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Como distinguir Adjunto Adnominal de Complemento Nominal?

Olá, pessoal! Belezinha? ?

O assunto de hoje é uma dúvida muito frequente: como diferenciar adjunto adnominal de complemento nominal?

Você verá que não é um bicho de sete cabeças, na verdade, é só você se guiar pelos três critérios que explicaremos adiante que não tem erro.

Então vamos lá?

Primeiro, é bom lembrar que o adjunto adnominal é todo termo sintático da oração que pode caracterizar, determinar, modificar, especificar ou restringir um substantivo.

Esse termo pode ser representado por:

1) um artigo:                                    O carro parou.

2) um pronome adjetivo:               Encontrei meu relógio.

3) um numeral adjetivo:                 Recebi a segunda parcela.

4) um adjetivo:                                Tive ali grandes amigos.

5) uma locução adjetiva:                Tenho uma mesa de pedra.

Já o complemento nominal é sempre precedido de preposição e completa o sentido de substantivos, adjetivos e advérbios que apresentam transitividade.

Observe os exemplos a seguir:

1) complemento nominal de um substantivo:

Você fez uma boa leitura do texto.

Note que o substantivo “leitura” é o nome da ação de “ler”. Como é natural o verbo ser transitivo, o substantivo também fica transitivo e exige complemento nominal.

2) complemento nominal de um adjetivo:

Você precisa ser fiel aos seus ideais.

Quem é fiel é fiel a alguém ou a alguma coisa. Assim, o adjetivo “fiel” é transitivo, ou seja, necessita de complemento.

3) Complemento nominal de advérbio:

Você mora perto de Maria.

Note que o advérbio de lugar “perto” necessita de um complemento: perto de algo ou de alguém.

Visto isso, agora podemos entender como distinguir o adjunto adnominal do complemento nominal.

O adjunto adnominal formado por uma locução adjetiva pode ser confundido com o complemento nominal. Normalmente não haverá dúvida, pois, segundo o que explicamos acima, o adjunto adnominal é constituído de vocábulo de valor restritivo que caracteriza o núcleo do termo de que faz parte. Já o complemento nominal é termo que completa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio).

A dúvida ocorre, portanto, quando os dois termos são preposicionados. Por exemplo:

A leitura do livro é instigante.       A leitura do aluno foi boa.

Para percebermos a diferença, é importante passarmos por três critérios:

1º critério:

?O adjunto adnominal quando preposicionado caracteriza apenas o substantivo.

?O complemento nominal complementa um substantivo,  adjetivo ou advérbio.

            Assim, em orações como “Estava cheio de problemas.”, “Moro perto de você.”, logo no primeiro critério, já sabemos que “de problemas” e “de você” são complementos nominais, pois completam o sentido do adjetivo “cheio” e do advérbio “perto”, respectivamente.

2º critério:

?O substantivo caracterizado por um adjunto adnominal pode ser concreto ou abstrato.

?O substantivo completado por um complemento nominal deve ser abstrato.

Sabendo-se que um substantivo abstrato normalmente é o nome de uma ação (corrida, pesca) ou de uma característica (tristeza, igualdade) e que o substantivo concreto é o nome de um ser independente, que conseguimos visualizar, pegar (casa, copo). Nas orações “Trouxe copos de vidro.” e “Vi a casa de pedra.”, os termos “de vidro” e “de pedra” são adjuntos adnominais, pois caracterizam os substantivos concretos “copos” e “casa”, respectivamente.

E se o substantivo seguido do termo preposicionado for abstrato?

Neste caso, passamos para o 3º critério:

3º critério:

?O adjunto adnominal preposicionado é agente.

?O complemento nominal é paciente.

Este último normalmente é o cobrado em prova. Se os termos abaixo sublinhados são agentes, automaticamente serão os adjuntos adnominais. Se pacientes, serão complementos nominais. Veja:

Adjuntos adnominais:

O amor de mãe é especial.                                    (agente: a mãe ama)

A invenção do cientista mudou o mundo.            (agente: o cientista inventou)

A leitura do aluno foi boa.                                      (agente: o aluno leu)

Complementos nominais:

O amor à mãe também é especial.           (paciente: a mãe é amada)

A invenção do rádio mudou o mundo.     (paciente: o rádio foi inventado)

A leitura do livro é instigante.                   (paciente: o livro é lido)

Viu como não tem erro? Agora é só treinar, resolvendo questões para fixar o que explicamos aqui, e você ficará craque!?

