Aprovado no concurso do TRT-15
“Se começar a estudar não pare! Vá a diante, não saia da fila! A fila vai andando! Uns mais rápido, outros mais devagar. Mas a vez de cada um chega, cada qual no seu tempo!”
Confira no entrevista com Bruno Rolo, aprovado no concurso do Tribunal Regional do Trabalho da 15º, em 1º lugar, no cargo de AJAJ – Polo Jundiaí:
Estratégia: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Bruno Rolo: Nasci em São Paulo-SP, em 1990. Mas ainda com 2 anos de idade fui morar em Cabreúva-SP (a 90 km da capital, região de Itu-SP), onde cresci.
Terminei o ensino médio em 2008 e já em 2009 passei no concurso de Assistente Técnico Administrativo (ATA), do Ministério da Fazenda. Fui lotado na Receita Federal, no mesmo ano, ainda com 18 anos de idade.
Concursado e tranquilo para realizar escolhas. Iniciei o curso de Direito em 2010, no Centro Universitário Padre Anchieta, localizado em Jundiaí-SP, concluindo em 2014. A ideia de cursar Direito foi justamente no intuito de realizar concursos de nível superior, na área jurídica.
Atualmente tenho 28 anos de idade.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Bruno: Na verdade, meu pai quem sugeriu estudar para concursos. Na época, com 17 anos e no último ano do ensino médio, eu não tinha bem ideia do que fazer depois da escola.
Então, meu pai perguntou se eu tinha a intenção de prestar vestibular ou se eu gostaria de estudar para algum concurso. Explicou-me todas as vantagens da carreira pública, explicou-me que depois de concursado eu teria mais facilidade para organizar-me, para estruturar minha vida, para adquirir estabilidade financeira, para estudar. Ele abriu minha mente para esse caminho.
Foi assim que comecei a estudar e realizar provas, ainda com 17 anos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Bruno: No primeiro concurso, em 2009, eu não trabalhava. Tinha acabado de sair da escola. Foi um curto período de tempo entre o término da escola e a nomeação da Receita Federal.
Para os concursos de Tribunais, eu trabalhava e estudava.
O fundamental para conciliar estudos e trabalho foi a disciplina e foco no objetivo.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Bruno: Todos que eu prestei e passei foram para Tribunais do Trabalho – Analista Judiciário Área Judiciária.
Fui aprovado em 8 (oito) deles, todos vigentes, conforme abaixo:
TRT 4ª Região – 232º lugar
TRT 23ª Região – 033º lugar
TRT 20ª Região – 133º lugar
TRT 24ª Região – 089º lugar
TRT 12ª Região – 110º lugar
TRT 2ª Região – 132º lugar
TST – 97° lugar
E, por fim, o último foi o TRT 15ª Região, no qual passei em 1º lugar para o polo de Jundiaí-SP, cidade onde moro e trabalho.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Bruno: É até difícil de descrever aquele momento (rs). A mão treme na hora de procurar o nome, você erra na hora de dar os comandos do teclado. Mas a hora que você vê na lista que conseguiu, que atingiu o objetivo, parece que sai um peso das costas. É uma sensação de agradecimento, alívio, missão cumprida, muita alegria.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Bruno: Sempre tive uma vida social bem ativa na faculdade. Sempre gostei de sair, estar com os amigos e com a família.
Assim que conclui a faculdade e comecei a focar nos estudos para Tribunal, tive que praticamente parar com tudo. Na época que havia edital aberto então, nem se fala!! Recusava praticamente todos os convites. Uma vez ou outra só que eu dava uma saidinha, mas bem de leve, só para dar uma espairecida. Mas era bem raro. Fim de semana era em casa, estudando.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Bruno: Hoje eu namoro. Comecei a namorar a Renata no último semestre da faculdade. Ela sempre entendeu que estudar para concurso era importante, sempre me apoiou. Esteva sempre junto comigo, eu estudando, ela lendo algo ou assistindo alguma coisa em outro cômodo, fazia de tudo para não me incomodar (rs).
Durante todo o tempo que morei com meus pais, sempre me apoiaram muito também. Minha mãe deixava tudo no jeito para mim (rs). Não precisava mexer uma palha em casa (rs).
Aí depois fui morar sozinho. Então tinha que correr com as tarefas de casa, mas dava para conciliar bem trabalho, casa e estudos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Bruno: Na minha visão, dependendo de qual for o objetivo maior, ele é conquistado por meio de etapas. Acredito que tudo é uma questão de tempo e paciência. Sempre tive em mente que a caminhada na carreira pública seria um passo de cada vez. Primeiro passei num concurso de nível médio, depois fiz uma faculdade e por último passei num concurso de nível superior, em especial esse agora do TRT 15ª.
Pretendo agora o último (e mais difícil) passo, o objetivo maior: magistratura do trabalho.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Bruno: Focado em TRT, estudei por quase 4 (quatro) anos. Se é bastante tempo ou não, acredito que é relativo para cada pessoa. Alguns tem mais tempo disponível para estudar, outros possuem mais facilidade, outros possuem os dois. Enfim, cada um tem o seu tempo.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Bruno: Sim, estudei algumas vezes sem edital na praça. Foco no objetivo e dedicação! Essa era a receita. Eu pensava: “não tem edital aberto, mas quando sair… tenho que estar na frente, não posso parar”.
É obvio que o ritmo de estudos era diferente, era menor. Mas todos os dias estudava sim, pelo menos 1 hora e meia por dia.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Bruno: Usei videoaulas do Estratégia e respectivos cursos em PDF, livros e legislação.
As vantagens da videoaula é a possibilidade de rever o conteúdo, voltar alguma parte que não entendeu, assisti-la de acordo com o tempo disponível. Falar uma desvantagem desse tipo de material é difícil, pois eu não via nenhuma. Sempre achei um meio de estudar excelente.
Material em PDF a mesma coisa. Principalmente aqueles do Estratégia, que os professores colocam um resumo no final, para fechar bem o assunto. Esses resumos são excelentes para uma revisão mais rápida do conteúdo.
Minha estratégia era ver a videoaula, fazer anotações, ler o resumo e fazer revisões periódicas.
O cuidado que sempre tive com os livros, foi pesquisar em outras fontes se aquele livro focava realmente concursos públicos. Há obras que o foco é outro, não possuem direcionamento para concursos. Assim, você acaba dispensando um tempo bem maior lendo-as (tempo esse que poderia ser otimizado em outros assuntos).
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Bruno: Conheci o Estratégia no trabalho. Muitos Analistas e Auditores me indicaram, falaram muito bem do Estratégia (algo que hoje eu faço com outras pessoas também rs).
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Bruno: Bom, para mim, um concurso desse porte é um projeto de longo prazo. Há candidatos que, em um espaço curto de tempo, alcança o objetivo. Mas, posso estar enganado, acredito que não seja a maioria.
Para estudar todo o conteúdo do concurso, leva tempo. Não é em um edital apenas que você consegue estudar tudo, revisar e ficar afiado. São vários editais, várias provas, várias escorregadas e, com o tempo, você vai aparando as arestas. Deixa de errar pequenos detalhes, vai aprimorando sua capacidade.
Chega um momento que, saindo um edital, determinadas matérias você apenas faz exercícios e uma rápida revisão, dispensando a maior parte do tempo para alguma ou outra matéria que ainda há alguma dificuldade ou alguma novidade.
Falando dos últimos concursos, em que eu já vinha de uma boa caminhada, eu tinha 2 (dois) métodos de estudos: um sem edital publicado, outro com edital publicado.
Sem edital publicado, eu procurava estudar 3 matérias apenas. Uma por dia. As demais matérias, fazia apenas exercícios aos finais de semana.
E, assim, ia alternando: terminava uma das 3 matérias, inseria outra no lugar e assim subsequentemente. Uma hora e meia por dia, pelo menos. O dia que dava para estudar mais tempo, ótimo! O dia que não dava para estudar ou o tempo era menor, não tinha problema. Não me estressava, pois estava tudo sob controle. Mas a regra era sempre estudar.
Com edital aberto, era diferente. Montava uma grade de estudos, englobando todo o edital. Fazia um cronograma até o dia anterior à prova. Dava mais ênfase para algumas matérias, outras menos, mas procurava passar por todas. E, aos finais de semana, montava simulados (independentemente dos exercícios que fazia no decorrer da semana também).
Aí eram 2 horas líquidas de manhã e 2 horas líquidas a noite, no mínimo. E quando dava, encaixava umas férias do trabalho no meio para dedicar-me o máximo. Estando de férias, dava para tirar umas 8 horas de estudos. Mais que isso não conseguia, o rendimento começava a cair.
Exercícios são muito importantes! Para mim, eles dão o toque final nos estudos. Chega uma fase que você está focando apenas em exercícios. É o momento que você está preparado para passar bem colocado.
Para mim, funcionou bem ver a teoria e fazer resumos. Pois como é muito conteúdo, eu acabava esquecendo um detalhe ou outro. Então estudava a teoria, fazia resumos (se fosse o caso estudava mais uma vez ou outra a teoria) e, após isso, era só revisão e exercícios.
É óbvio que para algumas matérias, havia necessidade de debruçar-me um pouco mais.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Bruno: Minha dificuldade maior sempre foi em raciocínio lógico, matemática e informática, (acredito que seja a dificuldade de todo o concurseiro da área jurídica rs).
Superei por meio de muita aula, paciência e exercícios. Não tem jeito, tem que encarar de frente. Faz muita diferença na nota final.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Bruno: Para esse concurso do TRT 15ª, a última semana antes da prova foi só de exercícios e correções. Normalmente, a última semana eu sempre deixo para focar apenas em exercícios.
Na véspera, é hora de relaxar!! Arrumei a bagunça do material de estudo, guardei tudo, fiquei em casa com a namorada, assistimos um filme, tomamos uma cervejinha de leve para relaxar. Era hora de estar com a cabeça tranquila. E quando você faz um estudo bem feito, chega na véspera você está com a sensação de que o que poderia ser feito, foi feito e muito bem realizado. Aí é hora de descansar para o “jogo”.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Bruno: Eu aconselho a olhar as provas discursivas anteriores e resolvê-las. Dá pra ter uma boa noção do que normalmente é perguntado. E não adianta: tem que estar sabendo muito bem a teoria. Mas acredito que, quando o candidato está em um nível bom na prova de múltipla escolha, normalmente ele não terá dificuldade no conteúdo da prova discursiva.
Eu simulava provas discursivas. Pegava determinado assunto aleatoriamente, de preferencia em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, e discorria sobre ele. Além de ser um treino, serve depois de resumo também.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Bruno: Acredito que o maior acerto foi escolher uma carreira e focar apenas nela. Tem pessoas que conseguem estudar para vários Tribunais, (trabalhista, eleitora, federal, estadual). Eu vejo que, para mim, foi um grande acerto focar apenas em Analista Judiciário Área Judiciária de Tribunal Trabalhista.
Às vezes saía algum outro concurso, dava uma “coceira” para estudar para ele. Mas eu colocava o pé no chão, revia meus objetivos de vida e seguia firme no meu propósito.
Erro…. Bom, a gente sempre está errando né?! (rs). Mas acredito que tudo foi bem feito, tudo foi muito iluminado por Deus. Talvez um dos erros tenha sido não ter começado a estudar para TRT já na faculdade. Mas foi um momento bom, conheci muitas pessoas, aproveitei bastante o momento, conheci minha namorada, aproveitei bastante coisa. Enfim, acredito que foi tudo no seu tempo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Bruno: O mais difícil foi ter paciência, esperar a hora chegar. Como eu estou no serviço público, não pensei em desistir. Nunca tive intenção de ir para a iniciativa privada, então não tinha como desistir de uma aprovação em um concurso de nível superior. Caso contrário, seria parar no tempo, ficar estagnado onde estou. E a ideia é sempre melhorar nossa situação de vida.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Bruno: Minha principal motivação foi atingir uma etapa do objetivo maior, que é a magistratura. Estando em um TRT, além do tempo de atividade jurídica, terei a possibilidade de ver de perto como é o trabalho lá dentro e se é isso mesmo que eu quero pra mim.
Além, também, é claro, da realização pessoal de alcançar uma condição financeira melhor para, além de outras coisas, desfrutar um pouco mais do que a vida tem de bom para oferecer. E para começar a construir uma família, com uma condição de vida tranquila.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Bruno: A quem está iniciando os estudos, aconselho disciplina dedicação e muita paciência. Tenha em mente que é um projeto de longo prazo. Temos que pensar lá na frente, como queremos estar daqui a alguns anos. E esse “daqui a alguns anos” inevitavelmente chega, mas depende da gente, de como queremos chegar lá: se do mesmo jeito que estamos hoje ou se melhor! Se começar a estudar não pare! Vá a diante, não saia da fila! A fila vai andando! Uns mais rápido, outros mais devagar. Mas a vez de cada um chega, cada qual no seu tempo!!
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes