Artigo

Música Ambiente

Já tentou pensar em nada? Quando eu era criança, eu tentava fazer isso (criancinha estranha, concordo). Ficava curiosa sobre o que seria o tal “nada”. Acabava pensando em um local todo branco ou todo preto. E também pensava que isso era alguma coisa, um local, uma cor. Pensava – portanto – que tinha perdido a brincadeira. Pensava, pensava, pensava. E olha que o plano era pensar em NADA. Conclusão: a nossa mente não para, por mais que a gente tente.

 

Sabia que você fala para si mesmo de 300 a 1000 palavras POR MINUTO? Fiquei besta quando vi que o número era tão alto. De posse dessa informação, é impossível não querer saber: O que você diz a si mesmo? Aposto que não faz ideia da metade! Nossa mente corre no “piloto automático” desde que nascemos. Para não ficarmos exaustos tentando interagir com o mundo e seus milhares de estímulos e conversar conosco ao mesmo tempo, aprendemos a deixar o DIÁLOGO INTERNO ser algo como uma música ambiente: ela está ali e você sabe, mas está tão baixinha que você não consegue entender a letra.

 

Puxe aí na memória o que você pensava de si quando era criança. Eu me achava o máximo dos máximos, disso eu lembro bem. Primeiro que eu me achava imortal. Não conseguia ver perigo em nada. Os pequenos nunca vê. Também gostava de imaginar o que seria quando crescesse, como seria a minha vida… Criança não coloca limite nessas coisas não! Pergunte a uma o que ela vai ser quando crescer. Nenhuma vai te responder algo chato, um trabalho só para pagar as contas. Sempre vai ser algo legal. Ressalto que o conceito de legal para criança é diferente do adulto. Sei de uma garotinha que falava que queria ser gari. Isso porque para ela o gari tem uma vida maneira demais. Eles estão sempre correndo atrás de um caminhão com os amigos, têm permissão para subir no caminhão e estão sempre brincando e cantando. Não dá para ficar melhor do que isso! Outros querem ser jogador de futebol (ainda que joguem super mal) e outros querem ser cantores (ainda que a voz não ajude nem um pouco). De onde vem tanta autoestima?

 

Quando a gente fica adulto, perde isso. É impossível não perder pelo menos um pouco. As teses que criamos quando crianças acabam se provando, pelo menos em parte, erradas. Depois que me machuquei em algumas brincadeiras, os perigos ficaram mais evidentes. Já não me julgo imortal..rs. Também não acho que vou ser cantora ou modelo internacional. Quer ver outra coisa que a gente aprende enquanto cresce? Que a gente não é especial. Desculpa gente, não é não. Pelo menos não mais do que as outras pessoas. Quem tem irmão aí vai lembrar. Eu tenho 2 irmãos mais novos. Fui o primeiro bebê da família depois de uma longa temporada sem crianças. Eu era o centro das atenções. Depois vieram os irmãos, primos… e eu vi que as coisas haviam mudado. Aprendi a dividir, inclusive os holofotes.

 

Para sermos adultos mais ou menos equilibrados, precisamos abrir mão de algumas crenças da infância. Não dá para crescer achando que somos imortais ou especiais. O mundo seria um caos se todos os adultos fossem assim (alguns são, e repare no problema que costumam causar!).

 

Se um pouco do lado criança da gente se perde para nosso próprio bem, outro se perde e nós faz uma falta enorme: o diálogo interno altamente positivo! Depois de alguns desapontamentos, criamos uma proteção. Aprendemos a não criar muito expectativa para evitar o gosto amargo da decepção. Parece ser o mais prudente a se fazer. Mas – na verdade – é o mais covarde e prejudicial. Para não criar expectativa, por exemplo, sobre sua aprovação, terá que dizer a si mesmo que não é tão bom assim, tão disciplinado, tão estudioso, tão capaz. Terá que – antes da prova – dizer a si mesmo várias e várias vezes que reprovará. Mesmo que diga algumas vezes coisas positivas e que vai passar, para realmente se preparar emocionalmente para o baque de uma reprovação, terá que falar muito mais frequentemente sobre reprovar. Acha mesmo que isso não vai afetar suas chances?

