Aprovado no concurso da Câmara Municipal de Porto Velho
Confira nossa entrevista com Tálysson Diego Menezes Luciano, aprovado em 2º lugar no concurso da Câmara Municipal de Porto Velho no cargo de Analista Jurídico:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Tálysson Diego Menezes Luciano: E aí, pessoal, tudo bem? Sou graduado em Direito e Pós-graduando em Civil e Processo Civil. Tenho 26 anos, quase 27. Sou de Porto Velho, Rondônia, conhecida como a melhor cidade do Brasil e ocupo, atualmente, o cargo de Analista Jurídico da Câmara Municipal de Porto Velho.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Tálysson: Eu nunca fui o tipo de pessoa decidida, sabe?! Tive dificuldade para escolher a faculdade que iria cursar e, depois de vários momentos de reflexão, optei pelo Direito.
A partir desse ponto, depois de iniciada a graduação, eu tentei visualizar as possibilidades de profissões a serem seguidas, o famoso “leque de opções” que o pessoal do curso de Direito está bem familiarizado, e percebi que o caminho dos concursos públicos me atraía mais. Eu ainda não tinha decidido o foco específico, porém já estava certo de que estudaria para concursos e que não queria ser advogado.
A questão financeira influenciou fortemente na decisão. Vi o serviço público como um meio de melhoria de vida, tanto minha quanto da minha família.
Depois que comecei a estagiar em alguns órgãos públicos (como o Tribunal de Contas do meu Estado), reafirmei essa vontade. De fato, a estabilidade, a rotina, os horários, e todo o conjunto que compõe a atividade pública me pareceram mais compatíveis com o meu perfil.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Tálysson: Aqui a resposta é aquela que mais ouvimos durante a graduação: depende.
Durante os primeiros períodos da faculdade eu “só” estudava. Então, pelo menos em tese, eu dividia o tempo entre o estudo para a graduação e para os concursos. Acontece que, nesse período, eu estava iniciando nesse mundo sofrido do concurseiro. Assim, apesar de ter mais tempo livre, acabei não me dedicando tão bem.
Posteriormente, comecei a estagiar, primeiro na Assembleia Legislativa e depois no Tribunal de Contas. Durante esse período foi que comecei a “despertar”. Dessa forma, mais ou menos por volta do 5º período, eu dividia meu tempo entre estagiar, estudar para a graduação e para concursos (este último, a partir desse momento, com mais afinco).
Todos os estágios que fiz tinham um horário bem tranquilo, razão pela qual eu “perdia” somente o período da manhã. Assim, eu estagiava pela manhã, tirava um tempo à tarde para estudar para concursos, e à noite ia à faculdade.
Depois fui nomeado num cargo comissionado, no Tribunal de Contas, mas a minha rotina praticamente seguiu a mesma. Muito embora houvesse trabalho x faculdade x concurso, a conciliação acontecia de forma despreocupada. É claro que eu não conseguia ter um estudo tão produtivo quanto eu queria. No entanto, o cargo comissionado me ajudou a ter mais tranquilidade e a seguir no meu ritmo. No fim das contas, o mais importante é persistência.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Tálysson: Bom, eu não sou nenhuma máquina de aprovações. No momento, eu já fui aprovado para o cargo de agente administrativo da Superintendência Estadual de Licitações, em 13º de 13 vagas, e para o cargo de Analista Jurídico da Câmara Municipal de Porto Velho, em 2º de 2 vagas. Ou seja, vivo perigosamente.
Agora o foco é Defensoria Pública. Já passei em um cargo de nível médio, noutro de nível superior e almejo, agora, um para membro de carreira jurídica. Quando eu completar esse “tripé” eu aposento dos concursos. Dos estudos para concurso, porque quem escolheu o Direito vai estudar para o resto da vida.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Tálysson: Eu fiquei feliz, é claro. Na verdade, acho que levou um tempo para cair a ficha, sabe. Mas o sentimento também é de alívio. Nós, concurseiros, abdicamos de tanta coisa para nossa preparação. Alguns mais que outros, contudo, todos renunciam a algo para correr atrás dos objetivos. Assim, ver o meu nome na lista de aprovados foi uma confirmação de que estou no caminho certo para o que eu me propus.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Tálysson: De modo geral, posso dizer que sou o bastante caseiro. Então, mesmo antes da preparação para concursos, eu já tinha o costume de não sair muito de casa.
Porém, em situações específicas eu saía, sim. Na minha opinião, uma postura radical pode ser mais prejudicial à preparação. Equilíbrio é fundamental na vida, mesmo na “vida de concurseiro”.
Essa é minha visão e é como tenho levado minha preparação. Todavia, acredito que cada pessoa reage de uma forma diferente a diversas situações. Então, a questão é se conhecer bem.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Tálysson: Sim, eu sou solteiro. Não, não tenho filho. E não, eu não namoro. Agora que eu parei para pensar nisso, fiquei até um pouco triste (brincadeira).
É claro que essas questões (relacionamentos) podem de alguma forma influenciar na sua preparação. Contudo, não chega nem perto de ser fator determinante para a aprovação ou não. Sei de um casal de namorados da minha cidade que passaram juntos para a Defensoria Pública daqui.
Quanto à minha família, eu não tenho palavras. Eu moro com meus pais e eles me proporcionam um ambiente excelente para a busca dos meus objetivos. Isento de muitas preocupações relacionadas a moradia e alimentação, eu consigo me dedicar melhor.
Além disso, meus pais são meus maiores fãs. Acreditam em mim muito mais do que eu mesmo (toda prova que eu fazia, eles falavam que eu já tinha passado). Então, sempre tive o apoio familiar, o que para mim fez e faz total diferença. Melhorar a nossa vida é minha principal motivação.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Tálysson: Entendo que essa questão deve ser analisada com muita calma. Acredito que vale a pena fazer concursos diferentes do objetivo maior, sim. Contudo, não qualquer tipo de concurso.
Nesse ponto, entendo que o fator primordial para responder à questão de que alguém deve ou não fazer concursos diferentes do objetivo final, é a compatibilidade de conteúdo cobrado entre eles.
Se o número de matérias em comum for grande, acho até uma estratégia muito boa. Fazer provas é um excelente termômetro para saber como está seu desempenho – tudo bem que dá de fazer simulado, mas a prova valendo é diferente. Fora a experiência que vamos adquirindo. Esse é um ponto que amadureci o entendimento com as experiências que tive.
Mas, de novo, é importante observar que não existe um certo e errado aqui. Só pessoas diferentes em situações diferentes.
A verdade é que existem muitas variáveis a serem consideradas, como, por exemplo, a questão financeira atual da pessoa, a situação do certame desejado (sem previsão, previsão próxima etc.), bem como a compatibilidade do concurso-meio com o concurso-fim.
No meu caso, hoje ocupo um cargo que considero como “escada”. Meu objetivo final é ser Defensor Público. Com o cargo que ocupo, tenho certa tranquilidade para continuar a perseguir o que eu quero. Essa, também, é outra vantagem.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Tálysson: Específico para o cargo que ocupo hoje (Analista Jurídico), por volta de uns 4 meses.
No entanto, o que aconteceu foi que alguns meses antes teve o concurso para a Assembleia Legislativa do meu Estado. Eu comecei a me preparar para o concurso da ALE, fiz prova, e depois continuei a estudar, em sequência, para o concurso da Câmara Municipal. Eu cheguei, inclusive, a utilizar o mesmo material de estudo.
Como comprei o curso do Estratégia para o cargo de Consultor Legislativo da ALE/RO e vi que se tratava de um material bem completo, utilizei-o para o concurso da Câmara Municipal, visto a compatibilidade das matérias cobradas, bem como tomando cuidado com as diferenças.
Somando os períodos, foi uma preparação de mais ou menos uns 7/8 meses.
É claro que nem sempre fui intenso nos estudos e muitas vezes me frustrei. Porém, é importante observar que a “bagagem” do concurseiro faz diferença. Eu não comecei a estudar para esses dois concursos mencionados do zero. Por isso, considero essencial realizar provas e resolver bastante questões. Experiência de prova conta muito.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Tálysson: Cheguei a estudar sem edital, sim. Mas de forma bem inconstante.
Basicamente, minha preparação começou mesmo bem perto da iminência da publicação do edital do concurso da Assembleia. Depois, continuou um pouco antes de sair o edital do concurso da Câmara. O Intervalo entre esses concursos foi bem curto, o que foi uma vantagem, no sentido de continuidade dos estudos.
Voltando ao ponto de estudar sem edital, algo que tem me ajudado agora nessa nova fase de metas e objetivos, é tentar não me pressionar muito. Acho indispensável termos a percepção de que disciplina não é adquirida do dia para a noite. É um processo.
Manter o foco no que você pode conquistar, bem como no quanto você pode proporcionar para si e para sua família, são formas de manter a animação e consequentemente a disciplina.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Tálysson: Como mencionei acima, eu utilizei o material do Estratégia que comprei para o cargo de Consultor Legislativo da ALE/RO, tendo em vista certa compatibilidade do conteúdo programático cobrado.
O material consistia, como é regra no Estratégia, de PDFs e videoaulas. Somado a isso, eu lia bastante “lei seca” e resolvia muitas questões.
Maior parte do meu estudo se resumiu a ler os PDFs, que abordavam o conteúdo de forma concisa e ao mesmo tempo aprofundada na medida certa.
Para algumas matérias, eu assistia videoaula, quando tinha alguma dificuldade em entender só pela leitura do assunto.
Em resumo, eu só assistia às videoaulas quando tinha dificuldade em entender algo. É um método que, para mim, toma bastante tempo. É o ponto negativo, na minha opinião.
Só que preciso, de novo, pontuar que isso varia de pessoa para pessoa. A forma mais eficiente para cada um é muito pessoal. A dica é: experimente e encontre o que mais seja confortável e produza mais resultados para você.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Tálysson: Conheci a corujinha por meio das redes sociais e pelas conversas com os colegas concurseiros. Por muito tempo namorei os materiais. Hoje, sou assinante vitalício, tenho assinatura do Estratégia Cast e estou esperando a assinatura de Carreiras Jurídicas, viu, coruja?
