Aprovado no concurso SEFAZ GO
“O mais difícil é persistir, é ver todos à sua volta vivendo e viajando (principalmente com o bombardeio das redes sociais que é difícil se desligar delas e se isolar do mundo) e você estudando e não podendo fazer as coisas que queria, seja por falta de dinheiro, independência ou tempo”
Confira nossa entrevista com Victor Pinho, aprovado em 10º lugar no concurso da Secretaria de Estado da Fazenda de Goiás (SEFAZ GO) para o cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Victor de Pinho Martins Coelho: Meu nome é Victor de Pinho Martins Coelho, tenho 27 anos, sou de Belo Horizonte – MG. Me formei em agosto de 2015 em Engenharia Civil pela UFMG. Desde época de Ensino Médio eu já pensava em fazer concurso, principalmente quando meu pai entrou para o INSS, e mais tarde se tornou Auditor Fiscal da Receita Federal. Mas decidi pela engenharia, pela facilidade que tinha com números e pela promessa de mercado aquecido nos próximos anos, o que não se concretizou.
Ao final do 8° período eu já sabia que não queria trabalhar na área. Continuei no meu estágio até o final do curso e pude observar de dentro de uma empresa média de engenharia os efeitos de uma crise no mercado, com tanta gente sendo mandada embora e tendo que reestruturar a vida. Cada vez mais eu tinha certeza que queria um concurso. Mas corri atrás de trainees mesmo assim, pois pensava que talvez pudesse conseguir algum emprego bom, mas as propostas que tive eram pra ganhar pouco e morar longe de casa. Nessa hora, meus pais me disseram que se eu quisesse estudar para concurso eles me dariam total apoio, foi aí que decidi definitivamente a me dedicar integralmente à carreira pública.
E além do apoio dos meus pais, também tive total apoio da minha namorada, Jéssica, que esteve comigo durante toda essa jornada, desde o início até agora quando comecei a colher os frutos, sempre ao meu lado sendo compreensível com esse momento da minha vida, a quem só tenho agradecer por toda a força que me passou!
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos?
Victor: Eu, desde o início, me dediquei exclusivamente a estudar. Pois tendo apoio dos meus pais, financeiro e emocional (de quem já tinha vivido por muitos anos essa luta pelo cargo público), eu tive o “luxo” ou “privilégio” de poder somente estudar e ainda levar uma vida normal, saindo aos fins de semana, fazendo as coisas que gosto, tendo meus momentos de lazer. Isso acho que me ajudou a ter a cabeça tranquila e descansada durante a semana para estudar e conseguir absorver melhor o conteúdo.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último?
Victor: O Concurso para Auditor Fiscal da SEFAZ-GO foi o primeiro concurso que fiz na área que escolhi, a carreira fiscal, e fui aprovado em 10° lugar, após quase 3 anos de estudo para concurso – eu peguei a época da seca, infelizmente, o que talvez tenha sido bom para que eu pudesse chegar preparado. Eu havia feito outros concursos sem levar muito a sério, pois não eram os que eu queria e não quis estudar para eles, para não sair do meu foco que sempre foi área fiscal.
Eu fui classificado em 93° para o concurso de nível médio para o cargo de Técnico Legislativo II, na CMBH (e hoje dou graças a Deus de não ter sido aprovado nas vagas ou ter sido nomeado, pois talvez tivesse assumido e não teria passado para Auditor – às vezes a vida faz isso), e recentemente fui aprovado para o Teste de Aptidão Física para Agente da Polícia Federal em 226°, tendo errado 3 questões no gabarito, o que na época da prova não me deixou chateado, pois não acreditava que passaria na prova, mas quando saiu o resultado, me deixou muito frustrado e me mostrou que tenho que passar a levar todas as provas mais a sério, mesmo aquelas que não tenho grande interesse.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Victor: Indescritível, é a sensação de certeza que tudo valeu a pena, clichê né!?, mas é exatamente isso! É ter certeza que fiz as escolhas certas. E agora é o momento de desfrutar tudo isso, todo o esforço e luta para chegar nesse momento. É sem dúvida uma das melhores sensações da vida!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Victor: Como eu estudava integralmente, consegui levar uma vida normal, como se o estudo fosse meu trabalho. Então no estudo sem edital eu estudava entre 9h30 e 19h, mais ou menos, apenas durante a semana, nunca tendo estudo fim de semana, o que dava umas 35h a 40h líquidas semanais (quase um emprego hahaha). Então eu levava uma vida bem normal, saindo nas sextas e sábados, assistindo meus seriados, indo ao estádio acompanhar meu time, eventos de família, festas e tudo mais. Pude agir assim graças ao suporte dos meus pais e também pela seca dos concursos, que de certa forma nos desmotiva a largar tudo. Mas consegui levar uma vida bem tranquila. Eu não conseguia ter essa postura radical, pois na minha cabeça não adianta só estudar e perder contato com amigos e família. E quando eu comecei a estudar lá no final em 2015 eu coloquei na minha cabeça que se eu passasse até os 30 anos seria muito feliz, mas graças a Deus veio antes. Eu preferi pensar assim pois, se eu tivesse colocado uma meta ousada e pela seca dos concursos não conseguisse cumpri-la, isso me desmotivaria e me faria largar os estudos antes da hora.
