
“Se manter constante, estudando até passar! Fazer a prova por fazer não vai lhe trazer motivação, pelo contrário – só reprovação e desânimo! Pense no esforço que terá que fazer agora para ter frutos e qualidade de vida no amanhã! Vai valer muito a pena!”
Confira a nossa entrevista com Paula Tavares Amorim, aprovada em 9º lugar para Psicóloga no concurso SEMSA Manaus:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Paula Tavares Amorim: Tenho 35 anos, sou formada em Psicologia há doze anos (me formei na Federal do Amazonas – UFAM), tenho duas especializações (Psicopatologia clínica e Avaliação Psicológica) e estou concluindo Mestrado também em Psicologia. Sou carioca, mas moro em Manaus há mais de 20 anos e já me considero manauara de coração!
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Paula: Nossa área de Psicologia ainda é muito desvalorizada no mercado de trabalho. Vejo profissionais bons, competentes e qualificados ganhando o mesmo salário de cargos de nível médio. Para conseguirmos uma renda boa, precisamos perder qualidade de vida, pois teríamos que trabalhar excessivamente em dois empregos, pelo menos. Apesar de ser uma área extremamente importante para nossa sociedade, principalmente nesse período de pandemia que vivenciamos, ainda sofremos com a desvalorização. Por isso, pensei em concurso público, onde eu poderia atuar na área que eu tenho afinidade sem perder qualidade de vida, ser valorizada enquanto servidora.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Paula: Sim. Sempre trabalhei 8 horas diárias, desde o início da faculdade. Foi bastante difícil conciliar, tinha que acordar 5 da manhã para ir para a academia, ia direto para o trabalho, de lá corria para casa, onde eu estudava das 17 às 22/23 horas. Sábado eu tinha o tempo mais livre, aproveitava e passava mais ou menos 8 horas estudando, com intervalos. Aos domingos me dedicava a simulados pela manhã ou pela tarde. Nunca consegui estudar com intensidade de 10, 12 horas – eu fico muito cansada e não rendo. Além disso, um ou dois sábados do mês reservava a noite para fazer uma atividade prazerosa (um barzinho com amigos, um cinema…). Ter tempo para o lazer é importante para aliviar um pouco a tensão e o acúmulo de estresse que o estudo requer.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Paula: Além desse, passei em 2019 para Psicólogo no TJAM em 5º lugar nas cotas (estou no CR); passei na Manausprev em 2021 para Analista Previdenciário – Psicologia em 11º; e na UNIFAP (EBSERH Amapá) em 22º lugar na ampla e 4º na PPP. Além disso, já era concursada desde 2009 em um cargo de nível médio pela PRODAM (uma estatal aqui do Amazonas). Atualmente, pretendo terminar meu mestrado e em 2023 ir para um doutorado. Nesse momento, não pretendo continuar estudando.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Paula: Saía sim! Como moro sozinha, o estudo rendia muito mais, porém eu sentia muita falta da socialização. Antes de me preparar para o concurso eu saía bastante e isso me afetou um pouco. Então eu reservava um ou dois dias no mês para sair com amigos e família.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Paula: Sou solteira, sem filhos. Meus amigos e família admiravam minha trajetória e alguns amigos até falavam que “minha hora já estava chegando” rs. Esse apoio emocional, essa motivação externa, de pessoas do meu convívio, foi muito importante para eu manter a trajetória.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Paula: Esse concurso estava previsto para 2019/2020 por uma outra banca. Tinha acabado de estudar para o TJAM e iniciei os estudos para esse. Bancas diferentes e áreas diferentes – uma jurídica e outra da saúde; uma era Cespe, outra era IBFC. Tive que estudar praticamente do zero, pois o conteúdo programático e a forma como as bancas cobravam as questões eram totalmente opostas. Mas aí veio a pandemia e comecei a trabalhar em home office. Eu tive mais tempo disponível para estudar tudo do 0. A pandemia meio que me obrigou a não sair de casa também. Quando o pior passou, houve a mudança do prefeito e mudança na banca do concurso…lá vai eu estudar conforme a nova banca, dessa vez a FGV. Como eu já tinha a base teórica em quase dois anos estudando, foquei mais em exercícios e revisões. Então até o dia do concurso, eu já tinha visto todo o Edital.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Paula: Raciocínio Lógico não consigo estudar teoria rsrs…então estudava somente por exercício. Informática na FGV é bem complexa, ainda consegui assistir vídeo aulas com o prof. Renato, que é maravilhoso e fiz bastante resolução de questões também! Para Português, estudava por videoaula da prof. Adriana Figueiredo e assistia correções de exercícios que ela fazia. Fazia muitas questões também, pois essa banca cobra muito a interpretação e compreensão de texto. Para a Psicologia, Direito Constitucional e Administrativo e as legislações exigidas estudei por pdf. Em todas as disciplinas foquei bastante em resolução de exercícios conforme a banca.
O estudo por pdf tem como vantagem a possibilidade de estudar a parte teórica mais resumida do que os livros, com somente aquilo que importa. A desvantagem é justamente que ainda assim é muita coisa para ler, fora que eu tenho certa dificuldade em ficar lendo pelo computador, prefiro papel. Por isso escrevia muito, com minhas próprias palavras para ter minhas anotações próprias (mas perde-se muito tempo).
Com relação à videoaula, a questão do tempo também é desvantagem. O ideal é acelerar o vídeo para estudar. A vantagem é que você pode pausar, voltar, parar, acelerar…tudo no seu tempo.
Livro só vejo desvantagem para quem quer estudar a curto prazo. Se o curso lhe proporciona o pdf, estude pelo PDF!
Para a área específica em Psicologia, o Estratégia não forneceu disciplina, então estudei por outra fonte.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Paula: Acredito que foi em propaganda e com colegas que já estudavam para concurso.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Paula: Já estudei em cursinhos locais, de forma presencial. Sempre preferi o estudo presencial do que o online, e aqui em Manaus o mercado dos cursinhos ainda é muito precário e deficiente. Então comecei a perceber que o curso que eu estava era predador, onde o que importava ali era o dinheiro do aluno e não sua aprovação. Em um outro curso que fiz, on-line dessa vez, o PDF muitas vezes tinha 3, 4 páginas e eu me perguntava: “como que alguém passa em um conteúdo tão enxuto? ”. Também não deu certo.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Paula: Fiz na época para a Policia Civil aqui do estado, se não me engano foi em 2009. Também fiz para a Semsa em 2012 e o TJAM em 2013, não tirei nota péssima, mas fiquei longe na lista de classificação.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Paula: Eu acho que esse tipo de metodologia de estudo: pdf+ videoaula+ exercício no pdf pode contribuir de forma completa a preparação do aluno, o qual ele mesmo encontra a melhor maneira para seu preparo. Cada um tem uma forma de aprendizado diferente que deve ser encontrada.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Paula: Estudava mais ou menos 5 a 6 horas líquidas nos dias de semana e aos sábados 8 horas. Estudava várias matérias por dia, por ciclo. A matéria com peso 2 (Psicologia) estudava por duas horas, português 1h30 (pois tenho mais dificuldade e era a 2ª matéria com maior número de questões. SUS, Informática e Raciocínio lógico 1 hora cada uma. As outras legislações que somavam 08 questões (contando com as do SUS) só estudei faltando 30 dias para a prova. Sabia que seriam uma ou duas questões no máximo, então não valeria a pena para mim perder muito tempo com elas. Respeitava meu tempo e meu cansaço também. Tinha dias que eu só estudava 3 ou 4 horas, pois era vencida pelo cansaço. Aí eu compensava a hora perdida no próximo dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Paula: Fazia resumo no caderno, mapa mental, anotava os erros das questões para revisão e fazia simulados aos domingos.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Paula: Acho que fiz mais de 2 mil questões e ainda repetia as que tinha dificuldade e/ou errava. Para mim foi essencial. A resolução de exercícios da banca da prova, principalmente, pois você acaba tendo o ‘feeling’ da banca, entende como que é seu estilo de cobrança, o que ela tende a cobrar mais em uma determinada disciplina e, ainda, pode haver questões que já foram cobradas em provas anteriores. Eu lembro que estava conversando com um colega que fez a prova também e ele estava se esguelhando em um conteúdo de informática, e eu disse: ‘esse assunto não vai cair, a FGV não costuma cobrar isso’. Ele pensou que eu era vidente, mas foi dito e certo: o conteúdo não foi cobrado. Em português a mesma coisa. No início você não entende porque a FGV considera uma afirmativa como gabarito e a outra (que também poderia ser correta) ela diz que está errada com as questões você acaba entendendo a cabeça do examinador, e na maioria das vezes, você acaba acertando.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Paula: Português, Informática e Raciocínio lógico, principalmente dessa banca. Ainda não superei rsrs… mas fiz muito exercício, muita vídeo aula e muita revisão!
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Paula: Na semana da prova continuei os estudos normalmente, fazendo minhas revisões. No dia anterior assisti o aulão de véspera e depois descansei, fui assistir um filme, ficar mais tranquila.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Paula: De forma geral, fiquei muito satisfeita com o resultado. Errei muito nas trajetórias anteriores, principalmente em relação às pausas nos estudos e isso me fez perder a constância, recomeçava sempre. Nesse concurso, em específico, não vejo erros, dei o melhor que eu pude, nas condições que eu tinha.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Paula: Acho que sempre tem um momento que a gente pensa em chutar o balde e viver a vida loucamente. Mas minha maior motivação era a estabilidade de um concurso. Tive muitas perdas (não só financeiras) no trabalho que eu estava e isso me deixou profundamente magoada e traída. Mas me deu um gás imenso para continuar na luta!
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Paula: Se manter constante, estudando até passar! Fazer a prova por fazer não vai lhe trazer motivação, pelo contrário – só reprovação e desânimo! Pense no esforço que terá que fazer agora para ter frutos e qualidade de vida no amanhã! Vai valer muito a pena!
Como dicas de estudo, comece antes da publicação do Edital, estude a banca e a forma como ela cobra as questões, faça bastante exercícios. Além disso, encontre a melhor forma que você achar melhor para fazer o cronograma de horário de estudos. Só você sabe a melhor forma de aprender o conteúdo!