Aprovado no concurso SEFAZ ES para o cargo de Auditor Fiscal em 4° lugar
“Nunca precisei recorrer a livros ou a outros materiais, porque me testando em questões e em provas ficou claro que o conteúdo dos PDF ‘s do Estratégia era suficiente para ficar competitivo e buscar uma vaga.”
Confira nossa entrevista com Victor Hugo Arantes, aprovado no concurso SEFAZ ES para o cargo de Auditor Fiscal em 4° lugar:
Estratégia Concursos: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Victor Hugo Arantes: Meu nome é Victor Hugo Arantes, tenho 28 anos, sou carioca e fiz bacharelado e mestrado em educação física na UFRJ.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Victor Hugo: Após a graduação, trabalhei como personal trainer, participei de um projeto de academia de verão em uma praia do Rio de Janeiro e atuei brevemente como fisiologista da base de um time de futebol.
A decisão de começar a estudar para concursos passou, principalmente, por dois pontos: Atritos com a administração do mestrado devido a uma injustiça (felizmente desfeita) relacionada à bolsa de mestrado e incentivo de um amigo concursado na SEFA PA.
Embora incentivado desde 2014 por tal amigo, o maior objetivo na época era ser professor universitário. Entrei no mestrado, assumi um período da matéria que eu pesquisava (fisiologia do exercício) e não desejava mudar de área. Todavia, tudo mudou quando não respeitaram a ordem de classificação para a alocação da bolsa de estudo e precisei quase judicializar o caso para recuperar um direito.
A partir disso, decidi ouvir o conselho do meu amigo e pesquisei sobre a área fiscal. Fiquei fascinado pela Receita Federal e passei a gostar mais de direito tributário do que de fisiologia do exercício. Dessa forma, não existia mais dúvida, estava decidido que o rumo seria a área fiscal, ser auditor, trabalhar na Receita Federal e, se possível, na aduana.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Victor Hugo: Trabalhava e estudava, mas a minha formação facilitou muito nesse quesito, pois eu conseguia trabalhar como personal trainer em horários bem reduzidos, de forma que o estudo ficou sendo o foco e não foi afetado pelas horas de trabalho.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Victor Hugo: Não tinha sido aprovado até então. Quando comecei a estudar em 2017, eu tinha apenas a Receita Federal como objetivo, dessa forma, passei 2 anos dedicado exclusivamente a esse cargo. Nesse período realizei alguns concursos apenas para me testar nas matérias em comum com a RFB (ISS Maricá – Eliminado na fase discursiva / ICMS GO – Eliminado por não acertar questão de conhecimentos do Estado / ICMS SC – Eliminado por não realizar a última prova de TI e legislação tributária do Estado: matérias que não eram da RFB).
Após ficar preparado para a Receita Federal e ainda não ter autorização para o concurso, decidi abrir o leque para qualquer fisco, seja estadual, seja municipal. Em 2019 me senti pronto para disputar uma vaga e em um curto período de tempo abriram três concursos: ISS Guarulhos, ISS Manaus e ISS Campo Grande. Embora tenha feito a inscrição em todos, decidi focar e brigar pelo concurso de Campo Grande. Obtive um excelente resultado em Guarulhos (algo próximo de 88%, mesmo sem estudar a legislação específica) e fiquei entre os 300-400 não eliminados em Manaus, também sem estudar a legislação tributária do município.
Em Agosto fui para Campo Grande certo de que iria brigar por uma vaga e com apenas algumas lacunas do edital (contabilidade de custos, análise de balanços e alguns pontos de informática). Fiz uma boa prova, notas altíssimas em quase todas as matérias, mas acabei fazendo algo próximo de 11/15 em contabilidade (matéria peso 3). Chutei C em todas as questões de custos e de análise de balanços, mas não acertei nenhuma, custando uma vaga entre os 50 chamados para o curso de formação.
Logo após a prova, saiu o ISS São José Do Rio Preto, interior de São Paulo, cidade que eu conhecia por ter passado o carnaval por 3 anos seguidos em uma cidade vizinha. Sem dúvidas foi o pós edital que mais me dediquei, dei mais de 100% e também saí de casa certo de que disputaria uma das 10 vagas (dessa vez com edital fechado). Fiz uma excelente primeira fase (98% da nota possível), mas acabei tirando apenas 5 na discursiva, fechando o concurso por volta da nonagésima posição. Desde então passamos pela pandemia e enfim alcancei o tão sonhado objetivo no primeiro concurso que escolhi me dedicar após o retorno das provas.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Victor Hugo: Desde o começo devido ao sonho pela Receita Federal. Quanto aos fiscos estaduais e municipais, a parte específica de legislação tributária eu começava somente após o edital. Acredito que o principal ponto para se manter focado e disciplinado é internalizar o concurso como meta e objetivo de vida. Só é possível colocar o estudo acima da vida social e do lazer quando está muito claro que isso é o que você mais deseja no momento. É difícil dizer não, é difícil abrir mão de todo o resto, então, somente estando muito certo do caminho que deseja seguir para se manter firme 100% no objetivo.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor para você? Videoaulas, PDFs, livros?