Seguem algumas abaixo:

1. (IBADE / IABAS Agente Comunitário – 2016)

O termo destacado em “Depois, um silêncio cheio DE LEMBRANÇAS instalou-se entre nós.” exerce, no contexto, a função sintática de:

(A) objeto direto.

(B) predicativo do objeto.

(C) adjunto adnominal.

(D) objeto indireto.

(E) complemento nominal.

Comentário: O adjetivo “cheio” necessita do complemento nominal “de lembranças”, conforme vimos no critério 1 da diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal.

Gabarito: E

2. (Aeronáutica / EEAer Sargento 2018)

Os investimentos da iniciativa privada em saúde deveriam ser proporcionais aos lucros de cada empresa.

Os termos destacados classificam-se, respectivamente, em:

a) complemento nominal – adjunto adnominal

b) adjunto adnominal – complemento nominal

c) adjunto adnominal – predicativo

d) predicativo – adjunto adnominal

Comentário: Como o substantivo “investimentos” é gerado do verbo “investir”, ele é substantivo abstrato. Assim, já partimos para o terceiro critério.

Note que “da iniciativa privada” tem valor agente (a iniciativa privada investe). Assim, tal termo preposicionado é o adjunto adnominal.

O termo “em saúde” é paciente. Assim, é complemento nominal.

Por isso, a alternativa correta é a (B).

Gabarito: B

3. (FGV / SEFIN RO Técnico Tributário – 2018)

Todos os segmentos textuais abaixo trazem termos precedidos da preposição de.

Assinale a opção que apresenta o termo cuja preposição é uma exigência de um termo anterior.

(A) “luzes indicadoras de direção”.

(B) “faixa de pedestres”.

(C) “dias de chuva”.

(D) “faixas exclusivas de ônibus”.

(E) “equipamentos de segurança”.

Comentários

A questão trabalha a diferença entre o complemento nominal (preposição é resultado de exigência de um termo anterior) e o adjunto adnominal (preposição transmite sentido restritivo).

Assim, a fim de resolvermos a questão, devemos nos lembrar dos 3 critérios da diferença entre o adjunto adnominal e o complemento nominal.

A alternativa (A) é a correta, pois o adjetivo “indicadoras” rege a preposição “de” e, conforme o primeiro critério, o termo “de direção” é o complemento nominal.

As demais alternativas apresentam os substantivos concretos “faixa”, “dias”, “faixas” e “equipamentos”, os quais são seguidos dos adjuntos adnominais “de pedestres”, “de chuva”, “de ônibus” e “de segurança”.

Gabarito: A

4. (FGV / CMS BA Assistente Legislativo – 2018)

No texto, ocorrem muitos segmentos precedidos pela preposição DE; o termo em que o emprego dessa preposição NÃO é obrigatório, pois não é determinado pela regência de um termo anterior é:

(A) “implementação de programas”;

(B) “incapacidade de investimento”;

(C) “objetivo de enfrentar o crime”;

(D) “períodos de economia mais forte”;

(E) “contratação de policiais”.

Comentários

A fim de resolvermos a questão, devemos nos lembrar dos 3 critérios da diferença entre o adjunto adnominal e o complemento nominal. Assim, o emprego da preposição determinada pela regência de um termo anterior ocorre no complemento nominal e temos que achar a alternativa em que não há regência, isto é, temos que achar o adjunto adnominal.

É simples achar o adjunto adnominal, pois só há uma alternativa com substantivo concreto, que é o substantivo “períodos”. Assim, “de economia mais forte” é o adjunto adnominal  e a alternativa (D) é a correta.

Já nas demais alternativas há os substantivos abstratos “implementação”, “incapacidade”, “objetivo” e “contratação”; por conseguinte, os termos “de programas”, “de investimento”, “de enfrentar o crime” e “de policiais” são complementos nominais.

Gabarito: D

Um grande abraço,

Professor Terror.

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Décio Terror Filho

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