renata Sodré

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