Victor Hugo: No começo eu usava PDF, videoaulas (facilitam demais quando você nunca teve contato com algum tipo de matéria) e escrevia muito no caderno. Após ter o Código Tributário inteiro transcrito no caderno, acabei tendo que aprender uma nova forma de aprendizado baseada somente na marcação de PDF, porque era inviável anotar tudo, levaria muito mais tempo devido ao número de matérias e à extensão do conteúdo de cada uma. Nunca precisei recorrer a livros ou a outros materiais, porque me testando em questões e em provas ficou claro que o conteúdo dos PDF ‘s do Estratégia era suficiente para ficar competitivo e buscar uma vaga.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Victor Hugo: Comecei estudando 2 horas por dia e fui aumentando gradativamente para 4, 6, 8, até chegar ao ápice de 10-12 horas em um certo período antes do ISS São José do Rio Preto. Depois retornei para uma faixa de 8-9 horas diárias, visto que era impossível manter aquele patamar por um longo período.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Victor Hugo: Comecei a estudar abordando todas as matérias de uma só vez, planejamento que hoje eu não recomendo a ninguém, mas que foi a opção adotada devido ao desespero causado pela “iminência” do concurso da Receita Federal, que já estava há um longo período sem ser realizado.
De início, o plano era fechar cada aula disponibilizada sequencialmente para então retornar às aulas iniciais e seguir esse padrão. Sendo assim, eu lia, por exemplo, a aula 00 (fazia exercícios do PDF), depois a aula 01 (exercícios do PDF), até fechar todas as aulas da matéria e voltar para a aula 00. Depois de um período, entendendo mais de estudo e de organização, passei a dividir cada matéria em várias partes (Direito tributário I, Direito tributário II, Direito tributário III, etc) e juntava em cada uma as aulas de assuntos relacionados. Dessa forma ficou tudo mais fácil, pois eu dividia minha semana em X tempos de estudo de 40 minutos e alocava as matérias nesses tempos conforme o objetivo do momento, que poderia ser rever a matéria inteira a cada 2, 3, 4 ou 5 semanas dependendo da importância dada pelo edital. Por fim, visto que eu já tinha marcado todos os PDF’s, eu usava 25 minutos de cada tempo para reler as marcações e os outros 15 minutos para fazer 10-20 exercícios da matéria.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Victor Hugo: Como eu vim da educação física, no começo eu tinha certa dificuldade em acompanhar certos assuntos de direito e contabilidade. Muitas vezes eu tive que recorrer a videoaulas para conseguir entender diversos pontos que não estavam ficando muito claros somente com a leitura do PDF. Posteriormente, ao adquirir certa malícia para leitura jurídica e raciocínio contábil, o uso das videoaulas foi diminuindo até se tornar somente leitura de PDF ou lei seca. Atualmente, na minha opinião, a matéria de TI entrou de vez na área fiscal e se tornou, disparadamente, a matéria mais complicada. O conteúdo é extenso e quase sempre não é algo simples de visualizar para quem não é da área, tendo que realizar muita leitura e exercício para tentar entender minimamente o assunto e como as bancas costumam abordá-lo.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Victor Hugo: Sou solteiro e moro com minha mãe e irmãos. Se cachorra servir como filha, tenho uma! Não exige igual, mas também exige bastante. Quanto a minha família, sempre me apoiaram e tudo foi muito tranquilo, nunca sofri pressão por deixar de comparecer a diversos eventos ou para conseguir resultado, arcar com despesas da casa, nada. Acredito que isso contribuiu muito e que eu tenha sido bastante privilegiado por poder focar no estudo sem ter que me preocupar com fatores externos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Victor Hugo: Indubitavelmente a vida social foi a mais atingida pela preparação. Eu costumava sair bastante, praia, night, carnaval, mas diminuí drasticamente quando decidi me dedicar ao concurso. Tiveram alguns momentos de curtição, mas foram poucos e nunca 100% tranquilos, sem ter a consciência pesada por não estar seguindo o planejamento.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Victor Hugo: Acho que depende muito da situação de cada pessoa, principalmente, dos fatores financeiro e emocional. Tem gente que precisa passar rapidamente para conseguir certa estabilidade financeira e, também, aqueles que necessitam de pequenas vitórias para continuarem focados e acreditando no objetivo maior. Numa análise puramente racional, acredito que o ideal seja focar exclusivamente em uma área (fiscal, policial, jurídica) para evitar matérias muito diferentes, o que pode prejudicar a preparação. No meu caso, o sonho sempre foi a Receita Federal, mas não sei mais se tenho disposição de me manter estudando com a mesma disposição, visto que passei para um local muito bom, próximo e semelhante ao Rio de Janeiro. Era extremamente fácil aceitar ir para uma fronteira, quando não tinha nada, agora, confesso que está mais difícil.