Aprovado no concurso da PF
“Envolva-se com pessoas que buscam o mesmo objetivo e busquem interação sobre os estudos. E tenha momentos de descanso e lazer, o estudo não precisa ser algo chato, tampouco preencher toda a sua vida”
Confira nossa entrevista com Rodrigo Temóteo, aprovado em 32° lugar no concurso da Polícia Federal para o cargo de Agente:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Rodrigo Temóteo: Tenho 25 anos e sou graduado em Engenharia Civil pela Universidade de Fortaleza, onde resido até o momento.
Estratégia:O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Rodrigo: Em relação aos estudos para concursos, certamente o interesse nasceu após a crise da construção civil, a qual foi, ainda, conjugada à possibilidade de estar empregado exclusivamente a partir do meu mérito e esforço, e não por meio de indicações ou da conveniência e oportunidade do empregador.
Já em se tratando da área policial, foi o interesse de agir em defesa da sociedade que me fez ser direcionado a essa área.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Rodrigo: A princípio estudava exclusivamente para concursos. Depois, iniciei outra graduação (direito) e tive de conciliar ambos os estudos. Esse momento foi, na verdade, uma estratégia até conseguir uma ótima revisão para as diversas matérias similares do concurso e do período inicial do curso de direito.
Assim sendo, com essa compatibilidade, foi fácil fazer um planejamento em que o período manhã/tarde ficava para os estudos do concurso e noite para a faculdade de direito.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Rodrigo: Realizei apenas 2 concursos, que são: Agepen/CE/2017, aprovado para agente penitenciário em 17° lugar; e PF/2018, aprovado para agente federal em 32° lugar.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Rodrigo: A sensação é indescritível, sobretudo porque no dia em que fiz a prova estava doente e não a tinha realizado conforme o esperado. Mas, ao ver meu nome no DOU, a primeira coisa que me veio à cabeça foi que todo o esforço valeu a pena.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Rodrigo: Antes de lançarem o edital, foi tudo bem tranquilo: semana focada nos estudos e, aos fins de semana, utilizava apenas o período da manhã para revisão e simulado. O período da tarde/noite ficava livre para a família e namorada.
Já com o lançamento do edital, foi algo mais radical: dobrei o tempo do estudo e inclui os fins de semana nesse tempo de estudo.
Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Rodrigo: Tenho namorada, não tenho filhos e moro com meus pais. Aqui em casa, o apoio é total. Costumo dizer que sou privilegiado nesse quesito pois, ainda que tivesse sido reprovado, certamente meus familiares e minha namorada teriam continuado apoiando minha decisão de se tornar um policial federal.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Rodrigo: Acredito que o foco vai determinar o quão rápido você irá alcançar seu objetivo, foi por isso que prestei poucos concursos. Mas obtive a efetividade buscada em todos.
Desse modo, me mantive concentrado em um concurso. Foi a melhor estratégia para mim, até porque o meu certame tão esperado demorou apenas 1,5 ano para ser publicado.
Entretanto, às vezes alguns concursos demoram muito e, portanto, o ideal é buscá-los conforme a similaridade matérias (principalmente as básicas, cujo domínio fará uma enorme diferença: português, raciocínio lógico, direito constitucional, direito administrativo e, por fim, mas não menos importante, informática).
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Rodrigo: Iniciei os estudos para a Polícia Federal em novembro de 2016 e realizei a prova em setembro de 2018. Portanto, 1 ano e 10 meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Rodrigo: Acredito que a antecipação é fundamental. O meu foco foi mantido considerando que o estudo era uma espécie de “emprego”. Havia hora para iniciar, intervalos e hora final. Uma vez que eu pude ter a oportunidade de apenas me dedicar aos estudos (havia outras pessoas investindo o seu dinheiro suado), eu não o poderia desperdiçar ou, pior, deixá-las desapontadas.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Rodrigo: Utilizei apenas livros e PDFs. Pressuponho que, para quem mora em cidade grande, os cursos presenciais acabam tirando muito tempo para o deslocamento. Para mim, os vídeos eram pouco efetivos, devido a minha necessidade de retomar o vídeo com apontamentos, o que me traria trabalho em dobro.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rodrigo: Buscando pela internet, pude observar bons comentários. Esses comentários serviram de atrativo.
Além de cobrir o edital, era possível um aprofundamento das matérias, o que não seria possível usando apenas apostilas resumidas e com conteúdo aquém do necessário.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Rodrigo: Nesse relato, terei um pouco de cautela, pois tenho receio de assustar alguns iniciantes, em relação ao número de horas estudadas por dia. Logo, já quero deixar claro que minha base de estudo era bem ruim. Nunca fui um bom aluno no ensino médio, o que me levou à necessidade de utilizar várias horas de estudos, para compensar esse prejuízo anterior.
A minha estratégia foi tentar me antecipar e intensificar os estudos. Sem a esperança de edital, em meados de 2016, já iniciei os estudos com a ideia de apenas fazer a prova caso tivesse fechado o edital, ou pelo menos tentado.
Minha média de estudo era cerca de 10h por dia: 2h de português e 3,5h para outras duas matérias e 1h de revisão. Com esse método, eu conseguia passar por todas as matérias no decorrer da semana, conseguindo deixar a mente fresca.
Além disso, aliado a resumos, mnemônicos e teorias, a realização de exercícios era constante, ainda que não houvesse um tempo fixo para a relação teoria/exercícios. Na realidade, como havia tempo sobrando, eu sempre tentava finalizar todo tipo de exercício sobre determinado assunto cobrado pelo Cespe, antes de passar ao assunto seguinte.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Rodrigo: Sim, sempre fui bom com cálculo, mas eu nunca fui bom em português e redação. Além disso, de cara percebi que o Cespe pegava pesado em português e, por conseguinte, precisava resolver urgentemente esse meu problema.
Para tanto, coloquei 2 horas de estudo diário apenas para português e realizava uma redação semanal. De início foi bem difícil, pois eu não tive base boa de português no ensino médio e, por isso, tive de iniciar do zero. Depois desses estudos diários, obtive como resultado acerto total em português e pontuação de 80% na redação da prova da PF/2018.
Portanto moçada, se eu consegui aprender esse meu calo – português – vocês conseguem aprender qualquer matéria.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Rodrigo: Com certeza a reta final foi bem estressante. Havia programado uma revisão para as duas semanas finais mas, como todo bom concurseiro, acabei por não conseguir terminar em um tempo hábil.
Pesou um pouco aquele sentimento de frustração, por não ter seguido o planejamento principal. Mas não me deixei abalar e resolvi aproveitar as revisões online do sábado, no período manhã/tarde e a noite optei por um bom descanso.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Rodrigo: A discursiva possui um peso relevante como parte da prova. Conforme já falado, logo de início eu a percebi como imprescindível para minha preparação. Realizei redações semanais, de sorte que em torno de 3 meses já conseguia uma nota perto de 80% da prova (o que já seria suficiente para meu objetivo).
O recado que gostaria de deixar é o de que os interessados em redação estilo Cespe, foquem em três pontos para a discursiva: primeiro, entendam a prova discursiva do Cespe, pois a essa banca é mais importante a resposta ao tópico do que a gramática em si; segundo, a escrita e a velocidade de um volume bom de redações serão relevante, já que no dia da prova, qualquer tempo economizado contribuirá para que você o direcione à prova objetiva; terceiro, façam uma junção do primeiro e do segundo ponto, de modo que você já tenha um padrão de redação para responder os tópicos e estruturá-los de forma coesa e rápida – no meu caso, eu utilizo conectivos simples, mas que sempre se encaixavam em todo tipo de texto.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Rodrigo: Com certeza a situação mais difícil foi a mudança drástica do edital para a PF. Já havia fechado o edital antigo e tive que me esforçar ao máximo para fechar o novo.
Embora isso tenha me causado um desespero inicial, a solução foi tirar um dia para organização e, sem pensar muito sobre a longa caminhada a que estaria sujeito, retomei os estudos focando na parte que faltava.
Percebi que, às vezes, a melhor solução para alguns problemas é simplesmente os resolver sem pensar muito: menos mimi e mais atividade moçada!
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rodrigo: Concurseiros, entendam que o estudo poderá mudar sua vida e, por isso, o utilize como um hábito, um emprego, o qual deverá de ter todas suas peculiaridades.
Programe início, intervalos e fim para o seu dia de estudo. Tenha metas e objetivos; simule sua eficiência, isso é essencial. O Estratégia possui ótimos simulados, resolvia todos na minha época e isso era muito bom, tanto para simular quanto para ajudar na ansiedade.
Envolva-se com seus parceiros de trabalho, ou seja, pessoas que buscam o mesmo objetivo, e busquem interação sobre os estudos. E por fim, e não menos importante, tenha momentos de descanso e lazer, o estudo não precisa ser algo chato, tampouco preencher toda a sua vida.
No mais, espero que Deus abençoe a caminhada de todos e que um dia nos encontremos na PF. Um abraço!
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes