Aprovado no concurso IBGE
“Continue e persevere nas adversidades. Afinal, dizem que é na subida que a canela engrossa. Às vezes, temos aquele dia ruim, aquele dia que duvidamos de que vai dar certo, aquele dia que duvidamos de nós mesmos, mas confie em si mesmo. Confie e acredite em Deus, pois vai dar certo. Amanhã, se você continuar estudando, será sua vez de contar um pouco da sua trajetória. E lembre-se, se for para desistir, desista de desistir”
Confira nossa entrevista com Diego Farias, aprovado em 19º lugar no concurso IBGE no cargo de Agente Censitário Operacional (Recife – PE):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Diego Farias: Sou natural do Rio de janeiro, mas moro em Recife/PE há 15 anos. Tenho 25 anos e sou formado em Análise e desenvolvimento de sistemas.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Diego: No começo, acho que quase todos os concurseiros entram nessa área pela remuneração bem atrativa, comigo não foi diferente. Com o passar do tempo, fui entendendo melhor a estrutura da administração pública e percebi que exercer um cargo público vai muito além de remuneração e estabilidade, você realmente pode contribuir para uma sociedade melhor.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Diego: Eu passei três anos trabalhando como operador de caixa numa grande rede de supermercados, o que me permitiu pagar minhas contas e minha faculdade. Sem perspectiva de crescimento e fazendo algo de que não gostava, tomei a decisão, meio tímida (rs), de estudar para concursos. Iniciei meus estudos no ano novo 2018/2019, eu passei literalmente o ano novo estudando.
Durante 1 ano e meio, eu conciliei concurso, trabalho e faculdade; era uma loucura! Eu estudava no horário de almoço, estudava ao acordar, estudava ao chegar do trabalho. Para conciliar tudo isso, minha palavra de ordem sempre foi organização. Eu tinha horários para tudo. Nem sempre deu certo, mas ainda estou vivo.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Diego: Minha primeira aprovação, dentro do número de vagas, foi no IBGE; fiquei em 19º no cargo de Agente Censitário Operacional (ACO). Figurei no cadastro reserva no concurso da PGE/PE, como assistente de procuradoria, mas não fiquei numa boa colocação.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Diego: Eu sempre me perguntei como seria ver meu nome na lista de aprovados, já tinha imaginado diversas coisas. Mas, na hora que abri a lista e vi meu nome, a única reação foi procurar algum erro no resultado. Eu fechei e abri o navegador várias vezes, entrei novamente na lista, procurei de trás para frente. Eu, realmente, não acreditei que tinha conseguido. Minha única reação, depois de fazer tudo aquilo, foi ficar parado lendo meu nome repetidas vezes.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Diego: Eu, particularmente, não gosto de qualquer tipo de radicalismo, contudo, são necessárias renúncias. Eu diminuí bastante o convívio social, diminuí coisas das quais gostava, mas não as tirei completamente da minha vida. Tirar tudo de uma vez pode trazer um efeito contrário na preparação. Tudo em demasia faz mal, o equilíbrio é a chave.
Fazer atividade física regularmente me ajuda com a concentração e a dormir melhor. Atividade física é essencial, não a abandone ou comece. Eu aprendi que o segredo é colocar o concurso em primeiro lugar e adaptar sua vida a ele, não o contrário.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Diego: Eu moro com a minha mãe e o meu irmão mais velho, não sou casado nem namoro e o mais próximo que tenho de uma filha é minha cachorrinha Bombom (rs). Minha família apoia e me dá forças para continuar firme. Estudo para poder dar uma vida melhor a eles. Família é a base de tudo. Muitas vezes, eu paro meu estudo, quando não estou conseguindo me concentrar, para conversar com o meu irmão ou simplesmente dar um abraço na minha mãe.
O apoio da família, com certeza, é importante, mas o melhor apoio que você pode ter é em si mesmo. A motivação de continuar com o bumbum sentado na cadeira tem que partir de você, mas ganha um bônus imensurável com o apoio da família.
Estratégia:Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Diego: Tudo depende do objetivo pessoal e da situação em que se encontra. Se você tem o objetivo/sonho de ser Procurador da República e pode ficar só estudando, continue. Mas, se você tem o objetivo de ser Auditor Fiscal, como eu, e não pode só estudar, é válido fazer concursos “escada” para conseguir pagar os boletos afinal, eles não param de chegar enquanto você está estudando.
