Aprovado no Concurso TCU
O objetivo deste texto é trazer a todos uma entrevista realizada com o Jorge Luiz Bastos Júnior, auditor Federal de Controle Externo do TCU, aprovado no último concurso do Tribunal de Contas da União (TCU).
Aproveitamos para parabenizar o Jorge e todos os outros aprovados (grande parte alunos do Estratégia), bem como agradecer pela entrevista concedida, que servirá de estímulo aos colegas que continuam na luta!
O concurso foi no fim do ano passado, mas só agora temos uma área exclusiva para depoimentos aqui no Estratégia. É bom porque deu tempo do Jorge sentir o clima do TCU e falar um pouco disso também para a gente!
Prof. Sérgio Mendes: Jorge, conte um pouco de sua formação e trajetória:
Jorge: Um pouco? Rsrs. Sou carioca, formado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras e atualmente curso Direito no Centro Universitário de Brasília. Comecei meus estudos em 2007 quando ainda era Oficial do Exército Brasileiro, mais precisamente no dia 29 de setembro, e de uma maneira inusitada: fazendo o concurso do TCU. Só tinha conhecimento de SIAFI e licitações, que eram as áreas que eu atuava no Exército. Pensei que seria um bom pontapé inicial. Foi um massacre! Lembro como se fosse ontem, eu indo todo arrumado para a prova, parecia que estava indo pra missa….rsrsrs deixei todas as discursivas em branco, não tinha a menor ideia sobre as origens do Estado Federal.
Entrei em um cursinho presencial “pacotão” e saí me inscrevendo em todos os concursos que apareciam. Desde o começo sonhava em trabalhar no TCU, porém meu objetivo imediato era passar em algum concurso. Colecionei uma porção de fracassos: FNDE, TST, TJDFT e CGU. Porém a cada concurso que fazia, me sentia mais forte, mais preparado para o próximo. O concurso da CGU eu considero que foi a minha maior decepção, pois foi o primeiro que eu me julgava em plenas condições de passar e tinha estudado toda a matéria. Logo depois que saiu o resultado, também saiu o edital para analista de Planejamento e Orçamento. Não conhecia muito o cargo, porém a banca era a mesma da CGU, a ESAF. Hora da vingança!
Só que depois saíram os editais do Supremo Tribunal Federal e de novo o do tão sonhado Tribunal de Contas da União. Todos na mesma época! Quase entrei em desespero. Só que devido a uma Ação Civil Pública, o concurso do TCU acabou sendo adiado. Tive que fazer um planejamento grande para conciliar as matérias do concurso de APO e do STF, que ainda por cima seriam de bancas diferentes (ESAF e Cespe, respectivamente).
Acabei sendo aprovado nos dois concursos! No Supremo em 4º colocado e no de APO em 7º! Foi um sentimento indescritível. Porém, creio que a empolgação subiu à minha cabeça, e acabou atrapalhando meus estudos para a prova do TCU. Resultado? Nem tive a redação corrigida. “Bola pra frente”, pensei. Depois de um curto período no STF e um longo Curso de Formação, tomei posse no cargo de APO. Apesar da excelente remuneração e da relevância do cargo, sabia que meu coração estava em outro lugar. Só que as previsões de concurso para Auditoria Governamental não eram muito boas para 2009, fiquei um tempo perdido e dividido entre voltar a estudar para o TCU ou começar uma faculdade e aproveitar a vida. Outro concurso que não fosse o TCU, para mim, não valeria a pena.
Decidi pela segunda opção, que se mostrou a mais acertada. Saiu o edital em 2009 sem vagas para Auditoria Governamental. Não prestaria concurso para a área de Obras, minha paixão era a Auditoria Governamental, e pronto! Então, no segundo semestre de 2009 me matriculei no curso de Direito e fui aproveitar a vida! Viagens, festas, tudo o que tinha direito. Livros? Só os da faculdade.
Então, em meados de 2011, o destino colocaria o TCU no meu caminho de novo. Depois de uma cirurgia, precisaria ficar seis meses sem fazer atividades físicas. Pra mim, que malhava todo dia, era o fim do mundo! Logo depois, no dia 3 de agosto, surgiu a autorização para o concurso do TCU, com vagas para Auditoria Governamental. Interpretei como uma mensagem divina; já que ficaria “de molho”, eu iria correr atrás do meu sonho. Só que tinha um “pequeno” detalhe: estava há três anos sem estudar pra concursos, já estava matriculado para o semestre da faculdade, onde veria matérias que não tinham nada a ver com o concurso, como Direito Empresarial e Direito do Trabalho.
Percebi que teria que suar sangue para conseguir a aprovação. Precisava, com o perdão do trocadilho, de
uma ESTRATÉGIA para passar.
Prof. Sérgio Mendes: E qual foi essa sua “Estratégia” depois da autorização do concurso do TCU?