 

Toda reprovação dói. Seja ela no concurso, seja a reprovação que sentimos em pessoas queridas e até em estranhos. Já foi a algum lugar sem estar vestido de acordo? Entre em um restaurante chique de bermuda e chinelo. Os olhares – mesmo que ninguém diga uma só palavra – podem ser bem desconfortáveis. Não dá para se preparar emocionalmente de modo a evitar a dor da reprovação, ou qualquer dor. Isso é lenda! Já terminou um namoro que estava ruim e – mesmo com a certeza da decisão e uma certa sensação de alívio – ficou completamente arrasado depois? Você se preparou para o fim. Sabia que era inevitável há meses (talvez até anos). Falou sobre isso com si mesmo incontáveis vezes. Mesmo assim, doeu uma barbaridade. Quer outro exemplo para corroborar a minha tese? Já fez concurso para o qual não estudou nada? Pois bem. Se não estudou, não poderia pensar em aprovação, certo? Beleza. O problema é que – misteriosamente – você se sentiu um lixo quando viu que não passou. Adiantou saber de antemão que não tinha chances??? Enfim, o que quero dizer é que não dá para não sofrer. Sentir coisas desagradáveis é parte da vida. Não dá para correr disso ou se preparar para isso. Então, nem tente.

 

A natureza é sábia. As frutas possuem casca. Ela serve para preservar o interior. Quando a gente é criança, é como uma fruta sem casca. A melhor parte está à vista. Mas a melhor parte é a mais sensível. Se as frutas não tivessem casca, se estragariam muito rápido. Quando a gente fica adulto, percebe que ficar sem casca é complicado. A gente pode se machucar muito. Precisamos de proteção. Disso eu não discordo! Não podemos nos colocar em situações emocionais mega vulneráveis o tempo todo. O estrago emocional poderia ser enorme! Mas o que vejo muita gente fazendo não é criando a casca e sim estragando logo o interior!!!“Vou estragar o interior logo, já que ele pode um dia se estragar por acontecimentos externos que fogem ao meu controle. Assim, quando a  fruta estiver podre, eu não tomo um susto”. Isso lá tem lógica???

 

Quando você repete para si mesmo que tem grandes chances de reprovar (mesmo que seja verdade, mesmo que tenha estudado pouco), está envenenando o diálogo interno, machucando sua melhor e mais sensível parte. Está estragando a polpa da fruta!!!! O objetivo não era preservar a polpa, Jesus???? Por que você faz isso com você, criatura??? As coisas estão confusas nessa cabecinha, hein! Bora clarear.

 

A casca NÃO É eu diálogo interno. A casca não fica DENTRO, fica FORA DA FRUTA! Sua casca deve ser saber lidar com a decepção DEPOIS que ela acontece. D-E-P-O-I-S! É muito mais jogo aprender a lidar com o sofrimento e a decepção do que você baixar as expectativas! É assim que você MAXIMIZA sua chance de passar. É assim que você se manterá persistente após uma reprovação. É assim que vai tornar o processo menos pesado.

 

Seu diálogo interno te condena ou impulsiona. O problema é que às vezes a nossa autoestima está tão detonada, que achamos que merecemos o pior. Fazemos e dizemos o pior para nós. Pensa: Você falaria para sua mãe, irmão, amigo, marido, esposa o que fala para si? Se quer manter o relacionamento, mesmo que tenha algo ruim a dizer, vai dizer com carinho para não ferir os sentimentos do outro. Você tem um relacionamento ETERNO com você. Se algum relacionamento te deixa infeliz, você pode ir embora – menos do relacionamento com você mesmo. É do seu maior interesse – portanto – que tenha um EXCELENTE RELACIONAMENTO CONSIGO MESMO. Cuide de seus sentimentos. Ressalte qualidades, elogie-se e maneire nas palavras quando for hora de criticar (não deixa de fazê-lo, mas faça com jeito). Você é seu melhor e eterno amigo. Aja de acordo!

 

Diálogo interno ruim aumenta distância entre você e sua vaga. Você vai ficar desmotivado, procrastinador e triste. Me diz: Dá para passar assim?? Deixa que eu respondo: NÃO!

 

Dica do dia: Aumente o som daquela música ambiente e preste MUITA atenção à letra. Se ela não for encorajadora, TROQUE DE MÚSICA O QUANTO ANTES. Como já dizia Herny Ford: Se você acha que pode, ou que não pode fazer alguma coisa, você tem sempre razão.

 

Beijo

Gabi 

Coach Estratégia Concursos

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Veja os comentários
  • Fantástico Gabriela! Quanta sensibilidade em tratar coisas complexas do nosso interior!!!
    Alexandre Guerra de Guerra em 12/03/17 às 13:59
  • Gabi, além de Coaching você é uma excelente pscicóloga!! Sempre leio seus artigos e eles me ajudam muito. Vai ser uma honra adquirir e fazer bom uso do seu livro. Com certeza será o MÁXIMO!!!!! Grande abraço.
    Neilton em 08/03/17 às 09:25
  • Que ótimo, Carmary! Estou fazendo com o maior amor e capricho! Quanto ao sucesso, Deus te ouça! Beijão Gabi
    Gabriela Knoblauch em 14/02/17 às 17:51
  • Que fantástico Gabi!!! Serei uma das primeiras a adquirir essa obra-prima, pq escrito por vc, certamente será um best seller!!! Ôba!! Parabéns!!
    Carmary em 06/02/17 às 12:13
  • Miiiiiis, estou muito animada para começarmos a trabalhar! :) Agoooooora vai! Quanto ao livro, está no forno! Feito com muito amor! <3 Abs e bons estudos Gabi
    Gabriela Knoblauch em 02/02/17 às 14:21
  • Fico feliz que tenha gostado do artigo e da notícia, Tamyres!  Abs e bons estudos Gabi
    Gabriela Knoblauch em 02/02/17 às 14:19
  • Que bom que gostou, Thais! Estou fazendo esse livro com o maior carinho! <3 Abs e bons estudos Gabi
    Gabriela Knoblauch em 02/02/17 às 13:41
  • Posso me exibir??? Ela vai ser minha coach!! Obrigada meu Deus pela ajuda que o Senhor me enviou!! Depois de 10 anos tentando erroneamente, agora vai! O livro será uma ajuda extraordinária com um custo acessível. Vai ajudar muita gente. Obrigada, Gabi.
    MISLEINE em 02/02/17 às 13:19
  • É isso mesmo, Rafa. Não podemos nos deixar abater pelas dificuldades da vida de adulto. Precisamos conservar a autoestima e a esperança, coisas que tínhamos naturalmente quando crianças. Resiliência. É isso que precisamos desenvolver nessa estapa da vida. Abs e bons estudos Gabi
    Gabriela Knoblauch em 02/02/17 às 13:01
  • Um livro seu? Com certeza comprarei! Rs E sobre o artigo, pura verdade!! Parabéns!!!!
    Tamyres em 02/02/17 às 12:32
  • Que ótima notícia, um livro seu! Muito obrigada, também adorei o artigo!
    Thais em 02/02/17 às 11:19
  • Muito obrigado pelo ótimo artigo Gabi. Realmente com o passar do tempo deixamos de sonhar como criança e nos acomodamos imensamente com as dificuldades e amarguras que nos cercam. Nosso crítico interno tem papel fundamental em nossas atitudes e autoestima. Abraço e fica com Deus
    Rafael E em 02/02/17 às 10:55
  • Oi, Mônica! Beleza? Meu livro de Coaching está quaaaaase pronto. Pretendo lançar no primeiro semestre. Aguarde aí que está ficando demais!!! Fiquei mega feliz em saber que está se sentindo melhor após ler meu artigo. Esse é o objetivo! Bons estudos  Gabi
    Gabriela Knoblauch em 02/02/17 às 10:43
  • Gabi, vc deveria escrever um livro! Não preciso nem comentar que eu adorei, né!? Só de ler o seu artigo que a minha autoestima já muda pra melhor!
    Mônica em 02/02/17 às 08:11