Aprovado no concurso PGE SP
Confira nossa entrevista com o Hugo Vechiato Betoni, aprovado em 57º lugar no concurso PGE SP para o cargo de Procurador do Estado:
Estratégia Concursos: Qual sua idade? De onde você é? Em que ano se formou?
Hugo Vechiato Betoni: Tenho 26 anos. Sou de Presidente Prudente -SP. Formado em Direito, em 2015.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que Procuradoria? O que te atraiu nessa carreira?
Hugo: Desde o início da faculdade de Direito já pensava em prestar concurso, e a ideia foi se consolidando por meio de estágios realizados em carreiras públicas. Decidi focar em Procuradorias, porque tive uma boa experiência de estágio na Procuradoria da Fazenda Nacional, e alguns excelentes professores Procuradores. Também me atraiu a existência de concursos sem exigência de “prática jurídica”, diferentemente das demais carreiras de mesmo nível.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava, ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Hugo: Comecei a estudar para concursos a partir do quarto ano de faculdade. No quinto ano, parei de fazer estágios e já realizei um cursinho preparatório em conjunto com a faculdade. Durante o primeiro ano de formado, dediquei integralmente aos estudos. Em seguida, assumi o cargo de Procurador Municipal de Presidente Prudente, e passei a conciliar trabalho e estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Hugo: Analista Judiciário TRF3 (2014); Analista Judiciário TRT2 (2014); Escrevente TJ/SP (2015); Procurador Municipal de Presidente Prudente (2016 – 3º colocado); Procurador Estadual MT (2016); Procurador Municipal BH (2017); Procurador do Estado SP (2018 – 57º colocado).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Hugo: É uma sensação maravilhosa de ver anos de esforço serem recompensados.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Hugo: Sempre fui dedicado aos estudos, desde o período escolar e durante toda a faculdade, por isso não precisei fazer grandes mudanças na rotina. Procurava me dedicar muito durante a semana, aproveitando cada instante do dia. Assim, podia relaxar um pouco no fim de semana, passar tempo com a família e amigos, sem peso na consciência.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Hugo: Durante toda a preparação, tive períodos que morei sozinho e outros com os pais. Períodos com namorada e solteiro. Minha família sempre apoiou, respeitando os momentos de concentração. Nas épocas de maior pressão, a tendência é culpar as pessoas próximas, o que é um grande erro. Não existe ambiente de estudo perfeito. Estudar requer algum grau de isolamento, mas ninguém suporta a solidão absoluta.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Hugo: Nas carreiras mais difíceis, em que o tempo de preparação tende a ser maior, é interessante buscar um cargo que seja “trampolim” para o objetivo final. Além de trazer estabilidade para continuação dos estudos, agrega experiência prática que pode ser uma vantagem em provas escritas e orais, e para o próprio exercício da futura carreira.
No meu caso, embora o foco tenha sido Procuradoria Estadual desde o começo, consegui aprovação e exerci os cargos de Procurador Municipal, por 9 meses, e Analista Judiciário do TRT2, por 1 ano e 6 meses.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Hugo: Foram 4 anos e meio de estudo direcionado para Procuradorias Estaduais até a nomeação.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Hugo: Focar apenas em uma carreira é melhor, mas acho importante evitar que se passe muito tempo sem fazer nenhum concurso. No meu caso, quando não havia concursos de Procuradoria Estadual em andamento, procurava prestar outras carreiras em que aproveitava o máximo de matérias comuns, como Procuradorias Municipais, Analista Judiciário, e até Magistratura e MP. Estabeleci a estratégia de prestar pelo menos uma prova a cada 3 ou 4 meses, acho que isso me ajudou a manter a concentração. Se a falta de concursos for muito longa, é interessante ao menos fazer simulados da forma mais realista possível.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Hugo: Estudei de todas as formas possíveis e considero importante a variação. Independentemente do material escolhido como base, procuro evitar um estudo “passivo” (apenas ler ou ouvir), criando meu próprio material resumido. A forma de resumir que mais funcionou para mim são os “flashcards”.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Hugo: Através de amigos concurseiros que elogiaram cursos do Estratégia.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todos que estudam para concurso público é a quantidade de assuntos para memorizar. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Hugo: No começo estudei todas as matérias simultaneamente, para criar uma base. Depois, passei a estudar três matérias por vez, e no final apenas uma. Procurava resumir a matéria por meio de “flashcards”, que facilitavam a revisão. Estudei por tempo integral durante 2 anos, cerca de 8 horas por dia. Quando comecei a trabalhar, estudava cerca de 5 horas por dia, aproveitando todos os intervalos possíveis, ainda que de poucos minutos.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Hugo: Faltando uma ou duas semanas para a prova, eu costumava fazer um simulado, da forma mais realista possível, para quebrar a ansiedade e definir os pontos fracos que precisavam ser corrigidos. Na véspera, apenas estudos leves e uma caminhada ao ar livre.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Hugo: Para provas discursivas, torna-se ainda mais importante fazer simulados ou provas antigas, sempre com gabarito para conferência. Somente assim você irá entender o objetivo, que é “escrever aquilo que o examinador quer ler”. Isso evitará a péssima sensação de ver o gabarito depois da prova e perceber que sabia a resposta, mas não escreveu.
Estratégia: Como foi sua preparação para a prova oral?
Hugo: Minha preparação para prova oral foi por meio de curso específico do Estratégia, que montou uma equipe de professores altamente capacitados, todos membros da carreira, além de assistência por psicóloga e fonoaudióloga.
Formamos um grupo de candidatos e fomos submetidos a bancas simuladas, que procuraram testar todos os nossos limites, tanto de conteúdo jurídico, como de estabilidade psicológica, que é a grande preocupação da prova oral.
Como resultado, a prova foi mais fácil do que o próprio curso, e consegui subir muitas posições na classificação, ingressando no número vagas do edital e garantindo minha nomeação.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Hugo: Meus maiores erros foram comportamentos de autossabotagem: achar que, em certos momentos, os estudos não estavam rendendo por um ou outro motivo, sendo que a única explicação verdadeira era preguiça e falta de determinação.
Meu maior acerto foi entender, desde o começo, que seria impossível saber todo o conteúdo. Compreender que é necessário focar primeiro em ter uma base ampla e sólida, para nunca errar as questões fáceis e, quando estiver diante de uma questão difícil, manter a calma e construir a resposta da forma mais qualificada possível.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Hugo: O mais difícil foi manter a concentração depois de muitos anos de estudo. O momento em que mais pensei em desistir foi justamente logo após a primeira fase do concurso da Procuradoria do Estado de São Paulo. Eu sabia que tinha feito uma prova abaixo da minha média e tinha certeza de que não seria aprovado.
No entanto, a prova realmente havia sido difícil para todos, a nota de corte foi inferior ao esperado e consegui passar para a segunda fase. Esse susto me levou a estudar mais do que nunca nos meses seguintes e resultou na minha aprovação.
Muitas vezes a pressão pela aprovação nos leva a um turbilhão de emoções que distorcem a realidade, fazendo com que as coisas pareçam ainda mais difíceis. Portanto, analisar as situações de forma racional é essencial para manter a calma necessária para a aprovação.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Hugo: Exercer uma função pública relevante.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Hugo: Cultive, durante toda a caminhada, a autoconfiança e a certeza da vitória. Não espere uma motivação externa, seja o maior defensor dos seus próprios sonhos.