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Victor Hugo: Considerando somente a SEFAZ ES, o tempo 100% direcionado foi somente o período pós edital (9-12 semanas), mas grande parte do conteúdo era comum da área fiscal, que já era o foco há 5 anos.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Victor Hugo: Acredito que a sensação tenha sido de dever cumprido. Sensação de que valeu a pena, de que todo esforço foi recompensado e de que enfim chegou a minha vez de aproveitar, relaxar e curtir.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Victor Hugo: Nas minhas preparações, eu mantenho a leitura de todo o conteúdo até a semana anterior. Na semana da prova eu leio somente a legislação tributária específica e faço muitos exercícios das outras matérias (facilmente uns 300-500 por dia). Para encerrar, nada de descanso, eu deixo a revisão de véspera do Estratégia Concursos passando em segundo plano e continuo nos exercícios de todas as matérias. Confesso que o estudo de véspera é feito de maneira mais descontraída, às vezes com um sertanejo rolando, sem muita pressão, como se fosse apenas um ajuste fino para chegar confiante.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Victor Hugo: Quando prestei o ISS São José do Rio preto, eu adquiri o pacote de correção do Estratégia Concursos e treinei intensivamente diversos assuntos e a escrita. Infelizmente acabei eliminado, mas observei que grande parte dos concursos fiscais cobram algo muito específico, mais focado no conteúdo do que na perfeição da estrutura textual. Sendo assim, nesse concurso eu foquei apenas em tentar aprender todos os detalhes para me garantir no conteúdo, confiando que o aprendizado de estruturação anteriormente adquirido seria suficiente. Dessa forma, acredito que se a pessoa já tem uma boa base de escrita, deve focar em aprender as matérias. Caso contrário, aí compensa muito dedicar um tempo maior para evoluir em dissertação.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Victor Hugo: Acredito que o principal erro tenha sido tentar abraçar todas as matérias de uma só vez quando comecei. Aprendi, mas poderia ter tido um início mais eficiente, indo por partes de cada ou algumas poucas matérias antes de passar para outras. Por outro lado, o principal acerto foi ter tudo extremamente organizado, isso facilita saber exatamente os pontos que estão no nível desejado ou que precisam evoluir, permitindo uma rápida adaptação do planejamento de estudo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Victor Hugo: O mais difícil, certamente, foi me manter o tempo todo focado e disposto a abrir mão da vida social. Desistir nunca passou pela minha cabeça, principalmente, pelo fato de estar vindo bem em provas, percebendo a evolução. No entanto, em algum momento você chega a se questionar “e se eu nunca passar?”, mas é afastar esse tipo de pensamento, acreditar no planejamento que está sendo feito e manter a dedicação.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Victor Hugo: Mentalizar que era a profissão e o estilo de vida que eu queria. Internalizar isso como objetivo me fez conseguir ir sempre além, dar sempre um pouco a mais e não desistir. É muito difícil você conseguir abrir mão de muita coisa por muito tempo se o concurso não se transformar no maior sonho da vida, então, o principal é definir o que cada um realmente quer para si no futuro.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Victor Hugo: Para mim, o ponto principal é conhecer a si mesmo. Cada um tem um estilo próprio de estudo, seja estudando muitas horas seguidas, seja dando pausas a cada X minutos ou horas de estudo, seja estudando a mesma matéria por um longo período, seja variando de assunto. O importante é você descobrir o que te traz mais eficiência, não existe uma fórmula pronta para todos. Além disso, é essencial um bom material, concurseiro hoje é quase uma profissão, não tem como ser mais ou menos, não tem como perder tempo procurando aquilo que importa, sendo assim, um material completo e objetivo (como o do estratégia) é importantíssimo para otimizar o tempo e ainda assim ter a consciência de que está lendo tudo que é necessário para competir, precisando somente organizá-lo em um bom planejamento semanal de estudo.