Jorge: Logo depois da autorização, comecei a rever as matérias base, que eu tinha certeza que cairiam no concurso, como Português, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Controle Externo e Auditoria. Acordava às 06 da manhã para estudar, ia para o trabalho às 09 e voltava a estudar na hora do almoço. De noite, na faculdade, levava meu netbook e só fazia exercícios, pois não podia faltar aulas no começo do semestre, estava guardando as faltas para a véspera da prova. Depois que saiu o edital com a primeira prova marcada para o dia 29 de outubro e com os “monstros” Direito Regulatório e Economia da Regulação, fiquei muito apreensivo, achava que não daria conta de ler toda a matéria. Foi aí que resolvi apostar nos cursos online do Estratégia. Simplesmente comprei o pacote completo de cursos para o TCU e abandonei os livros. Precisava otimizar o tempo da melhor maneira possível.
Prof. Sérgio Mendes: E essa aposta deu certo?
Jorge: Com certeza! Consegui tirar férias do trabalho um mês antes das provas. Acabei me “mudando” para a biblioteca da faculdade, só saía de lá à noite depois que me expulsavam. Entrei em um ritmo alucinante, só pensava no TCU o tempo todo, inclusive sonhava com as provas e com o Tribunal. Meus colegas de faculdade perceberam meu esforço e passaram a ficar na torcida por mim. Um dia antes da prova, me mandaram mensagens no celular me incentivando, mesmo eu estando “foragido” das aulas… No fim de semana das provas, estava incrivelmente calmo e confiante, talvez pelo fato de que eu tinha conseguido fechar o edital e revisar as matérias mais difíceis. O estado de espírito durante uma prova é um fator essencial.
Prof. Sérgio Mendes: Quais foram os principais erros e acertos durante sua preparação?
Jorge: Acho que o principal acerto foi ter feito vários concursos durante a preparação. Vejo muita gente que fica “se guardando” para o concurso que sonha e acaba ficando muito nervoso na hora. Não pode ter medo da prova, afinal uma reprovação não é o fim do mundo! Sempre haverá o dia de amanhã, com novas oportunidades. Meu erro principal foi não ter segurado a euforia e a ansiedade em 2008 depois das aprovações e não ter me dedicado como deveria para o concurso do TCU daquele ano, já que estava no auge, em um alto nível de preparação.
Prof. Sérgio Mendes: Como é a vida no Tribunal de Contas da União?
Jorge: Maravilhosa!
Realmente é um órgão diferenciado na administração pública federal. O trabalho é árduo, mas o Tribunal dá todas as condições para que o servidor desempenhe muito bem o seu papel. Há inúmeras oportunidades de aperfeiçoamento e várias áreas de atuação. Sem contar que dá um baita orgulho quando se vê uma notícia sobre a atuação do TCU nos jornais e revistas. E hoje em dia isso é muito comum, o que demonstra a importância do Tribunal de Contas da União para o povo brasileiro.
Inclusive acabou de sair o edital para TEFC, e já recomendei para todos os meus amigos esse concurso! Ainda não conheci um Auditor ou um Técnico insatisfeito no TCU. Deve ser um bom sinal, né?
Prof. Sérgio Mendes: É verdade que você tem um blog com dicas de preparação?
Jorge: É verdade sim. Eu acho que é uma maneira de retribuir a benção que foi essa aprovação no TCU. Via muitos amigos sofrendo, estudando de maneira errada, com medo de prestar concurso. Resolvi então criar um blog para compartilhar algumas experiências. O endereço é http://saojorgeconcurseiro.blogspot.com.br/
Prof. Sérgio Mendes: Todos os concurseiros passam por muitas dificuldades na caminhada até a aprovação. Que palavras você gostaria de transmitir a quem continua sonhando com a conquista de um cargo público?
Jorge: A partir do momento que se decide entrar no mundo dos concursos, é proibido desistir! Cedo ou tarde os resultados virão. Nunca tenha medo de algum concurso e sempre dê o seu melhor. Tudo o que você abdicar agora em prol dos estudos, receberá com juros no futuro. E mesmo depois de aprovado, não desista enquanto não estiver no cargo que você deseja. Não há dinheiro no mundo que pague a felicidade de exercer o cargo que você tanto almeja.
Pra finalizar, uma frase do inesquecível Ayrton Senna:
“Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si.”
Um grande abraço e sorte nos concursos para todos os amigos do Estratégia!
Jorge, eu que agradeço sua imensa colaboração. É muito importante para os concurseiros depoimentos motivadores como o seu. É uma história de sucesso, construída passo a passo. Isso mostra para os que ainda estão na luta que é possível vencer todas as dificuldades e chegar ao tão sonhado obejtivo.
Forte abraço!
Sérgio Mendes