Aprovado no concurso TJ-PR
“Durante a preparação, o concurseiro lida com muitas incertezas: se o concurso será autorizado, qual será a banca, quando as provas serão aplicadas, etc. Dessa forma, quando a aprovação chega, você percebe que toda a caminhada valeu a pena. Além disso, ver o nome na lista de aprovados ajuda a recarregar o ânimo e continuar estudando para outros concursos”
Confira nossa entrevista com Filipe Fernandes, aprovado no concurso TJ-PR no cargo de Técnico Judiciário:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Filipe Fernandes: Sou formado em Direito, tenho 24 anos e moro em Belo Horizonte/MG.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Filipe: Após entrar na faculdade de direito, tive a oportunidade de estagiar em alguns órgãos públicos. A partir de então, percebi as vantagens de um cargo público se comparado às vagas disponibilizadas pela iniciativa privada, especialmente a advocacia. Desse modo, decidi que iria me dedicar aos estudos para concurso, apesar de ainda não ter certeza para qual área especificamente.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Filipe: No começo da minha preparação, eu fazia estágio à tarde e cursava Direito à noite. Por isso, sobrava pouco tempo para me dedicar inteiramente aos estudos para concurso. Em razão disso, dificilmente eu conseguia aumentar minha carga horária e acabava me dedicando mais aos finais de semana.
Contudo, após me formar na faculdade, consegui aumentar consideravelmente meu ritmo de estudos. Decidi não exercer a advocacia por um tempo e me dedicar, exclusivamente, ao concurso do TJ PR.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Filipe: Durante a faculdade, eu não tinha muito tempo e foco para estudar para concursos, então, não fiz muitas provas. Com isso, estudava apenas no pós-edital e, exclusivamente, para as provas que aconteciam na minha cidade (Belo Horizonte). Dessa forma, o único concurso para o qual me dediquei foi do TJ MG, para o cargo de Oficial de Apoio Judicial, no qual fui aprovado, mas estou aguardando possível nomeação.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Filipe: Ah, uma sensação de alívio, de dever cumprido. Durante a preparação, o concurseiro lida com muitas incertezas: se o concurso será autorizado, qual será a banca, quando as provas serão aplicadas, etc. Dessa forma, quando a aprovação chega, você percebe que toda a caminhada valeu a pena. Além disso, ver o nome na lista de aprovados ajuda a recarregar o ânimo e continuar estudando para outros concursos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Filipe: Durante o pré-edital, por não saber exatamente quando seria a prova, mantive uma preparação mais tranquila. Desse modo, continuei saindo com amigos e familiares normalmente, desde que não atrapalhasse o meu cronograma de estudos. Contudo, após a publicação do edital com a data da prova, decidi não sair mais para intensificar a minha preparação, já que a curto prazo seria mais fácil me privar da vida social.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Filipe: No momento, não sou casado e ainda vivo com meus pais. De modo geral, todos ao meu redor entenderam a decisão de estudar para concursos. Com certeza, meus pais e meu irmão foram essenciais para tornar essa caminhada menos penosa. Como eu não estava trabalhando durante a preparação, era comum sentir uma certa culpa por ficar em casa o dia inteiro estudando e, além disso, não contribuir financeiramente com as contas de casa. Entretanto, o apoio psicológico e econômico dos meus familiares ajudou a me manter firme e continuar estudando.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Filipe: Bom, de modo geral, acredito ser sempre positiva a realização de diversas provas durante a sua preparação, a fim de se acostumar com a pressão no dia do exame, com o dimensionamento do tempo para cada questão, etc. Entretanto, penso que se dedicar a áreas totalmente distintas num curto período de tempo, não seja uma boa estratégia. Isso porque o aprendizado de determinados conteúdos demanda certo tempo de estudo e contato frequente com a matéria. Dessa forma, fazer concursos com matérias muito distintas pode contribuir para a perda de foco, assim como dificultar a consolidação do conteúdo daquele concurso que se almeja no final.
Por esse motivo, acredito que seja importante manter certa relação entre as provas, fazendo concursos similares sempre que possível.
No meu caso, pretendo continuar estudando para outros concursos, especificamente na área jurídica, a fim de exercer na prática o curso de Direito.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Filipe: Para o TJ PR, foram aproximadamente 4 meses de estudo exclusivo, desde junho de 2019.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Filipe: Não, sempre estudei com edital na praça. Considerando que durante a faculdade eu não sabia muito bem qual carreira pretendia seguir, eu frequentemente estudava para concursos cujos editais já haviam sido publicados.
Porém, especificamente no caso do TJ PR, considero que houve um estudo “pré-edital”, já que a data da prova não foi publicada junto com o edital, como normalmente acontece. Dessa forma, houve um período em que eu estudei sem saber exatamente quando o exame ocorreria. Era um pouco complicado manter a disciplina, mas eu tentava não perder o foco. Para tal, adotava uma rotina menos cansativa: mantinha uma carga horária mais baixa de estudos e continuava saindo normalmente com amigos, etc.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Filipe: Durante a faculdade, quando decidi que iria me dedicar a algum concurso, realizava diversas pesquisas online para saber sobre os possíveis novos editais. Dessa maneira, o site do Estratégia sempre foi um canal confiável para obter novas informações.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Filipe: No geral, utilizei mais os PDFs, pois a relação custo/benefício desse tipo de material, na minha visão, é bem melhor. Com eles, é possível absorver mais conteúdo em menos tempo e, além disso, a preparação fica mais dinâmica. Contudo, no estudo de algumas disciplinas específicas, eu utilizei também videoaulas, especialmente naquelas em que encontrei certa dificuldade.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Filipe: Primeiramente, eu tentei analisar em quais disciplinas eu teria mais facilidade/dificuldade para assimilar o conteúdo. A partir disso, eu tentava criar métodos de estudos diferentes para cada matéria. No caso de conteúdos mais fáceis, eu lia todo o PDF apenas uma vez e resolvia muitas questões sobre o assunto. Depois de um tempo, voltada ao PDF e fazia uma leitura rápida para revisar. Por outro lado, em disciplinas mais complicadas, eu lia o PDF, fazia exercícios e também assistia algumas videoaulas referentes a pontos específicos.
