Aprovado no concurso PRF 2019
“Quando saiu o edital, na manhã do mesmo dia eu sentei e imprimi os calendários até a data da prova, tracei meu plano de estudos, as matérias a serem estudadas, a divisão de horas, preenchi absolutamente TODOS os dias do calendário com atividades, exceto a tarde/noite das vésperas de Natal e Ano Novo, e as manhãs subsequentes. Na época do edital aberto recebemos familiares e amigos, pois meus pais moram no litoral, porém eu me mantive trancado no quarto o tempo todo. Nessa reta final minha postura foi bem radical, como eu acredito que deveria ser.”
Confira nossa entrevista com Vinicius Augusto Lechiv, aprovado no concurso da Polícia Rodoviária Federal em 9º lugar para o estado de Rondônia (3ª turma):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Vinicius Augusto Lechiv: Me chamo Vinícius, sou natural do Paraná, mas durante os estudos eu estava morando em Santa Catarina. Tenho 28 anos, 27 à época, e sou formado em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Vinicius: Então, em 2015 eu me formei na Universidade e estava completamente perdido em relação ao meu futuro, nunca me imaginei trabalhando de terno e gravata dentro de um escritório ou cartório, até porque meu sonho de criança sempre foi ser policial. Lembro que durante a faculdade, quando se falava em concurso da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, imediatamente citavam a banca CESPE, e a prova de verdadeiro e falso na qual uma errada anula uma certa. Eu sempre pensei “isso não é pra mim, nunca fui muito de estudar, sempre na média, pra passar em uma prova dessas eu preciso estar muito acima”. Em 2016, um tanto frustrado com minha formação e a situação do país, eu me mudei para os Estados Unidos como estudante, fiz inglês e permaneci lá por 1 ano, até que retornei por motivos pessoais e familiares.
Em 2017, eu fiz um Curso em Transações Imobiliárias, mas nunca cheguei a ter o CRECI. No início de 2018 as conversas dos concursos policiais que estavam por vir eram fortes e naquela situação que eu estava eu pensava que a aprovação só dependeria de mim. Conversei com um colega que é PRF do concurso de 2013, um amigão, que me esclareceu acerca dos trabalhos exercidos tanto pela PF e pela PRF, tendo eu optado pela segunda.
Estratégia: Durante sua caminhada como concursando, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Vinicius: Eu comecei a estudar no fim de março de 2018, eu fazia artes e anúncios para algumas imobiliárias para conseguir um dinheiro, ajudava na divulgação de empreendimentos e quando não tinha nenhum trabalho eu estudava. Foi assim até a saída do edital da PF, a partir daí eu fiquei só em casa estudando (focado na PRF). Graças a Deus meus pais me deram condições de estudar por esse ano inteiro, estavam felizes com minha dedicação e empolgados, pois sabiam que era isso que eu queria.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Vinicius: Durante 2018 eu fiz o concurso da Polícia Federal, não sendo aprovado devido às diferenças em algumas matérias que dei preferência para a PRF. Fiz também o concurso da PCPR tendo sido aprovado, porém não cheguei a ser convocado para o TAF. Por fim veio o da PRF, com edital em novembro e a prova em Fevereiro de 2019, no qual graças a Deus fui aprovado, passei por todas as fases e convocado para o CFP.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Vinicius: Então, até a publicação do Edital da PRF, na madrugada do dia 28 de novembro de 2018, eu estudava durante a semana, dividindo meus dias em 3 matérias por dia, e em alguns sábados eu também fazia algumas revisões pela manhã. Eu não estive 100% o tempo todo, tem fases que você acaba ficando um pouco desmotivado, nessas horas a disciplina te sustenta. Quando saiu o edital, na manhã do mesmo dia eu sentei e imprimi os calendários até a data da prova, tracei meu plano de estudos, as matérias a serem estudadas, a divisão de horas, preenchi absolutamente TODOS os dias do calendário com atividades, exceto a tarde/noite das vésperas de Natal e Ano Novo, e as manhãs subsequentes. Na época do edital aberto recebemos familiares e amigos, pois meus pais moram no litoral, porém eu me mantive trancado no quarto o tempo todo. Nessa reta final minha postura foi bem radical, como eu acredito que deveria ser.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Vinicius: Não sou casado nem tenho filhos, namoro há praticamente 8 anos. Acredito que o sonho de ter uma família, construir um futuro junto com quem amamos, foi fator determinante pra acender um fogo dentro do peito durante os estudos. Eu morava com meus pais na época, minha namorada morava no Paraná. Tanto minha família como minha namorada me apoiaram sempre, eu voltei dos Estados Unidos por eles pra falar a verdade. Minha namorada conta que em 2015 ela ficava muito triste em me ver perdido, infeliz com minha formação, até por isso apoiou minha ida ao exterior. Meus pais sempre me apoiaram em tudo, mas com responsabilidade. Nunca foram impulsivos, sabiam me controlar e colocar meus pés no chão, minha namorada também. Quando eu decidi estudar para concurso eu fui conversar com meus pais para eles “patrocinarem” um curso online. Depois de muita pesquisa eu acabei optando pelo Estratégia. Na época eles compraram o pacote PF/PRF. Eu dividia conhecimentos pra aprender mais (a gente aprende mais quando ensina), não existia nenhuma cobrança ou pressão no meu relacionamento, pelo contrário, era uma motivação gigantesca estar ali estudando e batalhando com eles do meu lado.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Vinicius: Depende de várias coisas, condições financeiras do candidato, área de interesse, entre outros. Pra mim, vale a pena se você mantiver o foco em um concurso só. Porém, pra quem estuda para área policial, pra alguma instituição específica, vale a pena fazer os concursos policiais que vierem pelo caminho, tanto pela experiência como pela oportunidade. Por outro lado, fazer concurso não é barato, muitas vezes envolve viagens, hospedagem e inscrições, o que pode pesar no bolso de muita gente.