Artigo

Tempo Curto x Edital Longo. O que fazer?

Fala, pessoal! Quem nunca olhou um edital e achou que não teria tempo para estudá-lo por inteiro? E então surgem as dúvidas: fazer ou não fazer o concurso? Qual estratégia utilizar para ter mais efetividade no estudo? Qual é a melhor preparação que poderia ser feita nesse momento?

Usar um bom planejamento e alguns princípios podem ajudar nessa jornada. Já que saber organizar os estudos e as revisões além de gerenciar o tempo para melhor aproveitá-lo podem ser um redutor de passos no caminho.

Além disso, é importante saber em que nível de estudo cada um está. Já que, para aqueles que estão começando a estudar, a estratégia utilizada será diferente daquele que já vem nesse processo há algum tempo e já tem um conhecimento da maioria das matérias. Assim como também é diferente daquele que já estudou todo o material e precisa focar e revisar aquilo que mais importa.

Planejando adequadamente

Assim que o edital é publicado, muitas pessoas começam a estudar aleatoriamente sem nenhum tipo de plano. Pensemos nessa pessoa como alguém que quer achar uma mina de ouro, pega uma enxada e sai de casa cavando por onde passar. Vai suar, vai perder energia e não tem a menor ideia sobre quando encontrará a cobiçada mina.

O estudo planejado e organizado direciona melhor a pessoa para a mina de ouro. A pessoa não irá cavar em qualquer lugar, ela saberá exatamente para onde valerá a pena direcionar o seu foco. Essa analogia aos estudos significaria saber, por exemplo: quais matérias são mais importantes (possuem mais questões ou mais peso); o quanto foi estudado de cada disciplina; qual o percentual de acerto que está sendo obtido em relação às questões desta disciplina.

Como fazer um plano para edital longo?

Um quadro resumo que poderia auxiliá-lo nessas respostas seria:

Análise de prioridades no edital longo e tempo curto

Com base nesse quadro, é possível obter informações importantes para um bom planejamento: quais matérias são mais importantes para a prova, em quais matérias é preciso evoluir nos estudos e em relação a quais matérias é preciso aumentar os acertos.

No exemplo acima, verifica-se que a disciplina 1 é de extrema importância e não foi muito estudada, logo, será necessário um planejamento que contemple mais horas de estudos da disciplina 1 do que da disciplina 2, já que esta não tem muita importância e foi bem estudada.

Ressalte-se que nem sempre, sob uma análise imediata, será possível identificar quais disciplinas demandam um maior tempo de estudo. Entretanto, com uma certa imparcialidade, torna-se mais factível a resposta. Por exemplo, é fundamental que o estudante tenha objetividade no “julgamento”, ou seja: não se trata da disciplina de que mais ou menos gosta, ou em relação à qual mais vezes ele foi testado. Trata-se de uma visão pontual que leva em consideração a situação atual de estudo: em relação ao que o edital está cobrando, para cada matéria, quanto ainda não foi estudado e, no que se refere ao que já foi, qual a porcentagem de acertos?

Controle dos estudos

Planejar é importante, mas os planos devem ser flexíveis. Para o planejamento continuar trazendo efetividade é preciso acompanhar o desenvolvimento dos estudos. Para esse acompanhamento, sugere-se que o candidato tenha planilha ou aplicativo que informe o desenvolvimento dos estudos e das questões por disciplina. Qual o percentual atual estudado por disciplina? Qual o percentual de acerto nas questões? De uma forma dinâmica, o concurseiro pode ter uma noção de sua evolução.

O tempo é curto e a análise feita inicialmente vai modificando-se. A partir do momento em que as disciplinas vão sendo estudadas, as variáveis vão sendo alteradas. Isto justifica a necessidade de reavaliações e atualizações do cronograma e da forma de estudo. Por exemplo, se o objetivo em certa disciplina era aumentar o nível de acerto nas questões e na reavaliação percebeu-se que este já chegou ao nível desejado, diminuir-se-á o tempo desta disciplina e aumentar-se-á o tempo da disciplina que necessita de mais atenção.

Princípio de Pareto

Este princípio ficou conhecido também como a regra do 80/20. Reza a lenda, que Pareto teria notado que 20% das vagens plantadas produziam 80% das ervilhas colhidas. E como essa observação pode ser interpretada? Vejamos, se poucas plantas produzem a maior parte do alimento, qual deveria ser o foco? Quanto de investimento deveria ser gasto em relação às plantas mais produtivas? Quanto de investimento deveria ser gasto com as plantas menos produtivas?

Logo essa regra se expandiu para várias áreas e pode ser utilizada também no estudo para concurso. Já que o edital é publicado e a prova normalmente é feita em torno de sessenta dias depois, o princípio de Pareto pode ser uma grande ferramenta para ajudar na gestão do tempo e no foco dos estudos. Quão importante seria focar nos 20% que geraria 80% do resultado?

Uso do princípio para grandes editais em tempo curto

Muitas vezes a matéria é extensa e a importância dela na prova é pequena, então, por que não buscar informações dos assuntos que mais estão nas provas da área de atuação? Estudaria apenas parte do conteúdo, investiria menos tempo na disciplina e ainda teria a possibilidade de ter o resultado desejado.

E como poderíamos descobrir quais assuntos são mais presentes nas provas? Quando os professores disponibilizam esse estudo, facilita essa descoberta. Como no caso do ISS Aracaju, foi disponibilizado pelo Estratégia um artigo com a análise estatística das disciplinas por assunto. Segue link para análise:

Mas em casos de não dispor da estatística, basta selecionar os assuntos e ver a quantidade de questões da banca para a área para a qual se estuda. Muitas vezes se perde tempo no início do estudo, mas se economiza no processo de aprendizagem, já que é possível focar naquilo que tem maior probabilidade de proporcionar resultado. De que adiantaria não querer disponibilizar um tempo para tal levantamento e incorrer num provável equívoco de direcionar erroneamente os estudos para temas que não estarão na prova? “Acertar” o que a banca gosta é um pequeno acerto que irá aproximá-lo do ponto da questão.

Estratégia para os iniciantes nos estudos

Se o edital for da área de estudo do candidato e os custos para realização da prova forem possíveis, o concurseiro pode fazer a prova e verificar qual possibilidade seria mais adequada para ele. Pode ser aplicada a estratégia de Pareto, ou seja, o candidato pode priorizar as matérias mais importantes do concurso e, quanto às matérias menos importantes, focar nos cinco assuntos “preferidinhos” da banca. Ou o aluno pode optar por continuar com o planejamento dos estudos e fazer a prova com o aprendido até então.

Não existe melhor ou pior estratégia, existe aquela que se adapta melhor ao perfil do estudante.  Muitas pessoas se sentem mais produtivas quando têm um objetivo concreto com data fixada (fazer a prova, no caso), outros concurseiros podem se sentir pressionados e desordenar os estudos. Sentir o clima de prova e ver a evolução dos estudos durante a realização do exame também podem ser diferenciais positivos na preparação. Mas a forma como cada um reage deve ser respeitada.

Se o edital não for da área de estudo do candidato, valeria a pena fazer a prova apenas se fosse para estudar as matérias que são comuns em relação ao concurso-foco aliando-se ao fato de os custos para a realização da prova serem baixos. Sair da rota no início dos estudos, provavelmente atrapalharia mais do que ajudaria no processo.

Estratégia para os que estão no processo de estudo

Esse espaço é para aqueles que estudam há algum tempo, mas no edital tem matérias que ainda não foram vistas pelo futuro concursado. Realizar prova é o grande prêmio do concurseiro, afinal, é por meio dela que se alcança o objetivo. Saber como se comportar, como estudar no pós-edital, como conviver com a pressão são matérias “extracurriculares” essenciais nessa jornada. E conhecer a si mesmo, nessas situações, pode ser um diferencial.

O candidato precisa avaliar quais matérias não foram estudadas, a extensão do conteúdo e quais os pesos que elas têm em determinada prova. A pergunta que pode ser feita é: cabe no cronograma estudar todo o edital, sem comprometer os assuntos que já estão em revisão?

Em caso positivo, a princípio, não há motivos para não encarar esse desafio. Em caso negativo, é válida a estratégia dos “20% dos assuntos mais importantes que podem gerar 80% do resultado”. Logo se a matéria terá muitas questões e com peso elevado, é necessário investir um tempo maior para ela. Já no caso de matérias com menor quantidade de questões e menor peso, a estratégia de estudar o mais importante da disciplina e usar o restante do tempo naquilo que tem maior relevância pode ser suficiente.

Estratégia para os que estão avançados nos estudos

Essa estratégia é para os quase servidores públicos, ou seja, é direcionada àqueles que estão com a maioria das matérias em revisão e precisam de poucos ajustes do edital.

Indica-se que no primeiro ciclo pós edital, o concurseiro busque as melhorias nos assuntos que não estão com bom rendimento. Se, por exemplo, em Direito Constitucional, o item “direitos e garantias fundamentais” está com 50% de efetividade – índice abaixo da média de acertos na matéria –, sugere-se focar nas melhorias necessárias que venham a favorecer os acertos quanto a esse conteúdo. Nesse momento, também é necessária a inclusão dos assuntos ainda não estudados.

No segundo ciclo, sugere-se que o aluno faça um cronograma focado na revisão dos assuntos em geral, mas investindo mais tempo na revisão das disciplinas e assuntos que são mais prováveis de aparecerem na prova.

Estratégias para vencer o edital longo e o tempo curto

Por fim, percebe-se que a gestão do tempo e as estratégias de uso temporal podem fazer diferença na preparação para concursos em qualquer situação. No pós-edital, como se tem um prazo de conclusão definido, esse fator pode ser ainda mais relevante para o sucesso no processo.

Às vezes, também é necessário distanciar-se um pouco do “tempo cronológico”, apegando-se à noção do “tempo de qualidade”. Isto pois, os assuntos não estão no edital para serem meramente “ticados”, mas para que o estudo amplie o conhecimento, induzindo o concursando à maior chance possível de acerto. Assim, é inteligente ser honesto no preparo e não se deixar levar pela preocupação com o cumprimento dos tópicos (sobretudo dado o tempo curto), em detrimento do estudo atento e realista.

Para tomar as melhores decisões, é importante que o candidato saiba em qual momento do estudo se encontra e se conheça o suficiente para saber usar a estratégia que mais funciona para seu perfil.

Acredite no seu potencial e se joga!

Taciana Rummler

Acesse o site do Estratégia Concursos

@estrategiaconcursos

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja os comentários
  • Ótimas dicas! Tentarei adotar as estratégias sugeridas! obrigada pelo texto!
    Lu em 23/11/20 às 11:18