Quanto à carga horária, eu tentava manter 8 horas líquidas por dia. Mas, frequentemente, eu não conseguia atingir essa marca, então decidi abaixar para 6 horas líquidas. Assim, eu conseguia manter uma constância maior nos estudos, inclusive no fim de semana.
Em relação a carga horária por conteúdo, normalmente eu estudava 1 hora por disciplina, até atingir a carga horária daquele dia. Assim, o estudo ficava menos cansativo e, além disso, simulava melhor como seria no dia da prova, ou seja, várias matérias distintas num curto período de tempo.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Filipe: No estudo para o TJPR, tive mais dificuldade na disciplina de informática. Apesar de ser um conteúdo com poucas questões na prova, eu achei bem complicado assimilar toda a matéria, especialmente porque o edital veio bastante genérico (Ex: sistemas operacionais, planilhas eletrônicas, editores de textos e etc). Dessa forma, eu tentava suprir essa dificuldade resolvendo muitas questões da banca, assim, seria mais fácil encontrar alguns temas que caem com mais frequência.
Apesar dessa dificuldade, a prova estava bem tranquila nessa disciplina, na minha visão.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Filipe: Na semana que antecedeu a prova, eu tentei continuar estudando normalmente, conforme o cronograma que eu havia montado. Contudo, como não sou do Paraná, tive que gastar algum tempo preparando as coisas para a viagem. Além disso, eu decidi embarcar para Curitiba dois dias antes da prova, para não sofrer qualquer imprevisto. Dessa forma, na última semana, não consegui estudar como tinha planejado. Apesar de não ter cumprido o cronograma, acredito que foi bom ter “descansado” nesses últimos dias, pois me permitiu chegar na prova mais relaxado. Inclusive, na véspera da prova (sábado), acabei fazendo turismo pela cidade para não ficar muito ansioso.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Filipe: Em relação à prova discursiva, eu tentei, primeiramente, entender como essa disciplina era cobrada pelo Cebraspe. Então, comecei analisado as últimas provas e tentando fazer as redações, sem olhar o gabarito. Depois disso, baixava o padrão de respostas e analisava se eu tinha cumprido o que a banca esperava do candidato.
Depois que fiz todas as redações cobradas nos últimos anos, li os PDFs e assisti as aulas dos professores do Estratégia (especialmente as do Rodolfo Graciolli) a fim de melhorar minha escrita e, também, saber quais eram as apostas para o tema. Assim, continuei fazendo redações, praticamente 3 por semana. Depois de redigi-las, esperava alguns dias e eu mesmo corrigia. Pode parecer um método estranho de utilizar (analisar suas próprias redações), mas é impressionante como a gente consegue perceber vários erros depois de um tempo que escreveu. Assim, a cada semana, eu percebia grande melhora e, com o tempo, fui me aproximando de uma redação mais adequada para os padrões do Cebraspe.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Filipe: Acredito que meu maior erro foi ter negligenciado a preparação psicológica para suportar a rotina de estudos. Como o tempo era relativamente curto, eu abdiquei da vida social e de qualquer atividade física. Dessa forma, acredito que, se eu tivesse mantido uma rotina mais sustentável, seria uma caminhada mais fácil e menos estressante.
Quanto aos acertos, acredito que ter feito muitas redações durante a preparação, contribuiu para estruturar as ideias de forma mais rápida durante a prova. Além disso, ter feito muitas questões da banca me ajudou de ter mais previsibilidade de como seria a prova objetiva.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Filipe: Acho que a parte mais difícil nessa caminhada é a insegurança/incerteza sobre a aprovação. A gente dedica tempo e dinheiro na preparação, mas não sabe ao certo se vai ser aprovado ou quando será nomeado. Nunca pensei em desistir dos concursos, mas já pensei se o cargo/órgão escolhido era o melhor no momento atual. Além disso, tive bastante insegurança quanto à escolha do cargo (de nível médio ou superior), considerando o número de vagas e dificuldade.
Resumindo, acredito que a maior dificuldade é saber se as suas escolhas estão plausíveis com sua situação atual.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Filipe: Minha principal motivação foi me imaginar exercendo um cargo público, cuja rotina me permitisse continuar estudando para outros concursos. Além disso, a possibilidade de retribuir o investimento dos meus familiares na minha preparação.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Filipe: Primeiramente, acho que seja importante estabelecer uma área específica para iniciar os estudos, levando sempre em consideração o que se almeja a curto, médio e longo prazo. Depois disso, montar um cronograma, dando prioridade às disciplinas mais importantes ou aquelas com maior dificuldade de assimilação. Também acredito que seja importante sempre variar o método de estudo, a fim de tornar a rotina mais dinâmica e menos cansativa.
Além disso, acho fundamental conversar com familiares e amigos sobre sua futura rotina para que eles entendam sua ausência e abdicações.
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