Eu sempre digo para um amigo que você deve ser inteligente na sua escolha, por exemplo, não adianta querer fazer um “concurso escada” com matérias complementares diferentes das quais está estudando. Mas, se aparecer um concurso que se encaixe no núcleo duro do seu estudo, acho muito válido.
Minha caminhada está apenas começando. O objetivo é me tornar Auditor Fiscal da Sefaz/PE e não vou parar até alcançar.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Diego: Focado no concurso do IBGE, apenas no pós edital, mais precisamente focado na banca FGV, pois todas as disciplinas do concurso eu já tinha estudado. Eu fiz apenas uma adaptação para a banca, mas as disciplinas continuaram as mesmas dentro do meu ciclo.
O meu ciclo é baseado na área fiscal, mas com as devidas adaptações, principalmente o português da FGV que foge a curva, inclui as matérias do IBGE no modo revisão e uni o útil ao agradável.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Diego: Eu estudo há pouco mais de 2 anos sem interrupções bruscas, então quase sempre estou estudando sem edital na praça. A disciplina veio da vontade e de objetivos claros. Para estudar sem edital na praça é essencial, também, saber parar. Não adianta querer bater 12h líquidas por dia durante muitos meses, isso beira o impossível e, se for possível, talvez você acabe com a sua saúde.
Nesses últimos meses, tive o privilégio de só estudar, então bato 6h líquidas por dia (ou um pouco mais) e vou fazer outra coisa. Utilizo sempre o equilíbrio na minha vida.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Diego: Sempre utilizei PDF, como estudo primário e, quando está muito difícil entender, parto para as videoaulas. O PDF tem a grande vantagem de ser completo e profundo na medida certa do concurso, mas a adaptação, para quem não tinha, como eu, o hábito de ler, pode ser difícil. Mas nada que umas boas horas de estudo não resolvam.
As videoaulas podem ser mais dinâmicas e divertidas do que os PDFs, mas são longas e muitas vezes o professor tem um tempo curto para passar uma ilimitada quantidade de conteúdo. Além do mais, a prova é composta por texto, então privilegiem o PDF.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Diego: Meu primeiro contato com o Estratégia foi uma análise de edital para o concurso do TRF-5. Eu nem sabia o que era concurso, mas assisti toda a análise e decidi fazê-lo. Consegui a enorme façanha de acertar 24 questões num total de 60, creio eu, sem estudar. Tomei uma surra, mas vi que era possível.
Desde então, acompanhava algumas aulas gratuitas no site, até que saiu o concurso MPU e eu adquiri o pacote pós edital. Mas, sem estudar direito, tomei outra surra. Logo depois virei assinante e resolvi estudar com força total e estamos na luta até hoje.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Diego: No começo do meu estudo, queria fazer resumo de tudo que lia. Até hoje, tenho pilhas e pilhas de resumos que eu nem leio. Comecei a experimentar, por alguns meses, o ciclo de estudos com revisão 24 horas/7dias/30dias, mas não conseguia organizar a quantidade de conteúdo para estudar e revisar. Houve um tempo em que eu não conseguia mais estudar porque tinha que revisar; inexperiência e falta de organização.
Conheci o método 4.2 de revisão e, desde então, o aplico. Eu estudo 8 matérias simultâneas, 4 por dia (90min cada), totalizando 6h líquidas/dia, divididas em dois grupos, durante 5 dias da semana (uma adaptação minha). Os últimos 2 dias são para revisões do que foi estudado. Vou tirando as matérias já estudadas e acrescentando as que faltam.
Eu acredito no básico. Faço uma primeira leitura mais acelerada (consegui desenvolver o hábito de ler mais rápido), grifando o mínimo possível e parto para questões grifando o meu material por elas. Numa segunda leitura (sim! Eu leio o material mais de 1x no pré-edital) procuro grifar mais coisas como datas, alíquotas, decorebas.
Como eu disse, acredito no básico: teoria, questões (milhares) e revisão. Mas, independentemente, do sistema que você utilize para estudar, o mais importante e difícil é sentar todos os dias e cumprir suas metas.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Diego: No começo eu tinha dificuldade em raciocínio lógico, porque eu ficava com medo de estudar e errar questões. Mas, depois que abandonei o medo, estudei por videoaulas e, depois de ter uma noção, PDFs. Estudei o mesmo assunto várias vezes, errei muitas e muitas questões, mas milagrosamente comecei a acertá-las e tive a honra de gabaritar na prova do IBGE.
Com a administração, cujo conteúdo não tem fim, foi um pouco diferente. Eu estudava, mas quando caiam questões muito subjetivas eu acabava errando, descobri uma deficiência em português, até então desconhecida. Voltei para o estudo de português e isso me deu base para acertar questões mais interpretativas de outras disciplinas. A mágica de estudar para concurso é essa, uma matéria te melhora para a outra e assim por diante.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Diego: Eu sempre fui tranquilo em relação à reta final. Procuro me manter calmo e cumprir o planejado. Intensifico as revisões, principalmente as decorebas, e diminuo o volume de questões na última semana. Procuro me manter estudando até o último dia antecedente à prova.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Diego: Todos cometemos erros na preparação, inclusive os mais avançados. Tentar aumentar aquele 1% num conteúdo que já está acima dos 90% de acerto (buscar a perfeição) enquanto, num outro assunto, o percentual está mais baixo. Procrastinar talvez seja um dos maiores erros do concurseiro (rs), sofro um pouco com isso também. O importante é ter a mente focada no lugar correto e voltar para o caminho. Sem dúvidas, a sistemática de estudo que eu escolhi, por ser simples e objetiva, acaba me permitindo um melhor gerenciamento do tempo e melhor organização. Com o planejamento já formado, o meu único trabalho é cumprir o que está escrito.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Diego: Todos os dias eu penso em desistir. Sempre que bato de frente com qualquer adversidade, penso em desistir. Sem dúvida alguma, para mim, o mais difícil é sentar e estudar todos os dias. Às vezes, você simplesmente quer jogar tudo para o alto e sair com os amigos, curtir uma viagem, passar um final de semana maratonando aquela série, mas aí eu lembro o porquê de ter começado a estudar para concursos: “Eu não tenho dinheiro”, e volto a estudar (rs).
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Diego: Minha principal motivação foi, é e sempre será dar uma vida melhor para minha família. Poder fazer uma viagem bacana num feriadão qualquer; tentar retribuir nem que seja 1% do que minha mãe fez por mim e pelo meu irmão (e o meu irmão, um dos maiores apoiadores nessa caminhada). Também adquiri um novo fator motivacional nessa caminhada toda: fazer a diferença no serviço público, servir a sociedade da melhor forma.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Diego: Tenha em mente que não será fácil e nem rápido. Eu, por exemplo, estudo há 2 anos e venci uma batalha, mas a guerra ainda continua. Há relatos de quem passou depois de 10 anos, outros, de quem passou em 10 meses. Pegue matérias comuns a vários concursos e comece a estudar, mesmo sem escolher uma área em específico. Depois de alguns meses, você estará apto a escolher uma área ou concurso específico. Estude, estude, estude muito, pois vale a pena. Não conheço uma pessoa se quer arrependida de ter estudado.
Por fim, mas não menos importante, ninguém faz a preparação perfeita, todos que hoje estão te dando aula, um dia, já estiveram onde você está, estudando e aprendendo. Talvez, com as mesmas dúvidas que você hoje, as mesmas inseguranças, os medos, as cobranças. Mas eles persistiram, foram aprovados e hoje podem ensinar toda essa ilimitada quantidade de conteúdo.
Não é porque você perdeu aquele dia de estudos, ou porque não tenha o melhor material, ou porque não tenha as melhores canetas, os melhores marcadores ou o ambiente de estudos perfeito que você deve desistir. Continue e persevere nas adversidades. Afinal, dizem que é na subida que a canela engrossa. Às vezes, temos aquele dia ruim, aquele dia que duvidamos de que vai dar certo, aquele dia que duvidamos de nós mesmos, mas confie em si mesmo. Confie e acredite em Deus, pois vai dar certo. Amanhã, se você continuar estudando, será sua vez de contar um pouco da sua trajetória. E lembre-se, se for para desistir, desista de desistir.
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes