Recentemente a mídia repercutiu o aumento das tensões entre brasileiros que são produtores rurais no Paraguai, os chamados brasiguaios, e os movimentos camponeses – sem terra – de lá. Para compreendermos esta questão, vamos fazer uma linha do tempo.
Lá pelos idos da década de 1970 diante do aumento expressivo do petróleo no mercado mundial – dado pela Guerra do Yom Kippur em 1973 – o Brasil formula uma série de estratégias nos campos energético e econômico para minimizar os efeitos da crise, são eles:
– Constituição do programa de álcool combustível – Proálcool, de forma a diminuir a dependência de petróleo;
– Incentivo a produção petrolífera via Petrobrás;
– Criação de equipamentos energeticamente mais eficientes;
– Expansão da fronteira agropecuária para o centro-oeste.
Mas a pergunta é: qual a relação entre os fatos?
Ocorre que como o país só produzia 1/3 do petróleo que consumia, deveria manter uma balança comercial superavitária, a fim de obter os recursos suficientes para a compra do óleo mineral. Como o Brasil possui condições excepcionais em termos de tecnologia agropecuária, terra abundante e condições climáticas favoráveis, a solução era natural: ampliar a produção e desbravar o centro-oeste.
Com o passar do tempo, contudo, as terra no centro-oeste e no oeste de São Paulo, tornaram-se mais caras e, portanto com custos mais elevados de produção para o agropecuarista brasileiro, por sua vez, o Paraguai acabara de passar por uma reforma agrária com a distribuição da terra para os camponeses, porém sem uma reforma agrícola, que implica:
– Modernização produtiva;
– implantação da revolução verde (agroquímicos, mecanização, etc.);
– Apoio agrotécnico;
– Seguro safra
– Ampliação dos locais de armazenamento da produção, etc.
Resultado?
A baixa produtividade levou muitos homens do campo a venderem suas terras, justamente para brasileiros interessados em produzir no país vizinho e com custos menores. Durante mais de 20 anos a situação permaneceu assim: o Estado paraguaio recolhendo impostos dos produtores, aceitando sua presença, incentivando a produção – já que inclusive boa parte do PIB paraguaio depende da exportação de commodities agropecuárias, produzidas por brasileiros.
Mas a ascensão de Fernando Lugo ao poder (Presidente), cuja campanha pregava uma nova reforma agrária, inclusive em áreas produtivas, somados a uma crescente insatisfação com o grau de concentração fundiária e assimetria de renda, levou os sem-terra paraguaias à invasão e confronto com os brasiguaios (brasileiros que produzem no Paraguai).
As forças do Estado tem se mantido relativamente inertes, enquanto as ameaças prosseguem. O perigo é um confronto armado entre fazendeiros e sem-terra, o que poderia levar a chacinas e a um sério problema político para o governo da Presidente Dilma. Isto ocorreria porque Paraguai e Brasil são membros plenos do MERCOSUL, e justamente aquele e o Uruguai são os países que mais reclamam da “invasão” de produtos brasileiros em seus países.
Se o conflito de fato se configurar, poderemos ter ao menos três faces a serem enfrentadas: – Repatriação dos brasileiros com perda de confiança mútua entre os dois países;
– Expropriação das terras que hoje são ocupadas por brasileiros – a alegação dos sem-terra é que as terras foram indevidamente vendidas no passado (de forma ilegal);
– Ampliação dos conflitos comerciais entre Brasil e Paraguai.
Este assunto, portanto, – alinda longe de alguma solução – deve render bom material para os futuros certames e assim ser motivo de nossa atenção neste ano de 2012.
Um forte abraço,
Alex Mendes
alexmendes@estrategiaconcursos.com.br
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