Aprovado em no concurso da PF 2021 para o cargo de Papiloscopista
“Aproveite bem seu tempo. Use seu tempo de lazer para ler e aprimorar sua interpretação de textos e redação; faça desafios que fortaleçam seu raciocínio lógico; aproveite seu tempo em frente ao computador para aprender questões básicas de informática (exemplo: pacote Office); ao consumir filmes ou séries, aprimore uma língua estrangeira (ex: coloque áudio e legendas em inglês); escute aulas enquanto realiza alguma atividade.”
Confira nossa entrevista com Lucas Boeno Oliveira, aprovado em 21º lugar no concurso da PF 2021 para o cargo de Papiloscopista:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Lucas Boeno Oliveira: Meu nome é Lucas, sou natural de Ipatinga – MG e tenho 32 anos. Sou bacharel em Bioquímica e atualmente sou técnico de laboratório do IFMG.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Lucas: Eu buscava, inicialmente, a carreira acadêmica, mas me desestimulei pelo baixo número de vagas e grande subjetividade dos concursos para docência. Meu interesse pela área policial, em particular perícia e investigação, surgiu após uma visita que fiz durante a graduação a um instituto de criminalística e foi reavivado pelos bons resultados que os órgãos policias têm entregado para nossa sociedade. O serviço público, em geral, me atrai pela estabilidade e boa remuneração, garantindo mais segurança à minha família.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Lucas: Eu trabalhei durante todo o período de preparação. A vantagem é que raramente “levava trabalho pra casa”. Eu estudei quase totalmente fora do horário de trabalho, com exceção de áudios (das videoaulas) que eu conseguia escutar no trabalho, dependendo do momento.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Lucas: Fui aprovado no concurso para técnico, nível D, do IFMG, em 2016; cargo que exerço hoje. Posteriormente me classifiquei na primeira fase do concurso da Polícia Federal de 2018, também para o cargo de papiloscopista, mas fui reprovado no TAF. E esse ano, mais uma vez me classifiquei para a Polícia Federal, só que desta vez passei no TAF, graças a Deus. Estou classificado em 21º para o cargo de papiloscopista.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Lucas: Na verdade, quando saiu a lista, eu já tinha bastante convicção que estaria entre os classificados. A felicidade veio quando corrigi minha prova com o gabarito oficial e vi que tinha uma nota boa para meu cargo. Restava apenas a dúvida quanto à redação, mas tinha confiança que atingiria o mínimo. Além disso, como o concurso possui muitas etapas, cada vitória é seguida de uma imediata preocupação com o próximo desafio.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Lucas: Há três anos eu me mudei para outra cidade e me afastei (fisicamente) de familiares e amigos, então isso já diminuiu o convívio social. Aliado a isso, a pandemia nos forçou a ficar ainda mais em casa. Então não foi necessário forçar nada, mas acredito que, se fosse necessário, abriria mão do convívio por um bom tempo; no mínimo, no período pós-edital.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Lucas: Sou casado e tenho um filho de 3 anos; moro com eles apenas. Minha esposa é minha maior apoiadora nessa caminhada, muitas vezes acreditando mais do que eu. Ela me ajudou a organizar meus estudos, cuidou de praticamente todos os assuntos da casa depois do edital aberto (para que eu estudasse mais), contratou os profissionais e organizou minha rotina de treino para o TAF e ainda agendou minhas consultas e exames médicos necessários. Boa parte dessa conquista é mérito da minha esposa, que é um presente de Deus para mim. Meu filho, obviamente, pela idade, tem dificuldade de entender os motivos de eu não poder passar mais tempo com ele, mas, depois de uma conversa, ele acaba aceitando. Mas a presença dele me dá muita força e me ajudou na preparação. Os demais familiares que sabem que estou fazendo este concurso sempre me apoiaram, mesmo à distância: pais, sogros, irmãos e cunhados; todos estão torcendo muito por mim.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Lucas: Isso tem que ser analisado caso a caso. Depende da situação da pessoa: finanças, tempo livre, desempenho (em questões e simulados), similaridade entre as disciplinas cobradas, proximidade entre as provas, etc.
Como experiência pessoal, eu trabalho hoje em um cargo de técnico administrativo, de nível médio. Nunca foi meu objetivo final, mas deu estabilidade para minha família e isso me possibilitou a classificação para a PF. Então, eu aconselho que tenham um concurso dos sonhos, mas não deixem de olhar as possibilidades ao redor.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Lucas: Para o concurso de 2018, já havia começado estudos esporádicos no ano anterior (2017), mas me foquei realmente com o edital publicado. Em 2019 estudei muito pouco. Retomei em 2020 e intensifiquei muito desde o começo do ano de 2021.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Lucas: Sim. Eu tinha muita convicção de que um novo concurso viria, além disso, o conteúdo é muito grande e difícil. Seria impossível me preparar somente após a publicação do edital. Saber disso me manteve em alerta.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Lucas: No começo, utilizei videoaulas e posteriormente, utilizei mais PDFs. Como disse, no trabalho também escutava os áudios das videoaulas, para aproveitar o tempo.
