Aprovado no concurso PC-PR
“Acredite em você e tenha paciência! É um caminho solitário, longo e doloroso. Cerque-se de pessoas positivas e que acreditam no mesmo que você. Esteja disposto a fazer sacrifícios. Entre para contribuir e não para sugar. A vitória, pra mim, valeu cada minuto investido. Deus esteja com vocês!”
Confira nossa entrevista com Victor Evangelista, aprovado em 15º lugar no concurso PC-PR para o cargo de Escrivão (região de Curitiba):
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Victor Evangelista: Sou formado em Direito, tenho 32 anos e sou recifense.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Victor: Eu acredito no serviço público e sempre quis dar a minha contribuição. Fui estagiário, técnico (embora esse fosse o nome do cargo, era equivalente ao analista, na maioria dos tribunais) e sou Oficial de Justiça, há cerca de oito anos. Muitas pessoas me perguntam por quê fiz o concurso para o cargo de Escrivão na PCPR, já que me distanciaria de minhas origens e teria perda salarial. Confesso que ainda não tenho plena convicção se tomarei posse, mas posso dizer que a minha motivação maior foi a admiração extrema que nutro pelas carreiras policiais. Mas, na verdade, vinha estudando para Delegado. Ainda, na justificativa da escolha desse caminho, não há como desprezar a estabilidade que o serviço público oferta e a beleza do processo seletivo meritocrático (embora seja complicado se falar em real meritocracia numa sociedade tão desigual).
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Victor: Eu trabalhava e estudava. Meu cargo me permitia fazer meus horários, então isso foi algo favorável a mim.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Victor: Fui aprovado para técnico do TJPB (2008); agente da PCPB (2009); Técnico, nível superior, do TJAC (2010); Analista da Justiça Federal (2011); Analista do TJPE (2012); Oficial de Justiça TJPE (2012); Escrivão PCPR – 15° lugar (ensejou essa entrevista); PRF está em andamento.
Eu fui nomeado em todos esses cargos (anteriores ao de escrivão) e passei em 1° lugar para Oficial de Justiça, num concurso regionalizado. Muita gente me criticou por não assumir o cargo de Analista Federal em detrimento de Oficial Estadual. Foi uma escolha difícil. De qualquer forma, dinheiro não é tudo.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as) na primeira fase do certame?
Victor: Fiquei muito feliz, cada vitória é única!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Victor: Então, na verdade eu estudava pra Delegado há algum tempo. Quando o concurso da PCDF foi autorizado (pra Escrivão) dei uma migrada e fiz a PCPR nesse contexto. Acredito na constância do trabalho a longo prazo (sem piração, mas com disciplina) e naquela turbinada pós edital. Mas não olhe muito de lado, olhe pra você. Como ouvi falarem certa vez, às vezes, o cara é um carro de Fórmula 1, mas está correndo numa pista de barro. Evite comparações! Como meu velho ensinou: “Acredite em você e dê o melhor de si!”
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Victor: Sou solteiro e moro sozinho. Ao tempo da aprovação, a minha vida girava em torno disso, não fazia feira, não lavava louça, fazia todas as refeições fora de casa, pagava alguém pra lavar e passar minha roupa… Tudo para melhorar minha qualidade de vida e ganhar tempo. Não que eu estudasse oito horas por dia, não fazia isso. Mas usava desse estilo prático para melhorar minha rotina. Minha família sempre apoiou, vários parentes trilharam esse caminho.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Victor: Então… acho que o caminho mais inteligente é fazer concurso de uma determinada área, delimitada. O cara que diz “estudo pra concurso”, pra mim, é um generalista que deixa de se tornar mais competitivo. Se ele diz “faço tribunal”, melhora, mas não resolve. Agora, se a menina ou o rapaz diz “Faço TJ” ou “TRT”… aí já está mais “safo”. Eu estou aguardando a ACADEPOL da PRF, dando certo, devo parar. Penso em fazer mestrado, ensinar… escrever outras coisas, sabe? Virar essa bendita página. Caso dê “zebra”, volto pra guerra, mas confesso estar um pouco cansado.
Acredito que faz bem estudar para um cargo intermediário, para sair do desemprego. Mas é preciso que a jornada de trabalho não inviabilize os estudos. Também tome cuidado pra não se acomodar!
