Aprovado no concurso PC RS
“A mensagem, embora clichê, é: não desista! Muitas pessoas e acontecimentos vão te colocar pra baixo, mas o caminho do concurso público tem que ser trilhado sempre olhando para frente e com foco no objetivo final. Durante o curso na graduação era um aluno bem medíocre e depois de formado fiquei anos sem estudar. E, mesmo assim, com esforço e dedicação, consegui a aprovação. Se eu consegui, absolutamente qualquer pessoa pode conseguir”
Confira nossa entrevista com Fernando Casagrande, aprovado no concurso da Polícia Civil do Rio Grande do Sul:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Fernando Casagrande: Sou formado em Direito desde 2011, tenho 31 anos e sou de Cachoeiro de Itapemirim-ES
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Fernando: Após alguns anos advogando, percebi que não gostava muito. A falta de estabilidade financeira também pesou bastante para que eu começasse a estudar para concursos. Escolhi a área policial, porque sempre tive bastante admiração pela instituição da polícia, além de ser uma função que eu acredito que irá me trazer realização profissional e pessoal.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Fernando: Com exceção de alguns meses em 2017, a maior parte dessa jornada eu trabalhava e estudava. Experimentei por um tempo ficar só estudando, mas além das dificuldades financeiras eu não me adaptei a ficar “só” estudando. Preferi conciliar estudo com trabalho, mesmo que eu pudesse estudar apenas algumas poucas horas por dia.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Fernando: Anteriormente, fui aprovado na PCMS para o cargo de escrivão de polícia. Não lembro a colocação, acredito que em 19º. Depois que fui aprovado na PCRS, fiquei um tempo afastado dos estudos. Voltei a fazer concursos no ano passado, tendo sido aprovado na primeira fase de delegado da PCES, mas o concurso se suspenso atualmente.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Fernando: Foi de muita felicidade. O tempo e custo investido na preparação são finalmente recompensados quando somos aprovados. Durante toda a preparação somos bombardeados com dúvidas e pensamentos negativos, então a aprovação é um sopro de ânimo e de muito alívio.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família e etc. ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Fernando: Por um tempo, eu tive uma vida um pouco radical, mas pessoalmente acho que não me fazia bem, porque aumentava minha ansiedade e eu sentia mais a pressão de ter que “passar logo”. Assim sendo, nos finais de semana eu saía normalmente com amigos, família, cinema, etc. Escolhi uma postura mais “devagar e sempre”, estabelecendo uma rotina que eu pudesse seguir sem tanto sacrifício e que eu sabia que não iria me esgotar e me desmotivar a continuar estudando.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Fernando: Tenho namorada, sem filhos. Moro sozinho. Quando comecei a estudar voltei a morar com minha mãe para economizar. Porém, embora tivesse apoio dos meus pais, me pressionavam constantemente para que eu fosse aprovado logo e em um cargo muito bom. Isso fez com que eu ficasse cada vez mais ansioso e tive uma piora na minha saúde física e mental. Daí, por conta disso, acabei voltando a trabalhar e a morar sozinho, o que foi ótimo para mim.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Fernando: Acredito que cada um tenha que decidir isso baseado na sua própria experiência. No meu caso, eu não gostava do que eu fazia e não sabia se iria “aguentar” tempo suficiente estudando para meu cargo dos sonhos, que é Delegado de Polícia. Logo, preferi me dedicar para ser aprovado em um cargo “mais fácil” e assim ter certa estabilidade para continuar estudando. Além disso, ser aprovado para o cargo de escrivão me deu ânimo, pois mostrou que concurso público é algo possível caso eu me dedicasse. Assim sendo, acho que vale muito a pena fazer um concurso intermediário para depois buscar o concurso dos sonhos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Fernando: Em 2015 eu comecei a estudar, porém não passava de alguns meses e desistia. Apenas no início de 2017 comecei a estudar mais focado. Assim sendo, para o concurso da PCRS, estudei cerca de 1 ano para ser aprovado.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Fernando: Eu tinha (tenho) dificuldade para me motivar a estudar sem ter edital publicado, mas cheguei a estudar a maior parte do tempo sem que houvesse um edital publicado. Para manter a disciplina eu faço um compilado dos editais do cargo que almejo e me concentro nas matérias que sempre caem, como português, direito constitucional, direito penal, etc.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Fernando: Pessoalmente, eu gosto bastante de livros e PDFs. Os PDFs do Estratégia foram fundamentais para me dar uma ideia geral sobre as matérias e aprofundamento em diversos pontos que me foram muito úteis para compreensão de vários temas. Videoaulas e aulas presenciais acaba que não consigo permanecer focado por muito tempo, então raramente uso.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Fernando: Através da internet, buscando no Google por cursos de concursos.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Fernando: Por dia eu estudo de 2 a 3 matérias, a depender dos meus horários. No início, foquei basicamente na leitura de PDFs e fazia alguns poucos exercícios por dia. Com o passar do tempo, comecei a dividir meu tempo entre leitura de lei seca, exercícios e leitura de jurisprudência. Nunca fui muito de fazer resumos, fazendo apenas apontamentos do que eu lia e achava interessante.