No pós edital, a coisa mudou um pouco de figura e eu passei a estudar mais, começando as 9h30 e indo até as 23h30, o que dava mais ou menos umas 10h30 a 11h líquidas de estudo por dia, a exceção das sextas que eu parava as 18h30 e nos dias que tinha jogo importante do meu Cruzeiro (eu não conseguia deixar de ir ao estádio ou ver pela televisão), e também não estudava aos fins de semana, pois eu sentia que precisava descansar. Apenas em dois sábados eu estudei à tarde e uma sexta eu fui até 23h30 durante todo pós edital, pois precisava arrematar e fechar alguns assuntos importantes.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Victor: Então, eu moro com meus pais e namoro há quase 8 anos já. E não posso reclamar de nada, meus pais me deram absolutamente todo o suporte que alguém possa precisar para essa jornada, como eu disse acima, financeiro, emocional e me defendendo das opiniões de muita gente que acha loucura encarar essa jornada incerta.
Minha namorada sempre esteve comigo, apoiando o meu objetivo pois ela sabe o quão importante era pra mim, mas não abri mão hora alguma de estar com ela sempre e ela sempre entendeu o nosso momento de “dificuldade”, dependência dos pais e foco nos estudos.
Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho?
Victor: Como expliquei acima, só fiz esses dois concursos, pois peguei uma época bastante seca mesmo e não os levei muito a sério, mantendo sempre o foco na carreira fiscal. E acho que foi a escolha certa, pois se tivesse passado na CMBH talvez não continuasse estudando com o mesmo afinco. Sempre tive medo de passar em um concurso menor e me acomodar, por isso sempre foquei no mais alto, naquele que eu realmente queria!
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Victor: Não acho que valha a pena, e explico: quando a gente começa a “atirar” para todo o lado, você provavelmente não irá chegar preparado quando o seu concurso-objetivo aparecer, pois sempre estará estudando conteúdos diferentes, ao invés de se manter em alto nível naqueles que realmente importam pra você. Eu acho válido fazer concursos da mesma área que você tem como objetivo.
Eu por exemplo, meu objetivo era ser Auditor da RFB ou da SEFAZ MG, justamente para poder ficar mais próximo de BH, minha cidade, entretanto quando começaram a sair os concursos fiscais de GO, SC e RS eu decidi que faria, pois e se a RFB ou MG demorassem muito e eu passasse em algum, pelo menos já teria algo garantido, como aconteceu, e agora ficaria muito mais leve, tirando um enorme peso das costas. Então eu farei agora os concursos da SEFAZ SC e SEFAZ RS, embora não esteja conseguindo estudar como estudei para GO mais, pois depois de tanto tempo, a gente cansa também né, e garantia mesmo só quando for nomeado. Mas depois desses dois pretendo parar um pouco e curtir um pouco a vida, e sobre voltar a fazer concursos no futuro, só o tempo dirá.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?
Victor: É aí que foi minha dificuldade, entre outubro de 2015 e o final de 2016, eu não consegui manter disciplina. Eu nunca fui um aluno de estudar sozinho, pois sempre gostei de assistir as aulas e estudava apenas para as provas nas vésperas, e isso bastava. Então começar a estudar em casa sozinho sem prova no horizonte foi quase uma tortura pra mim. Comecei a estudar assistindo vídeo-aulas, mas logo cansei e procurei um cursinho presencial, que me ajudou, mas eu ia apenas nas aulas, e em casa não estudava muito, a disciplina de estudar pra mim sempre foi complicada hahaha.
No fim de 2016 depois de concluir o cursinho presencial (que faliu nesse meio tempo e tivemos que juntar os professores em outro cursinho que cedeu o espaço para terminar o curso) eu fiquei um mês sem fazer nada, e meus pais já começaram a me cobrar então eu tive que tomar uma atitude. Foi aí que pesquisei sobre coaching/consultoria de estudos e decidi, com apoio dos meus pais, a começar a fazer, pois eu precisava de orientação e cobrança, já que não tinha prova, eu precisava de metas para bater. Então, o início de 2017 foi um marco para mim, foi quando comecei de fato a estudar com afinco, batendo as metas e com muito mais objetividade, inclusive antes de haver edital.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Victor: Como eu disse, eu comecei por videoaulas e cursinho presencial, e isso é muito pessoal. Eu acho que a melhor maneira de começar a estudar é com um desses dois métodos, pois são mais fáceis de assimilar do que simplesmente ler, principalmente conteúdos novos e complexos que nunca tivemos contato antes. Entretanto ambos tem desvantagens, a perda de tempo, pois um cursinho presencial toma muito tempo de deslocamento e aula às vezes é mais devagar do que você precisa. Já as videoaulas a perda de tempo é menor, mas é difícil manter a concentração também.