Acho a videoaula mais adequada para aprender um conteúdo novo, pois possibilita mais recursos didáticos ao professor, porém, pode ser limitada e não é boa para revisão. A leitura de PDFs é mais rápida pra quem já teve contato com a matéria, mas pode ser muito densa e difícil para um primeiro contato. Particularmente, gostava muito do “Passo estratégico”.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Lucas: Pelas aulas no Youtube e indicação de um amigo.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Lucas: Eu particularmente perdia muito tempo planejando os estudos, nunca achava que estava bem equilibrado e vivia reorganizando meu cronograma. Quando o edital saiu, o Estratégia publicou as “Trilhas estratégicas” para o concurso, e eu decidi me guiar por elas. Talvez houvesse maneira melhor de estudar, mas foi ótimo não ter mais que me preocupar com o planejamento.
Antes do edital publicado, eu estudava 2 horas, ou menos por dia. Após o edital, passei a estudar 6 horas diárias, ou mais (quando possível).
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Lucas: Minha maior dificuldade foi a Estatística. Para tentar superá-la, retornei às videoaulas e dediquei um tempo maior a ela. No final, a prova de Estatística veio muito mais difícil, ainda assim, consegui 3 pontos líquidos. A prova do concurso tem 120 questões, não é preciso saber todas as matérias, o importante é passar.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Lucas: Eu já gastava todo meu tempo livre estudando. Na semana de véspera, continuei estudando ao máximo. A véspera da prova foi um dia de estudos, “marretando” fórmulas de estatística e física, dados para utilizar na redação e resumos de informática. Não utilizei quase nada que reforcei na véspera, mas essa prática me ajuda a ir mais confiante para a prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Lucas: Confesso que não dediquei muito tempo à redação. Meu desempenho sempre foi satisfatório (desde a época de meu vestibular) e precisava me dedicar à prova objetiva. Eu dediquei mais tempo recolhendo dados para utilizar na argumentação do que treinando minha escrita. Acredito que com a prática da leitura, escrever um texto se torna algo natural. Eu aconselho que mantenham a leitura como prática frequente, seja de livros didáticos, de ficção, de autoajuda, a Bíblia, notícias, quadrinhos; talvez qualquer coisa, exceto redes sociais. Também aconselho buscar, como eu, dados para utilizar em temas prováveis: estatísticas do “Atlas da violência”, números relativos às operações da PF, etc.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Lucas: Minha preparação foi muito intensa. Apesar de ter mantido uma quantidade mínima de exercícios, eu interrompi totalmente meus treinos nas semanas que antecederam a prova objetiva. Dessa forma, perdi muito desempenho. O intervalo entre a prova objetiva e o TAF foi mais curto, agravado por toda a situação da pandemia. Como disse, reprovei no TAF em 2018, então não dei chance ao azar e contratei profissionais para me ajudar. Personal trainer, professora de natação e nutricionista.
Para a etapa de exames médicos, minha esposa tem todos os méritos, porque, enquanto eu me preocupava com o TAF, ela agendou todos os exames e consultas necessários.
As demais etapas ainda não estou dedicando, mas assim que a etapa médica passar, novas preocupações ocuparão o lugar dela.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Lucas: Eu perdi muito tempo planejando e replanejando meus estudos no ano passado. Também me arrependo particularmente da maneira que abordei o Direito Administrativo, pois é um conteúdo muito extenso e pouco cobrado na prova; deveria ter usado apenas material resumido.
Acredito que meu grande acerto foi perseverar. Manter estudos, mesmo que irregulares, um ano antes da publicação do edital. Adicionalmente, de forma inconsciente, acertei em construir uma boa base para diversas matérias. Mesmo antes de pensar neste concurso, já possuía bom conhecimento de química e biologia (devido a minha graduação), português e redação, o conteúdo mais básico de informática e um preparo para raciocínio lógico e física.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Lucas: O momento mais difícil foi a reprovação no TAF de 2018. Foi uma sensação muito ruim ver minha vaga se perder por 4 cm (que foi a distância que faltou no salto horizontal). A possibilidade de desistir sempre rondou meu pensamento, mas a vontade de continuar sempre prevaleceu. Acredito muito em Deus, que Ele tem um plano para tudo e tudo que Ele faz é perfeito. Eu acredito que mesmo minha reprovação foi para melhor.
Além disso, todos os motivos que me fizeram tentar em 2018 permaneciam. A carreira ainda é muito boa, trabalho interessante, instituição respeitável, boa remuneração, boas lotações, estabilidade. Tudo continuava lá, por isso, eu tinha que continuar perseguindo.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Lucas: Minha família é minha maior motivação. Mas dou crédito especial ao meu filho. Eu sempre senti que ser aprovado na PF e superar a reprovação de 2018 era um exemplo de dedicação e resiliência que eu, como pai, deveria dar a ele. Além disso, trabalhar na PF trará mais orgulho e segurança financeira a toda minha família.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Lucas: Encontre uma carreira que realmente te motive e se dedique. Descubra sua melhor maneira de estudar, focando no que te der mais resultado, independente do seu gosto pessoal ou da opinião dos outros.
Além disso, aproveite bem seu tempo. Use seu tempo de lazer para ler e aprimorar sua interpretação de textos e redação; faça desafios que fortaleçam seu raciocínio lógico; aproveite seu tempo em frente ao computador para aprender questões básicas de informática (exemplo: pacote Office); ao consumir filmes ou séries, aprimore uma língua estrangeira (ex: coloque áudio e legendas em inglês); escute aulas enquanto realiza alguma atividade.
Por fim, seja constante e perseverante.