Monto meu plano de estudos de acordo com o edital, sendo que, em média, estudo 3 horas por dia durante a semana e faço uma revisão no sábado do que foi estudado durante a semana.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Fernando: A disciplina que mais tenho dificuldade é português, por achar muito maçante. O que faço para tentar superar é dar uma ênfase maior em tal matéria quando monto meu plano de estudo.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Fernando: Eu acredito que, salvo raras exceções, quem realmente estuda e se dedica já está no limite, não conseguindo aumentar muito a rotina de estudo na véspera da prova. No meu caso, nas semanas que antecedem, dedico apenas à leitura de resumos disponibilizados em diversas doutrinas.
Na véspera da prova, prefiro descansar e relaxar para chegar no dia da prova o mais tranquilo possível.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Fernando: Na verdade, um dos meus maiores erros foi de me dedicar quase que exclusivamente para a prova objetiva e deixar os estudos da prova discursiva de lado, o que afetou muito minha colocação. Pensava que “se eu não passar na objetiva nem preciso me preparar para a discursiva”. Assim sendo, meu conselho é que a preparação para a discursiva seja condizente com a para objetiva.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Fernando: Para o TAF não precisei me preocupar tanto, porque tenho costume de praticar diversas atividades físicas, como natação, academia, corrida, etc. O que eu fazia era todo sábado fazer uma “simulação” do TAF.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Fernando: Acredito que o meu maior erro foi a falta de convicção. Por conta disso, diversas vezes deixava a preguiça ou a ansiedade me tomar, o que atrapalhava bastante minha rotina de estudo. Acreditar em si mesmo e na recompensa da aprovação é fundamental para se conseguir continuar na jornada do concurso público a longo prazo.
O maior acerto creio que foi fazer diversas autocríticas durante o caminho, fazendo com que eu me adaptasse aos problemas que apareciam e conseguisse contorná-los. Estudar para concurso demanda muita força de vontade e faz com que você aprenda muito sobre sua própria força. Por exemplo, quando decidi voltar a trabalhar e conciliar trabalho com estudo fui duramente criticado, porque as pessoas à minha volta não acreditavam ser possível. Mas esse foi o pontapé inicial que permitiu me estabilizar, recuperar minha saúde mental e conseguir a aprovação.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Fernando: O mais difícil certamente foi lidar com a ansiedade e frustração da “demora” da aprovação. Você dedica tempo e dinheiro a isso e vê as pessoas em sua volta vivendo vidas aparentemente mais tranquilas e prazerosas, com diversos momentos de lazer. Para seguir em frente tive que me concentrar bastante na recompensa de ser aprovado, muita visualização do dia da nomeação e início do exercício.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Fernando: A principal motivação foi a estabilidade profissional e financeira
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Fernando: A mensagem, embora clichê, é: não desista! Muitas pessoas e acontecimentos vão te colocar pra baixo, mas o caminho do concurso público tem que ser trilhado sempre olhando para frente e com foco no objetivo final. Durante o curso na graduação era um aluno bem medíocre e depois de formado fiquei anos sem estudar. E, mesmo assim, com esforço e dedicação, consegui a aprovação. Se eu consegui absolutamente qualquer pessoa pode conseguir.