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Tálysson: Como já vinha de uma rotina de estudos por causa de outro concurso e não tinha muito tempo até a prova do concurso que passei, eu optei por dar prioridade para algumas matérias. Em suma, foquei nos conhecimentos específicos.
Não que tenha deixado as matérias dos conhecimentos básicos totalmente de lado. Mas minha preparação para elas, em específico para esse concurso, foi na base de resolução de questão, estudando um ponto ou outro no PDF. Além de, perto da prova, ter participado de um aulão presencial de um cursinho da minha cidade.
Quanto à estratégia que tive em relação às matérias dos conhecimentos específicos, sim, eu estudei várias ao mesmo tempo. Nunca aderi essa técnica de estudar uma matéria por completo para depois partir para outra. Dessa forma, eu separava as matérias que estudaria por dia da semana e por tópicos exigidos no edital.
Nesse período eu já tinha terminado a faculdade e trabalhava, em média, até 13h30 ou 14h00. Diante disso, aluguei umas daquelas salinhas de estudo e tentei manter uma rotina de umas 6 horas de preparação.
Sempre tive dificuldade com resumos ou outros materiais de revisão, tentava, então, sanar esse ponto com bastante resolução de questão. Eu resolvia MUITAS questões.
Essa foi a minha preparação para esse concurso em específico. O que me faz refletir que saber se adaptar e ser flexível nos seus métodos de estudo conforme a situação é uma qualidade considerável.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em algumas disciplinas? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Tálysson: Sim, tributário foi um desafio para mim. Quando eu tinha mais dificuldade em algum assunto (leia-se vários assuntos), eu buscava outros meios, como assistir videoaulas.
A dica aqui é: se algum método não está funcionado para alguma matéria, é preciso testar outros meios até encontrar aquele que soluciona o problema.
Ah, tem uma frase de um professor que tive que acho bem interessante para essa situação:
“Se não entendeu, então decora”.
Se realmente não conseguir fluir a compreensão do assunto, então decore os pontos principais.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Tálysson: Eu dei uma relaxada na semana que antecedeu a prova. Foi um período quase só de resolução de questões, mas de uma forma bem tranquila.
Não perdendo a chance de se repetitivo, reafirmo: cada um precisa verificar o que é melhor para si. Tem gente que estuda até o último minuto possível e está tudo bem, inclusive eu também já fiz isso.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Tálysson: Acredito que eu poderia ter sido mais organizado. Como já mencionado, eu tenho bastante dificuldade na produção de material de revisão. A revisão é essencial!
Dessa forma, tenho consciência de que poderia melhorar nesse quesito.
Acho que meu ponto forte nesse concurso foi saber o que estudar. Tive uma pitada de sorte ajudando, não posso negar. Dei prioridade para algumas matérias e alguns assuntos, e fui agraciado de eles terem sido cobrados na prova.
Posso considerar outro acerto, o fato de ter resolvido muita questão, já que isso permite ter noção da identidade da banca examinadora. Conhecer o perfil da banca é muito importante.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Tálysson: A maior dificuldade é, com certeza, a incerteza dos resultados. Como eu sempre tive apoio familiar e suporte para batalhar pelos meus objetivos, eu me sentia pressionado a dar resultados positivos. É aquela necessidade de retribuir, de mostrar que valeu a pena o investimento e apoio.
Sobre vontade de desistir, que atire a primeira pedra quem nunca teve. Talvez seja uma fase natural no processo. Porém, reagir a isso é que diferencia aqueles que passam dos que não. Concurso Público é, acima de tudo, sobre persistência!
Até mesmo hoje, quando bate essa vontade, eu analiso como está a minha vida e comparo com o que eu sonho para mim. Quando percebo o quanto eu tenho para conquistar, para fazer, para realizar, eu desisto de desistir.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Tálysson: Sem dúvidas foi a minha família, primeiramente. Eu tenho um imenso desejo de retribuir muito mais aos meus pais por tudo o que eles fazem por mim e pelos meus irmãos.
Depois, eu penso em todas as metas que eu posso realizar, sabe (meu deus, como eu quero conhecer o mundo).
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Tálysson: Bom, meus principais conselhos seriam:
- Comece o quanto antes: muitas vezes eu me pego refletindo “se eu tivesse começado naquela época”. Então, não perca tempo. Estabeleça os objetivos e comece.
- Seja organizado: a organização deixa a sua preparação mais eficiente. É onde eu estou tentando trabalhar em mim, porque percebi na prática que faz muita diferença.
- Não desista: eu nunca esqueci quando uma vez fizeram uma analogia de concurso público com uma fila. Isso mesmo, uma fila. Quanto mais você estuda, mais para frente da fila você vai. Se parar, volta algumas “casas”. E é isso! Concurso Público é persistência. As coisas muitas vezes podem não estar contribuindo, problemas surgem e parece que o sonho está cada vez mais distante de ser realizado. MAS NÃO DESISTA. Uma hora a sua vez vai chegar. No tempo certo. E vai ser lindo!