Aprovado no concurso do Ministério da Economia
“Foi uma sensação de dever cumprido e muita felicidade. Vem à cabeça todo o tempo que você investiu e abdicou para poder conseguir uma aprovação. É uma satisfação muito grande poder ver que todo o esforço valeu a pena”
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Patrick Ramos: Tenho 29 anos e sou do Distrito Federal. Sou graduado em Arquivologia pela Universidade de Brasília e com especialização em Gestão de Documentos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Patrick: Minha decisão em começar a estudar de verdade e com empenho para concursos foi devido a minha insatisfação com o meu emprego à época e com o mercado de trabalho em minha área de formação na iniciativa privada. Eu vivia um período de 8 meses desempregado e sem muitas esperanças e como naquele ano (2017) estava começando a sair bons concursos, eu resolvi entrar nessa disputa.
Quando falo de estudar de verdade e com empenho, se deve ao fato que eu tinha o costume de realizar a inscrição, mas não chegava a estudar de maneira mais contundente e com disciplina. Sempre estudava de forma superficial para as provas, até que acordei e resolvi me dedicar aos concursos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Patrick: Sempre trabalhei e estudei, então sempre tinha pouco tempo para estudar. Minha rotina era trabalhar durante o dia e estudar no período da noite, depois que chegava em casa. Eu aproveitava cada minuto livre para poder estudar, inclusive, estudava durante o horário de almoço no meu trabalho.
Passei a me dedicar inteiramente aos estudos apenas no ano de 2020, pois fiquei desempregado bem no início da pandemia, então aproveitei esse período para me dedicar mais às provas que iriam acontecer (e que foram suspensas posteriormente).
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Patrick: Nos últimos anos vinha conseguindo ter boas notas, mas nunca o suficiente para ser classificado dentro do número de vagas. Esse cenário mudou em 2020, onde consegui minha aprovação para o cargo de Técnico de Arquivo do Conselho Federal de Odontologia, angariando o sexto lugar dentre os aprovados. Mais recentemente, minha última aprovação e classificação ocorreu com o processo seletivo simplificado do Ministério da Economia para o cargo de Arquivista onde conquistei o segundo lugar.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Patrick: Foi uma sensação de dever cumprido e muita felicidade. Vem à cabeça todo o tempo que você investiu e abdicou para poder conseguir uma aprovação. É uma satisfação muito grande poder ver que todo o esforço valeu a pena.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família e etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Patrick: Anos atrás, quando eu estudava para o vestibular, eu fui bastante radical e sequer saía. Dessa vez, eu preferi fazer diferente e não aboli minha vida social totalmente. Eu diminuí bastante atividades sociais e as saídas, mas não as abdiquei totalmente. Em geral, deixava esses momentos para os finais de semana e mesmo assim não eram frequentes. Sempre tentava equilibrar a minha vida social com os estudos para não me deixar sobrecarregar pela pressão da aprovação e também não acabar me desleixando nos estudos.
No meu período de estudo namorei, noivei, casei e me diverti com os amigos e família.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Patrick: Atualmente sou casado e sem filhos. Boa parte dos meus estudos ocorreram enquanto ainda morava com meus pais e, no último ano, já casado. Minha família sempre entendeu a minha decisão e nunca tentaram me desmotivar. Houve contendas, é claro, principalmente por conta da falta de tempo e pressão que eu mesmo colocava sobre mim, mas eles nunca deixaram de me apoiar e sempre me incentivaram.
A verdade é que se cheguei até aqui foi porque tive apoio deles durante todo o tempo.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Patrick: Eu acredito que sempre é possível conciliar estudos de outros concursos diferentes daquele que a pessoa almeja desde que as grades de conteúdos sejam similares. Há sempre matérias que são comuns a vários concursos, então o estudo em um, acaba sendo aproveitado em outro, mas não quer dizer que deva desistir do seu objetivo, porque há outras provas e nem deve deixar de fazer outras provas só porque o seu concurso ainda não saiu.
Além disso, provas que não o foco da pessoa podem servir como um teste para a prova que ela quer. Ela vai poder perceber onde está mais errando e corrigir esses erros até a publicação do edital do tão sonhado concurso.
Eu ainda não cheguei no cargo dos sonhos e vou continuar estudando. Pretendo tentar uma vaga no Legislativo, então minha jornada de estudos não acaba aqui.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Patrick: Assim que comecei a estudar com disciplina e foco, o meu objetivo estava voltado aos concursos da área administrativa. Vinha obtendo bons resultados, mas não satisfatórios o suficiente, então resolvi mudar minha estratégia e realmente focar nas provas da minha área de formação. Havia pouco mais de 12 meses estudando para as provas de Arquivologia, sendo o último mês antes da prova dedicado inteiramente para o processo seletivo simplificado do Ministério da Economia.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Patrick: Já estudei para outras provas sem edital publicado. Para manter o foco, sempre mantive o pensamento que o edital realmente já tinha saído. Assim ficava mais fácil para mim. Se por acaso, o edital saísse durante esse período, eu adaptava o plano de estudos para o novo edital e seguia estudando. Se o conteúdo era o mesmo do que já havia estudado, eu reforçava o estudo, mas se fosse diferente, pelo menos era conhecimento agregado que eu poderia aproveitar em um próximo concurso.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Patrick: Conheci através de um amigo meu que indicou o material e os vídeos do YouTube.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Patrick: Eu estudava várias matérias por dia. Montei um cronograma em que estudava duas disciplinas por dia, sendo elas totalmente diferentes entre si (eu não estudava, por exemplo, duas disciplinas de direito no mesmo dia). Montava resumos do que eu lia e resolvia exercícios. Eu revisava o conteúdo fazendo exercícios e, caso errasse alguma questão, eu voltava aos resumos e/ou fazia releitura da teoria. Nos finais de semana, meu foco era revisar a matéria estudada durante a semana e resolver mais exercícios.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Patrick: Português sempre foi meu “calcanhar de Aquiles”, então passei a focar nessa disciplina revendo a teoria e fazendo bastante exercícios até conseguir entender tanto o conteúdo, quanto a dinâmica de cobrança da banca.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Patrick: Na semana anterior as provas que faço, eu sempre tiro para diminuir um pouco o ritmo e foco em apenas fazer exercícios e revisar as matérias que tive mais dificuldade. Faço isso, inclusive, na véspera da prova. Meu único momento de relaxamento é na noite antes da prova, para que eu possa dormir tranquilo e descansar bastante.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Patrick: Meu maior erro foi a pluralidade de materiais e com focos diversos. E, principalmente, não saber quando era a hora de descansar e quando era a hora de continuar estudando. Isso acabava desgastando a rotina de estudos e causando desmotivação.
Mas o maior acerto foi quando comecei a dar atenção às disciplinas que tinha mais dificuldade e começar a fazer exercícios com mais frequência. Isso ajudou bastante a solidificar o conhecimento.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Patrick: O mais difícil foi me manter motivado, principalmente quando o resultado não era o que eu esperava. Cada reprovação era como um balde de água fria. E, quando a reprovação acontecia por poucos pontos de diferença, a água era simplesmente gelada.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Patrick: As dificuldades na iniciativa privada, sem dúvidas. Foram meses de angústia em um ambiente hostil em que pairava uma neblina de incertezas aliado a péssima remuneração. Essa situação só me causava insatisfação. Era isso que me mantinha motivado todos os dias.