Categorias: Concursos Públicos

Aprovado na Polícia Federal em menos de 3 meses? Como usar a Estatística a seu favor

Já é praticamente unânime entre especialistas os segredos para se passar em um concurso público de alto nível: um bom material, um planejamento eficiente e – talvez o mais importante – maturidade nos estudos. Muitas vezes, porém, você é surpreendido com um edital inesperado, dali a dois ou três meses, e seu concurso dos sonhos no longo prazo se transforma, de repente, em uma realidade iminente.

O que fazer? Certamente não vai dar tempo de estudar todo o material que você organizou. Também não deve passar pela sua cabeça desistir. Afinal, o “não” você já tem e de nada adianta ficar lamentando a falta de alguns meses a mais para completar o edital com calma. Nessa situação, infelizmente a saída é tentar, como dizemos na estatística, “diminuir sua probabilidade de fracasso”. Com muito pouco a perder, vale a pena recorrer a algumas ferramentas para te ajudar nessa árdua batalha. Neste curto artigo (afinal, você não tem tempo a perder, não é mesmo?), te apresento brevemente uma delas e, ao final, dou uma ideia de como me ajudou seguir essa pequena dica!

Vamos ao que interessa?

O psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus, famoso pela sua “curva do esquecimento”, já havia demonstrado lá no século XIX que revisões periódicas (usualmente adaptadas para 24 horas, 7 dias e 30 dias, após o primeiro estudo do assunto) são excelentes para contornar o fato de que nossa memória não consegue reter tudo que passa pelos nossos olhos, nem de longe.

Mas e se eu não tiver tempo para fazer tantas revisões? Será que tem um bom custo-benefício eu estudar uma porcentagem maior do edital, em detrimento de algumas revisões? Essa é exatamente a ideia!  Discípulos de Ebbinghaus seguiram seus passos e, através de estudos experimentais, conseguiram concluir que, para uma única revisão disponível, o valor que otimiza a taxa de retenção do conhecimento é revisar após 20% do tempo restante entre o dia do estudo e o dia da prova (Figura 1).

Como assim? Por exemplo, se você estudou o assunto “Atos Administrativos” pela primeira vez faltando 30 dias para a prova, revisar esse assunto após aproximadamente 6 dias – considerando apenas uma revisão disponível para cada tópico – maximizaria sua probabilidade de sucesso no dia do concurso. Com isso em mente, é possível montar uma tabela encaixando de maneira ótima os dias de estudo e de revisão, de modo a absorver a maior quantidade de assunto possível, e também com a melhor qualidade que o pouco tempo permite.

Figura 1: Gráfico que mostra a % de acertos (eixo y) em função de quando foi feita a revisão (eixo x: 0 = dia do estudo e 1 = dia da prova). Perceba que, para uma única revisão após o estudo do conteúdo, vale mais a pena estudar após 20% (0.2) do tempo restante do que fazer uma revisão única na véspera!

Utilizando este e alguns outros pequenos truques da estatística aplicada à psicologia cognitiva (área que estuda, entre outras coisas, o armazenamento do conhecimento), montei diversas planilhas no Excel e fui à luta. Após 83 dias de estudo intenso e bem planejado, consegui ser aprovado para Agente da Polícia Federal em 2018, contando também com a ajuda imprescindível das monitorias a que tive acesso no Estratégia, que me orientaram perfeitamente a como montar meus resumos que seriam utilizados depois, na fase de revisão.

Agora é sua vez!

Quando estiver sem tempo hábil para seguir o ciclo completo de revisões recomendadas até a prova, tente aplicar o método deste artigo em seus estudos e veja se consegue adaptar-se a ele também. Em um futuro artigo, explicarei em maiores detalhes como fiz a montagem dessas planilhas, que foram fundamentais para a minha aprovação. Também mostrarei algumas outras dicas que usei, que podem ser bastante úteis para você. Fiquem ligados e boa prova!

Se quiser entrar em contato comigo e saber mais sobre minha jornada em concursos, me segue lá no Instagram @mariocanossi e assiste à minha entrevista de aprovação na Polícia Federal no canal do Youtube do Estratégia.

PASHLER, H. et al (2007). Enhancing learning and retarding forgetting: Choices and consequences. Psychonomic Bulletin & Review, 187-193. Disponível em: <https://link.springer.com/content/pdf/10.3758%2FBF03194050.pdf>

Mário Canossi

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