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Vinicius: Eu estudei do fim de março de 2018 até a véspera da prova, dia 2 de fevereiro de 2019. Confesso que não foram todos os dias, não consigo contabilizar o tempo líquido em meses, porém nesse período eu estava sempre consumindo conteúdo.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Vinicius: Sim. Eu imprimi o último edital e ia estudando por módulos que eu criava, contendo determinada quantidade de matérias. Quando ia terminando os assuntos e as matérias, eu usava o grifa texto para marcar no edital que eu já havia completado. Quando saiu o novo edital, eu marquei todos os assuntos já batidos no novo edital e segui dali os que ainda faltavam. Após a publicação faltavam pouquíssimos assuntos, consegui estudar bem a parte de trânsito que veio com 40 questões de 120, e revisar muitas outras. Eu também fazia simulado todos os domingos! O sonho em pertencer me arrastava quando eu caía. De alguma forma eu condicionei meu cérebro a estudar imaginando eu já trabalhando, aquilo dava um calor no peito, um frio na barriga e uma sensação que eu acho que só o concurseiro vocacionado de carreira policial entenderia.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Vinicius: Eu adquiri o pacote do Estratégia principalmente pelos PDFs. Apostilas muito completas, a maioria com mais de 100 páginas, com resumos e exercícios. Estudando online e em casa eu conseguia administrar melhor meu tempo, não perdia me deslocando para unidades físicas. Não dava prioridade para vídeo aulas, apenas em assuntos mais complexos ou de difícil entendimento (nesses casos eu lia o PDF e assistia a aula). Além disso, assinei um site que você criava blocos de questões, selecionando banca, assuntos e os cargos, hoje o Estratégia possui o próprio. Também participei de um grupo de simulados, realizava simulados todos os domingos nos horários que geralmente as provas aconteciam. Tudo isso me ajudou muito a chegar no dia com tranquilidade e sair da prova confiante e com a consciência tranquila.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Vinicius: Eu dividia meus estudos em módulos, com no máximo 5 ou 6 matérias por módulos. Eu estudava 3 matérias por dia, em média 3h cada uma, variando pra mais ou pra menos, dependendo da quantidade de exercícios, tamanho do PDF ou até mesmo cansaço. Sempre que eu terminava um PDF eu fazia o resumo ou copiava o resumo que tinha para um caderno e respondia questões. Os intervalos variavam de 30 a 60 minutos. Uma coisa interessante que eu fazia que acabei descobrindo sozinho – durante a leitura eu ficava ouvindo frequências sonoras para concentração e memorização, isso me deixava muito focado e o tempo passava muito rápido, não era cansativo.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Vinicius: Português era uma dificuldade que eu trouxe da prova da PF e me comprometi a estudar muito para a PRF. Confesso que abandonei física pois o custo benefício para mim estava sendo muito ruim. Eu não estava conseguindo compensar o tempo estudado com a evolução nas questões, então acabei dando preferência pra outras matérias.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Vinicius: Eu viajei para o local da prova quase 1 semana antes, gosto de me ambientar com o local, me acostumar e ficar mais tranquilo. Foi uma semana mais de vídeo aulas e revisões, cheguei a fazer um simulado na semana que antecedeu a prova mas sabia que o trabalho tinha sido feito.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Vinicius: Sempre tive uma facilidade com redação, gostava de ler histórias e matérias, então o que mais dificultava essa etapa era a parte da construção correta, uso correto das normas do português. Eu assisti alguns vídeos no YouTube mesmo, com a Professora Janaína, que hoje está com o Estratégia.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Vinicius: Sempre me exercitei, sempre gostei muito de academia, mas na corrida eu era um fracasso. Comecei a correr devagar em abril de 2018, logo após começar os estudos e nunca mais parei. Meu pai sempre correu, então as corridas de fim de semana era meu momento com ele, nossa terapia, é uma das coisas que mais sinto falta hoje do outro lado do país.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Vinicius: Eu não sei se foram erros ou acertos, mas em alguns períodos eu acabei deixando de estudar por alguns dias ou algumas semanas. Talvez nesses períodos eu poderia ter me preparado melhor e conseguido algumas colocações, porém foram importantes para eu dar uma espairecida e uma descansada.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, o que te motivou a seguir em frente?
Vinicius: O mais difícil são as abdicações, mas que acabam valorizando ainda mais a conquista. É como dizem, se você está atravessando o inferno, não é uma boa ideia parar, então desistir nunca será uma opção.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Vinicius: Difícil descrever, é uma sensação muito boa, mas tudo que vem a partir dali é melhor. Lembro que ver o nome na lista dos aprovados foi sensacional, mas ver o nome na lista da convocação para o CFP foi melhor ainda! E aí vem o Curso de Formação, matrícula, instruções e a tão esperada formatura! Aí você vê seu nome no Diário Oficial da União com a nomeação, até que chega frente a frente com seu superintendente, recebe o termo de posse em mãos, assina seu nome e se torna finalmente aquilo que sempre sonhou.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Vinicius: Posso dar um conselho que eu daria para o Vinícius de 10 anos atrás, lá em 2010/2011. ESTUDE, comece e não pare. Um dia após o outro, página por página, apostila por apostila, um dia melhor que o outro. Só depende de você! Mantém!
Obrigado pela oportunidade em contar minha história. Sucesso para toda equipe do Estratégia e continuem nessa estrada de excelência em preparação para concursos públicos. Forte abraço, Brasil!