Uma vez que você já tem algum conhecimento do conteúdo, a melhor coisa são as aulas por PDFs e muitos exercícios, pois a leitura é mais rápida, e já tendo conhecimento você consegue absorver melhor. Mas tudo isso depende do tipo de disciplina, PDFs são muito melhores para disciplinas de leitura como direitos, legislações, auditoria, etc. Já para disciplinas envolvendo contas como contabilidade, raciocínio lógico, matemática estatística, acredito que videoaulas sejam melhores.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Victor: Quando decidi que ia começar a estudar, procurei amigos que já estavam estudando, para procurar dicas sobre materiais e planejamento. Então foram eles que me ajudaram e me apresentaram o Estratégia Concursos. Ganhei alguns materiais das matérias básicas que um deles havia comprado para eu me familiarizar com aquilo e ver o que eu achava. Quando comecei a usar os PDFs do Estratégia, não tinha volta mais, tanto que quando precisei de materiais adicionais, lá fui eu direto no site do Estratégia comprar aqueles que eu precisava.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Victor: Eu comecei a fazer resumos, mas vi que tomava muito tempo. Depois passei a apenas grifar no próprio PDF e fazer resumo com os comentários das questões, pois é aquilo que efetivamente cai.
Sempre estudei muitas matérias ao mesmo tempo e acho que isso é determinante, pois se você estuda poucas, eventualmente ficará muito tempo sem estudar alguma, o que te fará esquecer, então acredito que tem que haver um contato frequente com a maioria das disciplinas, principalmente as mais importantes.
No fim eu fazia muitos exercícios e relia a teoria quando meu desempenho não era o que eu queria, ou eu sentia que faltava um reforço naquela parte da matéria.
Na minha opinião, a gente tem que se conhecer, e ver nossas dificuldades e ver o que mais funciona pra gente. Eu vi que grifar colorido (hahahaha) funcionava, pois eu lia e relia varias vezes a mesma coisa enquanto estava grifando e demorava bastante para ler uma aula, pela primeira vez, depois fazia exercícios e quando ia reler os meus grifos eu sentia que lembrava muita coisa.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Victor: Lei de Responsabilidade Fiscal, Tecnologia da Informação e Direito Constitucional. Desconsiderando constitucional, as outras duas eu tive apenas 3 meses para estudar e as três são matérias que envolvem praticamente somente decoreba, o que pra mim sempre foi muito difícil, pois me dou melhor com matérias lógicas que, uma vez que você entende o conceito e a razão das coisas, você consegue aplicar e resolver as questões. Mas quando é só decorar eu leio e releio várias vezes todos os meu grifos e tento fazer muitas questões. Quando são matérias que tem um sentido nas coisas, eu foco nas questões apenas, e releio apenas os pontos que sinto que tenho alguma deficiência.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?
Victor: Eu segui o que minha consultoria me orientou e foi muito importante, pois eu não podia ficar perdendo tempo procurando o que era e o que não era importante. Logicamente, foquei naquilo que nunca tinha estudado e naquilo que tinha mais peso na prova. Nas matérias que eu já tinha domínio (aquelas que a gente estuda antes de qualquer edital, o famoso ciclo básico da carreira fiscal: português, contabilidade, administrativo, constitucional, tributário e RLM), eu focava apenas em exercícios, muitos exercícios, principalmente em contabilidade, que a banca tem costume de repetir: eu cheguei a fazer os mesmo exercícios mais de 4 vezes em 3 vezes. Nas matérias que eram novidades para mim, eu lia, grifava e fazia os exercícios dos PDFs e então relia os grifos e refazia os exercícios que tinha errado. E nas matérias de maior peso eu reli muitas vezes!
Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desacelerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Victor: Na semana da prova eu tentei fazer uma revisão geral, mas sem muito estresse. Reli os pontos que achava que precisava reforçar e reli aquelas partes que eu achava mais importante, que tinha maior peso e maior chance de cair. Mantive o mesmo ritmo que imprimi no pós-edital e ainda fui ao estádio assistir a um jogo na quarta-feira da semana da prova. Como eu disse, eu tentei sempre levar a vida mais tranquila, para não ficar muito estressado e mesmo assim a gente acaba ficando.
Na sexta véspera da viagem para Goiânia, parei mais cedo e saí com minha namorada para relaxar. Depois assistimos a um filme, porque acho importante relaxar também, pois o nível de estresse aumenta a medida que a prova chega perto e você sente que sua vida pode ser decidida em 5 horas.
No sábado antes do dia da prova, eu fiquei na piscina do hotel conversando com pessoas que também iam fazer a prova, tentando relaxar e quando subi para o quarto eu assisti as partes sobre as disciplinas que me interessavam do aulão de véspera que Estratégia transmitiu pelo YouTube. Posso dar certeza que foi muito importante, principalmente na parte de legislação tributária, em que o Professor Eduardo da Rocha pincelou vários assuntos que, de fato, caíram na prova. Além de assistir a trechos do aulão, eu reli meus grifos sobre Legislação tributária, que era a parte mais importante da prova e principal critério de desempate, o que também foi de suma importância, pois relembrei várias coisas que caíram na prova e me ajudaram bastante a ter uma nota boa.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Victor: Meu maior erro é meu maior defeito: a falta de disciplina, é ver todo o resto mais interessante que estudar, é não conseguir me desligar o tanto quanto queria do celular. Mas no geral acho que tive mais acertos, principalmente ao focar somente na área que eu queria e não ser afobado de querer fazer qualquer concurso que aparecesse.
Um acerto importante foi observar minha dificuldade e ataca-la enquanto tinha tempo, contratando apoio para me guiar nessa luta, pois sozinho e sem orientação eu vi que seria muito difícil. Além disso escolher bons materiais (como os do Estratégia por exemplo, hahaha) são coisas essenciais que contribuíram para esse sucesso.
Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?
Victor: Eu, particularmente, acho que o maior erro que se pode cometer é não ter foco, é querer fazer todo e qualquer concurso que apareça. Pois, assim, nunca irá se conseguir estar preparado para nenhum deles. Eu penso que o correto é escolher uma área e se dedicar exclusivamente a ela, podendo fazer concursos correlatos, que estão na mesma área e até se dedicar a eles desde que não te desvie muito do seu foco principal. Eu, por exemplo, mesmo sendo engenheiro civil, nunca me dispus a fazer concursos de engenheiro, pois são completamente diferentes da carreira fiscal que escolhi como foco e se eu parasse para estudar para eles, sairia muito do meu foco, o que pra mim era inadmissível.
Outro erro é não se conhecer e insistir em métodos de estudo que não são bons para você. Pois se percebemos que não estamos rendendo devemos correr atrás e mudar, adaptar e achar um método que nos faça ter um desempenho melhor.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? E qual foi sua principal motivação?
Victor: O mais difícil é persistir, é ver todos à sua volta vivendo e viajando (principalmente com o bombardeio das redes sociais que é difícil se desligar delas e se isolar do mundo) e você estudando e não podendo fazer as coisas que queria, seja por falta de dinheiro, independência ou tempo.
Minha principal motivação era meu pai, ver o quanto nossa vida melhorou quando ele se tornou Auditor, o quão tranquilo ele consegue levar a vida, sem trazer problemas de serviço para casa, diferentemente da iniciativa privada, em que muitas vezes não há como se desligar nem na folga.
Além disso, a parte financeira de um bom cargo e a estabilidade também são fatores importantes, pois são elas me proporcionarão condições de fazer tudo aquilo que sonho em fazer.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Victor: Para quem pretende começar agora, eu acho que temos que ter consciência que assim como o mercado de trabalho, devemos nos preparar bastante para almejar um bom cargo, então não adianta se cobrar para passar super-rápido, pois hoje muita gente boa está estudando para concurso, então EU, Victor, acho que temos que encarar um concurso como um projeto de médio a longo prazo, principalmente se a pessoa trabalha e estuda, pois aí a disponibilidade de tempo é menor.
Então, se você coloca um horizonte de aprovação rápido e não consegue cumprir, a tendência é que você se sinta frustrado e desista, até porque o concurso não depende apenas de você, mas depende da vontade do governo, de ele efetivamente sair e pode ser que isso demore. O que devemos fazer é começar a nos preparar o quanto antes e dar sempre o máximo para que quando ele saia, estejamos preparados e não desistir, pois em concursos, só não passa quem desiste.
Outro conselho é: pense grande, foque em um cargo “difícil”, pois assim, na pior das hipóteses, você conseguirá passar num cargo menor, terá sucesso e poderá usar como trampolim, como muitos dizer, entretanto o inverso dificilmente acontecerá.
E lembrem-se de que é muito importante trabalhar o psicológico, saber que a maior pressão que se vai enfrentar, é a pressão interna de querer resolver logo a vida. Foco e persistência é a chave!
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