“Temos que ter consciência que cada um de nós tem um tempo, um limite físico e mental, um rendimento, dificuldades e facilidades. Vai ser diferente para cada um de nós e não podemos nos cobrar excessivamente, nos comparando com realidades que não conhecemos”
Confira nossa entrevista com Thaís França, aprovada no concurso da Assembleia Legislativa de Roraima no cargo de Assistente Legislativo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Thaís França: Me chamo Thais Menezes França dos Santos, tenho 25 anos. No ano passado, 2018, me formei em direito.
Logo após o ensino médio, iniciei a faculdade e, até então, morava em Roraima. Como meus pais haviam ido embora do estado, tive que começar a morar sozinha e me bancar.
Trabalhei em uma empresa privada, mas era complicado conciliar um trabalho na iniciativa privada com a faculdade federal, que tinha aula em diversos horários do dia (e não só a noite). Em razão disso, meu rendimento na faculdade e também no trabalho diminui. Até que um dia conversei com meu namorado e meu pai e resolvi vir para Brasília, voltar para casa dos meus pais, para poder focar nos estudos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Thaís: Assim que vim morar em Brasília, comecei a cogitar os concursos (inclusive fiz o do CNJ, em 2013). Contudo, na época, não tinha experiência alguma. Meu pai foi quem comprou uma apostila para que eu estudasse e imprimiu algumas leis secas, que sequer dei conta de ler. Como já era de se esperar, nem vi meu nome na lista de classificação. Após esse período, os estudos para concursos foram escassos e espaçados, pois os objetivos mudaram durante a faculdade.
Como eu namorava a distância, precisava juntar dinheiro para ver meu namorado. Então iniciei um trabalho autônomo de vendas. Posteriormente, comecei a estagiar no serviço público (STM) e, em seguida, em alguns escritórios de advocacia.
Após essas experiências eu pude avaliar os prós e contras de cada área e, apesar de gostar muito da rotina da advocacia, eu notei, pela realidade da profissão, que o reconhecimento financeiro e a estabilidade seriam mínimos e, caso conseguisse, demoraria muito.
Logo após sair do meu último estágio, 2 anos antes de terminar a faculdade, saiu o edital do concurso do TRT-11 (AM e RR). Resolvi fazer o concurso sem grandes pretensões, apenas como uma tentativa de ir para Roraima. Contudo, já havia tempo que não estudava para concurso. E, para piorar, ainda não havia estudado nada de Direito do Trabalho. Me dediquei por apenas dois meses para a prova e obtive um resultado que, para mim, foi extremamente satisfatório: na casa dos 300 para analista e 500 para técnico.
E foi ai que me dei conta que eu tinha condições de passar em algum concurso, bastava dedicação. Então tomei a decisão de que iria me dedicar aos estudos para concursos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Thaís: Trabalhei com vendas autônomas, como freelancer de panfletagem e estagiei no STM. Mas nesse período praticamente não estudei para concursos. Dentre os poucos concursos que me inscrevi, me recordo do ATA 2013 e MPU 2013. Ambos concorri para as vagas em Roraima e fiquei classificada, respectivamente, em 14º e 155º.
O concurso ATA – Assistente Técnico Administrativo, foi o primeiro que me recordo de ter me dedicado. Porém, à época, eu não sabia estudar para concursos. Ainda achava que bastava comprar um material e ler. Não eram materiais direcionados, eu não tinha nenhuma estratégia, nenhum plano. Foi após esse concurso, em um post de depoimento compartilhado no facebook por um dos aprovados, que conheci o site do Estratégia. Talvez seja o destino, hoje eu estar aqui, escrevendo o meu depoimento.
Todavia, mesmo tendo conhecido o Estratégia, os planos mudaram e passei os próximos três anos apenas trabalhando, estagiando e estudando para a faculdade. Nesse período fiz alguns poucos concursos, mas com um estudo bastante defasado e sem foco algum. Apenas me inscrevia em todos e tentava a sorte.
Após essa experiência de trabalho e faculdade, voltei para o mundo dos concursos quando estava no último ano da graduação. É quando considero que, efetivamente, iniciei meus estudos. Contudo, com o último ano da faculdade, também vieram o TCC e a OAB, que me tomaram uma boa parte do tempo.