Na preparação, fazer prova é fundamental. Sempre que eu ia fazer um concurso, ia pra dar meu melhor, sem expectativa. Impressionante como se cria essa maturidade. Claro que zerar a expectativa é muito difícil. Mas, várias vezes, fiquei de fora por duas questões e mantinha a serenidade, sabendo que assim é o jogo. Passar é exceção na caminhada. Vá pra prova pra brigar, entende? Alguns me chamavam de pessimista, mas essa perspectiva servia pra eu não me frustrar com resultados negativos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Victor: Eu vinha estudando pra Delegado e, num certo momento, migrei pra Escrivão, mas diria que, no total, foram 2 anos (referindo-me à minha história recente).
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Victor: Os editais meio que são previsíveis, né? (quanto ao que será cobrado). Como já trabalhava e tinha como me sustentar, não achava ruim estudar sem edital. Sentia-me largando na frente. Outra coisa que me estimulava era ter em mente que eu estava estudando pra exercer o cargo e não pra fazer a prova.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Victor: Tem um tempo que faço prova, né? Então, desenvolvi meu caminho. Sempre gostei de sinopses. Às vezes, lia 2 vezes o mesmo livro (não que fosse uma vez seguida da outra, mas considerando o ciclo). Achava melhor que fichar e demorar na matéria. Para as disciplinas de dificuldade, recomendo curso com videoaula.
Pra quem está começando nessa vida, recomendo fazer um curso geral, uma vez, pra abrir a mente. Depois é ler, seja sinopse (dependendo da área, claro) ou PDF. E, pra aqueles dias ruins de rendimento ou pras matérias críticas, videoaula.
Tem que ler a lei, não há como fugir disso. No começo da jornada, me atrapalhei por adiar isso.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Victor: Acho que foi um amigo que indicou.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Victor: Então, acredito que o dinamismo deixa o estudo mais prazeroso. Estudava 3 matérias por vez. Não fichava, lia o mais rápido que podia. Pra formar a base. Quando acabava uma das 3, substituía e assim ia. Só fazia exercício da matéria quando acabava ela toda (não acho que acertei nisso). Aí, depois que passava a vista em tudo, recomeçava. Mas ia tentando me manter em contato com todas as disciplinas. Era como se houvesse uma quarta disciplina chamada REVISÃO (onde eu jogava alguma matéria que já havia visto, seja com legislação ou exercício). Mas esses exercícios de final de capítulo que o Estratégia traz, por exemplo, eu fazia. Não estudava mais de 4 horas por dia.
Eu acredito que é importante o candidato ter contato com o máximo de conteúdo e depois repetir o ciclo. Falando-se em primeiras fases, normalmente, o conhecimento que se exige é de reconhecer a assertiva correta e não de se dissertar a respeito dela. Claro, é preciso estar atento à redação.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Victor: Informática e Raciocínio Lógico são matérias que preferi focar em cursos isolados. A videoaula mastiga o conteúdo pra você. Perde-se velocidade, ganha-se qualidade de absorção.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Victor: Normalmente, na reta final, eu foco em um conteúdo que é direcionado só para aquele concurso, como a Legislação da Instituição ou do Estado, porque fica mais fresco na mente. Eu, normalmente, estudo até a sexta ou sábado pela manhã, na semana da prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Victor: Olha, na discursiva, achei que tinha mandado bem e tive um desempenho médio-baixo. Mas acho que foi a grande maioria dos candidatos. Não tenho como fazer orientações nesse sentido.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF?
Victor: Gosto de atividade física e tento me manter em dia. A preparação física deve ser simultânea ao o papiro!
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Victor: Meus erros foram:
Não fazer tantas questões;
Negligenciar a legislação local;
Não procurar bizus da dissertação (achar que, por ter o hábito de escrever, estaria bem)
Meus acertos foram:
Eu estudava Direito pra uma prova mais profunda, de Delegado, então cheguei bem pra Escrivão. Ademais, acertei ao não negligenciar as matérias de Português, Informática e Raciocínio Lógico.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Victor: Não cheguei ao meu cargo final ainda, mas, como diz uma frase famosa: “Quando estiver cansado, aprenda a descansar. Não desista.” Eu acredito que é preciso ter em mente onde se quer chegar e se manter crendo na vitória, valorizando os avanços.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Victor: Pra esse concurso, realização pessoal e a ideia de morar em Curitiba.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Victor: Acredite em você e tenha paciência! É um caminho solitário, longo e doloroso. Cerque-se de pessoas positivas e que acreditam no mesmo que você. Esteja disposto a fazer sacrifícios. Entre para contribuir e não para sugar. A vitória, pra mim, valeu cada minuto investido. Deus esteja com vocês!
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