Assim que terminei as aulas da graduação, em dezembro de 2017, me preparei para ficar um ano sem trabalhar e passar em algum concurso “escada”. Ou seja, a rotina era apenas de estudo e alguns poucos trabalhos como freelancer de panfletagem, para auxiliar nas finanças.
Agora me preparo para uma nova fase de estudos, com trabalho no órgão para o qual passei (que espero que chame o quanto antes!).
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Thaís: Como aprovada, somente esse (da Assembleia Legislativa de Roraima), no qual fiquei em 7º lugar na classificação geral. É o primeiro de muitos!
Mas ao longo dessa preparação, alguns dos concursos que fiz me mostraram que eu estava no caminho certo, devido a classificação que foi progredindo.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Thaís: Definitivamente, a sensação é maravilhosa! Fiquei em êxtase, sem acreditar! Desde a prova já havia um misto de sensações.
Logo após a prova, eu já estava conferindo a nota em um ranking extraoficial na internet e isso foi uma verdadeira tortura! Meus pais, o namorado e a família diziam que eu já estava dentro, mas eu preferi não criar expectativa.
Quando saíram as notas, um colega que também fez o concurso as organizou e foi quando vi que estava em 7º lugar (das 20 vagas). Pela primeira vez dentro das vagas! Eu simplesmente não conseguia acreditar! Pois antes, só com base no ranking, achava que se conseguisse passar, seria de 17º para mais.
Eu estava em casa, estudando, na hora que as notas saíram, no fim da noite. Peguei o notebook, sentei na sala e fiquei, LITERALMENTE, sem respirar por alguns segundos. Minha mãe estava ao lado, comemorando, bem como a minha irmã. E eu estava em estado de choque por ver que aquilo realmente estava acontecendo!
A recompensa começava a se tornar real! Tinha valido a pena cada minuto! Logo após esse estado de choque passar, liguei para o meu pai (que não estava em casa), e para o meu namorado (que mora em outro estado) e contei a novidade. Eles diziam que já sabiam, mas para mim a ficha ainda não tinha caído.
Foi quando saiu o resultado oficial, no site da banca, que me dei conta de que havia conseguido! FUI APROVADA! Nesse momento já sabíamos, mas foi um grande alívio para mim. Agora era oficial! Todos foram dormir em casa e eu fiquei dançando na frente do espelho e pulando sozinha! Era uma alegria imensa, não tinha como conter.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Thaís: Eu não diria que adotei uma postura radical, mas evidentemente minha vida social diminuiu. Em casa eu ficava praticamente o dia todo dentro do quarto estudando e, por sinal, ainda fico, pois continuo estudando.
Deixei de fazer alguns passeios e caminhadas com as amigas. Nos intervalos ou aulas vagas da faculdade, ficava em sala estudando ou na biblioteca.
As viagens que fiz de férias eram regadas a estudos. Os momentos que tive com o namorado, em grande parte, também eram de estudos (para mim e para ele).
Até os sobrinhos pequenos foram afetados. Me ouviram, muitas vezes, dizer que precisava estudar para ir morar perto deles. Inclusive foram parceiros de estudos, incentivavam na resolução de questões com um abraço toda vez que acertava. Ou até mesmo dizendo se eu havia acertado ou não ( eu fechava os olhos para eles me darem a notícia, rs). Era uma forma de incluí-los na rotina de estudos. E agora que passei no concurso, eles me chamam para brincar e dizem “Mas tia, você já passou, não precisa mais estudar!”.
Em casa, a família já sabia do meu enclausuramento de estudo. Só quando estava muito cansada, sentava na sala pra ver um filme com minha mãe ou irmãos, á mesa ou no sofá para conversar por poucos minutos.
Inclusive, quando viajava para Roraima para realizar provas, deixava de ver colegas no período pré prova. Só marcava encontros após da prova.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Thaís: Nessa fase dos estudos, voltei a morar com meus pais. Eu namoro à distância há 9 anos. E não posso deixar de evidenciar que nesse último ano de estudos, ainda mais intensos, eu tive duas casas. A dos meus pais e da minha cunhada, com quem meu namorado mora.
E, com certeza, todas essas pessoas que acompanharam esses últimos anos foram essenciais na minha preparação!
Tive apoio na casa dos meus pais em relação a tudo! Houveram fases em que eu não ajudava em nada nas tarefas de casa. Saía do quarto apenas para comer e tomar banho. Houveram épocas em que estudava na faculdade e, por ser próxima de casa, minha mãe levava a comida fresquinha para mim diariamente! Foi um privilégio, que tenho que reconhecer. Houve apoio no sentido de a família aturar meus dias ruins em que estava estressada, ou triste achando que não ia dar certo.
Não posso deixar de lado o apoio financeiro. Quem é concurseiro e que faz provas em outros estados, sabe o peso que é ter que pedir por cada passagem e inscrição. E eu não posso reclamar, pois meus pais me apoiaram em cada prova que resolvi fazer, em toda essa jornada.
Quanto ao namorado, o nosso tempo juntos já era escasso online, por conta das rotinas de estudos de cada um. E, quando eu ia para Roraima, geralmente no período pré prova, ficava estudando a maior parte do tempo também. Nas férias que tínhamos juntos, eu vivia agarrada aos livros, pdf’s, aulas e questões. Ele nunca reclamou, muito pelo contrário, sempre incentivou. Devo admitir que até quando não estava estudando, só falava em concursos, estudos, rendimento. E ele foi um bom ouvinte, pois aguentou todos os meus momentos de dúvidas, incertezas, bem como os de empolgação. Sempre me encheu de força e em cada momento de tristeza, me mostrava o quanto eu já tinha avançado. Por muitas vezes ele me ajudou a formular estratégias e é o grande responsável por eu ter criado o hábito de fazer questões (ele me perturbava com isso! rs)
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Thaís: A resposta seria sim e não. Acho que vai variar caso a caso. Como eu resolvi entrar de cabeça no mundo dos concursos, já no fim da faculdade eu sabia que não tinha condições de partir para o concurso que é meu objetivo maior. Precisava corrigir algumas falhas acadêmicas, que levariam um tempo maior. Em razão disso, parti para os “concursos escada”, como chamamos. No meu caso, está valendo a pena em razão disso.
Eu diria que não tenho um concurso dos sonhos, mas tenho alguns pelos quais tenho grande interesse, como: Juiz do trabalho e área fiscal (analista e auditor).
Mas acredito que, dependendo da realidade de cada um, pode ser que não valha a pena fazer esses concursos escada.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada?
Thaís: Comecei a estudar em Abril de 2018 e as provas foram em junho de mesmo ano. Contudo, a prova foi cancelada e remarcada para setembro. Então, ao todo, foram cerca 6 meses de preparação voltada somente para esse concurso da ALE RR.
Vale ressaltar que meu rendimento na primeira prova também foi muito bom, razão pela qual continuei a me dedicar para a 2ª.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Thaís: Sim, estudei sem edital por alguns meses, entre um concurso e outro. E como havia dito em uma outra pergunta, eu tenho algumas falhas acadêmicas que sei que preciso corrigir para entrar na efetiva concorrência dos grandes concursos. Então, quando não tem edital na praça, busco me aprimorar nas matérias que sei que tenho uma certa deficiência. E também tento conciliar com matérias base dos concursos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Thaís: RESOLUÇÕES DE QUESTÕES: Algumas das matérias eu já tinha uma boa base, então tentei aprimorar apenas com questões e a leitura dos comentários. Sinceramente, não vi pontos negativos nisso, pois fiz tantas questões que não havia mais surpresas dentro do que poderia ser cobrado.
PDF comprado no Estratégia e leis comentadas grátis do Estratégia: O material é completo e fornece da base ao aprofundamento necessário para a prova. Consegui me programar bem, para realizar toda a leitura do material, realizar os exercícios, assim como fazer as revisões. Mas acredito que a quantidade de páginas de leitura possa ser um ponto negativo, mas isso só para quem não está acostumado.
Vídeo-aulas gratuitas do canal do Estratégia no Youtube: também são excelentes e completas. Auxiliaram muito nas matérias que não adquiri o curso. Vejo como ponto negativo o fato de não ficarem disponíveis no Youtube, mas o que é perfeitamente compreensível, haja vista que o acesso total ao curso é pago.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Thaís: Logo após o concurso de Assistente Técnico Administrativo da Receita Federal, de 2013, vi um post, no facebook. Era o depoimento de um aprovado no mencionado concurso.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Thaís: Nunca tive um método único. Posso dizer que reuni vários métodos distintos, até me sentir confortável e segura com o que estava fazendo. Meu plano variou de acordo com as matérias, o grau de dificuldade e o conhecimento que eu tinha em cada uma.
Minha base para saber como eu iria me dedicar para cada matéria foi minha própria noção de como eu dominava cada uma, aliada ao meu resultado nas questões. Fiz muitas questões para avaliar em quais áreas eu tinha que me dedicar mais.
- Nas áreas que tinha facilidade, continuei fazendo apenas questões e, conforme errava, eu as botava numa espécie de caderno de erros (um aplicativo chamado ANKI, de Flashcards). Ele calculava com que frequência eu deveria voltar a ver aquele card, com base nos meus acertos e erros. E se eu sentisse necessidade, revisava nos resumos que já tinha ou até mesmo fazia um novo resumo com base nos comentários das questões da plataforma online que eu usava.
- Nas áreas que eu tinha maior dificuldade, além de também fazer muitas questões e o caderno de erros por meio do aplicativo, também me dediquei a adquirir uma boa base por meio dos PDF’s do Estratégia. Além disso, eu relia meus resumos semanalmente e toda vez que errava uma questão, voltava na lei seca e fazia alguma observação do porque havia errado. E, na reta final, eu li além dos meus resumos, os resumos dos PDF’s. E, nos poucos pontos que ainda sentia uma dificuldade, eu reli o material em si, com muita calma, decidida a não ter mais nenhuma dúvida naquele tópico. E deu certo!
- Haviam outras disciplinas que havia estudado há muito tempo. Apesar de ter uma boa base, eu precisava relembrar alguns detalhes. Então li todos os meus resumos e conciliei com as questões.
- Além disso, havia também a matéria de Regimento Interno, que tem como grande elemento de dificuldade o fato de não encontrarmos questões para treinar. Nesse caso, o aplicativo ANKI foi meu aliado, pois eu transformei o Regimento Interno inteiro em Flash Cards e os respondi até o dia da prova. Eu tinha minhas próprias questões de todo o material.
- Na matéria de Raciocínio Lógico, fiz o meu próprio caderno de resoluções de questões da banca. Como não havia muitas, eu tentei mapear o que cairia na prova. Resolvi uma a uma e, ao lado das resoluções, deixei um campo onde eu avaliava se tinha acertado e se achei fácil. Ou se tinha errado eu explicava o raciocínio da questão. Além disso, assisti algumas aulas disponíveis na internet de resoluções de questões.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Thaís: Minha grande dificuldade, para esse concurso da Assembleia, em específico, era Direito Tributário. Do início dos estudos até a hora da prova foi o que tirou meu sono. Eu li o material do Estratégia completo de Tributário, fiz meus resumos, imprimi a lei seca e fiz observações em toda a lei enquanto estudava e resolvia questões. Conciliei com o caderno de erros que criei no aplicativo ANKI e também fiz no aplicativo um “baralho” dos artigos mais importantes para a prova. Li meu resumo de Tributário semanalmente e também minutos antes da prova. Resultado: gabaritei as questões dessa disciplina.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Thaís: No meu caso, foi de estudo até o momento da prova. Ainda me lembro do meu namorado e cunhados dizendo para ficar tranquila, deixar os estudos pra lá, pois eu já havia feito minha parte e estava preparada. Mas eu expliquei que, infelizmente, ficar sem fazer nada, tentando relaxar, só iria me deixar mais ansiosa e com a sensação de perda de tempo.
Durante a preparação para a prova, estudei em casa a maior parte do tempo e, no último mês, experimentei uma sala de estudos para me concentrar ainda mais. Para a semana que antecedeu a prova, eu não tinha um plano traçado desde o início, simplesmente deixei minha programação em branco. Nas vésperas da última semana que antecedia a prova, analisei meus rendimentos por matéria e levei em consideração o peso de cada uma.
Dessa forma, tracei a estratégia que usaria para cada disciplina.
- Continuei com a rotina de exercícios para todas as disciplinas. Porém intensifiquei ainda mais as disciplinas que tinha dificuldade, ao passo que diminui drasticamente as disciplinas que meu rendimento já era mais que satisfatório e tinha segurança na matéria. Também refiz questões que havia errado anteriormente, para verificar se a dificuldade havia sido sanada.
- Continuei a utilizar o aplicativo dos Flash Cards até a manhã da prova.
- Programei a leitura dos meus resumos durante a semana e também do material de questões de Raciocínio Lógico.
- Programei também a leitura de lei seca de todo o Código Tributário e do Regimento Interno durante essa semana. Devo admitir que a leitura da lei seca do Regimento não rendeu. Motivo pelo qual na manhã da prova, em desespero, li metade do Regimento que era para ter sido lido em uma semana. Não recomendo ninguém a fazer isso! Rs
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Thaís: É difícil apontar erro quando somos aprovados. Mas sim, houve. Diria que foram dois erros que, por sorte, não impediram a aprovação mas que eu faria diferente.
O primeiro foi a ansiedade acumulada com um auto julgamento excessivo (eu sei que preciso trabalhar isso). Eu chorei antes, durante e após a prova. Sai da prova com a sensação de que não tinha chances de passar, por conta do nervosismo.
Por sorte, eu raciocino com calma na hora de fazer a prova e havia treinado muito a resolução de questões. Isso foi essencial para não deixar o nervosismo atrapalhar. Mas, apesar do raciocínio ter funcionado, o coração estava desesperado por essa aprovação.
O outro erro foi durante a preparação. Adquiri um curso de resoluções de questões de Constitucional e eu resolvi todas as questões. Porém, em apenas um material, eu procrastinei a correção. Por ser um assunto que eu não gostava e porque já estava cansada. Também não achava que as competências do Tribunais Superiores iriam ser cobradas numa prova de nível médio, para a área legislativa. E foi ai que me enganei.
Na hora da prova, quando eu vi aquela questão, foi quando comecei a entrar em desespero. Eu sabia que havia respondido ela no material do curso, eu sabia que tinha ficado em dúvida quanto a resposta e ela estava bem ali, na minha frente. Foi uma verdadeira lição para mim. Por sorte foi a única questão que errei da área de conhecimentos específicos. Mas deixei de alcançar meu objetivo de gabaritar conhecimentos específicos e isso me custou 3 pontos. Me levou do 2º para o 7º lugar. O que não é ruim, de forma alguma! Mas até o resultado sair, eu pensava em como aquela questão, com peso 3, poderia me custar a aprovação!
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Thaís: Em desistir, nunca! Mas já pensei que não seria capaz de ser aprovada. Para seguir em frente, eu contei com o apoio da família, que não me julgava. Na verdade, eu me auto julgava.
Contei com o apoio do namorado que me ouviu, animou e aconselhou inúmeras vezes e, em outras, só chegava com o chocolate para ajudar.
Mas havia uma outra coisa que eu fazia que me acalmava, que me dava confiança e que, por sinal, eu nunca contei para ninguém: muitas vezes, durante o estudo ou antes de dormir, eu ouvia uma pequena música que minha avó havia me mandado meses antes. Eu a ouvia sozinha, chorava, orava. E depois simplesmente voltava a estudar, como se a música tivesse levado toda a insegurança.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Thaís: Eu não diria que foi uma coisa específica e sim um conjunto de coisas. Mas o principal: como eu gostaria de estar daqui uns anos! Próxima do meu namorado, podendo ajudar minha família, tendo a possibilidade de viajar e de colocar outros inúmeros projetos em prática.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Thaís: A mensagem que eu deixo é a mesma que tenho dito pra mim, desde que me desesperei e chorei na última prova: SE RESPEITE. Eu, infelizmente, me julgo e me cobro demais. Isso só é bom até certo ponto. Temos que estar atentos a nossa saúde mental e perceber quando estamos prestes a passar do nosso limite.
Infelizmente estamos vivendo uma fase em que é muito fácil nos compararmos. As redes sociais, apesar de ter inúmeros conteúdos excelentes, tem também o inconveniente de que pode acabar surtindo o efeito contrário em nós. Temos que ter consciência que cada um de nós tem um tempo, um limite físico e mental, um rendimento, dificuldades e facilidades. Vai ser diferente para cada um de nós e não podemos nos cobrar excessivamente, no comparando com realidades que não conhecemos.
Então, ao invés de nos compararmos, temos que procurar nos conhecer cada dia mais e saber filtrar o que nos faz bem, o que pode efetivamente ajudar, daquilo que atrapalha e devemos evitar ao máximo.
Temos que estudar, mas com responsabilidade e consciência de que somos mais do que apenas concurseiros. A saúde mental e emocional está diretamente ligada à nossa evolução nos estudos. E, de nada adianta termos preparo intelectual, sem o preparo emocional.
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes